Por que a Fiesp apoiou o Golpe de 2015?, por Marco Aurélio Cabral Pinto

As indústrias com receitas em dólares, principalmente, se endividaram excessivamente durante o ciclo do PT para viabilizar operações de tesouraria bem mais rentáveis que as suas próprias atividades. Com o golpe e a retomada das políticas neoliberais e do câmbio valorizado, elas poderão se recuperar das perdas financeiras

do Brasil Debate

Por que a Fiesp apoiou o Golpe de 2015?

por Marco Aurélio Cabral Pinto

Para muitos observadores, parece paradoxal a atitude da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo diante dos eventos políticos que sacudiram a democracia brasileira. Ao apoiar o golpe e demais medidas ortodoxas na economia, a Fiesp pareceu corroborar para o fracasso da própria indústria no país.

Ou seja, medidas que limitem gastos públicos destroem a demanda efetiva que pode ser capturada pelas firmas não financeiras na forma de receitas adicionais. Quanto maior o gasto, maior o emprego. Maior o emprego, maior o faturamento das empresas. Maiores faturamentos, lucros mais elevados e, portanto, mais acelerado o processo de acumulação.

O objetivo do presente artigo é mostrar por que a Fiesp trabalha para diminuir o ritmo de acumulação de seus associados industriais. De onde vem o interesse no Golpe que, em última instância, persegue como objetivo implementar agenda econômica neoliberal?

A resposta vem do modo de operação do capitalismo no Brasil desde o início dos anos 1990. Bancos e firmas industriais aproveitam-se dos diferenciais criados entre a taxa de juros brasileira e as taxas de captação em dólares para aqueles com atuação internacional.

No caso das firmas industriais com receitas em dólares, principalmente, desde há muito se tornou inevitável o “endividamento excessivo” para se viabilizar operações de tesouraria bem mais rentáveis que as precárias operações industriais que justificam a existência das firmas! Ou seja, as receitas financeiras obtidas em fundos de investimento, em Reais, mais que compensaram a queda nas receitas com mercadorias. Na prática, as firmas industriais com acesso a linhas em dólares foram se tornando progressivamente firmas híbridas, nas quais a função industrial se tornou menos importante que a gestão das finanças de curto prazo.

Na Figura 1 é possível se perceber o quanto cresceu o endividamento de bancos e firmas não industriais durante todo o ciclo político do PT (2003-2015). O montante de empréstimos intercompany mostra subsidiárias brasileiras de firmas industriais estrangeiras se alavancando com vistas ao aproveitamento de operações financeiras de curto prazo. Trata-se de firmas com ramificações e holdings internacionais, o que as permite acesso a linhas externas baratas de médio prazo.

grafico endividamento externo

Fonte: Banco Central, elaboração própria

Com a desvalorização do Real perante o dólar observada entre meados de 2014 e meados de 2015, o endividamento externo de bancos e firmas industriais elevou-se substancialmente. Não por efeito de aceleração na entrada de recursos, mas pela simples “marcação a mercado”.

As perdas incorridas com esta “pedalada fiscal” por parte das grandes firmas estrangeiras passaram a se avolumar, levando a protestos da Fiesp contra o governo Dilma. Cumpria-se levar o Real novamente à condição de sobrevalor, ainda que isso prejudicasse ainda mais a função industrial nas firmas no país.

Ocorre que a burguesia industrial brasileira, reduzidíssima nestes últimos cerca de 25 anos, fica em boa parte de fora desta festa financeira. O motivo é que não possui acesso direto a recursos baratos em dólares, dependendo dos bancos para repasses nem sempre tão “atraentes”.

Se tomado como referência o câmbio em dezembro de 2005, marcando-se o início do período Dilma, bem como os fluxos para liquidação de compromissos, podem-se estimar perdas (ou ganhos) decorrentes de flutuações cambiais para firmas endividadas em dólares.

Na Figura 2 pode-se perceber qual o tamanho das perdas incorridas por transnacionais como resultado do processo de alavancagem financeira em conjuntura de desvalorização cambial. Fica bastante claro que a Fiesp, e não apenas os bancos, possuíam razões de sobra para a implementação de política econômica que levasse o dólar novamente a valorizar-se. Como, aliás, tem acontecido desde o desfecho do golpe.

grafico perdas flutuações cambiais

Fonte: Banco Central, elaboração própria

Desde dezembro de 2013 até a consumação do Golpe, quando o dólar voltou a se revalorizar, as perdas incorridas por bancos e transnacionais atingem cerca de 180 bilhões de Reais. Quantia mais que suficiente para justificar o enorme preço pago pela sociedade brasileira com o Golpe de 2015.

