O fim do boom exportador

Coluna Econômica – 03/01/2007

Primeiro a boa notícia: o Brasil bateu em 2006 o recorde de saldo comercial da sua história, US$ 46,1 bi, US$ 2 bi a mais do que as últimas previsões. Foram US$ 137,5 bi de exportações contra US$ 91,4 bi de importações.

Agora, os senões. Segundo estudo divulgado ontem pelo IEDI (Instituto para Estudos do Desenvolvimento Industrial), as exportações cresceram 16,2% em valor, mas a variação média dos preços deve chegar a 12%. Assim, o crescimento real, em volume, se reduz a 3,8%. No caso dos manufaturados, o crescimento real das exportações foi de apenas 3,3%. Isso em um período em que, segundo o FMI, o comércio mundial de bens cresceu 9,4%, e as exportações de países em desenvolvimento devem ter crescido 10,8%.

Conclui o IEDI, que se encerra prematuramente o ensaio de “crescimento exportador asiático”, que permitiu ao país, entre os anos de 2003 e 2005, crescer 14,7% em termos reais, 19,3% no caso de manufaturados, contra uma expansão média do volume de comércio mundial de 8,2%.

O próprio IEDI já levantara trabalhos demonstrando que toda experiência marcante de crescimento de exportações, nas últimas cinco décadas, dependeu de um grande e prolongado crescimento das exportações. Em nenhum caso relevante a inserção exportadora vitoriosa desenvolveu-se por menos de uma década e meia, o que mostra o quão precoce foi o boom exportador brasileiro.

O real apreciado não apenas matou o boom exportador. Do lado das importações, houve um aumento de 24,3% no valor acumulado de 2006, correspondendo a um crescimento em volume de 16,2%, um percentual duas vezes superior ao crescimento real que o FMI projeta para as importações das economias avançadas, e maior do que o percentual relativo aos países emergentes, 13,5%. E equivale a cinco vezes o crescimento real do PIB brasileiro de 2006.

As estatísticas são apenas a face mais visível dessa loucura reiterada. Estudos do IBGE apontaram que apenas esse aumento das importações havia subtraído mais de um ponto percentual do PIB de 2006.

Some-se o efeito China, e se terá o mapa do inferno. Os mais importantes setores manufatureiros do país, os que empregam mais pessoas, e nos quais o país tinha conseguido grau de excelência -como o têxtil e o de calçados— estão sendo esmagados.

Esse é o drama do segundo governo Lula. Assim como seu antecessor, Lula defende a idéia de que “a política é a arte do possível”. Por ele, arrastaria os quatro anos do seu mandato para, sem mexer nos pilares da política econômica, conseguir algum espaço para os investimentos em infra-estrutura e os gastos sociais.

Não haverá tempo para empurrar com a barriga a questão do câmbio. Esse quadro de deterioração nas contas externas acontece com o céu de brigadeiro do cenário internacional. A eventual eclosão de uma crise internacional, ao expor a fragilidade das contas externas, colocará de novo o país de joelhos perante o capital de curto prazo.

A questão maior não é essa. É que quanto mais demorar a surgir essa hora da verdade, maiores serão os estragos provocados pela irresponsabilidade cambial.

Para incluir na lista Coluna Econômica

Luis Nassif

56 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. Parabéns, este é um
    Parabéns, este é um comentário a sua altura, onde mostra claramente aquilo q nos espera daqui a 5 a 10 anos, qdo esse boom comercial acabar. E olha q nunca fui seu fã devido a seus comentários sempre contemplar um certo apadrinhamento a esse governante.

  2. Nassif é lógico que questões
    Nassif é lógico que questões como a taxa de cambio, tributos, etc, enfim tudo que convencionou-se chamar de custo Brasil é fundamental para explicar nosso desempenho fraco no comercio internacional, principalmente no tocante às nossa exportações, que ainda são em grande parte de produtos primários e semi industrializados. O grande nó é que sempre investimos muito pouco em P&D e em educação de bom nível técnico e científico. As cabeças boas de nosso país ou saem ou ficam encostadas na universidades descoladas da realidade produtiva e de mercado. Inventamos e inovamos muito pouco, é só verificarmos o número de patentes requeridas por brasileiros e empresas brasileiras é muito baixo. Os ciclos Schumpeterianos de longo prazo movidos por grandes inovações custam muito a serem introduzidos em nossa economia, exatamente porque não investimos em ciência e tecnologia e P&D. Com JK houve a introdução do ciclo metal mecanico, os militares tentaram dar continuidade com outros setores, porém falharam porque quiseram fazer com a nossa própria industria e não havia suporte de universidades e investimentos para tanto, a exceção foi a área aeronautica com o ITA, INPE e Embraer, mas com informática foi um desastre. Sem atacar isso vamos quando muito exportar produtos agrícolas, minérios, celulose e algumas outras mercadorias de menor importancia e baixo valor agregado.

  3. Parabéns Luís pela sua
    Parabéns Luís pela sua análise corajosa de um assunto tão delicado. Espero que os nossos homens na econômia tenham corajem de ler esse post na sua coluna.

  4. Marcelo, não se trata de
    Marcelo, não se trata de desvalorizar o câmbio para compensar ineficiências. A questão foi a valorização irresponsável do real antes que chegasse a eficiência.

  5. Caro Jornalista:

    Tenho cá
    Caro Jornalista:

    Tenho cá uma dúvida:

    Será que é o Real que está muito valorizado ou o Dólar é que está muito desvalorizado??
    Senão vejamos- me lembro muito bem que em 2002
    1 euro era = US$ 1,00.
    Hoje 1 Euro = US$ 1,32
    Mantida essa proporção o Real valeria uns R$ 2,80 perante o dólar, que é o que vale perante o Euro.O que a gente pode vaticinar, e nem precisa ser economista prá isso, que quando o dólar voltar a subir, principalmente se forma de forma repentina, teremos uma séria pressão inflacionária.Uma coisa afirmo e acho que o senhor concorda – Câmbio é uma questão muito séria para ser deixada exclusivamente nas mãos do mercado.

