Rui Daher
Rui Daher - administrador, consultor em desenvolvimento agrícola e escritor
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Grandes produtores, vocês podem ser a bola da vez do protecionismo, por Rui Daher

´Protagonismo agrícola do Brasil’ pode estar na mira da Organização Mundial do Comércio

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Grandes produtores, vocês podem ser a bola da vez do protecionismo

por Rui Daher

em CartaCapital

Como previsto pela coluna ainda no ano passado, o Brasil colheria uma safra de grãos em volumes recordistas, semelhante às dos últimos anos, a comercializaria no mercado externo em preços estáveis (agora com tendência de sobrevalorização pelas condições climáticas portenhas – seca), os grandes produtores de commoditiesmanteriam seus tratamentos convencionais, submissos aos preços dos oligopólios multinacionais, esquecidos e resistentes a amenizar tais custos com insumos de origem orgânica.

Mais: a queda na demanda interna continuaria, até por alimentos, e seguraria a barra da inflação, fazendo pequenos e médios produtores de hortaliças, legumes e frutas serem penalizados; as reivindicações da bancada ruralista seriam atendidas pelo governo ilegítimo, como barganha junto ao Congresso fisiológico e venal, e todos acobertados por um Poder Judiciário rachado e insípido.

A isso, acrescentem, como aqui preconizado, o recrudescimento do protecionismo, a partir das ideias do presidente dos Estados Unidos, Donald “Pele Laranja” Trump. Seu ferro na indústria siderúrgica mostra a que veio, inclusive no arrefecimento em nossa capacidade e dos países importadores do aço brasileiro em produzir equipamentos de defesa.

Ainda, na economia vista assim do alto, como a Mangueira, ela continuaria um céu no chão para os rentistas. Leiam essa manchete, publicada pelo Valor, sucursal paulista de O Globo, a 8 de março: “Gestoras de patrimônio crescem com mais geração de riqueza no país”. Mais um indício da imensa concentração econômica no topo mais exclusivo da pirâmide.

Quando dei a notícia, meu amigo Pires, o raso, no momento dedicado ao plantio de caquis em Piedade/SP, me pediu que indicasse uma boa gestora especializada na saborosa fruta.

Mas aí, já colocamos a lupa, o que me prometi não fazer na coluna de hoje. Caso contrário, informaria aos estimados leitores e leitoras que, em 2016, segundo o Índice de Gini, calculado pela ONU (quanto mais próximo de 1, mais concentrada a renda), o Brasil (0,55) estava apenas à frente de Lesoto e Zâmbia.

Apesar do otimismo neoliberal e do escárnio das folhas e telas cotidianas, que falam em recuperação, não seria surpresa se, hoje em dia, tivéssemos sido ultrapassados pelos dois países africanos.

Finalmente, aos meus amigos, grandes e eficientes sojicultores e produtores de etanol de milho, fiquem de olho no “Pele Laranja”. Vocês podem ser a próxima “bola da vez”.

A Organização Mundial do Comércio (OMC) põe reparo no “protagonismo agrícola do Brasil”. Como sempre foi e será, assim como a OCDE, Organização para Cooperação com o Desenvolvimento Econômico, são, prioritariamente, comandadas por Washington, DC.

Avisei. Inté.

https://www.youtube.com/watch?v=SoybVzCw-rc    

 

 

Rui Daher

Rui Daher - administrador, consultor em desenvolvimento agrícola e escritor

9 Comentários

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  1. E a alta quantidade de agrotóxico será o motivo das restrições

    futuras. O Brasil está usando arotóxicos de maneira irresoponsável , inclusive os condenados e os ilegais .

    Será presa fácil quando Paízes da Europa ou os Estados Unidos quizerem retaliar.

    A bancada ruralista é mestra em esboftear o futuro com suas pautas de agricultura insustentátel e devastadora do meio ambiente.

    É só olhar os projetos defendidos por esse pessoal no Conresso Nacional.

    Parece que eles não estam nem .. So pensm no hoje.

  2. Grandes produtores, vocês podem ser a bola da vez

    Mais uma vez os colonizados, ingênuos e parvos receberão mais uma lição do que é ser colônia.

    A nós cabe entregar riquezas e produtos primários aos preços ditados pela metrópole, sob o olhar sonolento dos cafetões da hora.

    É de duvidar que vejam a realidade. As mentes já domesticadas e adormecidas são incapazes de raciocínio lógico além de seus umbigos.

    Rui Daher clama  no deserto.

