IBGE revê taxa de crescimento do PIB em 2011 para 3,9%

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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Jornal GGN – O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) reviu a taxa de crescimento econômico do Brasil nos anos de 2001a 2011, de acordo com a nova metodologia de cálculo do Produto Interno Bruto (PIB), que é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país. Segundo o IBGE, a taxa de 2011 passou de 2,7% para 3,9%.
 
A mudança no cálculo dos investimentos, uma das principais alterações adotadas na nova metodologia, contribuiu para a forte revisão para cima no PIB de 2011 – a taxa de investimento em relação ao PIB passou de uma alta de 19,3% para 20,6% em 2011.
 
Na nova série, o PIB chegou a R$ 3,887 trilhões, em 2010, e a R$ 4,375 trilhões em 2011 e as variações em volume foram 7,6% e 3,9%, respectivamente. Em média, os valores correntes do PIB de 2000 a 2011, na nova série, ficaram 2,1% acima dos valores da série antiga. Nesse período, a taxa média anual de crescimento foi revisada de 3,5% na série anterior para 3,7% no Sistema de Contas Nacionais (SCN) de 2010.
 
O resultado da expansão do PIB em 2010 também sofreu uma pequena revisão, passando para um crescimento de 7,6% ante 7,5% divulgados anteriormente. A nova metodologia do PIB passa a adotar 2010 como ano de referência. Antes, o ano base da pesquisa era 2000.
 
Nos demais anos, as revisões foram as seguintes: 2001 (manteve-se em 1,3%), 2002 (passou de 2,7% para 3,1%), 2003 (de 1,1% para 1,2%), 2004 (manteve-se em 5,7%), 2005 (de 3,2% para 3,1%), 2006 (manteve-se em 4%), 2007 (de 6,1% para 6%), 2008 (de 5,2% para 5%) e 2009 (de -0,3% para -0,2%).
 
No próximo dia 27, o IBGE vai divulgar os dados do PIB do quarto trimestre de 2014 e a divulgação já adotará a nova metodologia. Os resultados finais dos anos de 2012 e 2013 só serão conhecidos em novembro deste ano e, o PIB de 2014 com a revisão final sairá em 2016.
 
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística passou a incorporar recomendações da mais recente revisão do manual organizado por Organização das Nações Unidas (ONU), Fundo Monetário Internacional (FMI), Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e Banco Mundial.
 
 
(Com Reuters)
Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

2 Comentários

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  1. Dispor de informações mais exatas é bom para o país e para Guido

     

    Luis Nassif,

    Muito provavelmente não há relevância nesta questão dos novos cálculos do PIB. Uma parte dos novos cálculos é só ajuste a nova metodologia. A mudança do retrato que tínhamos do passado não muda o retrato que temos do presente. Até porque o retrato que tínhamos do passado é mais o que nós sentimos do que o que nos foi informado. E isto é verdade quanto mais alguém sentiu o passado e talvez tenha pouco efeito o fato do quanto nós sejamos mal informado.

    Para quem estava empregado e sabia exatamente o que representava a informação sobre o PIB quando a informação foi entregue no passado, e agora está desempregado o retrato que ele tinha do passado era exatamente o contrário do retrato obtido por quem estava desempregado no passado e adquiriu um emprego e sabia exatamente o significado da informação sobre o PIB. A nova informação pouco vai afetar o retrato que ambos têm do passado.

    Esta análise poderia também ser feita um pouco invertida variando a qualidade da informação e não a condição em que se sentiu o passado e mostraria que a informação pouco afeta as pessoas embora uma melhora na qualidade da informação poderá ter impacto no retrato que se faça do presente. O impacto no retrato que se fazia até então do passado será, em meu entendimento pouco alterado.

    Agora esta notícia sobre os novos cálculos do PIB suscitaram-me algumas considerações. De início eu fiquei surpreso porque não vi comentário junto ao post. Em seguida observei que o post foi bem avaliado. E é bem isso, trata-se apenas de uma informação e a informação quando é precisa ou quando vai em direção da maior precisão não cria polêmica, não gera debate, a menos que ela venha para derrubar nossas crenças, o que nos fará mover mundos e fundos para desacreditar ou contestar a informação. Então não havia comentários junto a este post porque não havia o que comentar.

    Este post “IBGE revê taxa de crescimento do PIB em 2011 para 3,9%” fora publicado ontem, quarta-feira, 11/03/2015 às 15:22, mas só hoje que eu sai procurando informação sobre ele. Tinha visto a matéria hoje no jornal O Tempo, de propriedade do ex-tucano que se esverdeou Vittorio Medioli e, no quadro mostrado no jornal, espantou-me observar que com a nova metodologia não houve alteração no PIB de 2004, mas esse fora de 5,7%. Não sei o que aconteceu naquele ano que eu não guardava direito a taxa de crescimento que tivemos. Normalmente eu considerava a desvalorização do final de 2002, como semelhante à desvalorização do início de 1983, e como houve crescimento de 4% em 1984, eu dizia que tinha havido crescimento de 4% em 2004. Só que o crescimento foi bem mais alto.