  6. Caro Luis Nassif, a
    Caro Luis Nassif, a desvalorização do Real é o sonho de todos que trabalham com exportação, porém gostaria de saber quais medidas efetivas devem ser tomadas para se conseguir isto. Gostaria de saber também exemplos de outros países e seus reflexos positivos e negativos no processo de desvalorização.

  7. Prezado Sr. Luis Nassif,
    Prezado Sr. Luis Nassif,

    Uma boa síntese do presente e do futuro econômico do Brasil.
    Fora disto, não entendo como o Mundo e o Brasil importa da China, enormes quantidades de mercadorias de qualidade inferior. O problema maior não se encontra nisto mais no fato que os baixos preços destes produtos tem sua origem na escravidão velada à qual é submetida a maioria esmagadora da população chinesa. Qual seria o motivo para que nenhum jornalista aborda este tema? (Leio jornais de todas tendência). Essa concorrência desleal ao nível do comércio mundial vai ainda custar muito caro a muitos países alem de permitir ao imperialismo econômico chinês de tomar conta do mundo de uma forma muito perigosa. A ironia é que tudo isto vem de um país que tem sua estrutura política baseada no regime comunista o qual só se aplica ao povo, evidentemente!
    Atenciosamente.
    Raymond Servais

  8. Meu caro Nassif,não vejo como
    Meu caro Nassif,não vejo como você, que o segundo mandato do Presidente LULA,esteja numa encruzilhada,e sem as coordenadas para alavancar o pleno desenvolvimento do país.Explico neste primeiro mandato, foi preciso “apagar”o incendio no qual estávamos metido pela política neo-liberal dos economistas do PSDB,que nunca tiveram os olhos voltados para o nosso povo;nunca pensaram no mercado interno,como consumidor ávido por crédito,não souberam em 8 anos negociar com o exterior,pois nossa balança comercial,era sempre devedora.Agora que “aprendemos o caminho das pedras”parafraseando o Presidente,temos que manter as boas relações compra-venda,com nossos parceiros,abrir novos mercados,adquirir tecnologia e equipamentos para alguns setores industriais menos desenvolvidos,baixar o crédito para as empresas investirem mais em produção em escala,para assim baixar os preços ao consumidor interno,aumentar o crédito popular e as facilidades de obtenção do mesmo pelos consumidores de baixa renda,pois daí nossa indústria e nosso comércio crescerão no ritmo desejado por todos.Tenho certeza que com o apôio da maioria no Congresso,e com sintonia com os Governadores Estaduais,teremos um ano melhor e plantaremos um futuro tranquilo para a geração que nos sucederá.

  9. Bom dia caro Nassif…

    Nunca
    Bom dia caro Nassif…

    Nunca tinha lido um texto seu… mas hoje, quando entrei no site, e vi o título, me senti obrigado à ler… isso porque trabalho numa multinacional da região de Jundiaí-SP, que tem como ponto forte a exportação de peças para motores diesel.
    Me lembro perfeitamente dos anos de 2002, 2003 e 2004… um espetáculo… a empresa produzindo à toda… capacidade nominal esgotada… muitos empregos… etc, etc…
    Hoje, a realidade por aqui é outra… mais de 300 funcionários demitidos (em torno de 10%) do efetivo total… a capacidade ocupada em 50%… um desespero só…
    Acho um pouco ridículo esta história de tirar lucro do câmbio… mas enfim… esta é a realidade de um país como este…
    Vislumbro por aqui, que se até meados de 2008 a situação não se inverter em favor dos exportadores, a situação ficará insustentável, e com toda certeza, as portas se fecharão e ao invés de 300, serão 2700 desempregados…
    Acredito que uma saída para os exportadores seria não o aumento no valor do dólar (pois isso arrebentaria com a inflação, e com tudo que se possa imaginar), mas sim uma estratégia diferenciada de impostos… estes seriam reduzidos de tal forma que compassem o dólar em baixa, considerando este num valor de R$ 3,50… acho que seria uma boa saída, que num primeiro instante poderia causar um leve estrago aos cofres públicos, mas que em dois ou três anos, estimando um crescimento de exportações, compensaria.
    Finalmente, digo que esta é a opinião de um leigo em economia, mas que tem medo de ver uma empresa deste porte, com mais de 45 anos de mercado, baixar as portas…

    Grande abraço, bom ano, e prometo que irei ler com muito mais frequência seus textos…

  10. Isto mostra o imediatismo do
    Isto mostra o imediatismo do brasileiro. Tudo o que foi criado com a estabilizacao da moeda, com o Real, embora em meio a crises como a da Asia, Mexico, Russia, Argentina, em anos magros de crescimento, estao sendo utilizadas agora para se manter uma inflacao baixa. Inflacao baixa com dolar baixo! Estamos mais uma vez perdendo o bonde da historia deixando passar o boom de crescimento mundial. Nao conseguimos ainda nestepaiz conseguir um plano de longo prazo, que confira estabilidade e crescimento. Pensamos so no hoje e agora. Vamos ter que apagar fogueira novamente.

  11. Nassif,

    Volta e meia venho
    Nassif,

    Volta e meia venho dar uma bisbilhotadinha em seu blog pois o considero um dos mais instigantes que temos por aqui. E tenho notado que o Sr. é defensor ferrenho de uma desvalorização cambial, e explica claramente seus motivos.

    Como este é um forum aberto, vou postar minha visão sobre esse ponto.

    Acho que é válido defender a indústria nacional. É notório que alguns setores estão evidentemente sofrendo com a concorrência praticada no mercado pelos produtos chineses (principalmente) aqui e lá fora. É óbvio que a taxa de câmbio atual torna os produtos brasileiros menos competitivos lá fora (assim como a carga tributária, a falta de infra-estrutura, e outros custos da nossa ineficiência) e que incentiva a importação. Mas acho que o câmbio é parte do problema, e uma desvalorização cambial não vai tornar a vida dos exportadores uma maravilha, nem vai proteger nossa indústria. O problema é mais embaixo.

    De que adianta aumentarmos nossas exportações se nossos portos não conseguem acompanhar esse aumento?? Se nossas estradas não dão conta de escoar nossos produtos?? Se não há eletricidade suficiente para acompanhar um boom produtivo??

