Nuclep completa 30 anos com previsão de lucro recorde em 2010

 

Rio de Janeiro – Com previsão de ter o maior lucro da sua história e da retomada da construção da Usina Nuclear Angra 3, a Nuclebras Equipamentos Pesados S.A. (Nuclep) comemorou hoje (6) os 30 anos de operação da fábrica em Itaguaí, na região metropolitana do Rio de Janeiro. A Nuclep é uma empresa estatal, ligada ao Ministério da Ciência e Tecnologia, e está num processo de recuperação de projetos.

De acordo com o presidente da Nuclep, Jaime Cardoso, a empresa vive o melhor momento e terá este ano o maior lucro de sua história, de aproximadamente R$ 500 milhões, graças à retomada de projetos nacionais após o período de estagnação que o setor enfrentou nos últimos anos.

Segundo ele, o programa nuclear brasileiro foi desativado na década de 80, por pressões internacionais e devido “à falta de um projeto de nação”. “Agora a Nuclep está sendo contratada pela Eletronuclear para fazer equipamentos importantes para a Usina Nuclear Angra 3, além de outras encomendas. Nós estamos com encomendas de cascos de submarinos, de equipamentos nucleares, encomendas da Petrobras”, destacou Cardoso.

Ele acrescentou que o único projeto de exportação atualmente na Nuclep é de equipamentos para uma empresa argentina. Ele destacou que a fábrica está preparada para receber grandes encomendas.

“Temos grandes equipamentos, os investimentos principais já estão feitos, nós estamos agora modernizando os equipamentos”, disse. “O Brasil tem conquistado no cenário internacional uma posição de soberania e de respeito que tem permitido ao país retomar o seu programa nuclear com a seriedade e o respeito das demais nações. As empresas estão reunidas nesse esforço e estamos esperando, além da construção de Angra 3, mais usinas para atender o futuro da demanda energética do Brasil”, acrescentou o presidente da Nuclep.

Criada em 16 de dezembro de 1975, a fábrica tem como objetivo projetar, desenvolver, produzir e comercializar componentes pesados para usinas nucleares e para os setores de construção naval e exploração de petróleo e gás em águas profundas.

http://agenciabrasil.ebc.com.br/ultimasnoticias?p_p_id=56&p_p_lifecycle=0&p_p_state=maximized&p_p_mode=view&p_p_col_id=column-1&p_p_col_count=1&_56_groupId=19523&_56_articleId=1014727

 

Do Site da NUCLEP


LOCALIZAÇÃO

A Fábrica da NUCLEP encontra-se situada no Município de Itaguaí – RJ, a 85 km a sudoeste da Cidade do Rio de Janeiro, às margens da Rodovia Rio-Santos (BR-101), do ramal ferroviário da MRS e próxima ao litoral. Tal localização constitui especial vantagem de acesso à Fábrica da NUCLEP por rodovia, ferrovia e via marítima. A NUCLEP possui ainda um Terminal Portuário Privativo “roll-ron, roll-off”, para cargas indivisíveis de até 1.000 toneladas, ligado à Fábrica por uma via de acesso privativo de 3 km de extensão, especialmente pavimentada para suportar cargas de até 39 toneladas por eixo de carreta.

Localização

 

ÁREAS DE ATUAÇÃO

 

I – NUCLEAR

No setor nuclear, foi a responsável pelo fornecimento de equipamentos para a usina nuclear Angra 2 (acumuladores e condensadores), pela retubagem dos condensadores para a usina nuclear Angra 1, e pela fabricação do pressurizador de Angra 3. Além disso, fabricou o primeiro reator nuclear naval, tornando-se pioneira em nacionalizar a tecnologia para fabricar e montar vasos de pressão com especificações nucleares.

Sendo uma empresa que trabalha com tecnologia de ponta, os serviços da Nuclep foram solicitados também para projetos fora do país. Fabricou, por exemplo, o vaso de pressão do reator da usina nuclear Atucha 2, na Argentina e dois Contadores de Radiação de Corpo inteiro – “Whole Body Unit” – sendo um para o Governo de Cuba e um para a CNEN.

Um dos grandes feitos da empresa foi a fabricação do primeiro conjunto de “racks” supercompactos para usinas nucleares construído no Brasil. Os equipamentos foram produzidos para Angra 2 e entregues em junho de 2001.

