Governo faz corte de R$ 44 bilhões no Orçamento de 2014

Atualização 13h

Jornal GGN – O governo anunciou que o corte no Orçamento Geral da União de 2014 alcançará R$ 44 bilhões. Com o corte, o governo pretende atingir este ano um superávit primário equivalente a 1,9% do Produto Interno Bruto (PIB), correspondente a todo o setor público consolidado, buscando manter os fundamentos econômicos e a confiança dos investidores internacionais e do mercado interno. 

Dos R$ 44 bilhões, R$ 13,5 bilhões são despesas obrigatórias e R$ 30,5 bilhões correspondem a despesas discricionárias. Deste total, R$ 13,3 bilhões serão cortados do que estava previsto para gastos com emendas parlamentares. Essas emendas tinham uma previsão de R$ 19,76 bilhões. Com o corte, esse valor foi reduzido para R$ 6,46 bilhões. 

O Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) foi o tipo de gasto mais afetado depois das emendas parlamentares: R$ 7 bilhões – passando dos R$ 61,46 bilhões previstos para R$ 54,46 bilhões. Os gastos do Ministério da Defesa vêm em terceiro lugar nos cortes, com uma redução de R$3,5 bilhões: previsão orçamentária reduzida de R$ 14,79 bilhões para R$ 11,29 bilhões nas despesas discricionárias. 

Já o Ministério da Fazenda terá a parte discricionária do seu orçamento reduzida de R$ 4,76 bilhões para R$ 3,21 bilhões (corte de R$ 1,55 bilhão). 

Com relação às despesas obrigatórias, que terão corte de R$ 13,5 bilhões, a ministra Miriam Belchior informou que, desse total, R$ 6,67 bilhões serão reduzidos dos gastos com subsídios e subvenções. A Lei Orçamentária de 2014 previa R$ 14,674 bilhões. Por meio do decreto de programação, esse valor cairá para R$ 8 bilhões. 

Os ministérios da Saúde, da Educação, do Desenvolvimento Social e o de Ciência, Tecnologia e Inovação não sofreram cortes no Orçamento para 2014, por serem áreas consideradas prioritárias pelo governo. O Orçamento de 2014 previsto para o Ministério da Saúde é pouco mais de R$ 82,5 bilhões, para o da Educação, R$ 42,2 bilhões, o de Desenvolvimento Social, R$ 31,7 bilhões e para o de Ciência, Tecnologia e Inovação é R$ 6,8 bilhões. Os valores previstos para cada uma das quatro pastas são superiores aos valores que foram empenhados em 2013.

“Os instrumentos que utilizamos são a contenção das despesas de custeio, a ampliação dos investimentos e a manutenção dos programas sociais”, disse o ministro da Fazenda, Guido Mantega, segundo informações da Agência Brasil. As previsões do governo foram feitas com base na manutenção dos seguintes parâmetros da economia brasileira: o superávit primário de 1,9% do PIB; inflação de 5,3% e dólar na faixa de R$ 2,44.

 

Com informações da Agência Brasil

Redação

8 Comentários

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  1. Artigo Interessante

     

    Economia: o notável exemplo da Bolívia

    Publicado em 

     

    19 de fevereiro de 2014 por 17Share900ShareShareShareTrabalhadores celebram Dia da Descolonização, instituído em 2011. Ao descartar, com sucesso, políticas desejadas por mercados financeiros, país revela espaço para alternativas

    Trabalhadores celebram Dia da Descolonização, instituído em 2011. Exito na distribuição de riquezas e em reformas estruturais revela espaço para alternativas

    Além de rechaçar políticas do FMI, país fez reformas estruturais e evitou concessões a grandes empresas. Sucesso revela como são frágeis ideias conservadoras que dominam debate brasileiro

    Por Antonio Martins

    Uma vasta onda de conservadorismo econômico varre o Brasil. Neste exato instante, por exemplo, o ministro da Fazenda Guido Mantega batalha por um amplo corte no Orçamento da União para 2014. Reduzir investimentos públicos é, pensa ele, indispensável para “tranquilizar os mercados”, sinalizando que o governo Dilma não adotará políticas que os afetem e recuperando sua “confiança“. Entre os adversários mais fortes da presidente, o cenário é ainda mais devastador. Aécio Neves prega o retorno puro e simples às políticas neoliberais. Eduardo Campos e Marina Silva cercam-se, informa o Valor Econômico, dos principais assessores econômicos de FHC. Preveem, se eleitos, ampliar as concessões que o Executivo faz, há meses, ao mundo das grandes finanças. Não há saída, todos parecem calcular: num mundo em que a crise agrava-se, a única opção de governantes prudentes seria evitar ousadias, não confrontar o grande poder econômico, esperar que passem os tempos de vacas magras. Será verdade?

    Uma reportagem na edição de hoje do New York Times sugere desconfiar deste consenso. Trata de um país cuja força para resistir às pressões dos mercados financeiros é, em teoria, incomparavelmente mais reduzida que a do Brasil: a frágil Bolívia, com PIB (US$ 50 bilhões) cerca de 46 vezes inferior ao nosso. Traz revelações surpreendentes. A economia boliviana cresceu 6,5% no ano passado — uma das taxas mais altas do mundo. As reservas internacionais em moedas fortes são, proporcionalmente, quase duas vezes superiores às brasileiras. A dívida pública cai a cada ano. Tudo isso foi alcançado com medidas opostas às esboçadas pelos candidatos brasileiros.

    O New York Times não nutre simpatias por Evo Morales, mas o texto reconhece, com honestidade: tais êxitos foram alcançados porque seu governo “abandonou as recomendações do FMI e de outras grandes fontes de financiamento”. Em três sentidos, pelo menos.