A estratégia do Governo para a atração de capital estrangeiro para o país tem como sustentáculo as elevadas taxas de juros, mas também inclui a entrada de recursos de longo prazo alocáveis em concessões públicas. A vantagem de aceleração do programa de concessões, bem como o fim do monopólio da Petrobras, reside em ancorar a valorização cambial em bases mais firmes, de maneira a diminuir a importância dos juros como estabilizador do câmbio.

Neste contexto, a própria Petrobras se beneficiou enormemente da valorização cambial e do fim dos ataques na imprensa à empresa desde implementado o golpe. A enorme dívida externa da petroleira foi reduzida em Reais e a perspectiva de ganhos bursáteis voltou ao coração da gananciosa elite entreguista brasileira.

Agora, esta estratégia só terá efeito em médio prazo se e somente houver garantias políticas, para o investidor estrangeiro, de que o neoliberalismo continuará hegemônico no país. Estas garantias políticas dificilmente poderão ser dadas se prevalecer a plena democracia no Brasil.

Ou seja, não se pode esperar que as eleições de 2018 venham a ocorrer em regime considerado democrático, prevalecendo-se a prisão e a perseguição de líderes que se oponham às políticas neoliberais.

Em síntese, o golpe teve forte componente de participação da Fiesp, que atuou em nome das firmas transnacionais no país para que o Governo implementasse políticas neoliberais que conduziram novamente à valorização do câmbio. A interrupção de perdas financeiras em firmas industriais e bancos mais do que compensou o custo incorrido com a disruptura política. Naturalmente, a soma só é positiva para um conjunto reduzido de interesses estrangeiros e patrimonialistas no país.

Marco Aurélio Cabral Pinto – É professor da Escola de Engenharia da Universidade Federal Fluminense, mestre em administração de empresas pelo COPPEAD/UFRJ, doutor em economia pelo IE/UFRJ. Engenheiro no BNDES e Conselheiro na central sindical CNTU

Redação

14 Comentários

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  1. Acho que tem uma explicação bem mais simples…

    … A FIESP é capitalista por definição; seja pelo que produz, seja pelos ganhos financeiros fáceis. E nada apavora mais um capitalista de verdade, ainda que ganhe montanhas de dinheiro com socialistas no Governo, o que nunca foi o caso do Brasil, do que a simples possibilidade de que uma mentalidade socialista possa ir se formando na sociedade em que atua. São paranóicos ao extremo… E usam a paranóia como ferramenta para destruir qualquer tentativa de mundança do status quo. O que foi o macartismo nos USA? Uma tentativa – exitosa – de varrer qualquer vestígio das políticas de FDR que resgataram os USA da terrível recessão de 1929 e que durou uma década. Foi rapidamente substituído pela Guerra Fria que consolidou no imaginário americano a ideia de que o comunismo é obra do Diabo. Nada muito diferente do que acontece hoje no Brasil em relação à Lula e o PT. E a FIESP apenas contribui com a parte que lhe cabe neste latifúndio…

  2. Quanto maior o emprego, maior o faturamento das empresas?

    Se é verdade que quanto maior o emprego, maior o faturamento das empresas, porque os empresários substituem trabalhadores por máquinas? Porque banqueiros substituem bancários por caixas eletrônicos? Porque empresas de transporte urbano coletivo substituem trocadores por dispositivos eletrônicos? Porque as indústrias automobilísticas são robotizadas em detrimento dos trabalhadores?

    1. Excelentes perguntas e provocações.

      Rui Ribeiro,

      Tuas perguntas perguntas são desafiadoras provocações. Todas elas fazem muito sentido numa lógica capitalista rasa, baseada numa equação de simplicidade, ou, melhor, de um simplismo igualmente raso, que coloca os salários e dispêndios com os trabalhadores no denominador de uma equação, em que o numerador é a produção e do outro lado da igualdade coloca-se a produtividade. Assim, temos:

      Produtividade = Produção / Quanto se gastou com a mão-de-obra para obter essa produção.

