Polícia Federal detecta pagamento de fornecedores da Petrobras a doleiro

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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Fornecedores da Petrobras pagaram R$ 35 milhões a doleiro

MARIO CESAR CARVALHO

ENVIADO ESPECIAL A CURITIBA

ANDRÉIA SADI
FILIPE COUTINHO
FERNANDA ODILLA
DE BRASÍLIA

Da “Folha de São Paulo”

 

Nove fornecedores da Petrobras depositaram R$ 34,7 milhões na conta de uma empresa de fachada controlada pelo doleiro Alberto Youssef, segundo laudo da Polícia Federal obtido pela Folha.

A confissão de que a empresa não tem atividade de fato foi feita por um empregado do doleiro, Waldomiro de Oliveira, em nome de quem a MO Consultoria está registrada na Junta Comercial de São Paulo. A Folha teve acesso ao depoimento do funcionário, que decidiu colaborar com a PF na tentativa de receber uma pena menor.

A polícia suspeita que a MO Consultoria servia para repassar propina para funcionários públicos e políticos. Outro laudo aponta que passaram por essa empresa um total de R$ 90 milhões entre 2009 e 2013.

Segundo relatório da PF, há “fortes indícios da utilização das contas da empresa para trânsito de valores ilícitos”. A consultoria foi descoberta pela PF durante a investigação da Operação Lava Jato, que apura lavagem de dinheiro com uso simulado de importação e exportação.

Os contratos da suposta consultoria eram uma forma de as empresas darem uma aparência legal a subornos, segundo suspeita da PF. Há notas fiscais das consultorias, mas não há provas de que o serviço foi prestado, de acordo com a polícia.

Grandes grupos que pagaram à MO atuam nas obras da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, suspeita de ter sido superfaturada.

Os maiores pagamentos à consultoria foram feitos por duas empresas do grupo Sanko, fornecedor de tubos para empresas contratadas pela Petrobras: R$ 26 milhões.

As vendas diretas da Sanko para a Petrobras subiram mais de 7.000% entre 2011 e 2013, segundo a empresa: de R$ 38,7 mil para R$ 2,77 milhões. Os maiores negócios da Sanko, porém, não são feitos diretamente com a Petrobras, mas com fornecedores da estatal. A Sanko diz que faturou R$ 120 milhões em 2013.

Também estão na lista de pagadores da consultoria outras empresas que foram contratadas para a obra da refinaria em Pernambuco, como o consócio Rnest, formado por Engevix e EIT (R$ 3,2 milhões), Jaraguá Equipamentos (R$ 1,9 milhão), Galvão Engenharia (R$ 1,53 milhão) e OAS, tanto a construtora quanto a holding (R$ 1,18 milhão na soma).

A obra da refinaria começou em 2005, durante o governo Lula, com a estimativa de que custaria US$ 2,5 bilhões (R$ 5,6 bilhões), mas a conta já chegou a US$ 17 bilhões (R$ 38 bilhões).

Auditorias do Tribunal de Contas da União apontam que só nos quatro principais contratos da refinaria, que chegam a R$ 10,8 bilhões, o superfaturamento pode chegar a R$ 505 milhões.

Um dos negociadores dos contratos da refinaria foi o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, que também foi preso na Operação Lava Jato, por tentativa de ocultar documentos. A PF suspeita que Costa tenha negócios com Youssef e que usava os canais do doleiro para pagar subornos. Policiais estimam que Youssef movimentou R$ 10 bilhões em quatro anos.

Em seu depoimento, Waldomiro Oliveira disse que sua função no escritório do doleiro era “fazer contratos com empresas indicadas por Alberto Youssef e, em seguida, receber depósitos, que seriam posteriormente transferidos para empresas também indicadas por Alberto Youssef”.

O doleiro usava outras duas empresas para esse fim, segundo o colaborador: Empreiteira Rigidez e a RCI.

Youssef é o mesmo doleiro que disponibilizou um jatinho para que o vice-presidente da Câmara, André Vargas (PT-PR), viajasse para o Nordeste com a família. 

