Os vícios do Copom

Coluna Econômica – 20/01/2008

Até janeiro de 1999, o Banco Central adotava o sistema de “flutuação suja” para o câmbio. Definia um patamar máximo, um mínimo, e ia administrando o nível do câmbio entre os dois valores.

Quando o câmbio explodiu, adotou-se o sistema de “metas inflacionárias”. Funciona assim:

1. O Copom (Comitê de Política Monetária) define uma meta de inflação a ser perseguida, com uma margem de tolerância, para cima ou para baixo.

2. O Banco Central monta cenários para estimar a inflação futura. Também efetua consultas ao mercado, através de uma pesquisa semanal chamada de Focus.

3. Quando as expectativas de inflação estão acima da meta, aumenta a taxa Selic; quando abaixo, teoricamente deveria reduzir.

***

Nesses anos todos, o sistema apresentou problemas e distorções, que nunca foram trabalhados a contento.

O primeiro deles, o sistema entrópico de consulta, com o BC limitando-se a consultar apenas uma parte do sistema financeiro – aquele mais comumente chamado de mercado. Criou-se um sistema retro-alimentado.

Cada instituição financeira monta seu modelito matemático. Mas o interesse dela não é prever a inflação, mas apenas o que o BC acha que será a inflação. As instituições ganham não quando acertam a inflação, mas quando acertam o que o BC pensa sobre a inflação.

***

O segundo erro foi enquadrar as metas inflacionárias no ano-calendário, em vez de definir prazos móveis.

Por exemplo, se a inflação chega em julho a 6%, digamos, e a meta é de 4,5%, caso se queira trazer a inflação para a meta até dezembro a pancada nos juros terá que ser intensa. Se o prazo de ajuste fosse sempre de 12 meses à frente, a transição se daria com menos custos.

***

O terceiro erro foi pretender controlar a inflação pelo mecanismo juros altos – câmbio baixo – preços em queda. Esse modelo produziu reiterados desastres. Os juros elevados atraíam dólares, provocam uma valorização no real e, em um primeiro momento, reduziam os preços. Em um segundo momento, geravam desequilíbrios nas contas externas provocando a explosão cambial posterior. Ou seja, o modelo não era sustentável.

Já em dezembro de 2007 se sabia que a política monetária do BC estava levando a uma sinuca nas contas externas, mesmo sem a dimensão da crise posterior.

***

O quarto erro foi jamais ter havido uma avaliação consistente dos mecanismos de aumento dos investimentos no país. Em todo processo de crescimento, à medida que a produção vai ocupando a capacidade instalada, os empresários apelam a um conjunto de expedientes para aumentá-la sem investir.

A partir de determinados níveis, acreditando na manutenção do processo, decide investir.

Quando se chegava às vésperas da decisão de investimento, o Copom aumentava os juros abortando a entrada da economia na nova etapa.

***

Mesmo sem mudanças, a próxima reunião do Copom decidirá sobre os níveis da taxa Selic. A economia está sentindo os efeitos da crise, o desemprego aumentando, assim como a capacidade ociosa das indústrias.

Dezembro foi um desastre. Mesmo assim, o relatório de inflação do BC acenava com uma atividade robusta.

Qualquer decisão de reduzir a Selic em nível inferior a um ponto ajudará a afundar o ritmo da atividade.

Luis Nassif

48 Comentários

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  1. O Banco Central deveria
    O Banco Central deveria adotar um tipo de Balanced Scorecard.

    O objetivo não pode depender apenas de um indicador (inflacão), mas de um conjunto balanceado de indicadores.

  2. NASSIF,

    Os dezenove países
    NASSIF,

    Os dezenove países do G -20 ( excluindo o Brasil ) descobriram há mais de seis meses que uma Nação em recessão não precisa se proteger contra inflação, adotando a política de juros elevados. E nesse período que não aumentou a capacidade de consumo, uma infinidade de países , liderados pelos EUA, tiveram ganhos reais de alguns bilhões de dólares
    com as reduções nas taxas de juros e dos encargos financeiros. Os responsáveis pela área economica do governo brasileiro que se diziam imunes a qualquer crise, erraram nas medidas adotadas e sacrificaram desnecessariamente o Tesouro Nacional.

    Se de setembro para cá, o Governo tivesse reduzido os juros nominais anuais para 10%, mantendo ainda um spread de 4%, o Brasil continuaria liderando no pagando das maiores taxas reais de juros do planeta, mas o Tesouro teria economizado o desembolso de mais de R$ 18 bilhões, recursos suficientes para a construção das ferrovias transnordestina e norte sul e que estariam gerando milhares de empregos e nas regiões mais pobres do pais e ampliando a nossa capacidade logística.

    E hoje estamos vendo que os juros elevados só estão inibindo a manutenção e aumento de empregos e servindo para atrair o capital especulativo e volátil do mundo inteiro que chega aquí com um custo anual de 4% e saí com ganho nominal acima de 9% ( 100% a mais). E a oferta conteve o prêço dos alimentos e juros continuam alimentando os especuladores.

