Os bancos europeus reprovados no teste de estresse feito pelo BCE

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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Enviado por Henrique O

do RFI Português

BCE reprova 25 bancos em teste de saúde financeira

Vice-presidente do BCE, Victor Constancio, apresenta resultados dos testes neste domingo (26)

Vice-presidente do BCE, Victor Constancio, apresenta resultados dos testes neste domingo (26)

Reuters

Dos 130 maiores bancos da zona do euro, 25 falharam em um teste do Banco Central Europeu (BCE) para avaliar se as instituições têm capacidade de enfrentar uma nova crise financeira. O exame, promovido pelo BCE para restaurar a confiança dos investidores no sistema bancário do bloco, aponta um déficit de capital de 25 bilhões de euros nos bancos reprovados.

Mas, como o chamado “teste de estresse” foi realizado em cima dos ativos financeiros em 31 de dezembro de 2013, boa parte do déficit já foi coberta. Doze dos bancos levantaram cerca de 15 bilhões de euros nos mercados, informou o BCE. Os outros 13 têm duas semanas para preparar um plano de recapitalização.

Uma vez aprovadas as medidas, as instituições terão entre seis e nove meses para captar os 9,5 bilhões de euros que ainda faltam. Assim, o BCE espera evitar eventuais surpresas espera se proteger de eventuais más surpresas antes de assumir, no dia 4 de novembro, o papel de supervisor bancário da união bancária que está sendo constituída na Europa.

Essa supervisão será acompanhada de um mecanismo comum de gestão de crises bancárias, além de um sistema unificado de proteção das poupanças. A ideia da união bancária é evitar que uma crise nos bancos não paralize toda a economia, como aconteceu no início da década.

Entre os bancos reprovados, sediados em 11 países, há nove italianos, três gregos, três chipriotas, um alemão e um francês. As situações mais delicadas são a do italiano Monte dei Paschi di Siena e do grego Eurobank, que têm de se recapitalizar em 2 bilhões e 1,8 bilhão de euros, respectivamente.

Resposta dos mercados

Agora, a questão é se esses testes – que submeteram os ativos dos bancos a cenários hipotéticos extremos, como uma recessão de três anos, com quebra do mercado imobiliário – bastarão para tranquilizar os mercados. Em 2011, um exame conduzido pela Autoridade Bancária Europeia não foi capaz de detectar fraquezas importantes em instituições irlandesa e espanhola. A primeira resposta do mercado virá na abertura das bolsas europeias nesta segunda-feira (27).

Para o Banco Central Europeu, é fundamental recuperar a confiança no sistema bancário, responsável por fornecer 80% dos créditos na zona do euro. “Identificando os problemas e riscos, a operação vai ajudar a avaliar a situação e deixar os bancos mais resistentes e robustos”, afirmou Vitor Constancio, vice-presidente do BCE, durante a apresentação dos resultados para a imprensa, neste domingo (26), em Frankfurt. “Isso deve facilitar a distribuição do crédito na Europa, o que vai sustentar o crescimento econômico”.

Teste dá primeiros frutos

“A metodologia pode e será criticada”, destacou Christian Schulz, economista do banco Berenberg. “Mas este é o exame mais pesado já feito com os bancos europeus”. A operação, que mobilizou mais de 6 mil pessoas, já trouxe um resultado positivo: os bancos europeus reforçaram seus próprios fundos em 200 bilhões de euros desde a metade de 2013 para se preparar para a auditoria.

A Comissão Europeia parabenizou este “exercício de uma dimensão sem precedentes”, que trará “grande transparência sobre a saúde financeira dos bancos e permitirá identificar e corrigir fraquezas”.

 

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

3 Comentários

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  1. Quem sabe dai saia a solução

    Quem sabe dai saia a solução dos bancos: acabar a realização entre valor e a atividade de criar valor.

    Dai também voltar-se para a natureza do trabalho objetivado, com seus elementos de valor – o mais trabalho aparecer como produtor de valor do próprio trabalho; através do novo ato de produção (que meramente confirma a troca entre capital e trabalho), como produtos dos governos.

    O mais valor do trabalho fixa as condições do seu valor de uso, indispensável no crescimento da força produtiva. 

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