O câmbio de Antonio Ermírio

Há uma confusão corrente sobre câmbio.

De repente vem Antonio Ermírio e diz que o câmbio está bom para o alumínio; vem a indústria de calçados e diz que o câmbio está quebrando tudo. Não existe um câmbio de equilíbrio igual para cada setor.

Vamos entender a lógica do câmbio.

O preço que o exportador recebe por seu produto é aquele pago no mercado internacional pelo importador, em dólares, convertido em reais pela cotação que ele consegue.

Imagine dois exemplos:

1. O produto A custa US$ 1.000,00 no mercado internacional, com o dólar a R$ 2,30. O exportador vai receber R$ 2.300,00

2. De repente, por conta do efeito China, o mercado internacional passa a pagar US$ 1.800,00 pelo produto. E o dólar cai para R$ 2,00. O exportador irá receber R$ 3.600,00, mesmo com a apreciação do dólar.

O que está ocorrendo hoje em dia, pelo efeito China, é o aumento de preço de todas as commodities internacionais. Commodities são produtos padronizados – como o alumínio, minério de ferro, produtos siderúrgicos, petróleo, celulose, soja etc. – que têm algumas características em comum.

A primeira, é que suas cotações são cíclicas. A períodos de alta se seguem períodos de queda. O atual ciclo de alta é mais longo por conta da emergência da China.

Ao contrário dos manufaturados, os commodities absorvem pouca mão de obra, seu ciclo tecnológico é lento, e sua cadeia produtiva é curta. Seus ganhos não se espalham pela economia da mesma maneira que as manufaturas. Ele não consegue gerar muita mão de obra especializada.

Por isso mesmo,

Em períodos de fortes altas nos preços das commodities, o país passa a receber muitos dólares. Esse aumento do ingresso dos dólares derruba sua cotação (é o que está ocorrendo hoje). Os produtores de commodities ficam tranqüilos, porque o aumento do preço do produto foi mais que proporcional à baixa do câmbio. Se começam a reclamar do câmbio, correm o risco, inclusive, de que o governo venha a criar algum fundo para retirar o excesso de dólares que seu setor gera.

Mas, com a apreciação do câmbio, os setores de manufatura (indústria de transformação), que empregam mais pessoas, que espalham mais riqueza, que necessitam de recursos para inovação, se ferram. Como o Brasil não tem produtos de ponta, a estratégia adequada consiste em conquistar mercado com produtos similares aos dos grandes concorrentes, e preços menores. Depois, à medida que a indústria vai crescendo, vai sofisticando, incorporando tecnologia, design e outras inovações.

Vamos a um exemplo inverso sobre o que ocorre com essa indústria quando o câmbio despenca:

1. O produto manufaturado e vendido por US$ 1.000,00 no mercado internacional com o dólar a R$ 2,40. O empresário fatura R$ 2.400,00 e, digamos, tem uma margem de 15% ou R$ 360,00.

2. Aí o dólar cai para R$ 2,00. Para receber os mesmos R$ 2.400,00 ele teria que aumentar os preços do produto em 20% em dólares. É quase impossível. Suponha que ele consiga repassar 10% de aumento, vendendo por US$ 1.100,00. Ainda assim, sua margem interna cairá para 2%.

Para crescer e competir, esses setores exigem investimento continuado, crescimento continuado, treinamento, gestão. Quando, em uma pancada apenas, se destrói sua margem, de três, uma: ou a empresa quebra (ou para de exportar), ou empata, ou tem uma margem reduzidíssima que a afasta de qualquer veleidade de crescer e disputar mercados de maior valor agregado.

A cada apreciação do real, acontece isso. Parte das empresas desaparece, parte desiste de exportar, parte reduz suas exportações. Em todos os casos, há redução de emprego, de investimentos.

Luis Nassif

31 Comentários

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  1. Não tenha dúvida. Por isso
    Não tenha dúvida. Por isso sempre defendi o PAC aqui. A questão é que, enquanto não s tiver esses ganhos com a infra, é suicídio valorizar o real. São duas pancadas simultâneas em cima da estrutura produtiva.

  2. Metade da população
    Metade da população economicamente ativa do Brasil tem dois empregos para completar renda. A perda de dinamismo da manufatura está estreitamente ligada à perda de dinamismo da economia e perda de valor do emprego.

  3. Isso, com mãe tendo que
    Isso, com mãe tendo que completar salário do marido, 65% dos aposentados sendo arrimo de família, maioria absoluta dos jovens que se formam morando na casa dos pais por falta de oportunidade de bons empregos.