      Essa equação, traduzida em texto corrido, é enunciada da seguinte forma: “Produtividade é conseguir cada vez mais com cada vez menos”.

      Nessa lógica rasa e primitiva, mas que o neoliberalismo vende como ‘moderna’, não cabe a observação racional de Henry Ford, segundo o qual cada operário da fábrica deveria receber um salário capaz de fazer daquele trabalhador um comprador de um automóvel produzido naquela fábrica. Uma das incoerências e contradições do capitalismo (sobretudo esse financeiro que domina a economia da maior parte do mundo desde o final da década de 1970) reside justamente no fato de que essa hiper-acumulação na mão de pouquíssimos tende a reduzir a demanda e o consumo, gerando graves e insolúveis crises no sistema. Ou seja: se não há trabalhadores com salário e renda para comprare e consumir produtos e serviços, para quem os capitalistas irão vender (ou emprestar) produtos e serviços? É sustentável no médio e longo prazos esse tipo de capitalismo financeiro de hiper-acumulação? Que relações há entre as guerras e destruição patrocinadas por esse capitalismo e as crises periódicas que temos observado no sistema desde o início de o século XX?

      1. O lucro é extraído na produção e apenas realizado na circulação

        Sr. João de Paiva,

        Henry Ford tinha a noção equivocada de que o lucro do capitalista derivava da circulação da riqueza e não da sua produção. Assim, como muitos outros economistas, ele achava que as crises capitalistas eram causadas pelo subconsumismo e não pela superprodução. Ele não sabia que se o trabalhador recebesse todo o fruto do seu trabalho, não haveria lucro, pois lucro é trabalho não pago. Assim, quanto menores os salários, mais elevados os lucros e quanto mais elevados os salários, menores os lucros.

        As citaçlões de Karl Marx, abaixo transcritas, mostra que as classes dominantes lucram mais quanto menos salários pagam aos trabalhadores e, portanto, quanto menor o consumo dos trabalhadores, maiores os lucros dos capitalistas. Para vender seus produtos, os capitalistas contam não com a classe operária de seus países, mas com populações estrangeiras, cujos mercados devem ser conquistados. Assim, os trabalhadores devem receber e consumir o mínimo possível, a fim de que os capitalistas exportem seus produtos:

        “O mais a produção capitalista se desenvolve, o mais ela tem que produzir numa escala que não tem nada ver com a demanda imediata mas que depende duma expansão constante do mercado mundial. Ricardo utiliza a afirmação de Say segundo a qual as capitalistas não produzem para o lucro, a mais-valia, mas que produzem valores de uso diretamente para o consumo – para seu próprio consumo. Ele não toma em conta o fato que as mercadorias devem ser convertidas em dinheiro. O consumo dos operários não basta, porque o lucro provem precisamente do fato que o consumo dos operários é inferior ao valor do seu produto e que ele (o lucro) é tão grande como o consumo é relativamente pequeno. O consumo dos próprios capitalistas também é insuficiente.” (Teorias sobre a Mais-valia; a teoria de Ricardo sobre o lucro) (traduzido por nós)” – Karl Marx

        “É mera tautologia dizer que as crises decorrem da carência de consumo solvente ou de consumidores capazes de pagar. O sistema capitalista não conhece outra espécie de consumo além do solvente, excetuados os casos do indigente e do gatuno. Ficarem as mercadorias invendáveis significa apenas que não encontraram compradores capazes de pagar, isto é, consumidores (sejam as mercadorias compradas, em última análise, para consumo produtivo ou para consumo individual). Mas se, para dar a essa tautologia aparência de justificação mais profunda, se diz que a classe trabalhadora recebe parte demasiado pequena do próprio produto, e que o mal estar seria remediado logo que recebesse parte maior, com aumento dos salários – bastará então observar que as crises são sempre preparadas justamente por um período em que os salários geralmente sobem e a classe trabalhadora tem de maneira efetiva participação maior na fração do produto anual destinada a consumo. Esse período, de acordo com o ponto de vista desses cavalheiros do ‘simples’ bom-senso, teria, ao contrário, de afastar as crises. A produção capitalista patenteia-se, portanto, independente da boa ou má vontade dos homens, implicando condições que permitem aquela relativa prosperidade da classe trabalhadora apenas momentaneamente e como sinal prenunciador de uma crise”).” – Karl Marx

      2. Se o operário produzisse mais em troca de maior salário…

        As crises capitalistas não decorrem do fato dos trabalhadores produzirem cada vez mais por cada vez menos. Ainda que os trabalhadores produzissem cada vez em troca de um salário mais elevado, ainda assim as crises capitalistas não seriam evitadas, porque tais crises são de super-produção, e não de sub-consumo. O sub-consumo apenas agrava a super-produção. O que causa a super-produção é o sobretrabalho. Em sendo assim, para evitar as crises de super-produção, os capitalistas teriam não apenas que elevar os salários dos seus empregados mas também reduzir suas jornadas de trabalho.