 

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

22 Comentários

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  1. A imprensa tucana é bem seletiva

    A reportagem só não informou que o doleiro emprestava suas asas para o impoluto senador Álvaro Dias, do PSDB-PR, que imprensa vagabunda, tá o certo o Papa Francisco ao excomungar esse lixo desinformador, a imprensa tucana não mostra, a gente mostra né:

    http://www.esmaelmorais.com.br

    O doleiro Alberto Youssef, que foi acionado pelo deputado André Vargas (PT-PR), para que conseguisse um jatinho emprestado (leia mais aqui), tem feito favores desse tipo a políticos há bastante tempo. Em 1998, uma investigação na prefeitura de Maringá descobriu que recursos do município foram usados para pagar jatos usados pelo senador Alvaro Dias (PSDB-PR) em sua campanha. O responsável pelo fretamento era justamente Youssef.

     

    Leia, abaixo, reportagem da Folha de 4 de março de 2001, sobre o caso:

    Desvio de verba envolve mais de 130 pessoas

    RONALDO SOARES
    DA AGÊNCIA FOLHA, EM MARINGÁ

    Os desvios de verbas na Prefeitura de Maringá (norte do PR) revelam um esquema de corrupção cujo alcance se estende por pelo menos 11 Estados e envolvem mais de 130 pessoas, segundo as investigações preliminares da Procuradoria de Defesa do Patrimônio Público do município.

    De acordo com a Procuradoria, cheques emitidos pela prefeitura foram parar em contas de políticos, empresários, doleiros, laranjas e até religiosos. O esquema se estende até o Amazonas.

    Os nomes, que não foram revelados para não prejudicar as investigações, surgiram a partir da quebra do sigilo dos dados -referentes ao período de 1986 a 2000- de mais de 50 contas bancárias da Prefeitura de Maringá que estão sendo rastreadas.

    O rastreamento das contas já detectou cerca de 10 mil cheques para fins supostamente ilegais emitidos somente na gestão do prefeito Jairo Gianoto (sem partido, ex-PSDB), entre 1997 e 2000.

    Auditoria

    Somente em uma das contas a Procuradoria já apurou que houve um desfalque de cerca de R$ 30 milhões. Uma auditoria do Tribunal de Contas do Paraná já havia apontado que outros R$ 74 milhões foram desviados da prefeitura entre 1993 e 2000.

    Luís Antônio Paolicchi, que está preso e é acusado de desviar R$ 54 milhões, entre 1997 a 2000, era secretário da Fazenda da Prefeitura de Maringá desde 1993.

    A Promotoria ainda não tem idéia sobre o total do dinheiro desviado dos cofres públicos de Maringá. O montante agora está em mais de R$ 100 milhões -quase o Orçamento anual da cidade, em torno de R$ 110 milhões.

    O promotor José Aparecido Cruz acredita que, do dinheiro desviado, cerca de 30% permaneceram no Paraná, em contas particulares dos envolvidos. O restante foi para outros Estados e há indícios de que uma parte teria sido desviada para contas no exterior, provavelmente na Europa.

    A rede de beneficiados pelo esquema de corrupção em Maringá, segundo o órgão, atinge os seguintes Estados: Amazonas, Maranhão, Minas Gerais, Tocantins, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Distrito Federal.

    Alguns dos nomes sob investigação haviam sido revelados em depoimento prestado à Justiça Federal pelo ex-secretário da Fazenda de Maringá Luís Antônio Paolicchi, apontado como pivô do esquema de corrupção.

    Depoimento

    No depoimento, ele afirmou que campanhas de políticos do Paraná como o governador Jaime Lerner (PFL) e o senador Álvaro Dias (PSDB) foram beneficiadas com dinheiro desviado dos cofres públicos, em operações que teriam sido comandadas pelo ex-prefeito Gianoto.

    A campanha em questão foi a de 1998. “A pessoa que coordenava (o comitê de Lerner em Maringá) era o senhor João Carvalho (Pinto, atual chefe do Núcleo Regional da Secretaria Estadual de Agricultura), que sempre vinha ao meu gabinete e pegava recursos, em dinheiro”, afirmou Paolicchi, que não revelou quanto teria destinado à campanha do governador -o qual não saberia diretamente do esquema, segundo ele.