  4. Luis escreveu:
    “Isso, com mãe
    Luis escreveu:
    “Isso, com mãe tendo que completar salário do marido, 65% dos aposentados sendo arrimo de família, maioria absoluta dos jovens que se formam morando na casa dos pais por falta de oportunidade de bons empregos.”

    Sim, eh verdade. E a vasta maioria das criancinhas nao podem ter um ponei. Que pais eh esse?

  5. Raí, a Tendência não faz
    Raí, a Tendência não faz análise: faz política. Uma semana antes da crise do câmbio, em 1999 a Tendência dizia que o câmbio não iria mudar, porque faz política. Os bancos Marka e Fonte Cindam quebraram porque eram clientes da Tendências. Uma semana antes da crise do México, em janeiro de 1995, a Tendências dizia que o México era o país de menor risco da América Latina. A Tendências defende (e muito bem) o lucro da sua clientela.

  6. E qual seria a magia pra
    E qual seria a magia pra estabiliizar o dólar,em qualquer patamar? Por decreto? Seria por decreto a lei da oferta e da procura? como fazer, NASSIF?

  7. Redução de emprego e de
    Redução de emprego e de investimentos por sua conta. Primeiramente, é o setor mais intensivo em capital, ou seja, que demanda mais investimento por quantidade produzida… Em segundo lugar, emprego é em grande medida determinado pela renda disponível. Emprego criado na inústria de transformação efetiva, em nada se compara com o potencial de empregos de serviços e gestão que pode ser criado na economia num ambiente de alta lucratividade, de maior renda, de juros razoáveis e, principalmente, de um boom de constução civil…

  8. “Economista” diz que a
    “Economista” diz que a economia vai bem e que empregos estão sendo gerados em outros setores.

    Dos empregos criados a partir de 2000, 64% pagam até um salário mínimo; 85% até um salário mínimo e meio; e a partir de três salários mínimos o saldo líquido é negativo.

    ou seja: em 6 anos, em termos líquidos, o Brasil não gerou NENHUM emprego acima de três salários mínimos.

    o Relatório Anual do Ministério do Trabalho revela que a maior parte dos empregos gerados é de motoboys, balconistas, vigilantes e empregos domésticos.

    Antonio Ermírio diz que o câmbio está bom para ele.

    Trata-se de caso exemplar da burguesia industrial brasileira. Falta-lhe a visão sistêmica. Seus negócios estão bem, pouco imprta se a economia como um todo está mal.

    nada sabe sobre a importância – vital – da competividade sistêmica e da integração das cadeias produtivas.

    para ele, o importante é o lucro aqui e agora. nada de horizonte estratégico. e muito menos de construção nacional soberana.

  9. Prezado Jorn. Luis Nassif:

    Prezado Jorn. Luis Nassif:
    Só agora entendi a manifestação do grande empresário Antonio Ermírio, posto que havia lido só a manchete do artigo.
    As commodities minerais vivem um momento de extraordinária conjuntura favorável: demanda vigorosa e preços elevadíssimos.
    Portanto, a valoriazação do real foi compensada pelo aumento do preço do produto.
    De outro lado, o segmento alumínio é um dos inúmeros departamentos de grande porte do conglomerado Votorantin. O setor de alumínio caracteriza-se pela oligopolização da oferta, o modelo de Porter explica bem esta situação de privilégio, decorrente da concentração da produção em mãos de poucos atores. Contudo, o vangloreio pode não ser vida longa. Como a produção mensal de alumínio da China no último mês de abril foi da ordem de 750 mil toneladas, e exibiu um notável incremento, é provável que no futuro próximo haja uma demanda mais moderada deste mineral pela China, o que implicará em quebra de preços e menor jogo de cintura da Votorantin para absorver perdas pela valorização cruel do real.
    O segmento de produção de alumínio usufrui de custos subsidiados da energia elétrica consumida, não é indicador para medir se o câmbio está bom ou fora de lugar. É uma excessão, que deve ser bem salientada, posto que o Ministro do Desenvolvimento, Sr. Miguel Jorge poderá contabilizar a manifestação do empresário Ermírio de Morais no arsenal de impropriedades e de rerprimendas e preconceitos com que vem agredindo as empresas e de milhões de empregados vinculados a indústria nacional.
    Assinalo que a maioria dos exportadores não domina a oferta mundial e sim integra como manufaturista cadeias globais de valor e elas ésubordinada, até por falta de políticas públicas e por erros da ação governamental.
    Tenho percebido que o Ministro do Desenvolvimento a cada remendo de sua infeliz fala que enaltece o real valorizado e ferreteia os empresários exportadores e os atormenta com o implacável destino do desaparecimento, mais se complica e mostra que não tem dimensões de Estadista e desconhece o mundo empresarial e e o que fazem os países vitoriosos ,na arena da nova ordem econômica mundial, para garantir sucesso e proteger seus interesses nacionais Creio que o ideal era que ele desse um tempo para leituras não viesadas pelo reducionismo governamental e ao mesmo buscasse assessoramento a altura do cargo que deve exercer e, mais, ir aos pólos industriais exportadores de produtos não automobilícos e de commodities minerais para receber um choque de realismo.