        Nos Manuscritos Econômicos-Filosóficos, Marx (e Engels?) tratou (ou trataram) dessa questão;

        “En primer lugar, el alza de los salarios conduce a un exceso de trabajo de los obreros. Cuanto más quieren ganar, tanto más de su tiempo deben sacrificar y, enajenándose de toda libertad, han de realizar, en aras de la codicia, un trabajo de esclavos. Con ello acortan su vida. Este acortamiento en la duración de su vida es una circunstancia favorable para la clase obrera en su conjunto, porque con él se hace necesaria una nueva oferta. Esta clase ha de sacrificar continuamente a una parte de si misma para no perecer por completo…

        …El alza de salarios despierta en el obrero el ansia de enriquecimiento propia del capitalista que él, sin embargo, sólo mediante el sacrificio de su cuerpo y de su espíritu puede saciar. El alza de salarios presupone la acumulación de capital y la acarrea; enfrenta, pues, el producto del trabajo y el obrero, haciéndolos cada vez más extraños el uno al otro. Del mismo modo, la división del trabajo hace al obrero cada vez más unilateral y más dependiente, pues acarrea consigo la competencia no sólo de los hombres, sino también de las máquinas. Como el obrero ha sido degradado a la condición de máquina, la máquina puede oponérsele como competidor. Finalmente, como la acumulación de capitales aumenta la cantidad de industria, es decir, de obreros, mediante esta acumulación la misma cantidad de industria trae consigo una mayor cantidad de obra hecha que se convierte en superproducción y termina, o bien por dejar sin trabajo a una gran parte de los trabajadores, o bien por reducir su salario al más lamentable mínimo. Estas son las consecuencias de una situación social que es la más favorable para el obrero, la de la riqueza creciente y progresiva.”

        Se a produção de alfinetes aumentar, aumentando-se na mesma proporção os salários dos produtores de alfinetes, chegará a um momento em que a produção de alfinetes será tão grande, que ninguém os comprará, por mais que se baixem seus preços. A esse respeito, o filósofo e matemático inglês Bertrand Russell escreveu:

        “O lazer é essencial à civilização, e em outros tempos o lazer para uns poucos somente era possível pelo trabalho de muitos. Mas seu trabalho era valioso não porque o trabalho seja bom, mas porque o lazer é bom. E com a técnica moderna seria possível distribuir o lazer de forma justa, sem prejuízos à civilização. A técnica moderna tornou possível diminuir enormemente a quantidade de trabalho necessário para assegurar as necessidades vitais para todos. Isto se tornou óbvio durante a Primeira Guerra Mundial. Naquele tempo todos os homens nas forças armadas, e todos os homens e mulheres envolvidos na produção de munição, e todos os homens e mulheres envolvidos com espionagem, propaganda de guerra ou escritórios governamentais relacionados com a guerra foram tirados de ocupações produtivas. Apesar disto, o nível geral de bem-estar entre assalariados não-qualificados do lado dos aliados era mais alto do que antes ou mesmo depois da Guerra. O significado deste fato era escondido pelas finanças: empréstimos fizeram parecer que o futuro estava nutrindo o presente. Mas isto, é claro, seria impossível; um homem não pode comer um pão que não existe. A guerra mostrou conclusivamente que, através da organização científica da produção, é possível manter as populações modernas em razoável conforto com uma pequena parte da capacidade de trabalho do mundo moderno. Se, ao final da guerra, a organização científica que foi criada para liberar homens para as guerras e produção de munição fosse preservada, e as jornada de trabalho fosse reduzida para quatro horas, tudo teria ficado bem. Aos invés disto, o antigo caos foi restaurado, aqueles cujo trabalho era necessário voltaram às longas horas de trabalho, e o restante foi deixado à míngua no desemprego. Por quê? Porque o trabalho é um dever, e um homem não deveria receber salários proporcionalmente ao que produz, mas proporcionalmente à virtude demonstrada em seu esforço.

