Juros para pessoas físicas chegam a 54,3% em fevereiro

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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Jornal GGN – A taxa de juros para pessoa física voltou a subir: segundo levantamento divulgado pelo Banco Central, a taxa cobrada nas contratações com recursos livres (que podem ser aplicados livremente pelos bancos) alcançou 54,3% ao ano, após aumento mensal de 2,3 pontos percentuais (p.p.). O valor apurado é o maior desde março de 2011, quando a série histórica do BC teve início.

De acordo com os dados divulgados, o desempenho do indicador foi influenciado pela evolução do custo nas modalidades aquisição de veículos (+1 ponto), crédito pessoal não consignado (+0,6 ponto) e cheque especial (+5,2 pontos) – no caso do cheque especial, a taxa média anual chegou a 214,2% ao ano em fevereiro, o maior valor apurado desde março de 1996, quando a taxa havia ficado em 217,71% ao ano. No crédito direcionado, a taxa média das operações com as famílias recuou 0,6 ponto percentual no mês, para 7,6% ao ano, refletindo a redução de 1 ponto percentual no custo médio dos financiamentos imobiliários com taxas reguladas. A taxa de juros média para o segmento subiu 0,8 p.p. no mês e 1,8 p.p. em doze meses, situando-se em 32,8% ao ano.

Os juros do cartão de crédito também contribuíram para o resultado. As taxas ficaram em 78,7% ao ano no mês passado, os maiores desde abril de 2011. Eles cresceram 7,8 pontos percentuais em relação a janeiro e 7 pontos percentuais em 12 meses. O cálculo dos juros do cartão leva em conta as taxas para o crédito rotativo e o crédito parcelado. As primeiras ficaram em 342,2% ao ano, o maior valor desde o início da série histórica em março de 2011. As taxas do cartão parcelado foram 112,6% ao ano, o maior valor desde outubro de 2012.

Nos empréstimos às empresas, a taxa média de juros alcançou 18,1% ao ano, após elevação de 0,7 ponto no mês e de 1,5 ponto em doze meses. Nas operações com recursos livres, o indicador avançou 0,9 ponto no mês, situando-se em 26,1% ao ano, com destaque para o aumento de 0,7 ponto no custo médio tanto do capital de giro quanto dos adiantamentos sobre contratos de câmbio. No crédito direcionado, a taxa média das operações com pessoas jurídicas alcançou 8,7% a.a., após aumento de 0,2 p.p., repercutindo o crescimento de 0,4 p.p. na taxa referente aos financiamentos do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) para investimentos.

O spread bancário referente às operações com recursos livres e direcionados aumentou 0,6 ponto no mês e 1,4 ponto em doze meses, situando-se em 16,6 pontos percentuais. Os indicadores relativos aos segmentos de pessoas físicas e jurídicas situaram-se em 23,6 pontos e 9,2 pontos, respectivamente. No crédito livre, o spread atingiu 28,3 pontos. (+1,1 ponto), situando-se, no crédito direcionado, em 3 pontos (+0,1 ponto).

A inadimplência com recursos livres para pessoas físicas e jurídicas ficou em 4,4% em fevereiro, estável tanto em relação a janeiro quanto na comparação com o mesmo mês do ano passado. No crédito às famílias, o indicador alcançou 3,8% (+ 0,1 p.p. no mês), enquanto, nas operações às empresas, permaneceu estável em 2%. Nos segmentos livre e direcionado, a inadimplência manteve-se estável em 4,4% e 1,1%, respectivamente.

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

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