    Primeiro, inverteu-se a submissão automática aos mercados. Nos anos 1990, a Bolívia tornara-se conhecida por aceitar a condição de laboratório das políticas neoliberais. Em nome do combate à inflação, houve cortes maciços de programas sociais, fim de subsídios a bens essenciais, privatizações, demissões em massa. Tentou-se a privatização das fontes de água (em Cochabamba) e das reservas de gás. Produziu-se desigualdade, marginalização, instabilidade política, e as revoltas que levaram Evo ao poder.

    Iniciado em 2006, seu governo lançou políticas ousadas de redistribuição de renda — em especial, aumento das aposentadorias e uma versão local do Bolsa Família. O percentual da população vivendo em extrema pobreza caiu de 38% para 24%, em seis anos. El Alto, subúrbio proletário e rebelde de La Paz, é marcado hoje, continua a reportagem, pela reforma febril das casas populares e pela multiplicação de padarias mais ou menos refinadas. No campo, as comunidades camponesas começam a substituir o arado puxado por animais por tratores.

    A estes fenômenos, que também podem ser observado em algumas periferias brasileiras ou no interior do Nordeste, o governo boliviano somou reformas econômicas de fundo. A exploração do gás — principal produto de exportação —  foi renacionalizada em 2006. A alta das cotações internacionais do produto não encheu os bolsos de poucos proprietários privados (como ocorre com o agronegócio e as mineradoras, no Brasil). Ajudou, ao contrário a ampliar os programas sociais, os investimentos de infra-estrutura, a geração de ocupações. Em novembro do ano passado, Evo apoiou-se nesta alta para instituir um 14º salário para os servidores públicos e parte dos trabalhadores privados.

    Por fim, não houve (ao contrário do Brasil) concessões fiscais a grandes grupos econômicos. Ao contrário. As tentativas de desinvestimento, por parte do empresariado, foram enfrentadas com a nacionalização de pelo menos vinte companhias, numa série de setores econômicos.

    Os resultados positivos impressionam os próprios representantes de instituições antes hostis. “A oportunidade [aberta pela alta dos preços do gás] poderia ter sido desperdiçada, mas a realidade é que não foi”, disse ao New York Times o representante do Banco Mundial na Bolívia, Faris Hadad Zarvos. Seus superiores na hierarquia da instituição parecem reconhecer o sucesso.

    Em dezembro de 2012, Evo Morales propôs o desmantelamento “do sistema financeiro internacional e de seus satélites, o FMI e o Banco Mundial”. Seis meses depois, o novo presidente do banco, Jim Young Kim, não se incomodou a jogar uma partida de futebol com o próprio presidente, para celebrar o reatamento das relações entre as duas partes.

    http://outraspalavras.net/blog/2014/02/19/economia-o-notavel-exemplo-da-bolivia/

     

    1. Tem que ter peito…

      Isto é governar, mas esta notícia não vai virar post neste blog, nem vai para os telejornais.

      Vamos ver se os comentários aumentam até o final do dia.

      1. Os dilmistas de todos os

        Os dilmistas de todos os tipos fogem destes posts. Seu governo comete o absurdo de fazer arrocho fiscal em ano eleitoral. Atrai dólares especulativos com juros altos e retoma a apreciação do real. É cômico. Mas é melhor xingar Eduardo Azeredo…

  2. que inveja..

    que inveja , apesar da assimetria entre os dois países e suas economias Evo está fazendo o serviço de casa direitinho e proporcionando uma condição de vida melhor para seu povo..quanta distância há entre lá e aqui, desejo sinceramente que no segundo mandato Dilma e o PT consigam fazer o país avançar com mais rapidez..

  3. Przado Nassif 
    Estes

    Przado Nassif 

    Estes contigenciamentos atingem o FX-2 -programa de gastos de bilhões de euros de endividamento do tesouro nacional para  a FAB ?.E o do submarino nuclear (e os convencionais) ?. E os aumentos salariais dos “milicos” ?.

    Me fazem lembrar uma velha fábula , sobre a agulha (FX-2), a linha (Manteiga ) e o alfinete (comentarista deste blog!)  : A Agulha , toda vaidosa , sempre esnobando a linha -você sempre é subordinada a mim . Eu vou na frente e você atrás !. Você só anda onde eu primeiro passei !.E a linha  sempre calada . E a noite , depois do suntuoso vestido pronto , A agulha é jogada junto a um velho alfinete que chama-lhe a atenção pelo estultismo : Vê, faça como eu , onde me coloco , eu fico  .Não abro caminho para ninguèm ! .Já você , sua linhatonta , trabalha na frente , mas quem goza a festança é a linha ! . 

    “Os gastos do Ministério da Defesa vêm em terceiro lugar nos cortes, com uma redução de R$3,5 bilhões: previsão orçamentária reduzida de R$ 14,79 bilhões para R$ 11,29 bilhões nas despesas discricionárias.” 

  4.   Estamos diante do processo

      Estamos diante do processo eleitoral mais pobre das últimas décadas. Ninguém com o peso do Lula, FHC, Brizola, Ciro Gomes…

      Temos uma presidenta candidata, a qual não tem traquejo nem força para lidar com os representantes do “mercado”, na segunda  possibilidade temos um neto de político e  na terceira via, que flerta abertamente com a segunda, a qual utiliza como bandeira as obras do governo federal.

      Estamos refém da falta de representação. Gostaria muito de ter um Roberto Requião, um Ciro Gomes ou um Cristovam Buarque para votar.

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