Indústria de alto desempenho confirma perda de fôlego no primeiro trimestre

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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Estudo aponta perda de desempenho em todos os segmentos da cadeia

Jornal GGN – Em um momento em que é possível identificar sinais de que a indústria está achando seu “fundo do poço”, o desempenho apresentado pelo segmento de alta intensidade tecnológica denota que o mergulho na recessão já é considerado um dos maiores de sua história.

Ao se avaliar o desempenho no primeiro trimestre de 2016 da indústria por intensidade tecnológica, segundo classificação adotada pela OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), e mostra que desde 2003 a alta tecnologia nunca teve um início de ano tão ruim, conforme detalha artigo elaborado pelo IEDI (Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial).
 
A faixa industrial considerada de alta intensidade, que já vinha em uma trajetória de queda vertiginosa no ano passado, acelerou seu ritmo de retração em 2016. No primeiro trimestre, sua produção declinou 26,3% em relação a igual período de 2015, o que significa uma piora considerável frente ao patamar de queda de -19% dos últimos trimestres de 2015. “Também cabe notar que o resultado de sua produção neste primeiro trimestre foi muito pior do que aquele da indústria de transformação como um todo (-11,1%)”, diz a pesquisa do instituto.
 
As atividades do complexo eletrônico têm concorrido bastante para a queda do segmento de alta intensidade tecnológica: -34,6% no trimestre findo em março último. Já a indústria farmacêutica cresceu 0,9% em janeiro-março, provavelmente refletindo o fim do processo de ajustamento de estoques verificado na segunda metade de 2015 e a demanda por produtos para prevenção e combate às doenças transmitidas pelo aedes aegypti.
 
De acordo com os dados do IEDI, a produção da indústria de média-alta intensidade tecnológica caiu 21% no primeiro trimestre de 2016, mostrando uma relativa estabilização do ritmo de deterioração em relação ao resultado do último trimestre de 2015 (-21,5%). “Ainda assim, esse desempenho só não foi pior do que aquele do primeiro trimestre de 2009 (-25,2%), quando o segmento de média-alta liderou a contração da produção industrial”, afirma a entidade. 
A indústria de média-baixa intensidade tecnológica, por sua vez, recuou 10,7% em janeiro-março de 2016. A produção de bens metálicos, que inclui a siderurgia, e a de produtos de petróleo refinado, álcool e afins ditam o comportamento dessa faixa. A fabricação de produtos metálicos declinou 15,1% no contraste entre primeiro trimestre de 2016 e igual período de 2015. Já a de produtos do refino de petróleo e afins teve recuo de 1,3%.
 
A faixa de baixa intensidade foi quem sofreu o recuo menos agudo: -5,3% no confronto entre primeiro trimestre de 2016 e igual acumulado de 2015. Esse resultado é um dos piores para um primeiro trimestre de ano, mas significa um arrefecimento do ritmo de retração frente aos dois últimos trimestres de 2015 (-6,3% e -6,2% respectivamente).
 
“Afora os problemas econômicos pelos quais o Brasil já vinha atravessando, o conturbado ambiente político deteriorou ainda mais o quadro. A mudança de presidência, em definitivo ou não, não significa retomada automática de crescimento puxado, principalmente dos investimentos. Por essa razão é fundamental que a taxa de câmbio permaneça em um nível competitivo, favorecendo as exportações”, diz o IEDI.
 
Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

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