    1. Grandes…..

      “….A nós cabe entregar riquezas…” Fatalismo e Vitimização até quando? Podemos ficar sem internet, sem celular do último modelo, sem fazer caras e beicinhos nas redes sociais,…Quero ver ficar sem água e sem comida, por mais de algumas horas. E Somos Donos da Água e Comida do Planeta. E não sabemos usar este Extraordinário Poder e Potencial, nem para beneficio da nossa própria População. E a culpa é do Trump? Usamos os mesmo chavões dos anos 50 e 60 e da nossa Elite Cultural e Politica fossilizada em Academicismos e Ilusões daqueles anos. Lá em Morte e Vida Severina, não existia o Centro Oeste. Não existia a Amazônia. O Brasil todo era esta tripa, de sul a nordeste. Nada mais. A conversa era a mesma desta de hoje. Quer saber o fatalismo da época? O SUL era muito frio e geadas constantes desabilitavam a Agropecuária. O CENTRO-OESTE e suas terras ácidas, compactadas, chuvas irregulares e temperaturas extremadas desabilitavam a Agropecuária. A região NORTE e toda a Amazônia era demasiadamente quente com solo pobre, que desabilitava a Agropecuária. O pobre do NORDESTE, todo Nordeste e não somente uma pequena parcela do semi-árido, estava eternamente condenado à Seca e sua Indústria de Coronéis. Se produz mussarela de búfala no RN. Uvas e frutas em Juazeiro e Petrolina. Soja, milho, arroz, feijão, bois, girassol, café, algodão no interior da BA. Não é preciso nem falar o que se tornou MATOPIBA. A produção de arroiz na Amazônia de RR e RO. É que teve uns Brasileiros do Paraná, São Paulo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, fora uma meia dúzia de “japoneses’ (CAC teve muito a ver com isto) que não acreditaram muito neste fatalismo todo. Como sempre fizeram, arregaçaram as mangas, acordadarm cedo (porque Deus ajuda quem cedo madruga), acreditaram na sua competência e meritos e foram trabalhar. (P.S. Do jeito que vai daqui a pouco a voz no deserto vai ficar até sem deserto. Mas nossa imprensa tem assuntos mais importantes que o Brasil, não é mesmo? Quem é de SP, vá visitar Piedade a uns 100 Km da capital. Seus caquis, seu gengibre, morango, carás, inhames, cebolas, hortaliças, uvas. Vá constatar o que um “Japonês” pode fazer num pedacinho de terra.) abs.       

  3. bissurdo

    Não me venha com uma dessas, seu Rui. Aphinal eu bati panela direitinho e fui para a av. Paulista todas as vezes que a globo mandou, -fora diuma fora PêTê e tals. Quer dizer que agora que acabamos com a currupissaum e modernizamos o pais acabando com a interferência do estado, o santo merkado e os ricos globais vem com essa traição?

    Será que agora aquele komunista bolivariano topetudo que usurpou o poder no grande pais do North  está se preparando para nos ferrar? Como pode isso se já demonstramos nossa boa vontade entregando a base de Alcântara, o pré sal e o kú das calças?

    Assim não pode, assim não dá, phalou o vice fegacê…viiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiixe! em 2038 do ÇERRA45.

     

  4. Brainstorming do DesMonte Pascoal

    Resultado de imagem para carmen miranda e a politica da boa vizinhançã

    [video:https://www.youtube.com/watch?v=ISDBhsE2uvA%5D

    ….brainstorming do DesMonte Pascoal: da politica da “boa vizinhaça” a la Carmem Miranda à covardia de Carmem do Bloco da Globo no Supreminho o puxadinho do Moro….

    …amigos???…hum, amigos amigos,  negócios negócios à parte…

    “Alô, Amigos teve o pato Donald, o Pateta, o avião mensageiro chileno Pedrito e o papagaio brasileiro Zé Carioca como principais protagonistas.

    https://brasil.elpais.com/brasil/2016/04/07/cultura/1460044858_011138.html

    Quando começo a ouvir a entrevista de Stela do Patrocinio já sei que tá vindo um toró de idéias…e esquecimento…lembro e esqueço…lembro e esqueço…asim que eu lembro: você tá me examinando, não tá, diria a poetisa da colônia monte pascoal

    lembretes brainstorming…..esqueci….

    O pateta pato Donald taxou o aço e ganhou de lambuja  a Embraer com tudo junto, tecnologia de naves hipersônicas, o 14-x inclusive….agora vai baixar taxas em cima do suco e, como presente vai levar o Aquífero Guarani…pato esperto, e se não fosse pateta heim…. agora virou sapo…

    …. anotações para costurar um texto racional, objetivo: brainstorming coletivo 

    Continua aqui

    Brainstorming sobre Carmem

    https://jornalggn.com.br/blog/jose-carlos-lima/brainstorming-sobre-carmem

     

    Ou aqui

     

    https://josecarloslima.blogspot.com.br

     

    Ou em lugar nehum: como ação….

     

     

  5. Só mais uma fase do IMPERIALISMO DE DESTRUIÇÃO.

    Dentro da concepção de diminuir a capacidade de consumo dos países periféricos a destruição do agronegócio é somente mais uma etapa, e como é concentrado, dependente de insumos importados, de maquinários de altíssimo custo e extremamente sensíveis a barreiras não alfandegárias, o agronegócio é um dos setores que quando for o momento ele será destruído rapidamente.

    Diria também, que este setor é tanto o mais facilmente atacável, pois será feito através de imensas glebas de terra serão vendidads às grandes corporações, e eles não têrão o mínimo apoio popular quando por exemplo for interditado a venda de determinados produtos por barreiras fitossanitárias, ou simplesmente quando falirem por não ter condições de pagar empréstimos ao banco que comprar o Banco do Brasil.

    Vai ser uma ocupação extremamente muda, pois é extremamente simples, barreiras fitossanitárias, fim de financiamentos subsidiados pelo banco do Brasil, e eles venderão suas terras por um terço a um quarto do valor que eles acham que valem. Além disto a acomodação de um a um dos “produtores” será vista com resignação e subserviência ao “mercado”, uma subserviência que será acompanhada pela “alegria” de comprar um bom apartamento em Miami e começar algum negócio no primeiro mundo que falirá em menos de cinco anos.

    Os últimos dois setores a serem destruídos, quase que de dentro para fora será primeiro o bancário depois o de comunicação.

     

  6. Grandes Especuladores de Commodities

    O braZil não possui Grandes Produtores Agrícolas,

    Mas Sim Gananciosos Especuladores Apátridas

    no Mercado Internacional de Commodities
     

     

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