Levy recebe apoio do FMI para ajustes na economia brasileira

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Jornal GGN – As iniciativas do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, começam a ter impacto no cenário internacional. Essa foi a constatação na reunião do FMI (Fundo Monetário Internacional), até este domingo (19). O próprio Fundo declarou apoio à política econômica brasileira, ainda que consciente dos desafios. 
 
Do Estado de S. Paulo
 
Levy consegue acalmar comunidade financeira
 
Por Altamiro Silva Junior, Daniela Milanese – Enviados especiais
 
Embora as preocupações com a economia brasileira continuem, medidas adotadas pelo ministro da Fazenda receberam elogios em evento do FMI
 
WASHINGTON ­ Apesar das persistentes preocupações com a economia do Brasil no cenário internacional, as medidas de ajuste adotadas recentemente trazem a visão de que os problemas estão sendo enfrentados e começam a acalmar a comunidade financeira no
exterior. Essa foi a percepção captada durante a reunião de Primavera do Fundo Monetário Internacional (FMI), encerrada neste domingo, 19, em Washington.
 
A receptividade melhora, sobretudo, em razão da presença do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, cortejado por investidores e participantes do encontro. O próprio FMI fez declarações de apoio à política econômica brasileira, embora aponte para os diversos desafios enfrentados atualmente.
 
“A política econômica que foi aplicada (no Brasil) é uma combinação de política fiscal séria com ancoragem de expectativas de médio prazo. O que vemos como resultado nas nossas previsões é um crescimento negativo neste ano se tornando positivo no ano que vem”, afirmou a diretora­gerente do fundo, Christine Lagarde.
 
O Brasil vem adotando os ajustes necessários para lidar com o novo quadro econômico, avalia o Banco Mundial. “O Brasil está fazendo o que tem de fazer”, disse o economista­chefe para América Latina e Caribe do órgão, Augusto de la Torre.
 
Entre os presentes ao encontro de Primavera, ficou visível a desenvoltura com a qual Levy circula em Washington, onde inclusive já atuou. Durante uma agenda carregada por reuniões com investidores e encontros bilaterais com ministros de diversos países, as medidas
de ajuste fiscal adotadas em seu mandato receberam elogios. Para o economista­chefe do Itaú Unibanco, Ilan Goldfajn, o clima sobre o Brasil no exterior está mudando. “Não sabemos se é temporário ou permanente.”
 
Apesar do aumento da disposição em relação ao Brasil, os problemas não deixaram de ser apontados. Ao contrário, alguns alertas foram significativos. O FMI voltou a reduzir as projeções de crescimento da economia brasileira e agora prevê contração de 1% este ano para o Produto Interno Bruto (PIB) e crescimento de 0,9% em 2016. Em janeiro, quando o Fundo divulgou suas últimas estimativas para a economia mundial, a expectativa era de que o Brasil fosse crescer 0,3% em 2015 e 1,5% no ano que vem. O Brasil teve o maior corte nas estimativas entre os principais países avançados e desenvolvidos.
 
Além disso, o FMI revisou para baixo a perspectiva de crescimento potencial do Brasil, que é quando o país cresce sem gerar inflação. A projeção caiu de 3% para 2,5% ao ano.
 
Política social. O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, destacou neste domingo, 19, no FMI, que o Brasil está tomando decisões difíceis e fazendo um ajuste das contas públicas de modo a garantir uma base para o crescimento. Questionado pela plateia sobre os efeitos da política fiscal para os mais pobres, Levy afirmou que a responsabilidade fiscal é uma proteção para as pessoas de baixa renda. Segundo o ministro, depois da crise de 2008, o Brasil adotou medidas anticíclicas que, em seguida, se esgotaram. “O País mudou para políticas menos acomodatícias”, disse, durante o debate.
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

20 Comentários

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  1.  
    Na verdade, se o FMI está

     

    Na verdade, se o FMI está apoiando, esta é uma péssima notícia para o povo brasileiro. Embora, a Angela Dorothea Merkel concorde também com o FMI. Prefiro ficar com o novo governo Alexis Tsipras da Grécia.

    Levamos anos sendo apoiados pelo conluio Washington & FMI x FHC. Sabemos muito bem a merda em que nos atolava, sem poder investir nem numa micro-barragem. Aliás, estão ai até hoje, alguns desses competentes tucanos e seus choques de gestão, fudendo com São Paulo, e com Paraná. Ao menos os mineiros, resolveram dar com o pé na bunda do corrupto Aecioporto e no seu “choque de gestão”de merda.  Livraram-se do vadio e raivoso derrotado.

    Orlando

  2. Não sabia que ainda

    Não sabia que ainda precisávamos do aval do FMI, para mim isso era coisa do passado do tempo de FHC.

    Isso não é bom.

    Quando FMI começa a dá pitaco, sabemos o que isso pode significar.

    Contenção, cortes, ajustes seja lá que nome dão, nas contas, principalmenta na área social.

    Sai fora FMI !!!

    1. Ensaboado

      Mesmo usando esse fundo abutre de países, fhc jamais foi elogiado por ele. E Clinton, que passou um sabão em fhc! Tanto que até hoje fhc ainda solta bolhas pela boca.