    Quanto a Dias, o ex-secretário disse que Gianoto determinou o pagamento, “com recursos da prefeitura”, do fretamento de um jatinho do doleiro Alberto Youssef, que teria sido usado pelo senador durante a campanha.

    “O prefeito (Gianoto) chamou o Alberto Youssef e pediu para deixar um avião à disposição do senador. E depois, quando acabou a campanha, eu até levei um susto quando veio a conta para pagar. (…) Eu me lembro que paguei, pelo táxi aéreo, duzentos e tantos mil reais na época”, afirmou.

    Paolicchi responde a processo sob acusação de sonegação fiscal, desvio de dinheiro público, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha.

    1. Exatamente. E, sabendo disto

      Exatamente. E, sabendo disto conviria aos nobres parlamentares da situação, notadamente os do PT ao menos, parecerem sérios. O que faz o dr. Álvaro Dias, a mim e, acredito, aos eleitores da presidenta, nada interessa. Porém o que fazem os origináriamente sérios políticos do PT, sim. Voto neste partido desde a sua criação e, não me lembro, de tantos políticos desta legenda envolvidos com pessoas de quem se pode dizer no mínimo, que não são confiáveis. Quem anda com o diabo, cria rabo. Vale para os demos, vale para o PT.

    2. O Paolicchi foi

      O Paolicchi foi assassinado. 

      Entrevista com um dos envolvidos: 

      GAZETA MARINGÁ: como você conheceu o Luiz Antônio Paolicchi?
      Vagner Eizing Ferreira Pio: Nos conhecemos há mais ou menos dois anos, mas morávamos juntos há dez meses apenas. Nos conhecemos em uma festa em Maringá. Ele me viu e pediu meu telefone para amigos próximos meus. Depois, me ligou e fomos conversando.

      De quem foi a ideia da união estável?
      A ideia foi dele [Paolicchi]. O advogado de Daniel Dantas recomendou que ele fizesse esse documento, porque, por meio do contrato com regime de comunhão universal de bens, ele iria resguardar parte do patrimônio dele ou pelo menos atrasar alguns leilões [dos próprios bens, que, segundo Pio, estavam todos bloqueados pela Justiça]. Ele precisava de alguém [um companheiro] para fazer isso. Ele queria apenas guardar o patrimônio.

      segue …

      íntegra: 

      http://www.gazetadopovo.com.br/vidaecidadania/conteudo.phtml?id=1197952

  2. Mídia que não presta

    Nassif,

    Se o patropi realmente sério, a grande mídia já estaria devidamente enquadrada pelo novo marco de Comunicação, quando então poria a Petrobras, os participantes de seu Conselho, Cerveró, as grandes empreiteiras citadas pela FSP e sei lá o que mais, tudo no mesmo saco. 

    Até aqui, permanece prá grande mídia  o Conselho da Petrobras formado por uma só pessoa, DRousseff. 

  3. Humm…
    Os maiores negócios

    Humm…

    Os maiores negócios da Sanko não são feitas com a Petrobras, mas com fornecedoras da estatal. E os maiores pagamentos ao doleiro foram feitos pela Sanko.

    Junta daqui, junta de lá, que cabe todo mundo.

  4. O de sempre

    Nassif, 

    A matéria da Folha é mais abrangente que a do post, já que dá nome a todos os bois, inclusive ao Consórcio Camargo Correa, o da “Castelo de Areia”.

    A partir do 247, pois não consegui a cópia da original,

     

    Além da Camargo Correia, lista da Polícia Federal aponta pagamentos da Sanko,  Engevix e EIT, Jaraguá Equipamentos, Galvão Engenharia e OAS à MO Consultoria, controlada por Alberto Youssef, preso na Operação Lava Jato; funcionário diz que consultoria é de fachada e não tem atividades de fato; dinheiro teria sido transferido nas obras da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, para subornar a políticos e servidores; um dos beneficiados foi ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, também preso

     

    5 DE ABRIL DE 2014 ÀS 07:20

     

    247 – A Polícia Federal identificou nove empresas que repassaram R$ 34,7 milhões a MO Consultoria, controlada pelo doleiro Alberto Youssef, que serviriam para pagar propina a políticos e servidores.

