PIB brasileiro encerra primeiro trimestre com queda de 0,3%

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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Em valores correntes, PIB chegou a R$ 1,47 trilhão

Jornal GGN – A economia brasileira encerrou o primeiro trimestre com uma retração de 0,3% em relação ao visto nos três meses imediatamente anteriores, segundo os dados do PIB (Produto Interno Bruto) divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Na comparação com o mesmo período de 2015, o ritmo de crescimento do país caiu 5,4%, oitava queda seguida nesse tipo de comparação. Em 12 meses, o indicador acumula uma retração de 4,7%, considerada a maior da série histórica, iniciada em 1996.

Em valores correntes, o PIB atingiu R$ 1,47 trilhão no primeiro trimestre de 2016. Já no acumulado nos quatro trimestres encerrados em março de 2016, totalizou R$ 5,943 trilhões, sendo R$ 5,088 trilhões referentes ao valor adicionado (VA) a preços básicos e R$ 855,1 bilhões aos impostos sobre produtos líquidos de subsídios.

Todos os setores da economia encolheram no primeiro trimestre, na comparação com o trimestre anterior: a agropecuária variou negativamente em 0,3%, a indústria recuou 1,2% e os serviços apresentaram variação negativa de 0,2%.

Na indústria, a maior queda se deu na extrativa mineral, com retração de 1,1%. A indústria de transformação (-0,3%) apresentou resultado negativo pelo sexto trimestre consecutivo. A construção sofreu queda de 1,0% e a atividade de eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana teve expansão de 1,9%.

Nos serviços, o comércio (-1%), a intermediação financeira e seguros (-0,8%) e os serviços de informação (-0,7%) apresentaram as maiores quedas em relação ao trimestre imediatamente anterior. O segmento de Transporte, armazenagem e correio teve variação negativa de 0,4%, enquanto que outros serviços (0,1%), administração, saúde e educação pública (0,1%) e atividades imobiliárias (0,0%) mantiveram-se praticamente estáveis.

Pela ótica da despesa, a formação bruta de capital fixo (-2,7%) recuou pelo décimo trimestre consecutivo nessa base de comparação (-2,7%). A despesa de consumo das famílias (-1,7%) caiu pelo quinto trimestre seguido. Já a despesa de consumo do governo cresceu 1,1% em relação ao quarto trimestre de 2015.

No que se refere ao setor externo, as exportações de bens e serviços tiveram expansão de 6,5%, enquanto que as importações de bens e serviços recuaram 5,6%.

O Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro trimestre de 2016 totalizou R$ 1,47 trilhão, sendo R$ 1,26 trilhão referentes ao valor adicionado a preços básicos e R$ 213,7 bilhões aos impostos sobre produtos líquidos de subsídios.

A taxa de investimento no primeiro trimestre de 2016 foi de 16,9% do PIB, abaixo do observado no mesmo período do ano anterior (19,5%). A taxa de poupança foi de 14,3% no primeiro trimestre de 2016 (ante 16,2% no mesmo período de 2015).

 

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

6 Comentários

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  1. A culpa deve ser do Temer, ou

    A culpa deve ser do Temer, ou da crise mundial, do Eclipse Lunar, da Globo, dos empresários represando investimento, do boicote de consumo da população, da oposição que travou tudo… Da Dilma ou do PT? Nunca, Jamais… 

    1. Fiz o esforço abaixo com a sensação de ele não ser aproveitado

       

      Pedro86 (quarta-feira, 01/06/2016 às 11:24),

      A direita tem um cacoete de dizer coisas velhas e que não são aplicadas por ninguém nos dias de hoje e que só passam incólumes porque apenas são utilizadas como discurso. Se consegue adeptos é bem fruto de alguém mais desatento a realidade e que se mostra menos refratário a sucumbir a uma retórica oca.

      É, entretanto um discurso tão velho e tão repetitivo que ela mesmo se perde em um emaranhado que sem fundamentação ela construiu. De tanto dizer o mesmo discurso de cem duzentos anos atrás ela se mostra incapaz de ler os dados da realidade até quando eles são apresentados da forma mais transparente possível.