    Como barrar a concorrência chinesa em nosso território se não combatemos a pirataria e o contrabando???

    Uma desvalorização cambial não levaria o país à um apagão logistico???

    Com relação aos fundamentos econômicos, não conheço, na história recente, período onde o Brasil esteve tão sólido. As contas externas estão em ordem. A inflação sob controle, os juros em queda.

    Claro que a relação dívida/PIB ainda precisa ser melhorada (quem sabe então poderíamos sonhar com o “investment grade”)

    E creio, baseado em meus modestos conhecimentos, que uma inversão na balança comercial, naturalmente provocará uma valorização do dólar perante ao real, mediante o conceito de oferta e procura.

    Nassif, acho que sua visão não se restringe ao fator câmbio, mas você poderia “bater” em outras “teclas” problemáticas (tributárias, previdenciárias, trabalhistas etc… para ficarmos apenas no campo econômico) com mais freqüencia, pois corre o risco desse blog parecer o Samba de Uma Nota Só….

  12. O cruzamento de dados nao me
    O cruzamento de dados nao me parece aportuno. Nao nos podemos comparar com a Asia na producao de manufaturados, nao faz parte da nossa identidade e tampoco devemos desfazer da importancia das contas externas para o nosso crescimento.

  13. Olá Nassif
    Não é possível uma
    Olá Nassif
    Não é possível uma economia se sustentar eternamente em superavits exportadores.
    Mesmo esterilizando as remessas como pratica a economia chinesa isso tem um limite de sutentabilidade. Não seria melhor olhar com mais carinho nosso mercado interno, de digamos , 85 milhões de pessoas que vivem a margem da sociedade de consumo e dar realmente um novo paradigma ao pais ? Ai as cassandras de plantão falaram de inflação de demanda , incapacidade da cadeia produtora , dirão que não é possível se levantar puxando os próprios cabelos. Mas o maior pecado , pensarão as cassandras, mas não falaram nunca, é implodir a mentalidade rentista ao agregar essa massa proto – consumidora. A modernidade, realmente não interessa a todos !
    ( )s Paulo

  14. E lamentavel a miopia de
    E lamentavel a miopia de nosso governo , estamos perdendo todo o desevolvimento de mercado e de exportadores estamos passando a importador , sera que esta turma nao sabe que quem exporta gera emprego , industrias e tecnologia, quem importa não gera muito emprego, não gera tecnologia e nem existe fabricas de importação, cuidado podemos ser so clientes do resto do mundo e não fornecedores

  15. Nassif,

    Veja trecho abaixo
    Nassif,

    Veja trecho abaixo :

    …Ao mesmo tempo, o interesse do investidor internacional pelos altos juros praticados no Brasil fervilhou os negócios com contratos futuros de reais no exterior conhecidos como Non Deliverable Forward (NDF). Por meio desses contratos, os investidores estrangeiros podem comprar reais e vender dólares em uma data no futuro sem entrega física da moeda. A taxa de câmbio real/dólar passou a ser fortemente condicionada por essas operações e pelos contratos futuros de real negociados na Bolsa de Mercadorias de Chicago.

    É parte do texto de :

    http://www1.folha.uol.com.br/fsp/opiniao/fz0301200706.htm

    Se pudesse comentar esse instrumento financeiro (NDFs) e como ele afeta :

    1 – Juros
    2 – Taxa de cambio
    3 – Saída física de moeda estrangeira
    por ataque especulativo,

    seria interessante. Se no entanto você já falou sobre esse assunto, poderia me passar o link ?

    Antecipadamente, agradeço.

  16. Nassif,

    Contraponto à sua
    Nassif,

    Contraponto à sua análise :

    Notícia do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio:

    http://www.desenvolvimento.gov.br/sitio/ascom/noticias/noticia.php?cd_noticia=7322

    02/01/2007 – MDIC
    MDIC prevê que exportações atingirão US$ 152 bilhões em 2007

    Com o bom desempenho das exportações brasileiras em 2006 e a consolidação de uma cultura exportadora no país, o ministro interino do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Ivan Ramalho, definiu a meta para as exportações brasileiras neste ano: US$ 152 bilhões. “Criamos bases sólidas e números consistentes que nos garantirão este excelente resultado em 2007”, comentou.

    Para chegar a esse número, o ministro interino considerou, entre vários pontos, que neste ano, o câmbio não apresentará grandes flutuações e se manterá em patamares semelhantes aos do ano passado.

    Além disso, os principais setores exportadores comunicaram ao MDIC que suas previsões mostram um crescimento significativo em relação a 2006.

    Somado a estes fatores, Ivan Ramalho chamou atenção para o crescimento do comércio mundial em 2007 que poderá girar em torno de 10%.

    Segundo ele, o crescimento de 10,5% nas exportações, em relação a 2006, será majoritariamente de quantidades embarcadas e não de aumento dos preços. Ramalho explicou que o motivo para isto são os manufaturados que já representam a maioria da pauta de exportação brasileira. “Os produtos com alto valor agregado possuem preços estáveis, com possibilidade, inclusive, de queda para aumentar sua competitividade no mercado internacional”, ressaltou.

    No caso das importações, Ramalho afirmou que o crescimento das compras do mercado internacional deve se manter maior que o das exportações.

    Para ele, as importações têm um caráter positivo e auxiliam no processo de modernização do parque industrial, além de aumentar a competitividade do produto brasileiro exportado.

    “Cerca de 70% do que importamos se destina à produção industrial, voltado para o processamento e modernização da indústria”, disse.

    O ministro interino ressaltou ainda que, com o aumento das importações superando o das exportações, o saldo (exportação menos importação) neste ano pode ficar abaixo do registrado ano passado. Segundo ele, em 2006, o Brasil apresentou um superávit alto (US$ 46 bilhões), dando margem para que, neste ano, “se utilize mais o produto importado, como máquinas e equipamentos, aumentando a competitividade na manufatura cujos produtos geram empregos mais bem remunerados”.