Acumuladores da usina nuclear Angra 2      Pressurizador da usina nuclear Angra 3

Acumuladores da usina nuclear Angra 2                                     Pressurizador da usina nuclear Angra 3

Vaso de Pressão de reator para propulsão nuclear naval      Vaso de Pressão do reator da usina nuclear Atucha 2 - Argentina

Vaso de Pressão de reator para propulsão nuclear naval – Vaso de Pressão do reator da usina nuclear Atucha 2 – Argentina

 

Fabricação e instalação dos "racks" supercompactos para a usina nuclear Angra 2 

Fabricação e instalação dos “racks” supercompactos para a usina nuclear Angra 2

 

Dois Geradores de Vapor Substitutos para a Usina Nuclear Angra 1, entregues em março/2008


Imagem do gerador      Imagem do gerador
Corte longitudinal do gerador

Na  área de pesquisa nuclear, a NUCLEP vem participando do Projeto IRIS (International Reactor Innovative and Secure) constituído por um consórcio internacional de Empresas, Laboratórios e Universidades de 10 países, que tem como objetivo projetar um reator nuclear de quarta geração. 

O Projeto IRIS é de fundamental importância para a NUCLEP, na medida que proporciona a atualização tecnológica na área nuclear.

II – NÃO-NUCLEAR

Em outro segmento, a empresa se destacou na fabricação dos cascos resistentes dos submarinos da Marinha Brasileira. A partir de 1986, a NUCLEP iniciou o desenvolvimento da tecnologia de fabricação de cascos resistentes para a produção em série de submarinos. A empresa desenvolveu processos próprios altamente sofisticados de soldagem e fabricação, construiu dispositivos, equipamentos e protótipos.O resultado veio em novembro de 1993, quando a Marinha inaugurou o Tamoio, o primeiro submarino de fabricação nacional, com seu casco fabricado pela NUCLEP. Desta forma, o Brasil entrou para o restrito grupo de países que detêm a tecnologia para fabricação destes veículos marítimos. A NUCLEP já fabricou casco resistente para outros três submarinos: Tapajó, Timbira e Tikuna. Destaca-se, ainda, pelo pioneirismo e desenvolvimento tecnológico na fabricação de uma câmara hiperbárica para o Cenpes – Petrobras, cuja aplicação principal é no sistema de exploração e de produção de petróleo em águas profundas.

Cascos resistentes para submarinos   

Usinagem de testeiras de moinhos para plantas de mineração no Canadá, em parceria com a Dedini

 

Cascos resistentes para submarinos –  Usinagem de testeiras de moinhos para plantas de mineração no Canadá, em parceria com a Dedini


Fabricação parcial e montagem total do conjunto distribuidor e regulador de vazão para a UHE de Socorro - SP, para a Ansaldo- Coemsa 
    

Fabricação parcial e montagem total do conjunto distribuidor e regulador de vazão para a UHE de Socorro – SP, para a Ansaldo- Coemsa

 

III – OFFSHORE 

A NUCLEP fabricou a Viga Cantilever para a Plataforma Autoelevatória P-3 da Petrobras. Trata-se de uma estrutura metálica de 345 toneladas, fabricada em três partes separadas, que foram unidas a bordo da plataforma. O objetivo da viga é flexibilizar os serviços da plataforma, permitindo que os trabalhos realizados no fundo do mar sejam feitos fora da região das suas “pernas” de sustentação, reduzindo o risco de acidentes.Em 2005, a NUCLEP, por meio de contrato firmado com a empresa BRASFELS, inicou a construção dos módulos estruturais do casco da Plataforma P-51 da Petrobras, cuja tecnologia de fabricação foi totalmente desenvolvida pelo corpo técnico da Empresa.A execução dessa obra representa um marco na indústria brasileira, não só pelo seu pioneirismo e pela sua importância tecnológica de fabricação, mas também pela contribuição ao país na geração de empregos.


Fabricação da Viga Cantilever para a plataformaP-III da Petrobras   Fabricação dos blocos do casco da P-51
Transporte dos blocos do casco da P-51    Transporte dos blocos do casco da P-51

 

IV – MOTORES PARA NAVIOS

Em 16/12/2005, a NUCLEP e a empresa Wärtsilä Switzerland Ltd. assinaram um acordo de licenciamento (cooperação técnico-industrial) pelo qual a NUCLEP poderá comercializar e fabricar, em suas instalações, em Itaguaí-RJ, motores de dois tempos de última geração para propulsão naval, destinados a navios de grande porte, tipos Suezmax, Aframax, Panamax e de Produtos, com base engenharia e “know-how” da Wärtsilä, empresa que detém a mais avançada tecnologia nesse segmento industrial.  