    Idaulo J. Cunha

  10. Luis,

    Vou poder entrar, isso
    Luis,

    Vou poder entrar, isso é raro no seu blog, em assunto que domino um pouco. Trabalhei 16 anos na indústria de celulose, vendendo produção brasileira na Europa e na Àsia.

    Antonio Ermirio é um dos maiores empresários que o Brasil teve, mas por maior que seja, como empresário ele tem um projeto de empresa (agora de grupo, e enorme) e não um projeto de pais. Projeto de pais é coisa para estadista, e acho que ele nunca quis ser estadista (será que tinha espaço para isso no meio da mediocridade política brasileira?).

    Vamos aos fatos:

    1 – o Grupo Votorantim se especializou em commodities industrias (nickel, aluminio, celulose, etc..- vamos excluir o cimento, que não atravessa os mares), cujos preços em US$ estão inflacionados (máximos históricos em quase todos elas), como você lembrou bem, pelo lado positivo do “efeito China”. Portanto o preço alto em US$ compensa a desvalorização do US$ vs a moeda dos custos do grupo Votorantim (o R$). Como os custos financeiros estão caindo (para as grandes empresas), e os custos salariais são contidos pelo altíssimo desemprego (curioso ver que os ministros do ex-sindicalista Lula nunca citam o desemprego em % da população ativa), a lucratividade do grupo está ótima. Ponto para o Dr Antonio Ermirio.

    2 – Na empresa do grupo atuando nos mercados e papel e celulose, a V.C.P. existiam dois negócios, complementares é verdade, mas que competiam para a distribuição dos investimentos: celulose e papel. Grupo industrial que se preza faz planejamento estratégico, onde analisa a perspectiva de longo prazo dos seus negócios. O grupo chegou a conclusão que, das duas unidades de negócios, a melhor era a de celulose. Corajosamente decidiu sair da de papel, e concentrar todos seus investimentos na de celulose, e foi vendendo fábrica de papel por fábrica (os compradores foram Ahlstrom da Finlandia, International Paper dos EUA, Suzano e Multiform do Brasil). Falta ainda a unidade de Piracicaba, a de maior valor agregado que – vamos preguntar ao Lula, a M.Jorge e outros aspones de banqueiros por que? – pelo visto não encontra compradores…

    Parabens pela coragem e clareza de visão do grupo Votorantim.

    Mas o que sobra para o Brasil? Se olharmos o indicador de custo de investimento por emprego criado, o custo de cada emprego numa nova linha de celulose (US$ 1 bilhão para 1 milhão de tons por ano e 600 empregos diretos – sem contar a floresta), ou na mineração, ou na siderurgia etc… é muitas vezes superior ao custo de um emprego na indústria de transformação, papel no caso da celulose. Como temos limitação de disponibilidade de capital, estamos escolhendo a favor do capital contra o emprego.

    Para concluir, todos nós lemos na cultíssima midia brasileira que O Problema do Brasil (graças a Deus só tem um!) é a educação. Se eles falam tão enfaticamente, deve ser verdade, mas eu tenho sempre umas experiências curiosas nas minhas viagens internacionais: encontro em todo lugar desenvolvido garçons e garçonetes brasileiros, e como eu falo muito (defeito de vendedor) e pago contas elevadas (os clientes!) acabo trocando ideias com os donos/gerentes dos restaurantes (caros). Sempre escuto que o/a/os brasileiros são os mehores empregados, tem a melhor formação (???), e tem um dom inato para o serviço (bom é verdade que o padrão françês ou inglês é bem baixo!)… Será que isso quer dizer que exportamos mão de obra bem educada? Por que será? Preciso pedir uma explicação para um desses aspones de banqueiros (mas graças a Deus não cruzo muito com eles).