  17. Prezado Luis

    Este filme já
    Prezado Luis

    Este filme já vimos…………
    Na nova versão poderia se chamar de “Crónica de uma morte anunciada” . Que Garcia Marquez me perdoe, mais esta versão é mais dramática que a original, ja que mais vidas estão em jogo……….. , as dos filhos dos desempregados. Vamos que aumentar o bolsa familia.

    Será que Lula, Mantega e cia, não sabem disto? Toda a vida a esquerda falou que as colonias que exprtavam materia prima e importavam produtos acabados, seriam dependentes do imperialismo, etc. etc. Parece que esqueceram do discurso do pasado.

    O mais grave é que no Brasil a gente não aprende com os erros do pasado, quando o ciclo de alta dos preços das comodities acabe, teremos nova crise cambial.

  18. Prezado Nassif, as moedas
    Prezado Nassif, as moedas convergindo para um mesmo patamar e a falta de tecnologia para ser agregada aos produtos, fatalmente, nos levarão a uma substancial diminuição de nossas exportações. Enquanto nossos empresários não investirem em desenvolvimento de tecnologias nosso andar será bem devagar. Não é só o câmbio que contribui para a diminuição de nossas exportações, temos vários outros fatores.

  19. Caro Nassif,

    Embora
    Caro Nassif,

    Embora cheguemos ao fim do Boom Exportador as previsões para 2007 continuam otimistas.
    Li recentemente que a previsão de saldo para a balança comercial é de 38 bilhões de dólares.

    O País precisa mais do que rever o câmbio é rever a política industrial.

    Não podemos vender couro para a China e comprar sapatos.

  20. Nassif,pelo que voce resume
    Nassif,pelo que voce resume das estatísticas,o custo de exportação:mão-de-obra,dólar e impostos agregados; num comparativo com a China,é o que estaria nos derrubando e o contrário favoreceria os asiáticos(+China).E pelo pouco que entendo,isto seria mundial em termos de saldo da balança.A pergunta que fica: tirando o”excesso”,em comparação a outros períodos das importações; fazer algum”ajuste”,quase mágica,no fator cambial; e baixarmos o nível de benefícios adquiridos(q.já ñ são muitos)pelo trabalhador brasileiro a níveis do trabalhador asiático,digo isto hipotéticamente,e êste parece ser o calcanhar de Aquíles mundial,a pergunta – atingiríamos (e outros)a tão sonhada balança que nos desse garantias em turbulências? Fico em dúvida porque não temos tecnologia suficiente ou vontade,para agregar valor nêste perverso jogo de “exportar a farinha e importar o pão”,a conta na cantina vai sempre existir,ou você acredita que mesmo mantendo a exportação só de produção primária teríamos algum benefício real,de peso,”com sustância”?oigalê,bárbaride tchê.

  21. Ivan Brito, eu trabalhei um
    Ivan Brito, eu trabalhei um tempo na área de Ciência e Tecnologia e pude constatar que os empresários brasileiros querem tudo na boquinha, de preferência. Não são muito dispostos a investir no setor. O Ministério da Ciência e Tecnologia já até libera e custeia o cientista que a empresa desejar, para que ele possa desenvolver pesquisa nas dependências dela. Mas eles querem? Querem é que as universidades e os institutos de pesquisa governamentais desenvolvam as tecnologias. Tudo estaria até bem se eles entrassem com parcerias fortes com o Estado. Mas não é assim. A mentalidade daqui é oposta ao do empresariado estadunidense, por exemplo. Se não me engano, nos EUA o investimento do Estado em pesquisa representa apenas 20% de tudo que é investido no setor. Aqui no Brasil, a proporção é inversa. Os empresários só investem 20% [as percentagens podem não ser exatamente essas, mas é algo bem próximo a isso, segundo dados que obtive há uns 2 anos]. Isso sem falar na burocracia para liberar uma patente neste país. Demora tanto que, quando a patente é liberada, a tecnologia já está praticamente ultrapassada.

  22. 1 – Paulo F. – O que voce
    1 – Paulo F. – O que voce está pedindo está sendo feito através do Bolsa Família, do aumento real do salário mínimo, do reajuste da tabela do I.R., dos empréstimos consignados, na queda dos juros, nos 7 milhões de empregos formais criados. É um início, não um fim, mas vigoroso.

    2 – Nassif: Deterioração nas contas externas? Dá pra vc explicar ??? Todos os números que eu conheço, que são divulgados, como reservas de 85 bi, pagamento de 15 e dívida do governo federal de 70 bi dizem o contrário. Tem algo que só vocês, economistas, sabem?

    3 – Carlos Manoel. Pense no seguinte: “Todos” os economistas de plantão previram há um ano superávit inferior ao de 2005. No começo do ano falavam em 36 bi. Foi de 46. Já disse isso e repito. Ser economista ou comentarista econômico nos principais órgãos do país é muito fácil. Se acertar é gênio. Se errar, foram mudanças ocorridas no período. Se pra bem, por conta da maravilha que anda o cenário mundial. Se pra pior… coitado, culpa do burro do Lula.

    4 – Renato Augusto Schoe – Parabéns. Você tocou na ferida. Esses mesmos críticos da política cambial “livre” praticada pelo governo atual, são os críticos da política de controle do câmbio. Como você disse, temos uma situação sólida, como nunca, aliás. A choradeira é, na maioria das vezes de uma mesma turminha que só quer mamar nas tetas, mas não quer dar capim pra vaca. E, como você mesmo observou com clareza, outras frentes devem ser atacadas, como o protecionismo americano/europeu e a mão de obra “escrava” de china e índia. Mas isso não é tão fácil de resolver. É um problema que o mundo inteiro enfrenta, e não é de hoje. A diversificação dos mercados, feita com muita propriedade no primeiro governo do Lula, foi quem trouxe estes ótimos resultados e deve continuar. (Vi essa teoria ser apresentada pelo Tarso Genro num programa do Jô em 1994ou 1995).

    5 – Marcelo e Hubert. Quando aperta, o cara não responde, foge, agride, brinca, mas não responde.