    Não é bom um país não crescer em um ano, como ocorrera no Brasil em 2003, e crescer muito no ano seguinte. Assim em minha avaliação esse crescimento exagerado de 5,7% fora fruto da barbeiragem do Banco Central que baixou as taxas de juro de modo muito rápido no segundo semestre de 2003. Com isso o crescimento em 2004 foi em ritmo acima do recomendado o que levou o Banco Central a ser obrigado a aumentar a taxa de juros, para evitar o recrudescimento da inflação.

    Pode também não ter sido barbeiragem. Como eu dizia que o Henrique Meirelles era presidente para inglês ver do Banco Central (Na verdade eu dizia que Henrique Meirelles era presidente do Banco Central para inglês ver, mas acho que escrita assim a frase dá a entender que o nosso Banco Central é para inglês ver, e o que eu queria dizer é que a presidência de Henrique Meirelles era que era para inglês ver), pareceu-me também que Lula fez pressão para baixar os juros ainda no segundo semestre de 2003, para facilitar a campanha política para as prefeituras em 2004.

    E por fim, talvez essas correções no PIB tenham duas serventias que muito me agradam. A primeira é que correções assim possam, em países de jornalismos mais responsáveis, levar um jornal como O Globo a publicar matéria com o título “Eu menti” referindo a quadro de Carga Tributária publicado nas vésperas da eleição presidencial. Não só o quadro fora inescrupulosamente montado para indicar visualmente um aumento da carga tributária que não visualizaria se o eixo dos y estivesse em escala (Aqui estou fazendo uma acusação com amparo apenas na minha memória e pode ser que o eixo dos y estivesse em escala uma vez que quem elaborou o gráfico é um economista de renome, e embora seja um PSDBista de sete costados, José Roberto Afonso, não me parece que poderia ser tão inescrupuloso assim) como os percentuais não corresponderiam à valores reais mesmo com o PIB menor do que se imaginava. Talvez quando formos informados sobre o PIB de 2012 e sobre o PIB de 2013 esses valores sejam corrigidos.

    Aliás, eu não ficaria insatisfeito com o governo se ele tivesse aumentado a carga tributária, pois eu sou a favor do aumento da carga tributária. E que se ressalte que era a redução da carga tributária uma das poucas críticas que eu fazia ao governo. É claro que o jornal O Globo não produziria a notícia, se os eleitores fossem favoráveis ao aumento da carga tributária, ou se os leitores do jornal O Globo pensasse como a mim.

    Não acerto quando tenho que escrever o nome do economista José Roberto Afonso e então fiz pesquisa na internet e achei a notícia saída no Jornal o Globo com o seguinte título “Carga tributária bate recorde e chega a 37,65% do PIB, diz estudo”. Só que esta matéria de autoria de Martha Beck é de 28/01/2014. O estudo é de autoria de José Roberto Afonso, e o que um colega me mostrou fora publicado no jornal O Globo, mas nas vésperas do primeiro turno ou do segundo turno.

    Eu já discorri sobre esse assunto antes. Junto ao post “Carga tributária atinge 35,95% do PIB em 2013” de sexta-feira, 19/12/2014 às 12:47, contendo matéria do Jornal GGN que informava que cálculos divulgados pela Receita Federal mostravam que a carga tributária fora de 35,86% em 2012 e 35,95 em 2013, eu enviei sexta-feira, 19/12/2014 às 17:41, um comentário do qual vale a pena transcrever um trecho e que vem logo após eu mencionar a reportagem do jornal O Globo nas vésperas da eleição e deixar o link para a matéria de Martha Beck de 28/01/2014. O trecho do meu comentário é o seguinte:

    “Recentemente o jornal Valor Econômico publicou matéria semelhante com o título “Carga de tributos deve ter pequena queda no ano”. A matéria foi publicada na edição de sábado, domingo e segunda-feira, 13, 14 e 15/12/2014 e era feita com base em informações de José Roberto Afonso. Pela reportagem a carga tributária deveria encerrar o ano em 37,2% ligeiramente abaixo do índice de 2013, de 37,31%.

    E agora vem a Receita Federal e diz que a carga tributária é de 35,95% do PIB em 2013, diminuindo em mais de 1 ponto percentual (Algo em torno de 60 bilhões de reais) a nossa carga tributária.

    E não há direito de resposta da Dilma no jornal O Globo? E o José Roberto Afonso vai procurar defender o seu nome de economista ou vai deixar por isso mesmo? E eu que voto no governante quando ele aumenta a carga tributária posso dizer que eu fui enganado?”