  3. A historia antiga e recente
    A historia antiga e recente demonstra que uma mudança de rota na politica monetária não se faz com a mesma equipe. Para operar com a flexibilidade rápida adequada a mudança de ciclos os gestores da politica monetária precisam ser bem mais inteligentes do que tem sido nos ultimos 15 anos. O típico integrante do COPOM neste longo periodo é dogmático, inflexivel, adepto de modelos rígidos, construiu sua carreira e curriculo em cima dessa cartilha. Meirelles é apenas o bedel da turma, não tem os mesmos compromissos, mas sua imagem se identificou de tal forma com o modelo que perdeu credibilidade para muda-lo.. A redução para ter efeito´prático seria de 3 ou 4 pontos percentuais, se reduzirem i ponto não dá para o começo , os efeitos na economia real serão minimos dado o tamanho da queda da atividade. Nos EUA e Europa as reduções foram ma ordem de um quarto ou um terço da taxa, de 3 para 2, de 2,5 para 1,5, a proporção aqui representaria de 4 a 5 pontos percentuais. A redução de 1 ponto não significará nada.
    Uma correção da politica monetaria no tamanho da crise seria jogar fora essa tolice monumental chamada de “metas de inflação”, uma incongruência lógica, filosofica, historica e pratica, inflação é doença e doença não pode ser meta de ninguem, o modelo é uma invenção sem pé e nem cabeça, conforme a excelente analise do prof.João Sicsu na CartaCapital desta semana.Esse modelo de metas obrigatoriamente engessa o crescimento, é uma camisa de força para um corpo sadio, não serve para nada e não leva o Pais a lugar nenhum. É a morte da economia como arte e ciencia, um modelo reducionista, simplorio, sem ambição, mortiço, coloca a economia em formol, atende apenas o mercado financeiro. Se é para mudar o caminho da politica monetaria para ajusta-la à nova situação a mudança tem que ser integral, do modelo de “metas” que é o total da politica monetaria e consequentemente de quem se identifica com ele, a diretoria atual do BC, que representa uma escola hoje arquivada no mundo.

  4. Somente uma correção, não é o
    Somente uma correção, não é o COPOM (Comitê de Política Monetária) que define a meta de inflação, esta é uma atribuição do CMN (Conselho Monetário Nacional) que é composto pelo Ministro da Fazenda, Ministro do Planejamento e Presidente do BC. Em 2007 (julho) houve uma pressão muito forte do Mercado e representantes do BC para a redução da meta de inflação (centro da meta 4,5%) e o Guido Mantega não permitiu e felizmente o aperto monetário não foi maior.

  5. Outro erro comumente citado
    Outro erro comumente citado por economistas na aplicação do sistema de metas de inflação é a utilização do IPCA, com alta participação de bens corrigidos pelo IGP (que por sua vez é fortemente influenciado pelos preços externos) e por bens comercializáveis.

    A crítica então reside no fato que se usa um instrumento que apenas afeta um conjunto de preços (os de bens não-comercializáveis internacionalmente) para ajustar um índice no qual o peso desse conjunto no total da cesta é muito pequeno, assim necessitando de um choque forte nos juros para resultar em uma mudança pequena no índice.

    Além disso, a utilização de um índice que não é de núcleo resulta em que uma variação forte em poucos bens de natureza instável (e.g. commodities) tenha efeitos sobre o total do nível considerado, o que causa forte volatilidade e fragilidade em relação a choques externos na política monetária.

  6. a dupla juros altos/cambio
    a dupla juros altos/cambio baixo só tem alguma chance de funcionar – e mesmo assim não é a única opção – no caso de inflação de demanda (capacidade plenamente utilizada), que não aconteceu no Brasil esses últimos anos, quando sempre houve um nível de capacidade ociosa respeitável. Tem um efeito direto deletério sobre a distribuição de renda, e tb um efeito nocivo sobre preços (visto que juros são componentes do preço, seja diretamente, seja por conta da possibilidade de ganho alternativo ali apresentada). Ou seja, para um mesmo salário nominal, um efeito de baixa do salário real. Enfim, dá pena ouvir totalmente leigos dizendo, convencidos pelo massacre midiatico, que essa é a unica saída. Saída?

  7. “Sistema entropico de
    “Sistema entropico de consulta”? Voce poderia explicar melhor pq ele é entropico? Obrigado.

    É um sistema em que a formação de expectativas se dá entre os membros, sem nenhuma interferência de fatores externos. O mercado tenta adivinhar qual a expectativa do BC; e o BC convalida sua expectativa em cima da expectativa do mercado.

  8. Como esse jogo não envolve só
    Como esse jogo não envolve só as boas inteções do controle inflacionário, mas também é o mecanismo responsável pela tranferência legal de um quarto da arrecadação pública aos rentistas, vejo que esses interesses tenham criado uma nova “patrulha ideológica” , desta vez encabeçada por doutores financistas, que acham o máximo o cáculo integral, mas não percebem o ladrão (escoadouro).

  9. eu sou meio iniciante na
    eu sou meio iniciante na econômia, me diga Nassif, a tal da taxa de juros não cai por ignorância ou por interesse político ?

    obrigado!€

  10. Creio que os juros altos eram
    Creio que os juros altos eram necessários quando havia déficit em conta corrente e superávit comercial era menor e principalmente quando havia grande risco de renegociação da dívida pública.

    O grande erro do COPOM foi manter os juros da Selic elevados mesmo depois de eliminado o risco de renegociação da dívida pública e com os enormes superávits comerciais.

    Esta nova realidade exigia juros menores, e para operar a mudança de ciclo de juros altos para uma patamar de kuros da Selic mais baixos havia a necessidade de aumentar o compulsório e o IOF, mas o COPOM insistiu em usar apenas a manipulação dos juros da Selic para controlar a inflação, causaundo um excessiva queda do dólar no Brasil.

    Agora com a queda de liquidez internacional e a brusca queda da atividade econômica tem uma grande oportunidade para reduzir os juros da Selic sem pressionar o câmbio.

    É preciso continuar com o processo de queda nesno que a recuperação da atividade seja rápida, e suspender os incentivos fiscais e aumentar novamente o compulsório caso seja necessário.

  11. “Nunca antes neste País” um
    “Nunca antes neste País” um governo foi tão subserviente aos interesses da classe dominante. A redução da taxa SELIC, embora inevitável, vai acontecer a conta-gotas, no limite estrito daquilo que os banqueiros poderão suportar. Não tem absolutamente nada a ver com política monetária, assim como a elevação anterior também não teve. Ocorreu porque se percebeu que seria possível uma apropriação, pelos banqueiros, de parte do aumento da arrecadação resultante do crescimento econômico do País. Agora, os banqueiros cedem um pouquinho da margem, porque a própria arrecadação deverá cair. Muita tinta e papel, ou bits, se gastam à toa, para explicar o que deveria ser evidente para todos.