      O livreto Contas Nacionais Trimestrais Indicadores de Volume e Valores Correntes Janeiro / Março 2016 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística traz na página 5 a seguinte informação sobre o crescimento do PIB de um trimestre em relação ao trimestre imediatamente anterior:

      1º trim   2º Trim   3º Trim   4º Trim   1º Trim

         2015       2015        2015      2015     2016

        – 1,2        – 2,0       – 1,6      – 1,3      – 0,3

      O livreto pode ser encontrado no seguinte endereço:

      ftp://ftp.ibge.gov.br/Contas_Nacionais/Contas_Nacionais_Trimestrais/Fasciculo_Indicadores_IBGE/pib-vol-val_201601caderno.zip

      O importante é não se deixar levar pela primeira impressão e tentar entender o que os dados dizem, pois à vezes eles emitem sinalização contrária ao que se está percebendo.

      Para situações limites (Valores muito pequenos) a curva do PIB que é uma equação exponencial se equipara com uma reta. Sabendo que no quarto trimestre de 2014, a economia estava praticamente estagnada, pois houve uma queda de – 0,1% pode-se concluir que quando se compara o ponto médio do 1º trimestre de 2015 com o ponto médio do 4º trimestre de 2014 vai-se verificar que toda a queda do PIB ocorreu no primeiro trimestre de 2015 e que a queda real foi de – 2,4% sendo – 1,2 de um lado do ponto médio e – 1,2 do outro lado.

      Já para o segundo trimestre de 2015, o que se tem é que a queda de – 2,0 no segundo trimestre de 2015 corresponde a queda de – 1,2 do lado do PIB do trimestre anterior mais a queda de – 0,8 do lado do segundo trimestre de 2015.

      E continuando, a queda de – 1,6 no terceiro trimestre de 2015 corresponde a queda de – 0,8 do lado do PIB do trimestre anterior mais a queda de – 0,8 do lado do terceiro trimestre de 2015, e a queda de – 1,3 no quarto trimestre de 2015 corresponde a queda de – 0,8 do lado do PIB do trimestre anterior mais a queda de – 0,5 do lado do quarto trimestre de 2015.

      E finalmente a queda de – 0,3 no primeiro trimestre de 2016 corresponde a queda de – 0,5 do lado do PIB do trimestre anterior mais a queda de . . . . Bem, aqui, um mínimo de conhecimento de aritmética do ensino fundamental vai indicar que para se ter uma queda de – 0,3 no primeiro trimestre de 2016 será necessário que se tenha até o ponto médio do primeiro trimestre de 2016 uma elevação do PIB de 0,2 percentual.

      Alias, se do início até o ponto médio do primeiro trimestre de 2016 houve um crescimento de 0,2, em todo o trimestre houve um crescimento de 0,4%. Isso significa que, em princípio, a economia está começando a sair da recessão.

      Você então pergunta se a culpa de a economia começar a sair da recessão deve ser atribuída à Dilma e ao PT? Não me pareceu que o PT se engajou com a política proposta pela presidenta Dilma Rousseff, mas a presidenta Dilma Rousseff pode ser integralmente responsabilizada pela recuperação da economia brasileira, pois manteve no Banco Central e no Ministério da Fazenda quem estava totalmente comprometido com essa política.

      Pena para a presidenta Dilma Rousseff que a desvalorização do real tenha ocorrido em três turnos: primeiro após a primeira queda dos preços das commodities a partir de outubro de 2014, segundo com uma segunda onda de desvalorização das commodities a partir do início do segundo semestre de 2015 e em uma terceira onda após a elevação do juro pelo FED no início de dezembro de 2015 e a promessa de quatro elevações em 2016. Foi tal o revertério que isso causou na economia mundial que o FED passou a considerar na condução da política monetária não só a inflação e o desemprego nos Estados Unidos como também a estabilidade financeira mundial.

      Se tudo tivesse ocorrido no primeiro trimestre de 2015 provavelmente no final de 2015 o nosso Banco Central teria iniciado uma redução do juro e a economia já estaria em franca recuperação.

      Há evidentemente que reconhecer que nem tudo são flores. Uma nova elevação dos juros pelo FED, muito possível, apesar de recomendações em contrário (Brad de Long, Narayana Kocherlakota e Tim Duy) provavelmente vai levar a economia mundial para nova zona de desconforto e o Brasil voltará a ter dificuldade para recuperar a economia. Apesar de favorável à presidenta Dilma Rousseff eu torço para os brasileiros e, portanto, espero que o FED não venha aumentar o juro no curto prazo.

