O mercado de carbono

As pocilgas estão com seus dias contados. Com o mercado de venda de crédito de carbono, os dejetos de suínos ficaram valorizados. Mais do que eles, apenas os de bovinos, que têm um poder de poluição 21 vezes maior do que o CO2.

Os contratos de venda de carbono são de dez anos. A empresa prepara um projeto mostrando quanto vai reduzir a poluição. No circuito há uma empresa que desenha o projeto, outra que valida e uma terceira que confere. Com a carta de anuência, encaminha o pedido de venda de créditos de carbono para a ONU. Lá, o processo é validado através de uma auditoria de verificação.

À medida que o vendedor vai comprovando a captação de gases, é ressarcido. Os organismos de medição são certificados pela ONU e pela Comissão Interministerial de Mudanças Climáticas do Ministério da Ciência e Tecnologia.

Em cima desse mercado, a Sadia resolveu desenvolver um projeto de sítios ecologicamente auto-sustentáveis, junto a seus fornecedores. O projeto começou a ser desenhado no início de 2004. Primeiro, a Sadia fez em quatro granjas próprias, para aprender as melhores práticas. Depois, opfereceram para seus 3.500 fornecedores integrados. Esperavam adesão de 50%, apesar de não ter custo algum. Mas 96% aderiram.

Escolheu os suinocultores e financiou biodigestores para alguns deles. Depois, vendeu os créditos de carbono para a European Carbon Fun, num total de R$ 90 milhões em dez anos. 40% desse valor permitiram pagar toda a estrutura de biodigestores. Os 60% restantes irão para a própria comunidade, para trabalhar matas ciliares, captação de águas.

Com os biodigestores, os suinocultores serão auto-suficientes em energia. A partir daí, abre-se espaço para certificação de origem e desenvolvimento de indicadores locais ligados às Metas do Milênio.

Hoje em dia, os mercados mais organizados são os europeus. Os créditos de carbono começaram com cotação de 3 a 4 dólares a tonelada de CO2 emitido. Hoje, já está em 12 dólares e se fala até em 25 dólares. A Sadia produzirá 12 milhões de toneladas em dez anos dos integrados, mais 800 mil da própria Sadia.

Luis Nassif

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