        Esta é a moral do Estado escravista, aplicada em circunstâncias totalmente diferentes daqueles na qual surgiu. Não é surpresa que o resultado tenha sido desastroso. Façamos uma ilustração. Suponha-se que em um dado momento um certo número de pessoas esteja envolvido na produção de alfinetes. Elas fazem tantos alfinetes quanto o mundo precisa, trabalhando (digamos) oito horas por dia. Alguém faz uma invenção através da qual o mesmo número de pessoas pode fazer duas vezes o número original de alfinetes. Mas o mundo não precisa de mais alfinetes, dificilmente seriam comprados mais por um preço menor. Em um mundo sensato, todos os envolvidos na fabricação de alfinetes passariam a trabalhar quatro horas ao invés de oito, e tudo continuaria como antes. Mas no mundo real, isto seria considerado desmoralizante. Os homens ainda trabalham oito horas, há excesso de alfinetes, alguns empregadores quebram, e metade dos homens previamente ocupados em fabricar alfinetes são despedidos. Há, ao final, exatamente a mesma quantidade de lazer do outro plano, mas a metado dos homens fica totalmente ociosa enquanto a outra metade ainda está sobrecarregada. Deste modo, é assegurado que o ócio inevitável deva causar miséria no mundo inteiro ao invés de ser uma fonte universal de felicidade. Pode ser imaginado algo mais insano?”

  3.  
    Usando a navalha de Ocan,

     

    Usando a navalha de Ocan, eu acho que a FIESP apoiou a derrubada da Dilma porque a DILMA redefiniu o significado de “quebrar o país” como os petistas gostam de assim chamar a necessidade do Brasil, no governo FHC, de usar o financiamento do FMI quando os financiamentos de bancos particulares escassearam. Assim quebrar o pais:

    A.D. antes d Dilma:

    Ter de pedir financiamento do FMI para fechar as contas externas.

     

    D.D. depois de Dilma:

    deixar o governo com um monumental défit público primário sem capacidade de investimento e

    quebrar as maiores estatais brasileiras como Petrobrás e Eletrobrás e

    quebrar a arrecadação de impostos fazendo regredir 10 anos e

    quebrar estados e municípios brasileiros

    quebrar as empresas brasileiras e

    quebrar as famílias brasileiras e

    quebrar o sonho dos brasileiros.

     

    Sem essa de teorias conspiratórias, use a explicação mais simples e que não exija muitos pressupostos.

                          

    1. FHC fez, em 1999, tudo isso

      FHC fez, em 1999, tudo isso que você escreveu a respeito de Dilma, mas com graus de requinte de crueldade. Além disso, fez o apagão. Além disso, quebrou seus principais aliados, a começar pela própria Globo. Além disso, deixou uma inflação crescente que, anualizada, batia em 26%. Além disso, deixou as reservas cambiais vazias. Além disso, tem a P-36, o mais desastre da história da Petrobrás. Chega de falar de FHC: afinal, ele é o presidene mais odiado e mais desprezado da história do país.  

      1. Quer comparar?
        Vamos

        Quer comparar?

        Vamos lá.

         

        Comparativo 1º ano do segundo mandato FHC 2 x Dilma 2

        PIB   FHC +0,9%  X -3,8% Dilma

        Inflação   FHC 8,94%.  X   10,67%

        Desvalorização do Real   FHC  48%  X  48%   Dilma

        Superavit primario  FHC +2,1%  X    -1,88   Dilma

        Lucro Petrobrás:   FHC +1,770 Bi  X   -35Bi   Dilma

        Lucro Eletrobrás:  FHC  +919mi  X  -14,4 Bi  Dilma

         

        Eu era feliz e não sabia.

         

  4. Na minha humilde opinião, a

    Na minha humilde opinião, a resposta à pergunta do post é bem mais simples. Embora, como diz o autor do texto, …Quanto maior o gasto, maior o emprego. Maior o emprego, maior o faturamento das empresas…, as empresas não olham apenas o faturamento do ano seguinte. Qualquer pessoa de bom senso, nem precisa ser economista, sabe que um governo que maquia suas contas para esconder deficits e continua gastando mais do que arrecada, está fadado ao fracasso, que virá mais cedo ou mais tarde, como efetivamente veio.

