IPCA fecha 2014 em 6,41%, próximo ao teto da meta

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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Jornal GGN – O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou o ano de 2014 em 6,41%, acima dos 5,91% apurados no ano anterior, segundo dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O resultado ficou próximo do teto da meta estabelecida pelas autoridades, que era de 6,50% – sendo que o centro da meta era de 4,50%, com dois pontos de tolerância para mais ou para menos.

Na análise dos números anuais, as despesas com Habitação foram as que mais aumentaram, superando em 8,80% o que se gastava em dezembro de 2013, muito por conta dos preços de energia elétrica, cujas contas subiram 17,06%, em média, enquanto haviam apresentado queda de 15,66% em 2013. Ainda no grupo Habitação, outros itens relevantes no orçamento das famílias ficaram mais caros, a saber: artigos de limpeza (10,74%), mão de obra pequenos reparos (10,02%), aluguel residencial (9,35%), condomínio (7,59%) e gás de cozinha (4,86%).

Embora Habitação tenha liderado as variações de grupo, foi Alimentação e Bebidas, cuja alta ficou em 8,03%, que liderou o ranking dos impactos, com 1,97 ponto percentual (p.p). Juntos, estes dois grupos foram responsáveis por 51% do IPCA do ano, somando 3,24 p.p. A alta dos alimentos vem sendo observada nos últimos anos, tendo mostrado certo recuo de 2013 para 2014, ao passar de 8,48% para 8,03%.

As despesas com Alimentação e Bebidas (8,03%) se encarregam de parte significativa do orçamento das famílias (24,86%) e os preços dos principais produtos consumidos aumentaram em todas as regiões pesquisadas, sobretudo em Goiânia, onde a alta foi de 10,69%, seguido do Rio de Janeiro, com 10,02%. Vitória registrou o menor aumento, com 6,07%.

Considerando somente os alimentos adquiridos para consumo em casa, a alta foi de 7,10%. Vários produtos ficaram mais caros de um ano para o outro, com destaque para a alta de 22,21% no item carnes, o mais elevado impacto individual no IPCA do ano, detendo 0,55 p.p. Sobre os alimentos consumidos fora de casa, a taxa de crescimento foi maior, ficou em 9,79%. O item refeição fora, com aumento de 9,96%, se colocou no segundo lugar dos principais impactos, com 0,50 p.p.

A segunda maior variação de grupo foi registrada em Educação, que fechou 2014 em 8,45%. As mensalidades dos cursos regulares aumentaram 8,87%, enquanto os cursos diversos (idioma, informática, etc.) ficaram com 8,09%.

A seguir vieram as Despesas Pessoais, com alta de 8,31%. Pelos serviços dos empregados domésticos as famílias passaram a pagar rendimentos mais elevados em 10,54%. Outros itens que pressionaram o grupo foram hotel (10,42%), manicure (9,73%), jogos lotéricos (9,05%), cabeleireiro (8,39%), cigarro (7,20%) e serviços bancários (6,32%).

O grupo Saúde e Cuidados Pessoais, que fechou o ano em 6,97%, foi afetado pelo item plano de saúde (9,44%), cujas mensalidades continuaram em elevação. Além dele, registraram-se também altas nos preços dos serviços médicos e dentários (8,88%), dos serviços laboratoriais e hospitalares (6,44%), dos artigos de higiene pessoal (6,25%) e dos remédios (4,93%).

Os Artigos de Residência, com taxa de 5,49%, apesar da queda de 5,55% no item TV, Som e informática, tiveram influência de fortes aumentos nos preços de outros itens como eletrodomésticos (10,59%) e conserto de artigos de casa (10,01%).

Os grupos Transportes (3,75%), Vestuário (3,63%) e Comunicação (-1,52%) foram os que apresentaram as menores variações em 2014. O grupo Transportes, por se constituir no segundo de maior peso no orçamento das famílias (18,43%) e registrar variação bem abaixo da média, teve forte influência na formação do IPCA do ano. As tarifas dos ônibus urbanos situaram-se em 3,85%, com ocorrência de reajuste em sete das 13 regiões pesquisadas. Nos combustíveis, a variação ficou em 2,94% e também influenciou o IPCA do ano. O litro da gasolina ficou com preços 2,89% mais altos nas bombas, na maior parte em consequência do reajuste de 3% ocorrido nas refinarias em 07 de novembro. Já o etanol apresentou taxa de 1,97%.

Quanto aos preços dos automóveis, enquanto os novos subiram 4,62%, os usados ficaram 2,10% mais baratos. Já o serviço de conserto de automóvel teve elevação de 8,59%.

Dentre os índices regionais, o maior foi o da região metropolitana do Rio de Janeiro (7,60%), pressionado pelos itens empregado doméstico (13,78%), refeição fora (11,61%) e aluguel residencial (11,07%). Já o índice mais baixo foi o de Salvador (5,76%), onde os alimentos consumidos em casa apresentaram a taxa de 4,52%, bem abaixo do resultado nacional (7,10%).

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

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