    Um grando abraço,

    Lionel

  11. Muito bom Nassif, eu acho que
    Muito bom Nassif, eu acho que vai ajudar muita gente.

    O povo esquece que já aprendeu sobre isso no ginásio: é só lembrar do ciclo do pau-brasil, ciclo da cana, ciclo do café…

    O país da sobremesa já devia saber aproveitar melhor os pontos de pico desses ciclos para obter recursos para o desenvolvimento industrial.

  12. O setor calçadista brasileiro
    O setor calçadista brasileiro não dá conta de ir além do couro in natura. Quantos milhões de peças de couro bovino são exportadas pelo Brasil no ano in natura? Acontece isso por falta de incentivos? Falta de teconologia para preparar as peças? Falta de eficiência para industrializá-lo? Então falta e muito para que nosso setor calçadista se torne competitivo. Se as comodities estão subindo, nosso país é um grande exportador, portanto a subida nos preços compensa o câmbio baixo.

  13. Nassif, defender
    Nassif, defender investimentos eficazes na infra-estrutura sempre foi de bom grado. Alvíssaras!!! Porém, o PAC passou a ser mais um apelo de marketing institucional. Deve vender sonhos e não produtos. Concordo! Por isto, fala-se em PAC Saúde, PAC Educação, PAC Segurança etc. Apelos institucionais para motivar, como “o eu sou brasileiro e não desisto nunca”, o “País subdesenvolvido? Uma Ova!” (dos anos 70), o “Setenta milhões em ação…” (Copa de 70), o ” no Brasil temos milhões de fiscais” (Cruzado/86) etc. Porém, atualmente, os produtos/sonhos em foco, não são commodities quaisquer. Chamam-se câmbio e infra-estrutura e estão há anos na berlinda. Emperrado um, sem recursos (ou mal empregados) e quando os há, infelizmente, aparece a corrupção. Outro, pressionado por decretos ou pela entrada ou não de moeda forte externa. De uma forma ou outra, são prenúncios de derrocadas. Tudo isto para dizer que não será apenas com motivação institucional, tipo auto-ajuda, tenha fé, nunca se fez antes etc. que as coisas serão resolvidas nestas áreas cruciais. Um ex-ministro, dos anos do milagre, já falava que “o câmbio é o preço dos preços”. Hoje está apoiando o governo atual. E o câmbio continua a sofrer solavancos. Ou não foi ouvido ou sua luz não cativa como se supunha. Nunca se sabe. Um empresário bom e famoso, da infra-estrutura e produtos industriais básicos, diz que está bom o câmbio do alumínio. Tenha fé, como nunca antes neste país. Que seja quebrada a patente da tecnologia da Arca de Noé. Talvez ela seja a única salvação, até onde pode perscrutar olhos de simples mortal.

  14. O Zé Roberto acaba de dizer
    O Zé Roberto acaba de dizer que, mantido esse dólar, o pais será “commoditizado”. Você considera essa declaração uma defesa do câmbio?

  15. >Antonio Ermirio é um dos
    >Antonio Ermirio é um dos maiores empresários que o Brasil teve, mas por maior que seja, como empresário ele tem um projeto de empresa (agora de grupo, e enorme) e não um projeto de pais. Projeto de pais é coisa para estadista

    errado!

    projeto de país é para os cidadãos do país. principalmente os grandes empresários.

    justamente por não terem um projeto de país, e por não o incluírem no planejamento estratégico de suas empresas, é que continuamos como um país periférico e desigual.

    sem projeto de país, toda grande empresa, por maior que seja, sempre será pequena a nível internacional.

    nossos “grandes” empresário sempre optaram por serem dependentes e associados. são voltados para as exportações. não necessitam desenvolver um mercado interno forte. por isto não se preocupam com um projeto de país. o páis é mera plataforma de seus negócios. um acidente geográfico.

    o câmbio está bom para o alumínio. é isto. não poderia resumir e ilustrar melhor. bom para o alumínio. pouco importa se está péssimo para o Brasil.

  16. Nassif, os chineses não
    Nassif, os chineses não podem ser culpados pela valorização de nossa moeda ou pela competividade que os produtos brasileiros estão tendo.Os asiáticos estão nos dispertando para uma nova realidade de negociações comerciais em um mundo globalizado. Devem confessar que não se modernizaram em equipamentos , tecnologia, qualificação de pessoal, qualidade de pruduto e prêços. Com uma inflação de 4% ao ano, esses empresários não podem esperar um lucro de 20% sobre as suas vendas, mas compatívieis com a inflação estável ou seja, em torno de 2 a 4% líquidos sobre o patrimonio. Concordo quando você fala em investimentos tecnológicos e o BNDES já tem recursos para isso e seus custos são lançados como Despesas. Logo, o que o mundo está sinalisando e não sómente a China é a realidade de que “quem não é competente não se estabeleça”. Contar com as benesses do governo para compensar incompetencia não deve ter mais espaço e a profissionalização caminha a passos largos.

  17. Essa história de gerar
    Essa história de gerar emprego com redução da carga tributária das empresas ocasiona enorme rombo na arrecadação orçamentária do governo. E o que é pior de tudo isso é que fica faltando verba para o governo investir nas áreas sociais mais carentes. Empresário tem de pagar impostos, sim !. Aliás, existem muitos que os sonegam, e para disfarçar a trama, emitem notas frias a torto e a direito. A economia de mercado é uma bandalheira – é terra de ninguém !.

  18. Quero ver quando a China dar
    Quero ver quando a China dar um espirro, ficar resfriada e para de crescer perto dos 10% …

    Os preços das commodities irão cair, os investimentos de curto prazo vão fugir do Brasil… A cotação do dólar vai para o espaço … E o pior de tudo é saber que na época das vacas gordas (como agora) a gente destruiu quase todo o nosso parque industrial e tecnológico deixando o real se valorizar. Com o dólar no espaço, porque somos muito dependente dos preços das commodities não teremos como contrabalancear a queda da exportação dos produtos primários e só acompanharemos o dólar subindo a cada dia e o Banco Central desesperado subindo os juros dia após dia, e a inflação subindo a reboque….

    Ai eu quero ver como ficarão as coisas … Porque o bom administrador se prepara sempre na época das vacas gordas, porque quando as vacas ficam magras não há muito o que fazer….

    E o Brasil não está se preparando para nada… Só deixando as oportunidades passarem e ficando feliz porque estamos vendendo mais soja, ferro e alumínio….

    E podendo comprar perfume francês mais barato ..

  19. “Mais um setor sendo
    “Mais um setor sendo rapidamente estrangulado pela política cambial:
    Leia:
    Câmbio desliga altos-fornos em Minas
    http://br.news.yahoo.com/s/20052007/25/economia-cambio-desliga-altos-fornos-minas.html

    Alguém, de sã consciência, pode defender este sucateamento da indústria nacional ?”

    Este eh um caso interessante.
    A analise economica da noticia em questao nao procede. Afinal, se o cambio fosse um fator determinante para o ferro-gusa, provavelmente veriamos o mesmo com o aco, enquanto a industria do aco (que adiciona muito mais valor do que o ferro-gusa) estah bem, obrigado. Minha suspeita eh que exportar ferro-gusa tenha se tornado economicamente inviavel por outro fator importante nos dias de hoje, os custos de transporte.

    De todo modo, se a analise da reportagem estiver correta, este seria um caso em que o cambio estaria internalizando processos de maior valor adicionado aa cadeia produtiva do Brasil (mais ferro-gusa ficando no pais e sendo transformado em aco).

  20. Obrigada Nassif
    Obrigada Nassif !!!!!!!!!!!!

    Vc estava precisando mesmo ser mais didático e, melhor q isto, impossível.

    Entendi direitinho!

    Abraços

  21. Seu Nassif,

    Poderia explicar
    Seu Nassif,

    Poderia explicar melhor de que se trata o efeito China, já que ele é basico para que possamos entender sua argumentação?
    E você tem idéia de até onde o Real deveria ser desvalorizado para chegar a um valor mais real frente ao dólar?

  22. O megaempresario foi
    O megaempresario foi homenageado ontem por sua importancia na industria do aluminio e chegou a se emocionar, mas disse também umas bobagens como “o câmbio está bom, quem não tem competência não se estabelece”…e daí pra baixo.

    Apesar do extremo sucesso do seu grupo empresarial, não é possivel ignorar alguns digamos, detalhes.

    O grupo opera em mercados cartelizados ou oligopolizados, a china mudou totalmente o ambiente econômico mundial e o Votorantim foi enormemente beneficiado. Há muitas reclamações trabalhistas e denuncias de enormes prejuizos ao meio ambiente causados pelas empresas do sr. Ermirio de Moraes.

    Há uns 15 anos, o sr. Antonio Ermirio vivia dizendo aos quatro ventos que acreditava muito no Brasil, “senão virava banqueiro”.

    O Banco Votorantim hoje é um dos 6 maiores bancos nacionais privados…E segundo suas palavras, “fica incomodado” com a lucratividade de uma empresa com 200 funcionários, maior do que a maior parte de suas empresas com milhares de funcionários.

    O que aconteceu com suas convicções sr. A. Ermírio?

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