Negócios nas redes crescem mesmo com crise no Brasil

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Foto: Reprodução

Por Pedro Zambarda de Araujo

Do offline para online, negócios brasileiros cresceram em diferentes setores mesmo com a crise

Do Diário do Centro do Mundo

O Uber recentemente se envolveu num escândalo com a escritora Clara Averbuck, que denunciou estupro de um de seus motoristas no final de agosto. A polêmica reacendeu o debate sobre a falta de regularização do aplicativo, que não fornece o treinamento ideal de seus funcionários e não fiscaliza os seus serviços.

No entanto, independentemente das críticas que recebeu, o app mudou para sempre o custo do transporte particular nas grandes metrópoles, cortando mais da metade do preço das corridas. E a mudança não aconteceu apenas com o Uber e ela está modificando diversos outros setores dentro do nosso país.

Lancei no dia 13 de setembro o meu livro “Internet Heroes Brasil: As empresas nacionais que constroem um novo mercado trilionário” (Geração Editorial/Jardim dos Livros, 196 páginas). No material fiz 11 perfis de empresas O2O, que são os negócios “online to offline”, ou seja, companhias que fornecem serviços digitais baseados em práticas fora dos computadores e da internet.

Um dos principais concorrentes do Uber no Brasil, a 99, antiga 99taxis, fornece treinamento aos seus motoristas e chegou a ter uma valorização calculada em US$ 10 milhões e entrou no radar de investimentos da Qualcomm Ventures. Na modalidade 99POP, ela oferece carros particulares e não taxis para o consumidor, assim como faz o aplicativo Uber.

Mas há diferentes setores da economia brasileira que são impactados positivamente pelos negócios O2O. A empresa Loggi criou um serviço de motoboys que atende tanto clientes corporativos quanto a pessoa física. Já o app Truckpad integram os motoristas autônomos de caminhão para que eles trabalhem da melhor forma pelas estradas brasileiras.

Sites como Ingresso.com também entraram no segmento de O2O para otimizar a venda de tíquetes pela internet, assim como o HelpSaúde facilita na consulta de procedimentos médicos por planos privados e outras modalidades. E serviços mais de nicho como DogHero permitem que o usuário saiba onde hospedar seu bicho de estimação com assistência 24 horas por dia.

Há histórias de empreendedores que começaram num cubículo e hoje empregam centenas de funcionários nestes serviços digitais. É o caso da aplicação GetNinjas que organiza serviços terceirizados de todos os tipos, de pedreiro até designer e programadores de acordo com a geolocalização do seu celular. Isso facilita para o cliente, que busca o profissional mais próximo, e o freelancer, que chega rapidamente ao trabalho contratado.

O empresário Cristiano Soares conta no livro como foi criar o app Vaniday para conectar serviços cosméticos saindo do escritório montado na casa de sua mãe para abrir filiais fora do Brasil. “O que tentei foi justamente humanizar a relação com cabeleireiros, manicures e todos os profissionais envolvidos num salão.

Continue a leitura no DCM.

Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

3 Comentários

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  1. A capacidade crítica está cedendo à pressão neoliberal.

    Ao olhar artigos escritos no Diário do Centro do Mundo, do Brasil247 e finalmente aqui no GGN vejo que a capacidade crítica das pessoas está sendo perdida para a massificação da propaganda neoliberal no mundo e no Brasil. Isto se constata ao verificar a forma triunfante escreverem loas ao livro “Internet Heroes Brasil” de Pedro Zambarda, onde a notícia passa batida como se fosse a Uberização da economia o destino inevitável do mundo.

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    Quantos artigos contra a terceirização e a precarização do trabalho foram escritos e comentados nestas três plataformas digitais ditas “PROGRESSISTAS (???)”, porém quando aparece uma ode ao “máximo maximorum” da precarização do trabalho, da terceirização e de um capitalismo sem risco e sem capital, mas que fica com 25% da mais valia do trabalho de cada um dos “colaboradores” (uma forma de chamar os empregados sem precisar nenhuma responsabilidade sobre eles) os comentários sobre esta excrescência capitalista não aparecem. Mesmo com o ápice da exploração moderna, não há praticamente nenhum comentário contrário aos títulos revelam que a fantástica economia dos aplicativos está vencendo a barreira da crise. Como? Detalharemos.

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    Provavelmente não há comentários, pois, os comentaristas usuais gostam de sentar suas bundas nos taxis-digitais e viajarem tranquilamente contribuindo para a colocação de mais um prego na desgraça que se avizinha sobre o trabalho.

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    A Uberização da economia consiste simplesmente em transferir para o trabalhador todas as responsabilidades, e daqui há trinta ou quarenta anos quando uma geração destes chegarem ao fim de sua capacidade de trabalhar 12 a 14 horas por dia para simplesmente sustentar os acionistas milionários da Uber e congêneres estaremos num dilema, ou deixaremos as pessoas morrerem sem aposentadoria ou serviços médicos ou talvez aí surja uma nova geração de pessoas mais solidárias e conscientes dos que os comentaristas de nádegas gordas atuais, e estes terão que sustentar todo este passivo trabalhista criado ao longo de uma geração para não deixá-los morrer de fome ou de doenças curáveis. . Na Uberização da economia trabalha com o conceito que alguém entra com o trabalho, o equipamento, a responsabilidade de tudo que acontece com ele, enquanto isto, este capitalista que teve uma ideia há anos e conseguiram pela propaganda disponível nas boas revista, livros, programas de TV e finalmente nas reportagens dos Blogs “Progressistas”. Durante esta inação oligopólios de fato vão se firmando para tirar o suco do trabalhador e levar para a empresa 25% dos rendimentos sem precisar nem de capital!

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    Este artigo pode parecer que tem um ranço Ludista, mas quando vemos que um agricultor da idade média no século XIV trabalhava no máximo 1440 horas por ano, ou mesmo chegava a ter três meses de descanso anuais ou mais, enquanto nos dias atuais em quase todo o mundo o trabalhador trabalha em média entre 1700 a 1900 horas por ano, podemos até pensar que os Ludistas tinham lá suas razões, pois entre na idade média seis horas e doze é a metade do trabalho.

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    Mas não se preocupem com os motoristas do Uber, pois segundo pesquisa desenvolvida pela Universidade de Oxford “How susceptible are jobs to Computerisation, de Frey & Osborne (2013)” de 702 profissões catalogadas 172 tem a probabilidade igual ou maior do que 90% de serem extintas pela robotização, e com os motoristas esta probabilidade em 2013, quando foi escrito o artigo, já era de 89% e nos dias atuais esta probabilidade deve estar em torno de 100%, logo eles não chegarão a idade de aposentadoria, terão que achar outra coisa ao longo do tempo.

    1. Caro, senhor!
      Nao reme contra

      Caro, senhor!

      Nao reme contra a mare, 95% das minhas compras sao feitas pela internet, por que eu iria comprar mais caro se na web eu consigo comprar tudo, por muito  menos?  Nunca ouviste falar na revolucao 4.0, ou quarta revolucao industrial?  Pra seu espanto, eu e a torcida do flamengo e do corinthians tambem so andamos de uber, e estamos muito satisfeitos.  O futuro e a web, atualize-se!  Ao inves de vociferar por uma coisa que nao tem mais como retroagir, procure por alternativas viaveis que possam fazer frente e essas inovacoes, e apresente-as a sociedade.

       

      1. Em micro se uma empresa baixa os custos ela fica rica, mas …

        Em micro se uma empresa baixa os custos ela fica mais rica, mas em macro se todas as empresas baixam os custos todos ficam mais pobres!

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