    6 – Nassif. Como disse o Nilton César Forte, eu estou gravando aqui o seu texto e os comentários e, prometo, qualquer que seja o resultado, vou te mandar no próximo dia 3 de janeiro.

    Um abraço.

  23. Conversava dia desses com um
    Conversava dia desses com um colega e ele relembrava algo que seu pai disse: “Esta crise de 53 (1953) vai quebrar com todo mundo”. Somos o país da crise. Creio que esteja na hora de mudar não somente o câmbio, se é que essa seja mesmo a alternativa, mas também a verborragia.

  24. A INFLUÊNCIA DA POLÍTICA
    A INFLUÊNCIA DA POLÍTICA CAMBIAL NO CRESCIMENTO ECONÔMICO –
    MOEDA VALORIZADA X MOEDA DESVALORIZADA X MOEDA EM EQUILÍBRIO.
    1) MOEDA DESVALORIZADA (artificialmente):
    Movimento de Capitais –
    a) facilita a entrada de capitais (os ativos, bolsa, imóveis, empresas e mercadorias do país ficam baratos);
    b) incentiva operações de crédito em moeda estrangeira para investimentos;
    c) obriga autoridade monetária a comprar moeda estrangeira, monetizando a economia (obrigando operações de política monetária), aumentando as reservas (financiamento de país possuidor de moeda reserva);
    d) se a taxa de juro de equilíbrio interna (a que não provoca inflação) for maior que a externa mais spread para o país, não motivará saída de capitais e poderá motivar entradas;
    Exportações e Importações –
    a) favorece as exportações (artificialmente);
    b) encarece produtos importados e exportados cotados em dólar (dificulta o controle da inflação), inclusive custo de energia, tecnologia e maquinários;
    c) exportadores de produtos com cotação em dólar aumentam seus lucros artificialmente;
    d) incentiva segmentos sem vantagens comparativas, com baixo nível de eficiência e de produtividade em relação ao exterior a aventurarem-se a exportar (é um peso para o resto da economia, pois consomem fatores de produção que poderiam ser utilizados por setores competitivos tornando-os mais competitivos ainda);
    e) alguns segmentos podem ganhar competitividade com o tempo;
    f) provoca superávits no balanço comercial.
    Crescimento: pode provocar um período de crescimento que não se sustentará com o tempo (todas as medidas artificiais têm seu tempo de duração). Piora a qualidade de vida (reduz poder de compra do povo).
    2) MOEDA VALORIZADA (artificialmente):
    Movimento de Capitais –
    a) afasta a entrada e estimula a saída de capitais (os ativos do país ficam valorizados);
    b) a crença de não sustentabilidade abala confiança na estabilidade cambial;
    c) estimula investimentos no exterior.
    Exportações e Importações –
    a) dificulta exportações e estimula importações;
    b) reduz preços (artificialmente) de produtos importados (facilita compra de tecnologia e maquinários) e facilita o combate à inflação;
    c) exportadores recebem menos Reais para as exportações dos produtos cotados em dólar (reduz preços internos e lucros dos exportadores);
    d) dificulta industrialização do país (produtos importados ficam com preços competitivos).
    e) provoca déficits no balanço comercial.
    Crescimento: melhora a qualidade de vida do povo (artificialmente). É insustentável a médio ou longo prazo.
    3) MOEDA EM EQUILÍBRIO (câmbio flutuante):
    Quando suportado pela economia (balanço de pagamentos) é a taxa de câmbio ideal. É a que exige menos medidas artificiais e os conseqüentes desequilíbrios. Pode amedrontar os investidores estrangeiros, com perdas cambiais, caso a política monetária não seja racional e contínua.
    Crescimento: O crescimento conseguido é consistente e sustentável.
    CONCLUSÕES:
    1) o Real está sendo desvalorizado artificialmente (ao contrário do que falam) a um custo absurdo para a sociedade.
    2) O movimento de câmbio (balancete de câmbio contratado), ao contrário do que falam é negativo na parte FINANCEIRA, sendo positivo na parte COMERCIAL.
    O balancete de Câmbio Contratado é feito pelo regime de caixa, o Balanço Comercial pelo regime de competência. vide em http://www.magconsultoria.uaivip.com.br ou no site do Bacen.
    3) O custo que a sociedade está absorvendo (através da política do Bacen de tentar desvalorizar o Real artificialmente) é absurdo (maior do que o recolhimento anual da CPMF).
    4) A desvalorização arificial do Real impede a redução de preços (de produtos importados e exportados cotados em dólar), por tabela pressiona a inflação e impede uma maior queda na taxa SELIC. Acomoda artificialmente as empresas brasileiras (inclusive as multinacionais que não precisam de investir em modernizações, mandam lixos para cá).
    5) Aumenta preços de importações de tecnologias, máquinas e equipamentos para modernizações do parque industrial.
    6) Impede o crescimento consistente e sustentado (artificialmente protege o atraso0.
    7) O Brasil é um país ainda em desenvolvimento, não tem poupanças internas o basatante, precisa de passar a importar poupanças novamente.

  25. O Projeto Brasil montou um
    O Projeto Brasil montou um bom diagnóstico sobre vários pontos que emperram as exportações. Mais algumas semanas, colocamos no ar aqui.

  26. No caso da valorização e
    No caso da valorização e ESTABILIZAÇÃO irresponsavel da moeda concordo plenamente contigo! Colocaram o carro a frente dos bois, uma moeda estável deve ser conseqüência de uma economia estável e não o contrário. Se operacionalizar a redução do câmbio for algo semelhante a lenta desvalorização do dólar (por exemplo no século passado) pode nos trazer ganhos que o valham.
    Se fosse pelo valor do câmbio as nossas desvalorizações durante os últimos 30 anos nos tornariam a maior potência econômica do planeta mas tornariam impossível preencher um cheque.
    Sds

