Menor produção e fim de choques tarifários ajudam a conter inflação, diz Tombini

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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A queda na produção e o fim do choque de preços administrados (como energia e combustíveis) ajudarão a segurar a inflação em 2016 e garantir a convergência do índice oficial de preços para o centro da meta em 2017, disse o presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini. Em discurso na reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), ele declarou que a desvalorização do real está contribuindo para melhorar a competitividade do país.

“Nos próximos trimestres, dois importantes fatores levarão ao declínio da inflação. Primeiro, a razão entre os preços administrados e os preços livres está em um patamar próximo ao fim da década passada, de modo que os ajustes dos preços administrados em 2016 tendem a ser substancialmente menores do que os vivenciados em 2015”, discursou o presidente do BC. “Segundo, o hiato do produto deverá reduzir a pressão inflacionária em 2016, limitando a propagação da inflação para horizontes mais longos.”

Para Tombini, a instabilidade na economia global e “pressões geopolíticas” agravaram as incertezas da economia para este ano. Ele afirmou que a capacidade da política fiscal e monetária de impulsionar o crescimento esgotou-se, mas destacou que o ajuste nas contas externas, provocado pelo aumento da quantidade exportada e pela diminuição das importações, está trazendo efeitos positivos para o país no médio prazo. Segundo ele, a indústria brasileira está cada vez mais competitiva.

“Os ganhos de competitividade desse processo para a economia nacional são indiscutíveis. A título de exemplo, destaco a redução de mais de 40% no custo unitário do trabalho na indústria, quando medido em dólares, desde o pico registrado em meados de 2014.”

De acordo com o presidente do BC, a recuperação seria mais rápida se as condições externas estivessem melhores. Ele citou a desaceleração da economia chinesa, que reduz o preço das commodities (bens agrícolas e minerais com cotação internacional), e a demora na recuperação da zona do euro, dos Estados Unidos e do Japão como fatores que complicam o crescimento da economia global e afetam fortemente países emergentes como o Brasil.

A reunião do CDES ocorre desde o início da tarde. Com 47 empresários e 45 representantes da sociedade civil e das centrais sindicais, o conselho é um fórum de discussão sobre medidas a serem adotadas para recuperar o crescimento econômico. Segundo o ministro da Casa Civil, Jaques Wagner, deverão ser feitas quatro encontros no ano. O próximo será em abril. As informações são da Agência Brasil.

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

10 Comentários

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  1. Com uma inflação entre 6,5 e

    Com uma inflação entre 6,5 e 7% em 2016, a selic deveria ser de 9% no final deste ano. A economia do governo será de R$ 100 bilhões de reais ou mais. Problema fiscal resolvido.

     

     

     

     

    1. Viu a gritaria quando o BC

      Viu a gritaria quando o BC simplesmente manteve a taxa SELIC atual (a maior taxa nominal dos últimos 10 anos)? Duvido que a atual diretoria faria essa redução de 5 pontos em 11 meses.

      Além disso, temos a maldita indexação que vai se encarregar de transportar para 2016 boa parte da inflação de 2015, mesmo que não tenhamos mais choque cambial ou aumentos nos preços administrados.

      O que precisa mudar é a mentalidade. Enquanto ficarem nessa de ligar diretamente inflação (não importa a causa) com taxa de juros, a recuperação será a passo de tartaruga (se houver).

  2. Divagações sobre o que sei de economia mundial em macroquestões

    Há uns 15 anos atrás frequentava um site americano que discutia assuntos políticos e econômicos, no site existia um forum, o DR forum, que não existe mais e acreditem ou não, desapareceu da Net sem deixar o menor vestígio, logo uma coisa vocês podem ter certeza, é possível se apagar todas as informações que circulam no mundo virtual, ou pelo menos deixarem elas invisíveis para nós, usuários comuns.

    Neste forum, onde eu era o único brasileiro explícito, comentavam uma plêiade de investidores e economistas que me ensinaram praticamene tudo que sei de macro-economia e geo-política mundial, não um ensino formal, mas um bate papo, onde com meu Inglês macarrônico fui me enturmando e esclarecendo como o mundo gira prá valer. Muitos do site eram ligados a uma associação chamada GATA, mas não era um site deles e sim da Agóra publicações, que foi vendida.

    Se eu posso dizer uma característica do forum era seu viés cínico, humorista e cético com relação ao desenrolar dos fatos, como muitos por aí, mas a semelhança encerra-se por ai, pois as informações que eram postas em discussão eram de tal ordem, sofisticação e antecipação, que até hoje não encontro paralelo em nenhum site que frequento, para se ter uma idéia, mesmo o pessoal do I-tulip não dava para o gasto, o grau de conhecimentos e informações que os frequentadores dispunham era de tal ordem que na época o petróleo estava ainda abaixo dos US$ 100,00 o barril e iria subir a quase US$160,00 nos anos seguintes e lá já se discutia o empoçamento do dinheiro, as idéias do Keynes em fazer buracos e depois tapá-los e um tal de “shale oil”, que eu traduzia por xisto, mas não tinha a mais pálida idéia do que era.

    Contada parte da história, vamos ao que diz respeito ao comentário que o Tombini fez para sua platéia.