    O ganho financeiro pode ser um subterfúgio ou uma oportunidade vislumbrada, mas não é o meio usual de lucro da indústria, sua especialidade é outra. Para competir em ambiente de concorrencia feroz, as empresas tem que se devotar ao seu ramo de atuação e não abandoná-lo para obter ganhos financeiros.

  5. O capitalismo acabou!
    Não.

    O capitalismo acabou!

    Não. Não sou um “comunista bolivariano” pregando o fim do capitalismo. Estou apenas apresentando um fato. Aquele capitalismo industrial, tradicional, do capital remunerando o trabalho, já era!

    Hoje em dia, o que nós temos é o financismo. Dinheiro remunerando dinheiro. E não é só no Brasil, não. Empresas como a GE, hoje ganham mais aplcando no sistema financeiro do que fabricando coisas.

    A criação de dólares “out of thin air” para alimentar a economia deficitária dos EUA está levando o mundo para o buraco.

    Mad Max é logo ali…

  6. o que quer um dono de indústria?

    Meu palpite é que os empresários brasileiros estão conformados com a ideia muito difundida de que são muito incompetentes. Ouvem isto em todos os foruns internacionais e consultas a experts palestrantes. Tanto que acabam incorporando sua incapacidade.

    No fundo, sonham em ter um lucro grande, mesmo que momentâneo, para acumular capital e passar a viver e garantir o futuro da descendência com a renda financeira do dinheiro investido. Isto pressupõe que exista um Estado endividado, disposto a pagar caro para financiar seu deficit. Se um governo implementa um projeto de desenvolvimento que resulta em reduzir a dívida, este futuro se torna incerto.

    Outra possibilidade é a de que, não se conseguindo lucro fácil para tocar o negócio e ter capital e renda financeiros, que ao menos exista um mercado de venda de indústrias e comércios a players globais. Para isto, não é suficiente que a taxa de câmbio tenha um valor de x ou y. É preciso que ela se desvalorize e torne os preços das empresas baixos em dólar, mas altos em reais. Despois é preciso que o câmbio se valorize para permitir os ajustes nos contratos e nos resultados contábeis, como descreve o artigo. Também para criar a dinâmica, tão bem explicada pelo Nassif tantas vezes, de permitir ganho duplo a quem traz smart money. Ganha juro maior do mundo e também compra mais dólares na saída do que vendeu a entrada.

    O jogo da economia brasileira passou a ser muito mais uma questão de variação para cima e para baixo dos ativos financeiros do que produto e renda. Se não existem mecanismo precisos para identificar tendências, a imprensa está aí à disposição para conduzir os agentes no sentido do noticiário, com embasamentos dos professores de deus a todo momento nos ajudando a decidir o que é melhor para nosso futuro.

  7. Artigo fraco, cheio de incoerências.

    Prezados,

    Quem lê este blog e acompanha as análise de Luís Nassif consegue entender a tese, mas o artigo está muito mal escrito, mal formulado, mal desenvolvido, cheio de incoerências e erros.

    Vou citar alguns trechos com essas incoerências; mas não vou explicá-las, pois aos leitores atentos elas são evidentes.

    “Na Figura 2 pode-se perceber qual o tamanho das perdas incorridas por transnacionais como resultado do processo de alavancagem financeira em conjuntura de desvalorização cambial. Fica bastante claro que a Fiesp, e não apenas os bancos, possuíam razões de sobra para a implementação de política econômica que levasse o dólar novamente a valorizar-se. Como, aliás, tem acontecido desde o desfecho do golpe.”

    Logo  após o gráfico se lê:

    “Desde dezembro de 2013 até a consumação do Golpe, quando o dólar voltou a se revalorizar, as perdas incorridas por bancos e transnacionais atingem cerca de 180 bilhões de Reais. Quantia mais que suficiente para justificar o enorme preço pago pela sociedade brasileira com o Golpe de 2015.”

    “A estratégia do Governo para a atração de capital estrangeiro para o país tem como sustentáculo as elevadas taxas de juros, mas também inclui a entrada de recursos de longo prazo alocáveis em concessões públicas. A vantagem de aceleração do programa de concessões, bem como o fim do monopólio da Petrobras, reside em ancorar a valorização cambial em bases mais firmes, de maneira a diminuir a importância dos juros como estabilizador do câmbio.