    O importante é que pelos índices da Receita Federal, a carga tributária caiu cerca de 2 pontos percentuais. E parece que há um vídeo de 16/10/2014 com o título “Carga tributária no Brasil chega a 37% do PIB” que saiu no Globo TV, mas a matéria da eleição eu nunca consegui acessar, mas lembro de o colega mostrar o gráfico que ele obtivera no jornal O Globo. Pode ser que o jornal O Globo não tenha produzido o quadro nas vésperas da eleição e apenas o colega tendo visto a reportagem na TV Globo tenha procurado uma reportagem na internet sobre o assunto e me passou o quadro.

    E muito me agradaria que na biografia do ex-ministro Guido Mantega constassem índices mais favoráveis do crescimento do PIB. Creio que enquanto não se fizer um estudo mais exaustivo do que aconteceu na economia brasileira no terceiro trimestre de 2013 para explicar porque uma economia que voltava a crescer pelo lado dos investimentos tivera uma queda absurda naquele período, a análise econômica da política posta em prática pelo ex-ministro Guido Mantega ainda será precária. Ainda assim, índices de crescimento do PIB maiores dos que são hoje conhecidos vão mostrar um retrato mais justo do ex-ministro Guido Mantega.

    Clever Mendes de Oliveira

    BH, 12/03/2015

    1. Alguns links relativos ao comentário anterior

       

      Luis Nassif,

      Deixo a seguir alguns links para os artigos e reportagens que eu mencionei em meu comentário de quinta-feira, 12/03/2015 às 18:08.

      Primeiro deixo o link para a reportagem “Carga tributária bate recorde e chega a 37,65% do PIB, diz estudo”, publicada no jornal O Globo em 28/01/2014, e que pode ser visto no seguinte endereço:

      http://oglobo.globo.com/economia/carga-tributaria-bate-recorde-chega-3765-do-pib-diz-estudo-11433593

      O segundo link é para o post “Carga tributária atinge 35,95% do PIB em 2013” de sexta-feira, 19/12/2014 às 12:47, aqui no seu blog e contendo matéria do Jornal GGN que informava sobre cálculos divulgados pela Receita Federal a respeito da carga tributária. O endereço do post “Carga tributária atinge 35,95% do PIB em 2013” é:

      https://jornalggn.com.br/noticia/carga-tributaria-atinge-3595-do-pib-em-2013

      A matéria do jornal Valor Econômico, “Carga de tributos deve ter pequena queda no ano” foi publicada na edição de sábado, domingo e segunda-feira, 13, 14 e 15/12/2014 e era feita com base em informações de José Roberto Afonso. Os autores eram Marta Watanabe e Camilla Veras Mota. Um link para essa matéria no jornal Valor Econômico, embora só seja disponibilizada na íntegra para os assinantes do jornal, é o que se segue:

      http://www2.valor.com.br/brasil/3822436/carga-de-tributos-deve-ter-pequena-queda-no-ano

      Trata-se de reportagem pequena que pode ser vista na íntegra no site do Sindifisco no seguinte endereço:

      http://www.sindifisco.org.br/noticias/carga-de-tributos-deve-ter-pequena-queda-no-ano

      E por fim, o vídeo de 16/10/2014 cuja chamada é “Carga tributária no Brasil chega a 37% do PIB” e que saiu no Globo TV pode ser visto no seguinte endereço:

      http://globotv.globo.com/inter-tv-rn/bom-dia-rn/v/carga-tributaria-no-brasil-chega-a-37-do-produto-interno-bruto/3700392/

      E lembro que não creio que o IBGE terá como apresentar um PIB com um percentual bem maior do que o que realmente ocorreu. Um PIB a maior em um ano vai muito provavelmente ser contrabalançado por um PIB menor no ano seguinte. Agora com a mudança de metodologia e principalmente levando em conta que a mudança de metodologia pode levar a que se incluam situações que antes não compunham o PIB, não será difícil que a mudança atinja até 2% do valor atual do PIB.

      Serve como exemplo de um aumento ou diminuição do PIB diz respeito ao modo de contabilizar uma renda proveniente de um imóvel de propriedade do morador. Suponhamos que uma nova metodologia passe a considerar como integrante do PIB uma renda assim. Enfim, imagino que ao término dessa reavaliação, a variação do novo PIB encontrado para 2014, não chegará a apresentar um PIB total superior a 2% do que o PIB que seja informado para 2014, na primeira estimativa que o IBGE deve apresentar no fim do mês de março. E não se pode esquecer que o valor definitivo do PIB de 2014 só será informado em 2016.

      Clever Mendes de Oliveira

      BH, 12/03/2015

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