Intervenção no BC

Por Roberto São Paulo/SP

José Alencar defende intervenção política no BC

JB Online

BRASÍLIA – Maior entusiasta dentro do governo pela baixa na taxa de juros do Banco Central, o presidente da República em exercício, José Alencar, aproveitou nesta terça a ausência de Lula e cobrou, mais uma vez, um compromisso do Comitê de Política Monetária (Copom) para reduzir a Selic e ajudar o setor produtivo a retomar o crescimento. Para o vice-presidente, “a questão é política e não técnica”.

– Olha, eu não tenho nada contra o Comitê de Política Monetária. Nós trabalhamos com o regime de metas de inflação. Mas, eu não quero discutir com o Copom porque essa não é uma questão técnica, é política – ponderou Alencar, durante uma rápida entrevista coletiva, concedida no fim da tarde, no Palácio do Planalto, para em seguida atacar. – E o que temos que fazer é dar uma ordem ao Banco Central para que pratique uma taxa de juros de mercado. Nem mais, nem menos.

Luis Nassif

26 Comentários

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  1. Se bobear, o COPOM decide
    Se bobear, o COPOM decide manter a SELIC em 13,75% na próxima reunião apenas para reafirmar a sua independência e rechaçar a “ordem” de vice-presidente.

  2. Nassif, que os juros precisam
    Nassif, que os juros precisam cair, e urgentemente, todos estão ‘carecas’ de saber.

    Mas, será que pressionar publicamente o Banco Central é a melhor maneira de se conseguir isso? o BC já demonstrou em várias oportunidades que sempre que é criticado ou pressionado para que reduza os juros, os diretores se recusam a fazê-lo, até para mostrar que são independentes, de fato. Ou apenas por birra, mesmo.

    Então, penso que ou o Presidente Lula intervém no BC, nos bastidores, chamando o Presidente do BC e os seus diretores “as falas’ e dá uma ordem simples e direta (‘ou vocês reduzem os juros ou pedem demissão!’ seria uma ótima frase para se usar neste momento) ou então deixa o BC quieto e fazer o que quiser. Mas, creio que ficar pressionando publicamente o BC não vai dar certo… aliás, o próprio mercado financeiro já está prevendo uma queda de 0,5 p.p. da taxa Selic na próxima reunião do Copom. Então, creio que o momento de enquadrar o Copom já passou.

    Sabe como o Analista de Bagé resolveria esses problemas de autoafirmação do BC? É assim.

  3. A condução da Política
    A condução da Política Monetária já era um problema, a quebra de uma importante instituição americana em setembro de 2008, agravou a situação, por destruir o modelo usado pelos membros do COPOM para avaliar os vários cenários possíveis.

    O modelo aparentemente não comporta mudança brusca e alteração políticas. A atual crise é um exemplo, o processo eleitoral de 2006 é outro.

    Nas eleições de 2006 o Brasil não só superou uma grave crise política e institucional como afastou definitivamente o risco de renegociação da dívida pública, o que se refletiu nos enorme volume de investimento estrangeiro no Brasil, mas o modelo usado pelo COPOM só se deu conta no final de 2007.

    A atual crise econômica internacional é outro exemplo, desde de 2007 as várias intervenções do FED, o poderoso incentivo fiscal do Tesouro Americano no inico de 2008 já indicava que não estavamos diante de um problema qualquer, mas o COPOM continuou a tratar os diversos indicadores como se nada estivesse acontecendo, mesmo o recuo do BCE não foi levado em conta como sinal de que a situação estava se agravando.

    Agora já passado três meses da quebra de uma importante insttituição americana o BACEN não consegue sinalizar um posição, e mais anuncia claramente que continuará usando apenas os jurops da selic para controlar o nível da atividade econîmica e da inflação no Brasil, mesmo depois de ter liberado masi de quase 200 bilhões em compulsório bancário.

    Pior do que isso não parece perceber que, mais do que uma ruptura nas relações econômicas, está havendo uma profunda alteração na condução da Política Econômica no mundo, onde a referência não é mais o mercado, e sim o Estado quem vai partir de agora ditar os rumos da economia.

    E O COPOM é o Estado, mais até isso parece que precisamos avisar. Eles estão perdidos. E isso é desesperador.

