Cenário: Mercado fecha o dia em alta; quinta-feira tem agenda mais fraca

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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Jornal GGN – Depois de um dia bastante instável, o mercado de ações encerrou a quarta-feira mantendo o ritmo de alta apresentado ao longo dos últimos dias. O Ibovespa (índice da Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros de São Paulo) fechou as operações em alta de 0,29%, aos 56.429 pontos e um volume financeiro negociado de R$ 8,3 bilhões.

 

As primeiras negociações do dia vieram embaladas pela divulgação do IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – 15) mensal abaixo das expectativas – o índice que é a prévia da inflação oficial chegou a 0,46%, abaixo dos 0,51% vistos em março, ao passo que o total em 12 meses foi de 6,46% -, mas a expectativa mais intensa estava em torno do discurso do presidente do Federal Reserve (o Banco Central dos Estados Unidos), Ben Bernanke, que acabou por sinalizar que os estímulos econômicos são necessários para sustentar a retomada, mas que o ritmo será reduzido se for preciso.

 

“O mercado deu uma reviravolta: começou em alta nas primeiras três horas do dia, com a expectativa pela fala do Bernanke, e depois disso o pessoal deu uma acalmada, aproveitando para realizar os lucros”, comenta a economista Larissa Gatti, da corretora Souza Barros.

 

Depois do pronunciamento, o foco do acompanhamento ficou concentrado na ata da última reunião do FOMC (Federal Open Market Committee, o Copom norte-americano), que ressaltou a necessidade de se registrar mais evidencias de que a economia está se recuperando antes de caminhar para a redução do programa de compra de ativos.

 

Quanto ao comportamento da inflação, o resultado do IPCA-15 acabou por afetar mais o mercado de DI, que acabou por subir um pouco também sob influência da fala do presidente do Banco Central brasileiro, Alexandre Tombini, na Câmara dos Deputados. Na ocasião, o representante do BC afirmou que a entidade vai atuar “até as últimas consequências” para manter a inflação dentro da meta. Para o operador-sênior da corretora TOV, Luis Morato, “a credibilidade do BC está bastante comprometida, porque não se consegue manter a inflação abaixo da meta”.

 

“A bolsa deu uma recuperada um pouco rápida, e acredito que ela pode se acomodar e voltar um pouco. Se os Estados Unidos continuarem a cair, talvez a Bovespa caia um pouco, mas para ganhar força para romper a barreira dos 57 mil pontos”, pontua Morato.

 

De acordo com Larissa, a bolsa brasileira apresentou uma boa sequência de alta, e o pregão chegou a bater os 57 mil pontos, mas não conseguiu sustentar o ritmo. “O investidor está com vontade de ter alta, mas está com o pé atrás realizando lucros. E ficamos bem voltados para a economia norte-americana – não oscilamos tanto com os indicadores econômicos, mas qualquer espirrada de lá nós sentimos aqui”.

 

Para esta quinta-feira, o mercado ainda vai repercutir os dados da ata do Federal Reserve, o que deve levar a algum ajuste de posicionamento. Em termos de agenda, destaque para os dados da Pesquisa Mensal de Emprego (PME) do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e para a agenda norte-americana, que vai acompanhar os números do mercado de trabalho. “Qualquer resultado fora da linha será malvisto. Não é um destaque, mas o pessoal vai acompanhar”, pontua o analista da TOV. E olho também no mercado de juros, por conta da proximidade da reunião do Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central), programada para os dias 28 e 29 de maio.

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

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