      E não pense que o que foi dito acima partiu de alguém com conhecimento de economia. Não é a minha formação. Como eu costumo dizer para entender a realidade econômica não é preciso nenhum conhecimento superior ou enciclopédico, bastando apenas voltar a estudar a tabuada. Saber somar e subtrair, dividir e multiplicar é suficiente para entender muito da nossa realidade. Infelizmente as suas manifestações parecem obnubiladas e incapazes de discernir um momento de outro. Essa incapacidade de enxergar o que está próximo revela-se também no comentário seu enviado quarta-feira, 01/06/2016 às 15:49, para junto de comentário meu enviado quarta-feira, 01/06/2016 às 14:34, para Benedito D. junto ao comentário dele enviado quarta-feira, 01/06/2016 às 13:39, aqui neste post. A sensação foi que você sequer chegou a ver os dois links que eu mostrei e se os viu nada conseguiu entender.

      Clever Mendes de Oliveira

      BH, 01/06/2016

  2. Segundo o André Araújo, a

    Segundo o André Araújo, a culpa é de FHC e do plano Real incompleto.

     

    Vejam o tamanho da encrenca:

     

    1. AA é empresário e de direita, mas tem razão na crítica ao real

       

      Benedito D. (quarta-feira, 01/06/2016 às 13:39),

      O Andre Araujo tem certo preconceito em relação ao Plano Real, e em meu juízo faz muita crítica equivocada ao Plano Real, mas há muita coisa que deve ser debitada ao Plano Real como tendo efeitos perversos na economia até hoje.

      O problema da crítica de Andre Araujo que é uma crítica empresarial e como toda a crítica empresarial tem um viés da direita, mas há um jeito fácil de verificar o erro do real com reflexos na economia. A Rússia enfrentou um princípio de hiperinflação e saiu de lá com uma dívida pública bem baixa. O Brasil por ter acabado com a hiperinflação de uma vez (e o que é pior em época de eleição presidencial, e o que é pior para eleger um presidente e ainda pior, um presidente que não fora presidente do grêmio recreativo na juventude onde poderia ter desenvolvido alguma capacidade gerencial na tomada de decisão) ficou com a dívida pública muito alta e com uma parte muito grande dessa dívida sendo de curto prazo. Assim apesar de dívida ser também crédito hoje um dos grandes problemas que o Brasil possui para administrar com correção a economia é a necessidade de manter o juro elevado para evitar que a dívida de curto prazo inunda o mercado.

      A comparação da dívida pública russa com a nossa pode ser feita através dos dois quadros que podem ser visto nos endereços a seguir:

      Para a dívida pública russa:

      http://www.indexmundi.com/g/g.aspx?c=rs&v=143&l=pt

      Para a dívida pública brasileira:

      http://www.indexmundi.com/g/g.aspx?v=143&c=br&l=pt

      A explicação para uma diferença tão gritante em que a dívida pública brasileira é de cerca de 60 % do PIB enquanto a russa é de cerca de 10% é que a Rússia não acabou com a inflação de uma vez. O segredo para reduzir a dívida pública em relação ao PIB é a inflação. No final da segunda Grande Guerra a dívida dos Estados Unidos era de mais de 100 do PIB. No final da década de 70 ele havia recuado para menos de 30%. Depois que a inflação acabou a dívida nos Estados Unidos voltou a crescer.

      Clever Mendes de Oliveira

      BH, 01/06/2016

      1. Você deve estar de curtição,

        Você deve estar de curtição, não pode ser sério isso… 

        Jura por Deus, que tu vai colocar uma parte da culpa da desgraceira atual a um plano que tem mais de 20 anos??? Cara está começando a faltar argumento, e o povo começa a beirar o ridículo… 

  3. Deixo aqui dois links recentes que creio pertinentes ao assunto

     

    Jornal GGN,

    Não tinha muito mais a dizer aqui neste post “PIB brasileiro encerra o primeiro trimestre com queda de 0,3%” de quarta-feira, 01/06/2016 às 11:16, no entanto, dada a escassez de boas notícias e de certo modo de bons posts resolvi acrescentar aqui a indicação de dois links e vou para isso utilizar este comentário.