  4. Nassif eu gosto do
    Nassif eu gosto do presidente,

    Agora o Lula justificaria meu voto se ele fizesse algumas voltas ao mundo bem devagarinnnnnnnnnnnnnnnho… Para dar tempo do vice conversar baixinho com os meninos do BC…esses garotos estão precisando de um “puchão de orelhas.”

  5. O Governo Lula tem que dá é
    O Governo Lula tem que dá é uma contra-ordem ao Copom para baixar os juros e não uma ordem. É que o BC só recebe ordem dos banqueiros privados nacionais e estrangeiros e não do governo.Agora, imagine se o BC tivesse conseguido legalmente a tão almejada independência. Entretanto, é notório que na próxima reunião do Copom os juros vão baixar, não porque o governo quer, mas, sim, por falta de justificativa técnica, política e ética.

    Edmar Melo

  6. É, mais uma vez só uma
    É, mais uma vez só uma notinha já que a notícia é boa:
    “Na ata da sua reunião de dezembro, o Fed destacou o crescimento da economia brasileira no terceiro trimestre. Segundo ele, o PIB brasileiro “continuou a se expandir rapidamente” em um momento em que “a atividade econômica da maioria dos mercados emergentes se desacelerou agudamente”. O PIB do Brasil cresceu 6,8% no terceiro trimestre, 0,6 ponto percentual mais que nos três meses anteriores, e foi o único que se acelerou no período entre as 20 maiores economias globais.”(FSP 07/01/2009)
    Se fosse: ” FED critica politica brasileira de gastos execssivos…..” dava até Plantão do JN, com comentários de Miriam Pig.

  7. Acho que não precisaria de
    Acho que não precisaria de ordem do Gov. para o BC abaixar os juros, é somente o BC lembrar que tem que trabalhar para os BRASILEIROS (a maioria) e não somente para os banqueiros, investidores/exploradores do mercado.

    (apesar do BC e afins, acho que hoje pode ser o começo de um 2009 promissor para mim) está nas mãos de JC.

  8. Parabéns ao José Alencar, ice
    Parabéns ao José Alencar, ice presidente.

    O Lula poderia tirar umas férias prolongadas e deixar Alencar governar o BC por uns dois meses. Meirelles voltava para o Bank of Boston rapidinho – de onde não deveria ter saído.

  9. Quando se fala que faltam
    Quando se fala que faltam nomes de peso, que faltam lideranças além de Lula, esquecem-se de José Alencar. Suas intervenções nas plenárias do senado sempre me chameram a atenção, pela objetividade e profundidade. Parecia até que nenhum preconceito o atingia: não havia considerações ideológicas para ele, que se norteava apenas pelos interesses do país. Quando ele apoiou Lula, percebí que a eleição estava ganha. Foi uma fenda muito profunda na unanimidade conservadora. E não esqueço de suas palavras: Eleger Lula será entregar o poder ao povo brasileiro. Foi tratado como um traidor de sua classe. Tem um cancer, mas isto não é problema. Também tenho um, há dez anos. Se ele fosse candidato eu, paraibano,e ele mineiro, votaria nele sem hesitação.

  10. “Mas, eu não quero discutir
    “Mas, eu não quero discutir com o Copom porque essa não é uma questão técnica, é política ”
    Não entende nada de economia monetária esse senhor. Afinal de contas, o que ele faz no governo alem de criticar o COPOM?

  11. Será que algum dia, mesmo que
    Será que algum dia, mesmo que seja numa auto-biografia, o Lula vai contar os detalhes da indicação de Meirelles para o BC? Na conta de quem foi a indicação? Houve alguma contrapartida? O que seria o “resgate” caso fosse demitido?

    Lula deve essa explicação aos seus eleitores, pois foi a única área em que Lula não governou e tem o potencial de destruir todos os méritos de seu governo.

  12. Parabens Jose Alencar, sempre
    Parabens Jose Alencar, sempre corajoso na defesa dos interesses nacionais. Concordo que seria muito bom pro pais, deixa-lo responsavel por alguns assuntos nevralgicos que o Lula, aparentemente, nao tem estomago para resolver. Me lembro bem, durante o mensalao, alguem ter dito que o PSDB efetivamente recuou da estrategia de detonar o Lula ate’ tira-lo da presidencia so’ mesmo porque tinham mais medo do Alencar (transformar a politica economica do pais).

