O impacto da alta dos juros sobre os investimentos

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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Jornal GGN – O anúncio do Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) de aumentar a taxa básica de juros em 0,50 ponto percentual, para 9% ao ano, não causou mudanças tão expressivas nos investimentos, com exceção da caderneta de poupança.

Diante do ajuste dos juros, o investimento passou a ter o mesmo rendimento visto antes da mudança das regras, anunciadas pelo BC (Banco Central) no ano passado. Pelas regras do BC, se a taxa básica de juros ultrapassar o patamar de 8,50% ao ano, o rendimento passa a ser de 0,50% ao mês (6,17% ao ano) mais TR (Taxa Referencial). Quando a taxa ficar abaixo ou igual a 8,50%, o rendimento é de 70% da Selic mais a TR.

 
Quanto a outros investimentos, o economista-chefe do banco Santander, Mauricio Molan, explica que o cenário não era dos mais favoráveis para a renda fixa. “Desde o fim do ano passado e começo deste ano, o cenário para os juros nos investimentos (especialmente para pessoa física), para efeito de renda fixa, não era favorável, com rendimentos baixos e alternativas escassas, e a poupança se mostrava como uma opção atraente – não tão atraente como a caderneta com regras antigas, mas atraente pela isenção do Imposto de Renda”.

Diante do atual ciclo de ajustes, o economista-chefe do Santander afirma que a expectativa de que os juros voltem a atingir a casa dos dois dígitos levaram a renda fixa a se tornar novamente atraente. “O momento na margem é mais atraente para renda fixa, muito embora não esteja nem perto do visto anteriormente”, diz.

 
Rendimentos

A Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade) realizou simulações de rendimento para uma aplicação financeira de R$ 10 mil, mantida pelo prazo de 12 meses, com a taxa Selic estável em 9% ao ano. Na poupança, o rendimento ficaria em R$ 668. No fundo de investimentos, com taxa de administração de 0,5% ao ano, o rendimento ficaria em R$ 693. Contudo, os rendimentos diminuem conforme as taxas de administração aumentam: no caso da taxa de 1% ao ano, o rendimento ficou em R$ 655. Se a taxa for 2,5% ao ano, o rendimento do fundo ficaria em R$ 541. E na simulação com taxa de administração de 3% ao ano, a remuneração cairia para R$ 503.

 
A competitividade da caderneta de poupança no curtíssimo prazo (entre zero e 90 dias) em relação a outros investimentos, por conta da isenção do IR, é ressaltada pelo educador financeiro Mauro Calil. Contudo, é preciso fazer algumas contas e ponderar os objetivos traçados com as aplicações antes de aplicar todo o seu recurso em um único local. “Se você tem um CDI de quase 9 pontos percentuais ao ano, quando se desconta o IR o investimento passa a valer a pena a partir de um ano, quando o IR cai para 17,2%, enquanto a poupança fica bastante atrativa em prazos curtos por conta da isenção”. Se o investidor tiver mais tempo para deixar seu capital aplicado (um ou dois anos, por exemplo), o educador financeiro afirma que o investidor também pode avaliar os chamados títulos pós-fixados – que tem seu valor corrigido pelo seu indexador -, uma vez que, “conforme os juros subam, seja possível obter uma remuneração melhor”. Contudo, Calil ressalta que tudo vai depender do objetivo do investidor ao realizar a aplicação.
Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

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