    Primeiro que ou o Tombini não têm informações realmente privilegiadas do que ocorre no mundo, ou ele considera  seu público um bando de morons, que não merecem respeito, nem consideração e assim fala só obiviedades ultrapassadas, sem nenhuma repercursão no futuro econômico do Brasil. Na minha opinião, ambos.

    Segundo que este conselho só ganha mídia se os outros biombos do Pão & Circo atual negarem fogo, não serve para nada de útil ou bom para o povo e a nação. Pura perda de tempo.

    Terceiro, o Brasil precisa ser pensado com a antecedência que o pessoal do DR tinha nos assuntos que realmente fazem a diferença para uma nação, se nós e aqui falo tanto no particular do blog, como do governo brasileiro, não conseguirmos ter acesso aos assuntos macro econômicos que irão moldar o ambiênte econômico do planeta, então é melhor jogar a toalha e se associar a um país que consiga e assim dar um Norte e um Rumo para nossas políticas.

    Por último, para não dizer que perdi meu otimismo, ainda acho que dá para reagir se a Dilma fizer a reforma ministerial com 14 pastas e 72 secretarias e criar as 100 zonas de produção especial, de no mínimo 100 hectares cada, onde colocaremos todo o potencial brasileiro para o trabalho, inovação e indústria para produzir riquezas para os brasileiros.

    Acorda, Dilma!

     

    1. O PT perdeu para os rentistas…

      O Governo realizou desonerações, segurou o preço dos combustíveis, retirou impostos…mas não fez o dever de casa.

      Um dos deveres era ver porquê reduzindo o IPI dos automóveis o preço do veículo permaneceu o mesmo.

      Outra coisa é não ter paciência para esperar mais para ver os resultados da política econômica tomada no segundo mandato do Lula e primeiro mandato da Dilma. São decisões novas para esperar resultado em curto espaço de tempo.

      Sobre o último parágrafo concordo plenamente. O Brasil é terra virgem…e possui robustez para erguer a economia nacional.

      1. Petróleo, IPI e carros, há algo de podre no Reino da Dinamarca

        Muito estranho que a Dilma era a presidênte do conselho da Petrobrás e não viu nada, nem ficou sabendo de nada.

        Custo a acreditar que seja verdade, mas se for, ela foi escolhida a dedo pela sua touperice.

        A Petrobrás, que se auto-intitula uma companhia de ENERGIA, ser pega no contrá-pé como foi é no mínimo tão suspeito quanto a não verificação dos preços dos carros depois da isenção do IPI.

        O Nassif, chapa branca como é, não vai levar adiante esta discussão, mas que é vital para o Brasil, qualquer um pouco mais informado percebe.

         

        The only question is whether we are able to look reality in the eye and face what is coming in an orderly fashion, or whether it will be disorderly. Debt jubilees have been going on for 5,000 years, as far back as the Sumerians. (Willian White, former Ceo BIS 19/1/2016)

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  3. Pelo  amor  de  Deus  onde

    Pelo  amor  de  Deus  onde  ses  tombini  se  formou  em economia?  QUEDA NA  PRODUÇAO  DIMINIU A INFLAÇAO? ONDE  JA  SE  VIU  ISSO.  se  a produçao  cai  é  claro e  certo que a  inflaçao  cresce.  onde  nao  ha  produçao  nao  ha  consumo  se nao  existe consumo  é porque  a inflaçao  esta muito alta.  Nao sou formado em  economia, mais  me formar  com  um  pensamento  igual  ao do  Tombini  prefiro  ficar  analfabeto. 

  4. Queda na produção é queda na

    Queda na produção é queda na OFERTA, a teoria classica indica o contrario do que diz Tombini, com escassez de produtos a lógica é MAIS e não menos inflação.

    Deve ter havido algum mal entendido na entrevista.

  5. “A queda na produção e o fim do choque de preços administrados”

    Antes eu tinha dúvidas se o problema dos gestores economicos no Brasil era de ignorância ou esperteza. Agora tenho certeza de que são os dois, com a preponderância do segundo. 

    Como disse o fulano “A queda na produção e o fim do choque de preços administrados” é o que reduziu a inflação. Agora pergunto, Qual a participação na queda de inflação dos preços (equivocadamente) administrados  e em quanto a queda de produção contribuiu para isso?

    Fosse técnico, acredito que se apresentaria assim (números hipotéticos tomados por presunção dos noticiários economicos):

    Inflação – 10%

    Componente 1 – Preços administrados = 6 pontos percentuais do total de 10%

    Componente 2 – Redução da atividade econômica = 3 pontos percentuais de 10%

    Componente 3 – Inflação residual (sazonalidade, inércia ou qualquer outro) = 1 ponto percentual de 10%

    Fosse honesto, reconheceria que é um grande equívoco, pelo custo que causa à política e à sociedade, a recessão anulando qualquer benefício.

    Pela primeira vez em minha vida, inacreditavelmente concordo plenamente com o A.A. Redução de atividade não soluciona inflação, só a produção que o faz. E nesse quesito o trabalho (seja trabalho empregado ou empreendedor) perde feio para os rentistas com essa política economica. E é essa a intenção, ou esperteza.

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