  27. Caro Luiz , não entendo sua
    Caro Luiz , não entendo sua lógica. A atual política cambial não é invenção do governo Lula. O câmbio é flutuante e livre. Em 2002 quando o dólar beirou os R$4,00 com o “risco Lula”, os economistas prenunciavam inflação descontrolada. Além do mais, o real só não está mais valorizado devido às intervenções sistemáticas do Banco Central de compra de dólares ao longo de todo o governo Lula. Como bem lembrou um dos seus leitores o mercado interno pode ser alternativa. Só que sem privilégios.
    Este céu de brigadeiro também não é bem assim. Houve alguma turbulência externa, mas principalmente interna, com o pais travado durante um ano e meio com as CPI´s, a não votação do orçamento e as oposições buscando um deslize que fosse para associar ao presidente Lula para impedir a sua reeleição.
    Há que se louvar a sua serenidade na condução destes problemas e ainda dar a volta por cima.
    Na verdade ele merece um crédito de confiança justamente por se abster de criar privilégios.
    Só falta eliminar outros, principalmente os dos bancos.
    Só para provocar, gostaria de saber se o cálculo das tarifas bancárias obedece a alguma planilha de custos previamente apresentada ao Banco Central e por que razão os horários de atendimento bancário não sâo os mesmos de qualquer estabelecimento comercial?

  28. MOVIMENTO DE CÂMBIO:
    DEZ =
    MOVIMENTO DE CÂMBIO:
    DEZ = COMERCIAL; EXP. = 15.537; IMP. = 7.734; SALDO = 7.802. FINANCEIRO; COMPRAS = 16.086; VENDAS = 27.352; SALDO =
    -11.265; SALDO GERAL DO MES =
    -3.463.
    SALDO COMERCIAL DPO ANO = 57.598; SALDO FINANCEIRO DO ANO = – 20.328.
    CONCLUSÃO: O argumento de que a taxa de juro interna atrai capital estrangeiro é errado (os números mostram que ocorreu saída de capital pelo movimento financeiro). Isto ocorre há vários anos.
    vide em http://www.magconsultoria.uaivip.com.br ou no site do Bacen

  29. 1) Para caracterizar a doença
    1) Para caracterizar a doença holandesa, basta se ter uma balança comercial fortemente influenciada por alguns produtos primários. A razão da alta das exportações (se descobertas internas ou demanda mundial) não faz diferença: mata da mesma maneira. 2) Porque inflação? A desvalorização se daria de uma pancada só. O efeito inflacionário seria de uma só vez. Depois, se controlado, não há mais ambiente para a sua propagação, pois a indexação está quase dominada. 3) Não existe investimento se o empresário não estiver perto do limite da sua capacidade instalada. 4) Com crescimento, há recursos para infra-estrutura. Pegue um Plano de Negócios com PPP e avalie. Nâo faltariam recursos para o investimento.

  30. Aiaiaiaiai,
    Aiaiaiaiai, minhasantaperiquita. Se o exportador exporta, se a atividade exportadora fica rentável, ele vai deixar o dinheiro lá fora porque os juros estão baixos. Qual a lógica? Hoje você tem multinacionais remetendo lucros adoiadadamente, multi brasileira investindo lá fora e porque? Porque os juros internos são baixos ou porque a produção não compensa, por conta justamente dos juros e do câmbio?

  31. João, tem quinhentas
    João, tem quinhentas maneiras, essa é a parte mais fácil da história. Baixa os juros. Não adiantou? Imponha tempo de permanência ao capital de curto prazo. Não adiantou? Crie um fundo em cima de adicional de exportação de produtos primários, que servirá para regular oscilação do próprio setor.

  32. Nassif, leio-o há alguns
    Nassif, leio-o há alguns anos. E já vi esta sua estória antes, mais ou menos na mesma linha. E já está me dando azia. Bom, então chegamos a seguinte conclusão: os donos do poder(não obrigatóriamente o governo) ficam cozinhando o galo na queda do juro, porque mais cedo ou mais tarde, a coisa vai degringolar novamente e daí, em função da nossa necessidade de financiar a dívida, causada pelos próprios juros, teremos infelizmente que aumentá-los, porque caso contrário, ninguém vai financiá-la. E nunca ele ficará baixo até o ponto em que se faça a diferença, de forma a que não se precise subi-lo mais. É trágico. Enquanto isso continuaremos nesta M, em última instancia, com pessoas morrendo por aí, seja por falta de investimento em saúde, educação, segurança, infra-estrutura, emprego, etc…como sempre foi. Subdesenvolvidos sempre. E basta ler o editorial da FSP hoje, o qual concordo, para vermos em que barco estamos.

  33. Luizinho, diga aí? que
    Luizinho, diga aí? que terrorismo é esse? estão atacando os seus administradores geniais nessa matéria. Voce vai deixar isso barato? diz aí que é mentira… rs.

    Em 4 anos, dívida pública cresceu mais em SP e MG

    A Prefeitura de São Paulo e o Estado de Minas Gerais foram as unidades da federação que registraram maior aumento no endividamento público nos últimos quatro anos, conforme acompanhamento do Banco Central. No final de outubro, último dado disponível no site do BC, a cidade de São Paulo tinha uma dívida total consolidada no valor de R$ 33,742 bilhões, o que representa aumento de 5,18% nos dez primeiros meses do ano e de 48,19% em relação ao final de 2002.

    A dívida do governo mineiro somava R$ 48,082 bilhões em outubro, com aumento de 5,58% sobre dezembro de 2005 e de 40,23% sobre o final de 2002.

    As duas unidades da federação têm como característica comum o fato de terem sido governadas por políticos apontados como prováveis candidatos à Presidência da República em 2010 e ambos integram os quadros do PSDB.

    O atual governador de São Paulo, José Serra, foi prefeito de São Paulo até abril do ano passado, quando renunciou para disputar o governo paulista. O reeleito governador mineiro, Aécio Neves, sempre defendeu, publicamente, medidas de austeridade fiscal. Embora boa parte da dívida tenha sido contratada antes da posse dos dois políticos, os números do BC mostram que as duas unidades da federação andaram na contra-mão, em relação a outros governos, que conseguiram reduzir o endividamento.