  13. “…pois foi a única área em
    “…pois foi a única área em que Lula não governou…”

    uhauhauhauhauhauhauhauha

    O bom desse espaço, também, é que está lotado de piadistas.

    O problema é que causa aflição ver como as pessoas gostam de se enganar.

    Quando faltam dois anos para o fim do mandato de um total de OITO vcs realmente acham que alguma coisa vai mudar…?

    Caiam na real.

    O Lula é uma das maiores figuras que esse país já produziu.

    A repercussão de seus atos talvez seja entendida somente dentro de algumas décadas.

    Mas ele está longe…MUITO LONGE de ser indefectível.

    O erro de análise é clamoroso quando aponta para a excelência administrativa.

    O Lula é MUITO MAIS um símbolo do que um bom administrador.

  14. Intervenção no BC?

    É prá
    Intervenção no BC?

    É prá ontem!

    José Alencar é um herói que tem a coragem de denúnciar sistematicamente este roubo institucionalizado.

    Ele poderia ser apenas mais um destes “industriais” que aprenderam a viver na mamata do rentismo… mas não.

    Ele sabe muito bem o mal que faz para o Brasil esta aberração!

  15. Leio que muita gente entende
    Leio que muita gente entende que o BC por birra e por teimosia mantém alta a taxa Selic, colocando o fato como uma questão de auto-afirmação. Ledo engano! Isso não é brincadeira!
    A taxa está altal? Claro! O maior sonho do BC é baixá-la, sem dúvida, o que poderá fazê-lo agora em vista dos claros sinais de arrefecimento de pressões inflacionárias que ora ocorrem. Talvez, a redução chegue a 0,5%, não mais do que isso. Mexer nessa taxa é mais ou menor como manobrar o timão de um transatlântico, que muda de rota lentamente, sem guinada.

  16. Papo furado Alvim.
    O BC não
    Papo furado Alvim.
    O BC não baixa os juros porque é instrumento daqueles que ganham muito dinheiro com os juros siderais.

    O BC é o instrumento do maior roubo institucionalizado que ocorre hoje no Brasil.

    E sempre contou com amplo apoio da “elite” e da mídia-corporativa para cometer este crime contra o Brasil.

    Precisava baixar uns 3pts… em Outubro!

  17. Nassif, o problema é esse,
    Nassif, o problema é esse, sempre foram decisões políticas.
    A “independência do BC”, foi decisão política (agradar o mercado e aos que tinham medo do que o governo poderia fazer)
    A escolha do presidente do BC, foi uma decisão política (entregaram ao “Inimigo”, o posto, para despreocupar o mercado……..)
    As reuniões do COPOM, tomavam decisões políticas(controle da inflação , incrementar confiiança, e captação de recursos no mercado,etc…)
    Assim foi, que o BC tomou a última decisão política,(de interesse dele, inclusive futuro…), trocou de “chefe”, o governo, pelo “mercado financeiro”(claro, era este quem mandava)
    Agora, o novo chefe está “gravemente ferido”, precisando do auxílio do chefe anterior, ATRAVÉS do BC. (Vai haver promiscuidade).
    Esse BC que aí está, não sabe o que, e como fazer. È outra maneira de pensar, para agir.
    È a melhor hora para se fazer mudanças, sem traumas (outra decisão política). Sdc,

  18. Chega de deuses! Pelo fim da
    Chega de deuses! Pelo fim da farsa do faz de contas de banco central “independente”! Os meninos do deus (Consenso de Washington) mercado deram com os burros na água e passou da hora de acabar com a proposital safadeza imposta a quem paga a conta! A imprensa que apoiou toda esta porcaria deveria perder o direito a concessão por crime de responsabilidade!

  19. Independente dos méritos de
    Independente dos méritos de intervenção política, se é o momento de subir ou descer a SELIC, imagino que o maior problema dos altos juros no Brasil ainda é o spread. Posso estar errado, mas se não estiver, como se resolveria esse problema?

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