  12. a Selic é feita “lá fora”!!!!
    a Selic é feita “lá fora”!!!! Depende do risco-Brasil e da taxa paga pelos bônus americanos (3 ou 10 anos) + um prêmio de risco adicional.

    o autoridade monetária só tem um chefe: o Sr. mercado.

  13. nada como um feriado pra
    nada como um feriado pra discussões filosóficas…. inflação é doença e doença não pode ser meta?! bom, segundo essa análise todos estamos enfermos com temperatura de 36?! mas, com o perdão do mau exemplo, e falando sério, quem disse que inflação é doença e é sempre prejudicial?? muito melhor inflação a 2% do que a 0… mas intrigado mesmo, como o andre sempre me deixa, é quando ele diz que se na europa a taxa anual cai em 50% algo parecdido deveria ser feito no brasil… raciocínio completamente equivocado!!!, o que importa pro mercado é o valor absoluto da queda, se vc quer aumentar a atividade vc baixa os juros sem pensar em termos relativos, por exemplo se estou baixando a taxa em 10, 30, 50% do nível atual, e sim o que que 1% vai mexer no equilibrio de uma carteira de investimentos, entre financeiro e investimento de capital….. mas isso tudo é tao elementar.. se o que o andre é o nassif falam fosse posto em ação o brasil seria uma argentina, 10 vezes pior…

    O fluxo de dólares impacta o câmbio. E depende dos valores relativos da taxa Selic – em comparação com as taxas internacionais. Se você não conseguir introduzir uma variável óbvia no seu raciocínio (juros -> câmbio -> contas externas -> crise cambial), continuará assim: pensando o elementar apenas.

  14. Bem feito para um governo que
    Bem feito para um governo que desde o principio abriu mão de comandar o BC ao delegar com força os destinos da economia a um ex-deputado federal do PSDB-banqueiro…

  15. André:

    “Nos EUA e Europa as
    André:

    “Nos EUA e Europa as reduções foram ma ordem de um quarto ou um terço da taxa, de 3 para 2, de 2,5 para 1,5, a proporção aqui representaria de 4 a 5 pontos percentuais. A redução de 1 ponto não significará nada.”

    E quais foram os resultados positivos dessas reduções na Europa e EUA? Por tudo que li, até agora os efeitos das reduções de juros nas economias centrais foram quase nulos, grandes corporações e bancos continuam falindo e o emprego continua derretendo. Mesmo as injeções gigantescas de recursos apenas tem mitigado, e pouco, os efeitos da crise.

    O que você acha que aconteceria de diferente no curto prazo se o COPOM reduzisse os juros em 4pp ao invés de 1pp? Os bancos liberariam mais crédito para as empresas? As taxas de juros escorchantes cobradas pelos bancos comerciais cairiam proporcionalmente?

    Não sou contra a redução da taxa Selic, entendo seu funcionamento no longo prazo, mas penso que este é o momento do governo agir com mais determinação, com medidas mais radicais, impondo obrigações relativas à manutenção do emprego às empresas que receberem recursos públicos, forçando os bancos a reduzirem o spread através do BB e CEF, não remunerando o depósito compulsório, entre outras medidas.

    A pauta das Centrais Sindicais contém alguns ítens importantes (além da queda da taxa Selic), como a redução da jornada de trabalho sem redução do salário. Esta medida manteria o emprego e, consequentemente, o consumo, assim a economia continuaria a girar (além de ser uma medida civilizatória). Os que se opõem a essa medida – sindicatos patronais, em sua maioria – utilizam os mesmos argumentos que se utilizava no final do século 18 até meados do século 19 quando a jornada de um trabalhador chegava a 80 horas semanais.

    Os que muito lucraram na última década terão que dar sua contribuição reduzindo suas margens, mas não o farão espontâneamente. Ao contrário, muitos empresários oportunistas e inescrupulosos estão usando o pretexto da crise para aumentá-las, ou para obter concessões do governo e dos trabalhadores.

    A discussão tem que passar por essa questão, senão a disputa política fará com que a profecia se auto realize.

  16. CENTRAIS PEDEM

    Ampliação do
    CENTRAIS PEDEM

    Ampliação do seguro-desemprego para 10 parcelas

    Manutenção de emprego das empresas que obtêm recursos público ou redução de impostos

    Redução da jornada de trabalho sem redução dos salários

    Autorizar saque de pelo menos 20% da conta do FGTS

    Reajuste do salário mínimo em mais 12%

    Negociar com as empresas em dificuldades para impedir ao máximo demissões

    Redução imediata de dois pontos percentuais na Selic

    Queda do superávit primário

    Suspensão temporária do pagamento de ICMS pelos governos estaduais de setores com dificuldades para manter os empregos, desde que a partir do benefício, os empresários se comprometam a não demitir

  17. LUIS,
    Diga-me uma coisa: a
    LUIS,
    Diga-me uma coisa: a quem realmente durante todos esses anos interessou a alta da taxa SELIC?
    Ora se todos os países, adotaram uma política economica de juros praticamente zero, numa época drastica em que estamos vivendo, porque o BRASIL insiste nestas taxas altas , com crescimento industrial zero?
    Simples aqui é um país para ganhar dinheiro, custe o que custar, a equipe econõmica não faz nada , não porque não podem , mas sim porque não querem e não devem, pois assim os banqueiros ganham mais dinheiro.
    Como certo alguém disse Luis:
    O BRASIL NÃO É UM PAIS SÉRIO.
    E PONTO FINAL.
    Só mais uma pergunta LUIS, DÁ PARA ESTIMAR QUANTO EM DINHEIRO AS AUTORIDADES AQUI NO BRASIL E NO MUNDO , OFERTARAM OU MELHOR DOARAM AOS BANCOS.
    Um abraço LUIS.

