Nos últimos meses o BNDES financiou mais de 400 mil empresas,só para pequenas empresas foram mais de R$ 30 bilhões

Mantega: Governo evitará forte valorização do real (06/08/10)

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, reafirmou hoje (06/08) que o governo esta atuando para evitar uma forte valorização do real. “Com a economia sólida era inevitável que ele se valorizasse até certo ponto, porém não podemos permitir exageros”, disse o ministro durante entrevista coletiva após cerimônia de inauguração de novo maquinário de emissão de notas na Casa da Moeda, no Rio de Janeiro.

Segundo o ministro, existe uma tendência de desvalorização das moedas em vários países. “O dólar, o iene e o euro se desvalorizaram. Isso traz uma desvantagem comercial muito grande”, avaliou. Mantega afirmou que o governo tem admitido certa valorização já que o País adota o câmbio flutuante. Mas ponderou que a equipe econômica procura coibir abusos para a valorização da moeda.

Para Mantega há uma estabilidade, uma redução da volatilidade do real. “Nós podemos ver que nos últimos quatro ou cinco meses o real tem permanecido recuado em US$ 1,70. Nós estamos conseguindo cumprir o objetivo de dar mais estabilidade e menos volatilidade ao real. Mas ele continua como moeda flutuante”.

Para Guido Mantega é razoável que e o real continue flutuando na faixa que se encontra há vários meses e lembrou os reflexos para o segmento exportador. “É claro que o setor exportador gostaria de ter uma moeda mais desvalorizada e nós gostaríamos também que a moeda chinesa fosse mais valorizada. Mas tudo depende da dinâmica do mercado cambial internacional”.

O ministro também comentou o resultado da inflação que está próxima de zero. Ele lembrou que no início do ano, quando os índices de preços subiram, não se tratava de inflação de demanda, mas de choque de oferta de alimentos em função das chuvas.

“Está demonstrada a tese que nós defendemos desde o início do ano que a inflação vinha subindo por causa de um choque de oferta de alimentos, em função das chuvas, que levaria a um aumento momentâneo dos preços”. Mantega repetiu que a economia brasileira não tem inflação de demanda. “A economia não está superaquecida. Mais uma vez caiu o IPCA. Vamos terminar o ano com a inflação sob controle e crescimento relativamente elevado”.

Na avaliação de Mantega a inflação não precisa necessariamente estar no centro da meta (4,5%), mas próximo a ela. “A minha impressão é de que ela ficará entre 5% e 5,2%, ou seja, 0,6 ou 0,7 ponto percentual dentro da margem de tolerância”.

BNDES – O ministro da Fazenda refutou as críticas de que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) empresta dinheiro a poucas e grandes empresas e que não há transparência na divulgação dos custos ao Tesouro. Segundo ele, o empréstimo ao BNDES foi um dos principais instrumentos para enfrentar a crise internacional em 2008 e 2009, aliado à redução de impostos e outras medidas anticíclicas.

Para Mantega, as medidas foram bem sucedidas. “Nós emprestamos ao BNDES em torno de R$ 200 bilhões com taxas de juros melhores e mais competitivas, repassados para o setor privado”. Para ele, o setor só conseguiu reagir rapidamente à crise graças aos recursos do banco de investimento.

“O Brasil ainda é um dos países com as taxas de juros mais altas do mundo. Para sermos competitivos temos que ter taxas de juros mais baixas. Só o BNDES tem dado financiamento de longo prazo com taxas de juros menores”, declarou.

Ao negar o favorecimento a um pequeno grupo de empresas, Mantega citou que nos últimos meses o BNDES financiou mais de 400 mil empresas (pessoa física e jurídica). “O BNDES empresta para quem tem bom projeto. Eu não sei por que resolveram criticar. Mas a resposta esta aí na manifestação de vários empresários que vêm a público dizer o quanto foi importante o banco ter atuado no País”, disse, referindo-se a uma carta divulgada ontem (05/08) pelos principais jornais do País e assinada por 12 entidades empresariais.

Sobre as críticas de falta de transparência nos custos do BNDES, Mantega disse serem infundadas porque a instituição apresenta relatórios mensais sobre quais os setores ele financiou, o volume de recursos e os juros. “Só para pequenas empresas foram mais de R$ 30 bilhões que o BNDES emprestou. Tudo com total transparência. Quem falar o contrário está mal informado”.

Conforme Mantega, o Ministério revelou qual é o subsídio que o governo dá ao BNDES, como foi a equalização e a taxa de juros. “O BNDES emprestava a 4,5% .a.a de juros e nós pagávamos a diferença de juros para 8,5% a 9% a.a., que é a taxa de captação do banco. Isto está perfeitamente explicitado de modo que há transparência” .

Mantega comentou ainda sobre a suposta carta apócrifa cujo conteúdo foi divulgado por um órgão de imprensa citando, entre outras informações, que sua filha Marina Mantega, teria feito tráfico de influência junto ao Banco do Brasil. “Você daria crédito a uma carta apócrifa? O que eu acho estranho é um jornal respeitável transformar carta apócrifa em dossiê num passe de mágica. Acho que faz parte da campanha eleitoral porque nenhum jornal que se preze daria crédito a uma carta apócrifa que, aliás, não traz nada de substancial”.

http://www.fazenda.gov.br/audio/2010/agosto/a060810b.asp

Redação

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