    Ele foi preso na Operação Lava Jato, investigação sobre lavagem, evasão de divisas e corrupção. Ele é acusado de agir em conluio com o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, também preso, para obter contratos fraudulentos com a Petrobras e com o Ministério da Saúde.

    Segundo um funcionário do doleiro, Waldomiro de Oliveira, a consultoria é de fachada e não tem atividades de fato. Entre 2009 e 2013, foram movimentados pela empresa cerca de R$ 90 milhões.

    A PF também acredita que Paulo Costa recebeu R$ 7,9 milhões em propina por “obras da refinaria Abreu e Lima, licitada pela Petrobras”.

    A Camargo Correia é uma das empresas que podem estar por trás da origem do dinheiro, por intermédio do doleiro. Em grampo telefônico da Polícia Federal de outubro de 2013, ele mencionou o recebimento de 12 milhões da empreiteira, presidida pelo executivo Vitor Hallack.

    Em uma planilha apreendida pela PF sobre “comissões” pagas a consultorias ligadas ao doleiro, aparece a sigla CNCC no campo dos clientes, “em provável referência ao Consórcio Camargo Corrêa”. O valor das comissões é de R$ 7,9 milhões. O consórcio faz parte das obras da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, orçada em R$ 9 bilhões.

    Outros alvos da investigação são duas empresas do grupo Sanko. Também estão na lista de pagadores da consultoria o consócio Rnest, formado por Engevix e EIT, Jaraguá Equipamentos, Galvão Engenharia e OAS.

    As empresas alegam que “utilizaram os serviços contratados”.

    Leia aqui a matéria da Folha de S. Paulo sobre o assunto.

     

     

  5. Doleiro

    O que causa espanto é o vazamento de informações, seletivo, parcial e combinado.  Parece ser o caso de se afastar todo mundo por crime de conspiração ou semelhante : delegado, juiz etc  

    Não é possivel que isso aconteça com o inquérito em andamento. 

  6. Fornecedor da Petrobrás =

    Fornecedor da Petrobrás = Petrobrás? 

    Suspeita= certeza, prova provada? 

    Observem o tratamento hipócrita dado pela imprensa para denúncias, mesmo que vazias, contra o governo-Petrobrás. 

  7. É impossível não se irritar

    É impossível não se irritar com o noticiário da imprensa brasileira dada a sua extrema parcialidade, mas, e principalmente, irresponsabilidade. 

    Noticiar apenas que um empreendimento foi estimado em U$ 2,5 bilhões e hoje os gastos  ascendem a U$ 17 bilhões sem dar nenhuma informação adicional, é querer simplesmente nos fazer de idiotas; deixar no ar suspeitas para que os incautos, avidamente, as tenham como verdade absoluta. Tal qual a transação envolvendo a Refinaria Pasadena. 
    E tome carnaval nas redes sociais!

    Se houve esse acréscimo é porque há causas, motivos. Por que ela – imprensa – não procura ouvir os responsáveis pela obra?Por que espargem a dúvida no ar e saem de campo?

     No mesmo sentido: por que o TCU se acha no direito de “lançar suspeitas”? Aqui temos a calhordice, só que na área institucional. Esse Tribunal de Contas hoje é uma matriz de onde partem muita da munição utilizada pela mídia partidarizada. 

    O papel de um Tribunal de Contas não é proclamar aos quatro ventos “suspeitas”, e sim, apreciar com isenção e equilíbrio as contas e os demais demonstrativos vinculados a uma obra pública. Se encontrar definitivamente, de maneira insofismável, desvios de qualquer espécie de cunho doloso, aí sim, deve procurar o Ministério Público e a imprensa para dar publicidade ao mau feito. 

    Qualquer declaração antes disso fere o direito sagrado da presunção de inocência. Mas, o que esperar nesses tempos do “julgamento do século”? 

     

      1. Não me metendo entre os dois,

        Não me metendo entre os dois, porem… não posso deixar de verificar tal postura em seu comentário.

        Voce é daqueles que somente leem o primeiro parágrafo?

      2. Não, Pachecão. Resta, por

        Não, Pachecão. Resta, por exemplo, emitir tréplica a réplicas injustas e descabidas como essa tua. Tolas, mesmo.