    1. Mas o Brasil é sócio

      Mas o Brasil é sócio fundador, tem uma das vinte diretoria executivas e hoje a nossa brasileirissima Carla Grasso é Diretora Gerente Adjunta do Fundo, somos da casa, qual o problema? Quer ser mendigo em baixo da ponte ou sócio do Country Club?

  3. num acredito que o governo

    num acredito que o governo lulopetista de Dilma trouxe à baila de volta ao passado a velha hegemônia das ordens e desordens, na economia financeira brasileira, orquestrada auditada dirigida pelo vilão FMI.

    sem chance!

  4. Nada a ver. O FMI não tem

    Nada a ver. O FMI não tem acordo financeiro com o Brasil. O apoio é apenas um  gesto elegante de Madame Lagarde.

  5. É engraçado isto:

    [depois das explanações Levyanas] “O FMI voltou a reduzir as projeções de crescimento da economia brasileira e agora prevê contração de 1% este ano para o Produto Interno Bruto (PIB) e crescimento de 0,9% em 2016. Em janeiro, quando o Fundo divulgou suas últimas estimativas para a economia mundial, a expectativa era de que o Brasil fosse crescer 0,3% em 2015 e 1,5% no ano que vem. O Brasil teve o maior corte nas estimativas entre os principais países avançados e desenvolvidos.

    Ou seja, sem saber o que faríamos (em janeiro), o FMI tinha como projeção uma expectativa de crescimento de 0,3% do PIB em 2015 e crescimento de 1,5% em 2016, agora, já sabendo dos planos Levyanos, corrigiu as expectativas para contração de 1% do PIB em 2015 e crescimento de 0,9% em 2016… Piorou, portanto.

    Será mesmo que, conforme diz o título da matéria, o Levy recebeu apoio do FMI?

    Não é o que parece.

    1. Nada a ver. A projeção é um

      Nada a ver. A projeção é um prospectiva do que pode acontece dentro da realidade.

      O apoio refere-se ao conjunto de medidas que o Ministro toma em forma de ações decisorias.

      1. Entendi

        Mas da forma como foi encadeado o texto, transmite a impressão de que as perspectivas das projeções pioraram depois de dado a conhecer o “plano de ajuste”, o que até pode ter tido como resultado manifestações de “apoio”, principalmente da parte dos que sabem que ganharão com isso (os rentistas), mas não “apoio” no sentido de que essas medidas a serem implementadas são positivas e melhoram as expectativas.

        As expectativas, ao menos de curto prazo e de janeiro para cá, pioraram.

  6. A elite é depedente ALQUÍMICA

    A elite é depedente ALQUÍMICA de frases ditas por membros de governos americanos e orgãos multilaterais de financiamentos.

    Uma frase como: “Embora as preocupações com a economia brasileira continuem, medidas adotadas pelo ministro da Fazenda receberam elogios em evento do FMI” soam como metal para aqueles que querem nos convencer que ainda somos dependentes do FMI!

     

  7. Pra quem trabalha Levy.

    Se olhamos para o retrovisor, veremos indicadores macroeconômicos de 2015 caminhando para o abismo , muita semelhança como o péssimo 1999 depois herança maldita de FHC para FHC ( que recebeu a casa sob controle der Itamar). 2015 Dilma repete  escolhas erradas da equipe econômica que levarão o país para o abismo econômico, recessão, desemprego, venda das ultimas joias da coroa, aumento do endividamento publico. 

    https://jornalggn.com.br/blog/jose-renato-o-sampaio-lima/sera-que-dilma-esta-refem

    .

     Levy não explicou por que resolveu aceitar Ministério da Fazenda do Governo Dilma , nem declarou em quem votou para a Presidência. Será que vai seguir o exemplo de Sarney.  Levy demonstra, sem o menor pudor, que que trata a economia e prioridades do pais tal se uma empresa privada  fosse e foca ações para maximizar o retornos dos investidores estrangeiros e dos banqueiros , com o aumento de de pagamentos de juros  e depreciação dos ativos brasileiros, para facilitar a privatização da CEF e Petrobras , Itau e Bradesco e capitalistas estrangeiros tem somente elogios para o governo Dilma conduzido por Levy.

     

  8. O Ministro Levy em

    O Ministro Levy em entrevista-seminario que passou na Bloomberg disse que agora são os fundos de pensão que devem financiar a infra-estrutura, convidando os FUNDOS DE PENSÃO estrangeiros a essa oportunidade.

    Foi-lhe perguntado sobre os escandalos de corrupção na Petrobras e o Ministro respondeu que isso é uma prova de transparaencia.

    A coisa não é tão simples. Voce convida alguem para uma festa mas nessa festa a Plicia dá batida a toda a hora e prende gente, vc iria à festa? Claro que não. Enquanto não parar essa escandalização da Lava Jato, não vem ninguem.

     

  9. O Levy é mais uma escolha

    O Levy é mais uma escolha errada da Dilma.

    Esse cara vai estragar o que já estava ruim.

    É sentar e esperar o desastre.

     

  10. E daí?

    Claro que o FMI apoia, com apoiou FHC, o lamentável, a Grécia (não agora), Portugal, Espanha etc. O apoio do FMI é prova irrefutável que o ajuste é lesivo aos interesses da maioria, logo, do Brasil.

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