A manutenção desse modelo de alta volatilidade cambial no Brasil, acarreta as seguintes conseqüências:
1. Elimina a autonomia da política monetária brasileira. Os juros internos têm que ter um olho na inflação interna, outro no “yeld” (rentabilidade) dos papéis brasileiros.
2. Pressiona fortemente a política fiscal, ao obrigar à acumulação excessiva de reservas cambiais (para enfrentar a volatilidade do câmbio) e a manutenção de juros mais elevados do que seriam sem a volatilidade cambial.
3. Cria um círculo vicioso, fartamente demonstrado ao longo desses últimos dez anos. Os juros altos provocam uma apreciação do real (devido à liberdade de movimentação do capital especulativo), criam uma situação de desequilíbrio (porque, dentro de algum tempo, se reflete nas contas externas) e seguram provisoriamente a inflação. Depois, quando ocorre a descompressão do câmbio (devido a algum evento externo ou às pressões da balança comercial) a desvalorização traz de volta a inflação, jogando todo o esforço água abaixo.
4. Não significa um tostão a mais de investimento. Primeiro, porque capital volátil é capital de arbitragem (entra para morder e sair). Depois, porque uma economia exposta a capital volátil espanta o capital de investimento.
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