        Por que tenho eu que explicar ou dissecar informes partidos de uma imprensa declaradamente oposicionista? Que atua como matriz de boatos, suspeitas infundadas(ou mesmos fundadas) para a oposição oficial? O que tenho a comentar acerca de uma matéria que divulga uam declaração da PF de que há INDÍCIOS de que FORNECEDORAS da Petrobrás( e não ela) pagaram não sei quanto a um doleiro ex-diretor da Petrobrás? 

        Fiz críticas, e continuarei fazendo, a imprensa enquanto ela insistir no papel de nos fazer idiotas; de exercitar oposição política sem credenciais para isso. Os reparos não foram aleatórios nem gratuitos. Apontei uma grave, se não mesmo vilania, quando um jornal ex-apoiador de ditaduras, apresenta uma informação truncada e solta e deixa, por má fé, que os leitores façam a ilações. Foi o caso da “evolução” dos custos da refinaria. 

        Só que essa malandragem só ocorre para um lado. Basta confrontar como ela – mídia partidarizada/compromissada – aborda os escândalos dos aliados tucanos e campineiros(mistura de Campos com Marina). 

        Fica para ti o papel de fazer fé no que lê acriticamente na imprensa. 

      3. Ação reprovável do TCU

        O JB Costa levantou uma questão da maior importância, e acima da incrível parcialidade da imprensa, que importa sim. É o TCU levantar SUSPEITAS, inclusive paralisando obras, quando deveria averiguar e apenas depois fazer divulgação. Aliás, fico muito intrigado como a PF e o TCU passam tantas informações para a imprensa que deveriam ser mantidas em sigilo, o que independe da relação política do atingido.

  8. A neurolinguagem folhal a

    A neurolinguagem folhal a serviço de Aécio e Dudu e contra a Petrobrás e contra (principalmente) a guerrilheira Dilma Vana Yavelberg Roussef.

    A PF, como sabemos, é um orgão “republicano” (lotadinha de tucaníssimos delegados e afins) que só se torna ágil contra desafetos do DEM e PSDB, Lula e Dilma não tiveram o cuidado (ou a coragem mandatária) de desarmar esse C4 pra lá de nefasto ainda… o destaque para o nome Petrobrás não é gratúito, é parte importante do golpe eleitoral que eles tentarão em Outubro do corrente ano… por enquanto apenas a sanha especulativa (ações BR valorizaram muito mais que 10% em poucos dias) está visível… ponto para Mirian Leitão e Alexandre Garcia.

    Como petroleiro, desde 1982, estou me sentindo um verdadeiro bandido!
    Dos mais torpes: compramos uma refinaria falida dos americanos (sua Torre de Craqueamento não deve mais funcionar… imagino), alimento doleiros de fornecedores que me vendem, por exemplo, papel higiênico para por na privada do banheiro do quarto de hóspedes.

    Eu imaginava que 2014 ia ferver, mais errei feio na previsão do tempo pra isso… como em 2010 eu imaginava algo depois de junho ou julho… as hienas não esperaram direito nem a ressaca do carnaval passar.

    Até a eleição ainda teremos manchetes assim:

    “Afundamento da P-36 esclarecido: Dilma viajou no tempo, falsificou assinatura de um dos diretores de contrato da compra da unidade, e determinou a aquisição de materil de 5ª categoria para compor as escotilhas dos dois submarinos (as estruturas que garantem a fluatuabilidade de palataformas Semi-Submersíveis) para imputar, no futuro, a culpa no PSDB.”

    Tão vindo com tudo!!!

      1. Não, se soubesse ao invés de

        Não, se soubesse ao invés de trabalhador da indústria de petróleo eu seria vidente ou acessor de algum parlamentar tucano.

        Ninguém vai ser importunado meu caro, essa é o tipo de reportagem “perfume”, serve apenas para manter no imaginário dos ávidos leitores o assunto que já está dando indícios de sumiço da mídia televisiva, uma vez que a simples mensão do nome ALSTOM ou Metrô Paulistas ou Sabesp faz qualquer lacaio do PIG sentir urticárias.

