Fórum avaliou impactos da exploração do pré-sal em Santos

Setor de P&G movimentará no Brasil R$ 354 bi até 2015

Por Lilian Milena, Do Brasilianas.org

A Petrobras é a principal investidora de gás natural e petróleo no país, mas não é a única no setor. Existem mais 38 empresas nacionais e outras 38 estrangeiras atuando na cadeia de exploração e distribuição de P&G no Brasil.

O BNDES prevê que R$ 354 bilhões serão movimentados pelo setor entre 2012 e 2015. Goret Pereira Paulo, diretora do Núcleo de Energia da FGV, avalia que o país corre o risco de não aproveitar todos esses recursos no crescimento de outros setores industriais, tendo em vista as complexas relações de diálogo entre estados e municípios e as leis que envolvem a exploração e distribuição no Brasil. Ela participou do 38º Fórum de Debates Brasilianas.org, realizado na última terça-feira (30), em Santos (SP).

Para Goret a exigência de que a Petrobras administre 30% de todas as reservas dos blocos brasileiros, é enxergada pelo mercado “como um gargalo ao desenvolvimento do pré-sal e não como um incentivador”, tendo em vista as incertezas em torno da capacidade da companhia de operar todo esse montante. “Isso não irá refletir nos números de empresas que querem participar das licitações, mas no valor que será pago [pelas empresas vencedoras sobre a exploração dos blocos]”, pondera.


Goret Pereira Paulo Foto: Ignacio Lemus/ADV

No dias 14 e 15 de maio estão previstas rodadas para concessão de 289 blocos em onze estados brasileiros de petróleo e gás natural. Pelo menos, 71 empresas de 18 países manifestaram interesse pelas ofertas.

Goret concorda que esses dados comprovam que o setor petrolífero está atraindo investimentos para o território nacional, por outro lado, aponta que as regiões metropolitanas com potencial no setor de P&G ainda não possuem planos claros em termos de políticas públicas para atender às novas demandas sociais.

O prefeito da cidade de Santos, Paulo Alexandre Barbosa, também convidado para o fórum Brasilianas.org, destaca que, até 2025, cerca de 420 mil habitantes serão atraídos para a Baixada Santista, hoje com 1,6 milhão de habitantes.

A cidade de Santos possui 22% da população da Baixada Santista, mas concentra 50,5% dos empregos da região. Mais de 99% da população ocupa 39% da área insular, próxima ao mar. “Santos também é a cidade mais verticalizada do país, 63% dos imóveis são apartamentos, enquanto a média nacional é de 15%, o que traz uma série de impactos”, completou Barbosa.

As primeiras ações pensadas para acompanhar o crescimento sócioeconômico é a expansão do Porto de Santos. O prefeito avalia que isso será possível sem grandes transtornos territoriais, aproveitando a parte continental da cidade, menos concentrada em termos de população. Já o principal gargalo, o trânsito, deverá ser melhorado com investimentos de R$ 290 milhões do governo Federal para a infraestrutura rodoviária na entrada do município.

Também existe um projeto para a construção do metrô de superfície com investimentos de R$ 1 bilhão do governo do Estado. As obras serão iniciadas ainda em maio, segundo o prefeito. “A expectativa é que a primeira etapa do VLT [Veículo Leve sobre Trilhos], que irá de Santos a São Vicente, esteja operando no próximo ano”, diz.


Paulo Alexandre Barbosa Foto: Ignacio Lemus/ADV

Luis Nassif

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