    O Estado de São Paulo, por exemplo, que até abril de 2006 era governado por Geraldo Alckmin (PSDB) e que tem o maior estoque de dívida entre as unidades da federação, registrou decréscimo no seu endividamento nos dez primeiros meses de 2006. Em outubro, a dívida do Estado mais rico da federação somava R$ 129 bilhões, com queda de 0,63% em relação ao final de 2005. Considerando-se o final de 2002 como base, observa-se que houve aumento de 23,13% no endividamento do governo paulista, já que a dívida nominal naquele mês era de R$ 104,744 bilhões. Em termos reais, descontada a inflação, houve até redução, já que o índice IGP-DI, que reajusta a dívida dos governos estaduais, subiu 25,80% no período.

    O Estado do Rio de Janeiro, que tem a quarta maior dívida entre as 27 unidades da federação (abaixo dos Estados de São Paulo e Minas Gerais e da Prefeitura de São Paulo) registrou crescimento do endividamento no mesmo ritmo da variação do índice de preços IGP-DI. No final de outubro, a dívida do governo fluminense era de R$ 33,553 bilhões, com aumento de 2,79% no período de dez meses e de 28,47% em relação ao final de 2002.

    O Rio Grande do Sul, o quinto mais endividado do País, registrou comportamento semelhante. Em outubro, a dívida do governo gaúcho somava R$ 30,098 bilhões, com aumento de 3,79% no período de dez meses e de 29,68% em relação ao final de 2002.

    Goiás

    Em termos relativos, considerando-se o tamanho das economias dos Estados, o governo mais endividado entre os dez maiores é o de Goiás. A dívida do governo goiano em outubro atingiu R$ 11,305 bilhões. Embora tenha crescido pouco em relação ao final de 2002 (16,72%), esse patamar representava quase 30% do produto interno bruto daquele Estado. Pelos dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a economia goiana gerou riquezas (PIB) no valor de R$ 38,124 bilhões em 2004, o que dava uma relação dívida/PIB ao redor de 29,65%. Os dados referentes a 2004 são os mais recentes calculados pelo IBGE.

    Logo abaixo de Goiás estava o governo mineiro, em que a relação dívida/PIB estava em 29,51% considerando-se o estoque da dívida em outubro de 2006 e o PIB contabilizado em 2004, que somou R$ 156,2 bilhões. No caso do governo de São Paulo, com PIB de R$ 514,5 bilhões em 2004, essa relação estava em 25,06%, caindo para 22,2% no caso do governo gaúcho (PIB de R$ 135,5 bilhões) e para 16,03% no caso do governo fluminense (PIB de R$ 209,3 bilhões).

    Bahia e Pernambuco

    Os Estados da Bahia e de Pernambuco, cujas economias estão entre as dez maiores do País, registraram queda no endividamento público nos últimos anos. No final de outubro, a dívida da Bahia somava R$ 9,136 bilhões (PIB de R$ 80,4 bilhões), com queda de 5,0% em relação a dezembro de 2005 e de 10,20% em relação ao final de 2002.

    No caso de Pernambuco, a dívida em outubro atingiu R$ 4,6 bilhões para um PIB de R$ 44,3 bilhões, com queda de 5,95% no ano e de 11,18% em relação ao final de 2002. Em termos reais, descontando-se a inflação no período, a redução foi ainda mais expressiva, aproximando-se dos 30% nos dois estados, com a relação dívida/PIB nos dois estados nordestinos caindo para perto de 10% no final do ano passado.

  34. No governo FHC, até que o
    No governo FHC, até que o real fosse desvalorizado, nos ferramos todos. Este governo beneficiou-se da desvalorização, e agora destrói setores importantes da economia com a sobre-valorização do real.

  35. O real sobrevalorizado é
    O real sobrevalorizado é simplesmente auto-flagelo. Só pervertido pode gostar disso.

    Como é que pode o brasileiro torcer pela desindustrialização?
    China e India agradecem.

    E pensar que um dia chegamos a ser a oitava economia do mundo… Estamos a toda velocidade rumo ao subdesenvolvimento.

    O atraso está impregnado na cabeça dessa gente.

  36. é incrivel como ainda se
    é incrivel como ainda se discute o sobrevalor do câmbio como o maior dos males.será que nossos empresários se esquecem dosbaixos salários que aqui são pagos.se esquecem da sonegação fiscal? É hora desta gente começar a deixar de comprar as suas caminhonetes e começar a investir para valer.aqueles que estão fazendo isto estão se dando bem.O resto,oras ,o resto é pura choradeira de quem não quer trabalhar.

  37. Os petistas não vão gostar
    Os petistas não vão gostar nada nada dessa sua crítica a política econômica da nossa valorosa ekipeconomica. O Meirelles hoje msm na Folha de SPaulo já avisou: vai combater qualquer tentativa de crescimento econômico acelerado que alguém tente implementar no Brasil . Não admite ser contrariado e ponto final. Nassif não atrapalhe os homens. Não fique confundido a cabeça deles…Deixa o homem trabalhar Nassif. rs

  38. Embora livre, no último
    Embora livre, no último semestre de 2.006 o Câmbio esteve estável variando em uma banda de 2.14 a 2,16.

    A tendência é que o Câmbio continue se valorizando lentamente, uma vez que a entrada de doláres é muito grande e Banco Central não tem como enxugar o mercado indefinidamente.

  39. Ótimo Nassif, mas se é tão
    Ótimo Nassif, mas se é tão simples e um novo boom exportador certamente traria o tão almejado crescimento de 5%, ou mais, não pode apenas por pura incompetência que o governo não resolve o problema. Quem ganha com o dólar depreciado assim?

  40. No ano passado os EUA e a
    No ano passado os EUA e a Europa tomaram medidas protecionistas com as exportações de texteis e calçados da China.
    Só o Brasil é “bonzinho” no comércio exterior.

  41. Roberto, no final de 2005 o
    Roberto, no final de 2005 o BC repetia isso, do crescimento baseado no mercado interno. Qual o fator que proporcionará esse crescimento? Se esse crescimento é tão certo assim, porque esse boom de investimentos brasileiros no exterior, porque o aumento das remessas das multinacionais? O que você vê, que eles não enxergam?