  9. E a Polícia Federal já passou

    E a Polícia Federal já passou tudinho para a reportagem de sua revista predileta, pois é a nova Cachoeira. Cruz credo! Esse Ministro da Justiça !!!!!!! Ou a PF não é ligada a ele?

  10. Complementando a matéria da

    Complementando a matéria da Falha.

    Via Tijolaço.

    A Folha e os “fornecedores da Petrobrás”

    5 de abril de 2014 | 11:34 Autor: Miguel do Rosário

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    A nossa estatal de petróleo não é apenas a empresa que mais lucrou no país em 2013. É também a que mais investiu, a que mais pagou impostos, e uma das que mais gerou empregos.

    A magnitude do valores movimentados pela estatal exige, por isso mesmo, que haja uma supervisão e um controle dignos de seu tamanho, e não apenas por parte das auditores internas da companhia, mas sobretudo dos poderes públicos, como Polícia Federal e Ministério Público.

    Quando uma estatal aumenta em várias vezes o volume de seus investimentos, aumenta também logicamente o risco de corrupção, porque esses investimentos se materializarão na forma de grandes compras de equipamentos, serviços, mão-de-obra.

    Essa é a importância da Operação Lava a Jato, tocada pela Polícia Federal, e que está desarticulando um esquema bilionário de lavagem de dinheiro.

    Infelizmente, a nossa imprensa parece antes preocupada em atingir um determinado objetivo político do que fazer uma cobertura equilibrada e profissional dos grandes escândalos de corrupção.

    As empresas que contrataram os serviços de “consultoria” do doleiro são chamadas de “fornecedores da Petrobrás”.

     

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    Só que elas não são apenas “fornecedores” da Petrobrás. São companhias que prestam serviços para todas as grandes empresas do país.

    Se elas usaram os serviços de um doleiro, isso não tem nada a ver, a princípio, com a Petrobrás. Até porque elas não ganham dinheiro apenas da Petrobrás.

    Vou dar só um exemplo: a Jaragua Equipamentos Industrial, que pagou R$ 1,94 milhão à MO Consultoria, empresa com “indícios de ser de fachada controlada por Youssef, o doleiro”, trabalha para os seguintes clientes:

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    Voltemos à reportagem de capa da Folha. O jornal cita as seguintes empresas, que teriam contratado os serviços de um doleiro:

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    As firmas aí relacionadas, a começar pela que encabeça a lista, a Sanko Sider, estão ligadas, de uma forma ou outra, a todas as grandes obras feitas no país, tocadas pelo poder público federal, estadual, municipal, ou pelo setor privado.

    A Petrobrás, por seu tamanho, trabalha com quase todas as grandes empresas brasileiras. E tudo relacionado à Petrobrás, de fato, é grande.

    É curioso, todavia, que as empresas supostamente envolvidas em alguma mutreta agora percam sua personalidade própria e se tornem apenas “fornecedores” da Petrobrás.

    Chamar a OAS de “fornecedora da Petrobrás” é quase uma piada. A OAS é uma das maiores empresas de construção civil da América Latina, ou mesmo do mundo. Ela também é uma das construtoras da linha 4 do metrô de São Paulo, por exemplo.

    A empresa que teria pago os maiores valores ao doleiro Alexandre Yousseff, a Sanko Sider, tem uma relação direta pequena com a Petrobrás, com contratos de R$ 2,77 milhões em 2013. Sua relação com a Petrobrás seria indireta. Ela fornece equipamentos para empresas que, por sua vez, prestam serviços à Petrobrás.

    A Sanko Sider também ganhou licitação para ser “fornecedora” da companhia de gás do Ceará, quando o estado era então governado pelo PSDB, em 2006.

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    A manchete certa da Folha, portanto, deveria ser: “Fornecedores de fornecedores da Petrobrás pagaram R$ 35 milhões a doleiro”.

    Guardadas as devidas proporções, seria algo como “Motoboy que presta serviços para dono de restaurante onde Fulano da Silva jantou em março de 2012 é preso com cinco papelotes de cocaína”.

    O fato do motoboy prestar serviços para dezenas de outros restaurantes não teria importância. O objetivo era pôr o nome de Fulano da Silva na manchete do jornal.

     

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