    Provavelmente o suficiente para transformar a infra-estrutura brasileira na mais moderna dos países emergentes.

  18. “O objetivo não pode depender
    “O objetivo não pode depender apenas de um indicador (inflacão), mas de um conjunto balanceado de indicadores”

    O unico indicador que bc usa eh o maximo que o brasileiro pode pagar. Esse ta bom pra eles.

  19. Concordo com tudo o que
    Concordo com tudo o que escreveram André Araújo, Roberto São Paulo/SP e Júlio Locher.

    Acrescento:
    1) Há vícios adjacentes ao processo de financiamento do déficit público que precisam ser eliminados. Essa é mais uma questão política do que econômica. Reparem bem: um bom negócio, quando dá um retorno de 7% ao ano, tem comemoração com rojões. Aqui no Brasil, finaciar o déficit público dá retorno médio de 14% ao ano. Isso sem o risco de um negócio privado. Os bancos atuam como lojas deste fabuloso negócio de financiamento do déficit. E, claro, preferem investir nos títulos públicos, líquidos e certos, sem risco. Enquanto tiverem essa muleta, os juros na ponta continurão mais do que extorsivos. Afinal, correr riscos financiando a produção para quê se existe lucro fácil e sem riscos no financiamento do déficit público. Por outro lado, os bancos são os maiores financiadores das campanhas políticas. Apostam em todos os partidos e depois colhem os dividendos. É essa ciranda que o complexo BC-COMPOM retro-alimenta.

    2) Nos EUA, os órgãos responsáveis pela determinação de taxas de juros têm representação do governo, do setor financeiro e também da indústria e do comércio. Aqui os reprsentantes são só do governo e do setor financeiro. Tive oportunidade de entrevistar o Sr. Paulo Skaf – presidente da Fiesp – quando ele estava assumindo seu primeiro mandato na entidade. Vejam o que ele disse sobre isso naquela ocasião (2005): “não precisamos nem copiar o modelo americano. Podemos copiar o modelo brasileiro de 10 anos atrás. Quando estive com o presidente Lula, pouco depois de ser eleito para a presidência da Fiesp, nós conversamos sobre a possibilidade de ampliar o CMN. Não adianta só discutirmos com o COPOM (Conselho de Política Monetária) porque a sua missão é defender a moeda dentro de uma visão técnica e monetarista. Precisamos ampliar o horizonte. Veja, por exemplo, a discussão da TJLP (Taxa de Juros de Longo Prazo). Os técnicos do Banco Central argumentam que a indústria está esgotando sua capacidade produtiva; e esta situação de limite pode levar a aumento de preços. E, graças a esta expectativa de aumento da inflação, coloca-se uma nova expectativa de aumento de juros para combater a expectativa de inflação. No final, não saímos deste ciclo vicioso de aumento de juros. Então, para que serviria a redução da TJLP? Para estimular os investimentos que, por sua vez, trariam aumento de produção e aumento da oferta. Em vez de estarmos curtindo esta expectativa negativa de esgotamento da capacidade produtiva, levando à escassez de oferta e inflação, deveríamos estar curtindo a expectativa positiva de acelerar investimentos e aumentar a capacidade produtiva. E para isto, a redução da TJLP ajudaria. Mas o CMN decidiu não reduzir a TJLP. Adianta discutir esta decisão? Claro que não. Não vamos ficar chorando o leite derramado. O que adianta é tentar ter uma cadeira para os trabalhadores e uma para os empresários e, assim, passar a participar das decisões.”

  20. Nassif,
    não se esforce para
    Nassif,
    não se esforce para explicar os erros do BC, lá não tem idiota, todo mundo sabe o que faz. O BC pertence aos banqueiros. Eles ficam todos os anos com 1/3 da arrecadação federal. É doação mesmo. A taxa SELIC é caso de polícia. O abuso é tanto que nem diante de uma crise mundial assustadora eles foram capazes de se enquadrar. São prepotentes, o Brasil está a beira de um colapso econômico e eles permacecem firmes. Deveriam estar todos presos. A crise no Brasil é muito grave. Demanda X oferta no Brasil não funciona. Os preços não cairão (talvez alguns alimentos e só) são dominados por cartéis, monopólios ou administrados pelo próprio Estado. Para sustentar a receita eles aumentam o preço. A Mídia está toda comprada, se sustenta também de dinheiro público. A verdade tem sido ocultada. Estamos diante de uma recessão catastrófica e só vejo mentiras. Ontem ouvi que a venda de carros está se recuperando. É mentira! Os jornalistas deveriam pelo menos dar uma olhadinha nos números antes de divulgá-los. O Brasil é um País sem presidente! Pagaremos o mesmo preço que os americanos estão pagando, por ser governado por alguém totalmente despreparado e por acreditar em mentiras espalhadas pelos meios de comunicação. Quando se navega em mar de almirante, qualquer imbecil é bom comandante.

  21. Política monetária.
    Se fosse
    Política monetária.
    Se fosse tão simples, tudo já estaria resolvido e os analistas econômicos mais sossegados, não é Nassif? . Em economia há muitas variáveis e estas, pesadas e repesadas em cenários distintos, criam um leque de opções para o Copom que alguma vez não teria optado pela melhor. Essa crise veio de fora e afetará mais fundo as empresas exportadoras. Quanto ao BC, penso que o saldo geral das suas atividade ao longo do governo Lula, ainda é positivo.

  22. O problema do COPOM e da
    O problema do COPOM e da deleteria politica monetaria eh soh a ponta do iceberg de uma estrutura de poder concentrada naos maos de uma pequena elite antibrasileira q persegue os proprios interesses as custas do povo brasileiro. (E usa o chovinismo barato para iludir).
    A incompetencia do presidente do BC e de toda a turma eh antologica.

    As metas da inflacao sao uma invencao sem algum fundamento, uma piada usada como referencia operativa pelo BC.

    Os renomados economistas indigenos formados nos Eua voltam para o Brasil enfatuado com os simplorios modelos q foram colocados nas cabecas deles. A fidelidade religiosa ao modelo dogmatico eh fe xita por esses asnos de reimportacao mas com postura de superioriade, e, o q conta, bem funcionais aos interesses dos empregadores.

    De qualquer forma tudo o q aconteceu no Brasil nos ultimos anos dependeu da politica dos Eua e da abundancia de dolares.

    Notavel no Brasil foi o andar pra lados opostos da politica fiscal e do BC e politica monetaria: enquanto esse ultimo colocava juros pornograficos as despesas correntes e a promocao do endividamento corriam soltas, numa esquizofrenia toda tropical, q acabava por algum aspecto de justificar o BC.

    Coordenar politica fiscal e politica monetaria deveria ser o primeiro passo para reduzir juros reais astronomicos.
    Mas tb os gastos publicos deveriam ter uma racionalidade economica, e nao alimentar marajas, como eh hoje com rendas tb astronomicas e privilegios nao toleraveis.
    Esse tipo de gastos publicos para privilegiados e politica fiscal q penaliza mais quem tem menor renda, quem produz riqueza real, e penaliza os investimentos, a favor de marajas e paraxitas deve ser alterada.
    Eh um entrava ate maior da politica monetaria, q as vezes parece ser usada como distracao.

    Enfim agora pra continuar na mesma dependencia mental parece q deveria ser implantada a desesperada politica monetaria dos Eua.
    Essa eh outra fantasia, pq o interesse do Brasil eh controlar a inflacao, criar investimentos e aumentar producao e renda. A imitacao asinina leva a desastre: o q deveria ser imitada eh a atitude: os Eua sem a minima consideracao de qualquer modelito ou dogma fazem o q eh interesse deles (ou da elite ja q o povao eh o mais besta do mundo). Soh ver os palhacos do FMI pra entender.

    O interesse do Brasil eh aumentar investimentos producao e renda. Necessita de planificar e orientar investimentos pela producao de varios insumos importados q podem ser produzido no pais.

  23. ” É um sistema em que a
    ” É um sistema em que a formação de expectativas se dá entre os membros, sem nenhuma interferência de fatores externos. O mercado tenta adivinhar qual a expectativa do BC; e o BC convalida sua expectativa em cima da expectativa do mercado.”

    Então não deveria ser um sistema endógeno ?

    Endógeno é mais correto, sim.

  24. Silvio,
    Administração de
    Silvio,
    Administração de política cambial, cada país faz a sua, assim como cada pessoa administra o próprio bolso. Cada país tem seus problemas. Não seria porque as taxas de juros dos EUA , da Federação Russa, da Inglaterra ou qq outra nação baixassem ou subissem que o Brasil deveria também fazer o mesmo. E tem mais: baixar ou subir em que percentuais? Segundo Delfim Neto, em entrevista recente em programa da Band, ele aduziu uma taxa Selic em torno de 8%, como a ideal para o momento, números que batem com os cálculos dos próprios economistas que a administram.
    Cordialmente.

    Se batesse, porque eles não a reduziriam?

  25. Nassif,

    Creio que
    Nassif,

    Creio que ficaria melhor endógeno ( “que se origina no interior do organismo, do sistema, ou por fatores internos”) em vez de entrópico (“medida da desordem ou da imprevisibilidade da informação”, “relativo a entropia”).

    Melhor, sim. Pensei no entrópico como dispersão de energia em um sistema fechado. O mais correto é endógeno mesmo.

  26. Parabéns ao ELWOOD pela
    Parabéns ao ELWOOD pela análise. Exatamente como penso. Os personagens do COPOM não estão lá para salvaguardar interesses do povo brasileiro. Foram designados para cumprir uma missão. Garantir o máximo possível de pagamento de juros aos rentistas. Todos os modelitos usados para justificar sua atuação é apenas uma farsa. E os economistas de plantão quando se propõem a tentar explicar as medidas adotadas, apoiando ou criticando, estão na realidade dando sustentabilidade à farsa. Me embrulha o estômago quando leio informações divulgadas sobre as atas do COPOM. Mas o fim está próximo, infelizmente com muitas vítimas inocentes.

  27. Elwood escreveu:
    “Coordenar
    Elwood escreveu:
    “Coordenar politica fiscal e politica monetaria deveria ser o primeiro passo para reduzir juros reais astronomicos.”

    Concordo porque interpreto de forma semelhante:
    Inverter a lógica da política fiscal completamente. Passar a evitar o crescimento do déficit público nominal, mexendo na coluna das despesas. E não apenas na coluna das receitas como costuma ser feito quando se promove uma reforma fiscal no Brasil.
    Por esta ótica, os juros altos resultam do alto endividamento público, o que é verdadeiro. Se houvesse compasso entre as políticas fiscal e monetária, o patamar de juros também seria alto para a configuração fiscal que temos hoje. Os juros poderiam ser, digamos “menos altos” sem os excessos. Mas para abaixar mesmo depende dos gastos públicos diminuírem pois tornará o plano factível. O problema é que para fazer isso é preciso baixar os juros fortemente, pois este é o principal fator que mantém a dívida pública em franca expansão.
    Vejamos como está a situação hoje: a crise batendo à porta do país. Para incentivar a economia, o governo promove benesses tributárias para certos nichos privilegiados. A arrecadação já apontando para uma queda forte, tendo em vista a redução da atividade econômica. E o governo segurando os juros básicos nas alturas, o máximo que pode (encomendando um déficit público maior). Com esta ordem de fatores, a conta, simplesmente, não fecha.
    Para Lula, resolver essa equação pode significar vitória ou derrota nas eleições de 2010. Por isso, a hora de inverter a lógica fiscal é agora. Ou o barco será novamente tragado pelas hordas do fisioligismo político; e o Brasil terá perdido mais uma oportunidade de ouro para emergir do subdesenvolvimento. Cacife ele tem. Precisa ver se tem interesse e disposição para peitar quem precisa peitar agora para por os devidos pingos nos respectivos “Ís”.
    Por isso que digo que baixar o juros no Brasil é uma questão mais política do que econômica. Nassif, vc concorda com isso ou sua veia de economista não deixa?