    O primeiro link é para o post “Queda do PIB em relação a 2015 chega a 5,4%” de quarta-feira, 01/06/2016 às 17:10, publicado aqui no blog de Luis Nassif e sem autoria a não ser de você mesmo, Jornal GGN. O endereço do post “Queda do PIB em relação a 2015 chega a 5,4%” é:

    https://jornalggn.com.br/noticia/queda-do-pib-em-relacao-a-2015-chega-a-54

    Felizmente ninguém se deixou embarcar na cantilena e catilinária que se faz contra o governo da presidenta Dilma Rousseff com base nos negativos dados do PIB. Como eu alertei em comentário lá para o post “Queda do PIB em relação a 2015 chega a 5,4%” e que eu enviei quinta-feira, 02/06/2016 às 02:26, trata-se de um retrato do passado em que se deve analisar com mais atenção o que ocorreu para saber se houve falhas, e se houve quais foram elas, para, se possível, saber como as remediar ou saber como evitar de as cometer novamente.

    E o segundo link é para o post “Quando a economia é guiada pela fé e não pelas evidências, por Laura Carvalho” de quinta, 02/06/2016 às 10:27, com a transcrição do artigo de Laura Carvalho “É preciso muita fé” publicado hoje, quinta-feira, 02/06/2016 na Folha de S. Paulo. O endereço do post “Quando a economia é guiada pela fé e não pelas evidências, por Laura Carvalho” é:

    https://jornalggn.com.br/noticia/quando-a-economia-e-guiada-pela-fe-e-nao-pelas-evidencias-por-laura-carvalho

    Embora o post não trata propriamente da questão do PIB, a Laura Carvalho, sempre com bons escritos, criticando as idéias anacrônicas do neoliberalismo, de certo modo passa ao largo do processo de recuperação da economia brasileira que se iniciou com suporte no câmbio desvalorizado e que deve ter continuidade salvo uma ação mais imprevisível do FED produzindo um aumento do juro que volte a atingir a nossa economia.

    Nem deveria dizer que a Laura Carvalho passa ao largo do processo de recuperação. Ela parece não acreditar que essa recuperação possa ocorrer. De certo modo levantar a crítica correta, mas aplicar essa crítica de modo indevido parece-me muito frequente nos artigos dela.

    Sobre isso talvez eu devesse mencionar um terceiro link. Não tão recente como o artigo anterior dela, vale então indicar aqui um ótimo artigo dela falando dos monstros que aparecem quando se tem um processo recessivo, sendo esses monstros representados pelo crescimento da direita, principalmente da direita fascista. Trata-se do artigo “O mar está para monstros” publicado na Folha de S. Paulo de quinta-feira, 28/04/2016, e que foi transformado no post “Recessão alimenta a criação de monstros da intolerância, por Laura Carvalho” de quinta-feira, 28/04/2016 às 14:39, aqui no blog de Luis Nassif e que pode ser visto no seguinte endereço:

    https://jornalggn.com.br/noticia/recessao-alimenta-a-criacao-de-monstros-da-intolerancia-por-laura-carvalho

    Pelo artigo se observa que ela noticia algo já quantificado estatisticamente que é o crescimento da direita com a recessão, e ao dar divulgação aos estudos que comprovam esse crescimento o artigo é salutar. O problema é que ela atribui o crescimento da direita no Brasil apenas à recessão que o Brasil sofreu a partir do segundo governo da presidenta Dilma Rousseff. Ora o crescimento da direita está sendo quantificado no mundo desde que se iniciou a recessão em 2008 e é medida estatisticamente em todos os períodos recessivos estejam eles espraiados pelo mundo ou localizados em um ou outro país.

    E o mais importante é que o Congresso Nacional que está produzindo o impeachment da presidenta Dilma Rousseff foi eleito antes da recessão. O Congresso apoia o impeachment porque vê suporte na sociedade e esse suporte decorreu em muito do quadro recessivo, mas o apoio do Congresso é fruto da formação de direita dos nossos deputados e senadores.

    E a formação de direita dos nossos deputados e senadores tem duas origens, uma é o quadro recessivo mundial que afetou a economia brasileira e com isso foram eleitos mais deputados e senadores de direita e o outro é grande desigualdade de renda no país que favorece a eleição de representantes da classe privilegiada que só não age em defesa da própria classe quando por circunstâncias é eleito um ou outro representante com espírito mais altruísta e de solidariedade. Então em um ótimo artigo, mas que também deixa a desejar, a Laura Carvalho desconsidera essas duas origens antecedentes ao segundo governo da presidenta Dilma Rousseff e que foram fundamentais para a aprovação do impeachment da presidenta.

    Clever Mendes de Oliveira

    BH, 02/06/2016

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