A intenção da NUCLEP é orientar a fabricação para atender prioritariamente o mercado nacional, mas poderá também atender ao mercado internacional cuja demanda por motores de propulsão naval vem crescendo. Pelo acordo assinado com a Wärtsilä, a NUCLEP deve estar produzindo de 6 a 10 motores / ano já em 2009.

Desde 1996 não se fabrica tais motores no Brasil e esta iniciativa contribuirá para aumentar o conteúdo nacional dos navios construídos em estaleiros nacionais, em especial os contratados pela TRANSPETRO. Além deste benefício para o país, a NUCLEP prevê a contratação de profissionais especializados que no passado trabalharam com construção de motores navais, além da celebração de acordo de cooperação com universidades que tenham núcleo de tecnologia neste segmento.

O acordo prevê treinamento, assistência técnica para a construção do primeiro motor, e assistência comercial e de marketing para a obtenção dos primeiros contratos.

O plano de desenvolvimento da construção de motores de propulsão na NUCLEP está dividido em duas fases. Na primeira fase, a NUCLEP montará os motores a partir de peças fabricadas por outros licenciados da Wärtsila. Na segunda fase, a NUCLEP fabricará obrigatoriamente o bloco do motor e também outras peças que forem economicamente viáveis de serem fabricadas na NUCLEP. 

Motores para Navios

MOTORES PARA NAVIOS

 

ESCOLA DE FÁBRICA

A NUCLEP foi inaugurada em 8 de maio de 1980, e atualmente é uma das maiores caldeirarias pesadas do mundo. Por se tratar, na época, de tecnologia de fabricação pioneira no país, sua absorção e fixação exigiu pessoal qualificado em níveis e padrões muitas vezes inexistentes no nosso mercado de trabalho. Assim, foi estratégica a decisão de constituir o Centro de Treinamento Técnico para formar e desenvolver parte da sua mão-de-obra, especialmente aquela cuja atividade requer o nível de escolaridade do Ensino Fundamental.

Escola de Fábrica     Escola de Fábrica

 

Este Centro de Treinamento, atualmente, Escola de Fábrica, forma mão-de-obra especializada na área metal-mecânica para atender, fundamentalmente, às necessidades da Empresa, onde são preparados, planejados e desenvolvidos programas de formação, treinamento e aperfeiçoamento da mão-de-obra, para menores aprendizes e adultos, visando ao aprimoramento do trabalho executado na fábrica.

O treinamento ministrado e o constante aperfeiçoamento, combinados com a experiência adquirida em trabalhos já executados, tornam a NUCLEP preparada e qualificada para desenvolver suas próprias soluções técnicas e operar tanto na sofisticada área de fabricação de componentes nucleares quanto na fabricação convencional.

Consciente de seu papel de agente indutor da formação de mão-de-obra especializada às atividades de formação de jovens para o primeiro emprego, a NUCLEP gera a sua própria mão-de-obra qualificada dentro dos padrões exigidos pela Empresa em atendimento às suas necessidades fabris, além de dotar o país de reserva técnica, atendendo ao cumprimento dos compromissos referentes às estratégias de demanda específica para as indústrias nuclear e pesada brasileiras.

O reconhecimento externo para com o trabalho de responsabilidade social da Empresa, que vem sendo apoiado pela Secretaria de Educação do Estado do Rio de Janeiro e pela Prefeitura do Município de Itaguaí/RJ, manifestou-se em 2005, por meio das seguintes conquistas:

– o Acordo celebrado com o Ministério da Educação – MEC que permitiu a inclusão do desenho pedagógico do Curso de Formação Profissional ministrado pela Empresa no Programa Federal de Escola de Fábrica, onde a Empresa tornou-se parte integrante da Rede Nacional de Escolas de Fábricas, onde a meta é instalar 500 escolas de Fábricas, formando mil jovens nos diferentes segmentos do mundo do trabalho;

– a obtenção do Selo de Responsabilidade Social 2004 do CREA/RJ, para o Projeto Primeiro Emprego Tecnológico desenvolvido pelo Centro de Treinamento Técnico da NUCLEP, hoje Escola de Fábrica, por meio do seu Curso de Formação Profissional, ministrado desde 1978.

http://www.nuclep.gov.br/index.php

Redação

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