    Escrevi “Os Cabeças de Planilha” para tentar comprovar essa predominância do interesse de grupos sobre a lógica econômica.

  28. Senhores, são os males do
    Senhores, são os males do neoliberalismo. Um desses males é o BC independente, decidindo por si só a taxa de juros em detrimento das políticas econômicas do governo e se atendo exclusivamente a metas como a de inflação e de câmbio. Ainda bem que o Presidente Obama parece ter tido a clarevidência necessária quando declarou em seu discurso de posse:”…nossa economia está enfraquecida devido à irresponsabilidade e ganância de alguns…”. O reconhecimento dos problemas é o primeiro passo para um grande estadista. Nesta frase lapidar, Obama reconheceu os males do neoliberalismo. Tomara que ele tenha força de vencê-los, porque se começar a lutar contra eles, seu exército será acrescido de muitos combatentes, inclusive eu.

  29. “O fluxo de dólares impacta o
    “O fluxo de dólares impacta o câmbio” falou o Luis “cambio” Nassif. Impressionante o samba de uma nota só do nassif, em 10 de 10 comentários tá lá o cambio, como se fosse panaceia… se cambio fosse desenvolvimento o brasil seria potencia já em meados dos anos 80.. o brasil com cambio a R$ 2,30 já tá ótimo pra comércio exterior (acima disso o brasil começa a exportar commodities, pra exportar valor agregado tem que importar tb).. mas aí o nassif cita o ultra-obscuro list pra provar nao sei o quê..rs sai desse modelo anos 80, nassirf, como disse Obama, o mundo mudou!

    Da série Blogueiro sofre…. Você não é cabeça de planilha: você é aluno deles. O que mudou foi o mundo dos seus professores, prezado. Sugiro pegar as análises dos melhores desse ramo (Málaga, Pastore, André e Arminio) e indagar porque eles acham que o país não poderá crescer muito. Eles dirão: déficit nas transações correntes. Justamente o fantasma que no início de 2008 eles achavam que tinha sido exorcizado. Cláudio, não tenho por costume menosprezar ninguém (a não ser os falsos notáveis), mas quer um conselho? Se manque, meu.

  30. Meu prezado Claudio Pires, vc
    Meu prezado Claudio Pires, vc é um emérito humorista da economia, que é uma profissão muito charmosa, algum dia chegarei lá. Quando foi que eu disse que toda a inflação é prejudicial? Nunca disse isso. Eu sou um fã ardoroso da inflação, nela passei os melhores anos de minha vida, uma inflação caprichada, morena, redonda, como as que vivemos nos tempos juscelinistas, não tem coisa melhor, só cerveja na praia. Quem tem horror a inflação como alavanca do desenvolvimento são os seus coleguinhas monetaristas que inventaram essa baboseira de metas de inflação, alias o modelo foi criado exatamente para impedir que se use a expansão monetária como mecanismo de ajuste em tempos de crescimento, Portanto não me confunda, não sou inimigo da inflação, o que eu disse é que o pessoal das Metas considera a inflação uma doença, a mais grave de todas na economia, tanto que criaram um modelo exclusivamente para combate-la encarcera-la em uma jaula de onde ela não possa sair. A turma das Metas acha que a inflação é a unica questão da economia, não tem outra, se a politica monetaria conseguir manter a inflação no centro da meta tudo o mais estará automaticamente resolvido, não há mais nada com que se preocupar.Essa fixação excludente em uma só variavel é que faz o modelo de metas ser uma aberração, pois a economia é muito mais complexa que um indice de preços, são centenas de variaveis que influem umas sobre as outras, a inflação é apenas uma delas, nunca será a unica.

  31. quer dizer que Arminio,
    quer dizer que Arminio, Pastore dizem que o câmbio é o principal problema da economia brasileira?! Pìada!!! Estude um pouco mais de economia nassif, desafio vc a resolver uma só questao da anpec… ficar só no list é muito pouco, assim vc só consegue conversar com o andre araujo e escrever colunas economicas sensacionalistas, cujos comentarios mais inteligentes dizem “o bc está lá para garantir o máximo possível de pagamento de juros aos rentistas”..

    Conhecimento, adquire-se. Inteligência, não. O primeiro desafio você até conseguiria resolver, se fosse mais esforçado. Mas o segundo é um problema insolúvel. Você é incapaz de ler corretamente uma resposta de quatro linhas.

  32. Prezado Nassif,
    Gostaria de
    Prezado Nassif,
    Gostaria de cumprimentar pelo blog e pelo seus post, principalmente sobre economia ,são sempre esclarecedores. Sobre o COPOM…Por mais q se discuta sua posição irracional, sabemos q oq eles fazem não é pq faltaram as aulas de economia, mas pq servem a interesses q tem a sua lógica própria. No entanto a mudança neste paradigma só virá quando ficar claro ( e já está ) do modelo fracassado q nos levou a esse ponto. E isso só acontece quando há debate sobre esta ortodoxia esquizofrenica ( oq há pouco tempo era raro e q graças a internet ganhamos espaço). Acho q deveriamos pensar nos controles de capital de curto prazo, ou pelo menos no custo do fluxo desses capitais. Pelo menos dirimir a volatilidade do cambio.

  33. “Mas o interesse dela não é
    “Mas o interesse dela não é prever a inflação, mas apenas o que o BC acha que será a inflação. As instituições ganham não quando acertam a inflação, mas quando acertam o que o BC pensa sobre a inflação.”