    Neste contexto, a própria Petrobras se beneficiou enormemente da valorização cambial e do fim dos ataques na imprensa à empresa desde implementado o golpe. A enorme dívida externa da petroleira foi reduzida em Reais e a perspectiva de ganhos bursáteis voltou ao coração da gananciosa elite entreguista brasileira.”

    “Em síntese, o golpe teve forte componente de participação da Fiesp, que atuou em nome das firmas transnacionais no país para que o Governo implementasse políticas neoliberais que conduziram novamente à valorização do câmbio. A interrupção de perdas financeiras em firmas industriais e bancos mais do que compensou o custo incorrido com a disruptura política. Naturalmente, a soma só é positiva para um conjunto reduzido de interesses estrangeiros e patrimonialistas no país.”

    E não há remédio, pois consultando a página em que foi originalmente publicado constatam-se os mesmos erros e incoerências.

  8. Entendi direito?

    A cúpula da industria prefere ganhar com sistema financeiro do que com produção?

    Realmente produzir dá trabalho….

    Você tem que comprar insumos e gerenciar múltiplos fornecedores, brigar em muitos casos, rever incontáveis planílhas, contratar mão de obra, controlar diretores e o RH, e enfim produzir…

    Para colocar seu produto precisa distribuir, equipes de venda, revendas e disputar depois de tudo, mercado com concorrentes daqui e os da China…

    São mais seguros os 14% vindos do Tesouro do Brasil, que sai do mesmo balaio que sai o da saúde, educação e aposentadoria…

    Então essa conversa de custo Brasil é balela…

    Porquê, suponhamos o Brasil tivesse JUROS ZERO, COMO NESTE INSTANTE TÊM O JAPÃO, que não é uma pequena economia, e os EUA com juros de 0,5%!

    O que então ganharíamos com juros ZERO?

    A carga tributária poderia cair até uns 10% e poderia ficar em torno dos 25%!

    Que seria EXCEPCIONAL PARA TODA ECONOMIA sem precisar cortar na saúde, educação e para os aposentados!

    O que só alguns ganham seriam distribuidos para TODOS, mas ai o Bancos teriam que trabalhar COMO NO RESTO DO MUNDO!

    O que eles teriam que fazer para continuarem a ter o seu sagrado dinheirinho vindo dos juros?

    Teriam que ter trabalho e RISCO com corretores e aplicar na Bolsa, em ESPERAR QUE O BANCOS NO BRASIL FINALMENTE TRABALHEM PARA OFERECER PAPÉIS QUE OFEREÇAM RENTABILIDADE sem depender da taxa de juros da economia…

    Por que isso acontece nos EUA, Europa e resto do mundo, mas tem o risco, o diabo do risco feito essa tal crise do sub-prime dos EUA de 2008!

    O que querem mesmo é almoço grátis e iate nas Bahamas!

    Se ferram os donos de pequenas padarias e pequenas empresas…

    O Brasil só se livrará de golpes, quando sua economia puder sobreviver a taxa de juros ZERO!

    Não sou contra banqueiro, mas quero vê-los trabalhar pelo JUROS ZERO!

  9.  
     
    POR QUE A FIESP APOIOU O

     

     

    POR QUE A FIESP APOIOU O GOLPE DE 2016 ?

    OXENTE !?!?!? Mais?…Não é isso que golpistas natos tem que fazer? Pelo que sei, parte desses senhores de negócios & negociatas são de natureza essencialmente golpista. Duvido que alguém creia que estes cabras sejam democratas de fato. Não de marketing.

    Aos 14 anos, ainda garoto, assisti esse pessoal levar Getúlio Vargas ao suicídio. Dali pra cá, foi  uma sucessão de patranhas golpistas, conspiratas, trapaças, roubos e bandidagens diversas contra a democracia. Ora, me aparece essa cretina “operação lava bunda” do tal juizeco moro.

    Tudo isso remonta ao tempo da casa-grande. Aqueles indivíduos que, não por acaso, nos deixaram como herança esta elite de merda que ai está a golpear qualquer ação que possa representar risco ao desmonte das práxis tão caras à casa-grande.

    De repente, sou  atingido por uma brincadeira de mau gosto, como a presente provocação absurda.

    Orlando

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