Vamos por partes.
Primeiro, não se pode negar a importância cada vez maior da China no fluxo de comércio do Brasil e na formação de saldos comerciais. Nem negar a importância cada vez menor dose EUA nas exportações totais do país.
No quadro abaixo, você confere. Enquanto a China saltou de 20,55% das exportações para 33,42% no acumulado até agosto, em relação ao mesmo período do ano passado, os EUA caíram de 17,12% para 12,21%.
Enquanto a China responde por 72,38% do saldo comercial, os Estados Unidos participa com -6,14% – ou seja, gera déficit comercial.
Além disso, a diplomacia comercial brasileira é totalmente submissa a Donald Trump. Fez concessões aos produtores americanos, sem nenhuma contrapartida do governo Trump.
Mas quando se analisa especificamente a queda das exportações brasileiras para os EUA, é necessário pontuar os efeitos do Covid-19 na economia.
Em relação às exportações totais, no acumulado do ano para a China houve aumento de 14,04% – em relação ao mesmo período do ano passado. Para os Estados Unidos, queda de 17,9%.
Para ambos os países, a maior queda foi em derivados de petróleo, devido à paralisação da aviação civil e do trânsito interno em geral. Mas, enquanto para os EUA o Brasil exporta óleos combustíveis, para a China exporta óleo bruto. Essa é uma diferença essencial. As exportações para a China são essencialmente de commodities; para os EUA são mais diversificadas. Além disso, a China é consumidora de commodities agrícolas; os EUA são produtores e, como tal, competidores do Brasil.
A maior alta nas exportações para os Estados Unidos foi de equipamentos de engenharia civil; para a China, de soja.
Enquanto os 9 produtos de maior peso representam 55,7% das exportações para a China, para os EUA representam apenas 29,7%,