    O problema eh ainda mais complexo o pior. Os BCs, e em primis a FED viraram especuladores, operadores de mercado entre outros.
    E sem nenhum controle: com o uso dos derivativos os especuladores anulavam a politica monetaria e acabavam levando o BC onde eles queriam.

  34. Por que o presidente Lula não
    Por que o presidente Lula não demite o Meirelles? É impressionante como o presidente, considerado um Estadista, se deixa levar pelo medo ou pânico do mercado. Estadista é o homem de ação, age com rapidez, ousadia e isso falta ao presidente Lula, infelizmente.

  35. Elwood,

    Tem razão.
    Elwood,

    Tem razão. Recentemente o BC repassou à Fazenda um lucro de R$ 100 bilhões, obtidos com operações de compra e venda de dólares. O ganho foi resultado da recente maxi do real. Pode? Enquanto empresas como Aracruz, Sadia e Votorantim amargaram prejuízo com o câmbio, o BC fez a festa… Etâ brasilzinho bão de investir sô!!!

  36. Nassif,
    Classifico seu
    Nassif,
    Classifico seu questionamento ao que escrevi às 14p8, sobre taxa Selic em torno de 8%, como impensado – só pode! E paro por aqui, pois seria eu muito pretensioso se me atrevesse a lhe explicar os porquês.

  37. Em passado recente, eu
    Em passado recente, eu costumava ver muita gente aqui do Blog defendendo o governo Lula com unhas e dentes. Atualmente, percebo que não existe mais aquele uníssono que eu considerava mais como esperança do que como concretude. Daqui a alguns anos, muitos mais perceberão como o completo abandono da pauta de reformas do Estado representou grande perda de tempo. Na próxima campanha eleitoral estaremos tecendo o mesmo debate de oito anos atrás, porque nos próximos dois anos de Lula, aposto como a pauta será fazer o mínimo para errar o mínimo e preservar a popularidade que tem. Mas se fizer isso, já estará errando. Por exemplo: se levar um ano com a política de gradualismo para a queda dos juros, já estará colocando tudo a perder e daqui a dois anos, teremos uma situação conjuntural semelhante àquela que tínhamos ao final do segundo mandato de FHC, com os devidos descontos da precificação que o mercado fazia para uma eleição do Lula. Essa hipótese de mesmice não vai agradar àqueles que verdadeiramente querem romper com o velho e bom Brasil fisiológico. A conferir.

  38. Nassif, para nós meros
    Nassif, para nós meros mortais, parece que a arrogância do BC em manter os niveis da Selic no patamar que aí está, só trouxe resultados de desaceleração da economia. Juros menores praticados na economia deveriam estimular os proprios emprestimos e assim alavancar o sistema produtivo. Não deveria diminuir-se tambem por parte do Governo Federal as taxas de depositos dos bancos na conta do BC? Embora eu ainda possa acreditar que os bancos privados no Brasil continuam a rir de tanto dinheiro que eles arrecadam do povo brasileiro, pois não eh facil a taxa de juros real que se cobra do povo! Infelizmente a ganancia nesse sistema eh alem do normal! Pobre povo Brasileiro!

  39. Para André Araújo:
    Se
    Para André Araújo:
    Se inflação fosse bom seria tudo tão fácil, André !
    Bastaria aos governos rodar as maquininhas de moedas para colocá-las em circulação, a montões. E não haveria crises, não é mesmo?
    Mas bem ao contrário do que você diz, a inflação inibe investimentos. Com sinais invertidos, quanto mais ela suba mais cai o PIB. E depois que a danadinha dispara, meu caro, fica difícil de segurar.
    Ora, mas se segurá-la é preciso ( ou então FMI, moratórias, dependência econômica, etc.), melhor mesmo é não deixar o “dragão” se mexer.
    O maior bem de um país, pelos componentes de abrangência, é a moeda estável.
    E o mais caro dos impostos, para os mais pobres principalmente, é o que se esconde na inflação.
    E é o que o BC, que você tanto condena, precisa fazer: cuidar da moeda. Não discuto os métodos de que se utiliza para tal. Aí,são outros quinhentos.
    Cordialmente

  40. Meu caro Paulo Alvim :
    Meu caro Paulo Alvim : Evidentemente apenas ironizei um post anterior, não sou a favor da inflação. Mas tampouco a estabilidade monetaria é um valor neutro. Se para conseguir uma inflação de 2% ao ano for preciso puxar a Selic a 30%, como muitos sonham, e quebrar o Pais, essa estabilidade não compensa. Na realidade estabilidade absoluta é um mito. O dolar, por exemplo, está muito llonge de ser moeda estavel. Coleciono guias turisticos do passado longinquo. No guia Hotel Redbook de 1949-1950, o Hotel Carlyle, de Nova York, um dos melhores da cidade até hoje, anunciava apartamentos simples a US$8 e duplos a US$12. Hoje custam 100 vezes mais do que isso. POr ai vc vê a inflação na moeda americana.
    Portanto o

  41. Da
    Da FGV
    http://www.fgv.br/noticias_internet/ARQ/13322.PDF

    O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) variou -0,58%, no segundo decêndio do mês de janeiro.
    No mês anterior, para o mesmo período de coleta, a variação foi de 0,05%. O segundo decêndio do IGP-M compreende o intervalo entre os dias 21 do mês anterior e 10 do mês de referência.

    O Índice de Preços por Atacado (IPA) apresentou variação de -1,09%, no segundo decêndio de janeiro. No mesmo período do mês anterior, a variação alcançou -0,15%. A taxa de variação dos Bens Finais recuou de -0,20% para -0,86%.
    A maior contribuição para esta desaceleração teve origem no subgrupo veículos e acessórios, cuja taxa passou de 0,73% para -8,31%……..
    …O grupo Matérias-Primas Brutas também registrou queda em sua taxa de variação, que passou de 1,29% para -0,90%…………

    …..O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) registrou variação de 0,59%, no segundo decêndio de janeiro, ante 0,54%, em igual período de dezembro………….

    ……….O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) apresentou, no segundo decêndio de janeiro,
    taxa de 0,15%, ante 0,25%, no segundo decêndio de dezembro. A taxa do índice relativo a Materiais
    e Serviços recuou de 0,38%, na apuração de dezembro, para 0,29%, em janeiro.
    O índice que capta o custo da Mão-de-Obra não variou em janeiro. Na apuração referente ao mesmo período do mês anterior, o índice apresentou variação de 0,10%…………………

  42. Meu caro Paulo Alvim, me
    Meu caro Paulo Alvim, me perdoe, meu comentario foi interrompido pela falta de energia eletrica no bairro. Esse bordão de que a inflação prejudica mais o pobre é um dos favoritos dos monetaristas para criar uma estabilidade induzida por altos juros aonde quem mais se beneficia são os banqueiros e rentistas. Se há estabilidade alcançada com uma politica ultramonetarista de juros altos a moeda será estavel mas o pobre não terá a moeda no bolso porque não há emprego. Foi o que aconteceu em Portugal na era salazarista, de 28 a 74, quando o escudo era das moedas mas estaveis da Europa mas a metade da população masculina teve que emigrar pra sobreviver, não havia desenvolvimento e nem crescimento, só a moeda estavel. Nos anos dourados de JK, havia uma inflação em torno de 30% ao ano mas havia pleno emprego e o enorme influxo de migrantes que vinha para SP, do Nordeste e do interior chegava e no mesmo dia estava empregado, compravam terreninhos a prestação e faziam suas casas no mutirão. Nesse periodo se construiu o entorno operário de SP, aonde o filho do pobre conseguia estudar e mudar de classe social, e tudo isso com inflação. Portanto estabilidade e inflação não são valores absolutos. Tem custos, efeitos e consequencias.
    A estabilidade artificial de 94 tambem gerou altissimos custos ao Pais, aos pobres, destruiu empresas e empregos, estagnou largos segmentos da economia, nada é neutro ou só bom. Nos fins de ciclos financistas em geral surge a inflação como mecanismo para diluir passivos irresolviveis, a história monetária é pelana de exemplos e pode ser que proximamente vamos ver um novo ciclo inflacionário como resultante do extraordinario custo monetario que a solução da crise está exigindo, trilhões e trilhões que vão entrar em circulação e vão produzir efeitos inflacionários inevitáveis.

  43. A missão de controlar uma
    A missão de controlar uma economia igual a do Brasil não eh facil! Se fosse até o próprio Presidente faria sozinho! Bastava baixar alguns decretos e pronto! O que mais atrapalha é a própria ação do Governo Federal, ou a falta dela no momento certo! Os comandantes que aí estão e que já passaram por lá sempre foram assim, parece uma situação classica da formação academica no Brasil. Alem disso, parece que a sociedade em todas as suas representações só pensam no seu próprio bem estar! Quando temos inflação, eh porque os preços sobem baseados na especulação, ganancia de curto prazo. Quando temos deflação, os preços ficam estagnados, produtos parados nos estoques, e imediatamente a isso as demissões dos empregados. Não pensamos em longo prazo, pois o proprio Governo Federal muda o vetor da economia constantemente! Ai chga uma crise desse tamanho e pronto! Percebemos que não temos uma boa política economica! Pois não nos enganemos! Tudo isso que aí está na economia brasileira ainda eh fruto do Governo FHC, com apoio do ex-ministro da economia Pedro Malan. O que foi feito até o momento no Governo Lula? Só aumento exagerado dos gastos públicos, criando uma falsa ilusão para a sociedade do PAC! Que impacou na falta de administração de projetos adequados! Infelizmente o Brasil não decola nunca!

  44. Prezado André,
    Tive clara
    Prezado André,
    Tive clara impressão de que ironizava até certo ponto do seu comentário. Porém, falha nossa, nem eu nem você o concluímos a contento – eu na interpretação.
    Cabe acrescentar, para esclarecer meu ponto de vista, que moeda estável não significa inflação zero, obviamente; significa sim persegui-la nesse índice.
    Quanto a ser o imposto inflacionário mais prejudicial pobres, não é conversa de monetaristas. É realidade. Prejudica mesmo, pois eles não têm como se defender, como presumo, foi o nosso caso, fazendo inversões na indústria sem chaminé (eu também vivia bem mais folgado financeiramente nos tempos de alta inflação, mas assombrado pelo fantasma do “até quando?”).
    Cordialmente.

  45. Sobre o primeiro dos quatro
    Sobre o primeiro dos quatro problemas listados, já dizia Keynes, “o maior problema do mercado financeiro não é adivinhar o que os outros vão querer, mas adivinhar o que os outros vão pensar que os outros vão querer. Esta máxima talvez aplique-se com justeza à economia como um todo. Uma boa maneira de não tentar adivinhar, mas forçar outrem a pensar o que se quer, é produzir “estudos ” econônico-financeiros que induzam os outros a pensarem exatamente aquilo que queremos. Quanto ao quarto problema listado, parece que basta um único susto para que o recuo seja definitivo. Quem “se ferrou” investindo e conseguiu sobreviver nunca mais há de fazê-lo. Isto quer dizer o que já sabemos, mais valem regras ruins do que regra nenhuma.

  46. Haja esforço para manter a
    Haja esforço para manter a burocracia financeira funcionando,continuo insistindo a crise vai terminar,a hora que toda essa burocracia pagar a sua parte(demissões a nivel estatal e no sistema fienaceiro),antes disso sem acordo. Um abraço Nassif,as pessoas podiam ler Mr. Hayec e Mr.Karl.não o alemão mas o inglês(POPER) ,que as coisas seriam mais faceis. Um abraço

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