  42. VERDADES:
    1) Creditar o
    VERDADES:
    1) Creditar o crescimento da China apenas à política cambial é forçar a barra. Outros fatores ambientais foram muito mais importantes (as zonas especiais).
    2) Pode-se utilisar o argumento, corretamente, para a indústria argentina (principalmente a automobilística). Mas a um custo muito grande para o resto da sociedade (é um saque sobre o futuro), como inflação alta e represada, controles de preços ditatoriais, economia toda artificial ( o Lavangna, que é heterodoxo, não aguentou e pediu o boné). Quanto tempo aguentarão? Passaram pelo erro de valorizar artificialmente o peso (arrasaram a economia), agora erram desvalorizando artificialmente (vai estourar).
    3) O Real, ao contrário do que falam, está sendo desvalorizado artificialmente (a um custo, relativo, muito mais alto do que a SELIC, que bem administrada está levando o Brasil ao grau de investimento, o que de fato já somos).
    4) A taxa de câmbio de equilíbrio (com câmbio flutuante) seria com um Real mais valorizado (no princípio poderia ocorrer uma valorização maior, que pode ser combatida). Como consequências teriamos menos pressão inflacionária, Selic menor (responsavelmente), preços relativos com equilíbrio mais natural. As empresas que seriam prejudicadas pelo câmbio, teriam como contrapartida preços menores de insumos, de tecnologia, juros menores, aumento das atividades econômicas (aumento saudável, consistente, não artificial).
    5) Além de que, desvalorizar a moeda pátria artificialmente, é abrir mão de QUALIDADE DE VIDA (de PIB per-capta), para beneficiar segmentos (poucos, sem competitividade, sem vantagens competitivas), que absorverão FATORES DE PRODUÇÃO, em detrimento dos segmentos competitivos.
    6) Isto só pode ser aceito em períodos de crise cambial (que não é o nosso caso, nem o da Argentina).

  43. Nassif, mais uma vez você
    Nassif, mais uma vez você mostra onde está nossa fragilidade. Infelizmente, somos prisioneiros do setor financeiro e, claro, da falta de lucidez dos executores da política econômica. Claro que, talvez, nós é que não sejamos lúcidos o suficiente para entender que esses executores sabem o que fazem e ganham bem com isso.
    Permita-me alterar sua frase de “Esse é o drama do segundo governo Lula”, para “O segundo governo Lula será um drama para o Brasil”. E falo isso triste, pois seremos todos vítimas.

  44. O Craque. Nassif, há alguns
    O Craque. Nassif, há alguns dias voce publicou uma entrevista do, se não me engano secretário de planejamento do aécio, comentando que o cara era um craque.

    O que aconteceu? Pisou na bola? pipocou? o treinador do craque era parreira? Ou, como eu sugeri, alguém andou fumando crack mesmo pra escrever aquilo.

    Como pode um craque do planejamento ter um resultado tão ruim?

    Acho que crackeou as idéias do tucanato (morrendo de dor de cotovelo).

  45. Caro Nassif,

    Vejo o seu Blog
    Caro Nassif,

    Vejo o seu Blog ou Blig, aba Economia, com tantos doutos a se manifestar que, com o rabo entre as pernas, fico aqui atrás da moita, feito caçapo, sem falar nada, só prestando atenção, meio assustado.

    Porém, irresistivelmente, vem a necessidade de tocar a corneta estridente:

    — Qual é a razão (ou razões) objetiva para nossos juros serem os mais altos do mundo, longe do segundo colocado, a Turquia, e mais longe ainda da coitada da Argentina, que foi obrigada, há alguns anos, a declarar moratória e rasgar parte da dívida, deixando pendurados em brochas pobres velhinhos italianos, que tinham micos nas mãos, obsequiosamente passados a eles pelos sacrossantos bancos e similares de lá?

    Alguém se dispõe a responder com o tambor, nem que seja apenas para iniciar um samba do economista doido? Afinal, o Carnaval está aí.

    Abraço, esperando que o PAC não empaque, não se mostre mais um conto do paco.

  46. Creio que o fator principal
    Creio que o fator principal em 2006 foram as eleicões, com a vitória inesperada do Presidente Lula e a confirmação do Ministro Mantega as portas para a continuação das politicas socias e o fortalecimento ds salários mais baixos estão abertas e os investimentos destinados ao mercado interno aparecerão.

    Nos últimos doze meses o Salário Mínimo teve um aumento de mais 25% em dolares. creio que isto conjugado com a forte expansão do crédito(que esta aumentando fortemente o poder de compra dos salário intermediários), garantirão a demanda.
    Com a queda dos juros da taxa Selic a relação dívida pública/PIB continuará em queda viabilizando o aumento dos investimentos públicos, fazendo a ataxa de ivestimentos caminhar rapidamente para os 25% do PIB.

  47. O Brasil enfrentou uma grave
    O Brasil enfrentou uma grave crise política e institucional que se iniciou em 2005. E creio que foi superada com o fim das eleições de 2006.

    Ainda enfrentou um repique inflacionário em 2005 e as turbulências internacionais de 2006.
    Com certezas estes fatores inibiram fortemente os investimentos,mesmo assim o Brasil, impulsionado pela demanda interna teve um pequeno crescimento do PIB.

    2007 inicia com condições muito mais favoraveis que 2005 e 2006, tanto na area política como nos indicadores econômicos.

    Com agentes econômicos surpresos e preparados para aumentar os investimentos.
    2007 deve ser um ano de crescimento bem superior a 2006. Principalmente levando em conta o Petróleo e o Biodiesel,com o aumento da produção de Petróleo e o inicio da produção do Biodiesel, estes setores devem contribuir com pelo menos 1% nominal no crescimento do PIB.

    E caso se corfimem a queda das taxas de juros da taxa selic para abaixo dos 10% nominais a Construção Civil também teve obter uma forte expansão.

  48. Creio que a melhor saída para
    Creio que a melhor saída para os setores com dificuldades em virtude do atual patamar do câmbio,possa ser uma maior integração da America do Sul, com a transferência destes setores para outros paises da região,ajudando no crescimento econômico destes paises e abrindo mercado para produtos de Brasileiros com maior capacidade de competição com o atual patamar do câmbio.

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador