O câmbio e o mercado

Do meu colega Celso Ming

Meu caro Nassif,

Fiquei feliz por você ter comentado comentário meu.

Pinço sua conclusão: “o câmbio não pode continuar assim”, porque deprime a produção.

Por que você não parte daí e tenta arrumar a economia botando primeiro o câmbio no lugar?

Com um superávit comercial de US$ 45 bi não há câmbio que deixe de se valorizar. Vamos, então derrubar o superávit comercial?. De que forma? Estimulando importações?

Não me diga que vai ser com a derrubada dos juros. Os juros vão encostar no chão e, no entanto, o real continuará sua valorização – porque não há entrada de capitais especulativos. Você já escreveu tantas vezes que, no dia em que vier o investment grade, o câmbio vai furar o chão e sair do outro lado do mundo. Quer dizer: se a confiança cresce, o câmbio tende a valorizar-se.

Se por um truque desses, a autoridade cambial puxar o dólar para, digamos, R$ 2,50, o Banco Central precisará de R$ 100 bilhões para comprar US$ 40 bilhões e mandá-los para as reservas.

Além do mais, se houver uma desvalorização, as exportações ficarão ainda mais incentivadas e o superávit comercial pode ficar mais alto.

O que fazer, então, para atingir seu objetivo, senão deixar que o crescimento econômico se encarregue de reequilibarar exportações e importações?

Abração do Celso.

Comentário meu

Comentarei à tarde o comentário do Celso.

Luis Nassif

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