Presidente da Anfavea diz que pessimismo é crime contra o país

Da Agência Brasil

Ao participar hoje (31), em São Paulo, do 1º Encontro Estratégico das Lideranças do Setor Automotivo, o presidente da Associação Brasileira dos Fabricantes de Veículos (Anfavea), Luiz Moan, disse que para superar a crise econômica atual é preciso ter primeiro “visão de futuro” e depois, de “médio e curto prazo”. Segundo ele, para o futuro, seria necessário considerar que o Brasil ainda tem uma taxa de motorização baixa, quando comparada à de outros países, o que significa um potencial alto de crescimento.

“Acredito que, a partir do segundo semestre do ano que vem, o país retomará o nível de crescimento mais alto e sustentável. A crise de pessimismo é um crime contra o país e, se deixarmos nos envolver, vamos desenvolvendo o mal-estar e o clima de pessimismo. A sugestão da Anfavea é a de que o núcleo que envolve o setor automotivo tenha reuniões periódicas, para dar continuidade a um trabalho que não funcione só nas crises”, disse.

 
Para o presidente da Associação Brasileira de Consórcios (Abac), Paulo Roberto Rossi, um dos desafios para o setor é a dificuldade atual do consumidor em assumir compromissos financeiros de médio e longo prazo. “Este é um momento de confiança abalada. Paralelo a isso, temos a dificuldade de o setor produtivo e de ter o consórcio como ferramenta de venda futura. Seria importante que o consórcio fosse considerado como estratégia comercial de todos os participantes da indústria automobilística”.
 
Rossi ressaltou que a solução para a crise é a mudança de comportamento do consumidor e do setor produtivo. “Não é fácil, mas confiamos que unidos poderemos fazer acontecer. A Abac seguirá estimulando programas de educação financeira por meio de ações de divulgação da modalidade de consórcio, focando sobretudo em suas características básicas: autofinanciamento, custos mais baixos e planejamento financeiro”.
 
O diretor da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Leandro Vilain, destacou que os bancos mantém um compromisso firme com o setor, e  que a legislação vem contribuindo para evitar a inadimplência. Para ele, é preciso unir esforços para preservar os empregos no setor, mas é preciso, também, melhorar os mecanismos de localização do bem retomado. “A Febraban trabalhará nos próximos meses em uma proposta a ser apresentada à Fenabrave e à Fenauto para aumentarmos a eficiência nesse processo, e repassarmos esses ganhos para o setor. Hoje, o processo de localização do veículo é ineficiente, gerando perda da garantia do empréstimo e aumento dos custos da inadimplência”.
 
O presidente da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), Alarico Assumpção, ressaltou que os principais desafios na avaliação da entidade é o cenário político e econômico, o PIB negativo, as crise de água e de energia elétrica, o abalo no índice de confiança dos consumidores e investidores, o aumento do desemprego e endividamento, a inflação alta. “Além disso, há a retração na oferta de crédito, o automóvel visto como vilão da mobilidade urbana. O país precisa realizar ajuste fiscal, e retomar a estabilidade política e econômica”.
 
Na avaliação do presidente do Sindicato Nacional da Industria de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças), Paulo Butori, é preciso reconhecer que a crise une as entidades, que todas estão no mesmo barco e não querem que afunde. “É uma oportunidade de todos remarem juntos para uma solução comum, para a soma de pequenas soluções para tirar este setor da situação atual”.
Redação

5 Comentários

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  1. Taxa de motorização baixa?

    Concordo com o presidente da Anfavea que o pessimismo é crime contra o Brasil e concordo que precisamos ter uma visão de futuro. Mas imaginar um futuro mais “motorizado” nas cidades brasileiras é de um pessimismo atroz! Substituir o carro individual como forma de transporte significa menos violência no trânsito, menos poluição, menos evidências do ódio entre classes e, principalmente, cidades melhores, promotoras de encontros, e não de separações. Qual o argumento a favor dessa tal “motorização”? Empregos? Crescimento? É certo que precisamos repensar o conceito de desenvolvimento. O primeiro que iniciar a discussão (com honestidade e conhecimento) recebe o apoio de todos os insatisfeitos… que parecem não ser poucos.

  2. E falou em espalhar

    E falou em espalhar pessimismo – ou otimismo, questão apenas de opção – falou em imprensa.

    Ou alguém conhece outro jeito do pessimismo – ou otimismo – chegar ao povão, aquele que não tem instrumento para avaliar com seriedade e serenidade a conjuntura socio-econômica? Não à toa artigos do tipo “leia aqui tudo o que você precisa saber sobre…”, especialidade da revista Veja, por exemplo, faz tanto sucesso entre os coxinhas. Que absurdo, parece que essa moçada gosta de ser manipulada. Ou pelo menos gosta de que haja quem lhes confirme, legitime e autentique a vilania, o preconceito e discriminação, o fascismo e a superficialidade, que lhes estimule seu “lado negro”, pessimista e lhes forneça o “mundo cão” catarticamente… ora, que vão assistir aos datenas da vida, então!

  3. Que IGNORANCIA com relação a

    Que IGNORANCIA com relação a conceitos, mas será que não tem noção ? Pessimismo nunca pode ser um crime,

    PESSIMISMO É UM ESTADO DE ESPIRITO, crime é um ATO praticado, sem entender conceitos é melhor não abrir a boca.

    E com esse cerebro chega a presidente de uma associação empresarial, que impressionante.

  4. Na verdade

    A choradeira da indústria automobilística é por causa da queda nas vendas. Na verdade o pessimismo é ruim para o país, mas o preço abusivamente alto dos veículos no Brasil também é ruim para o país e quem pratica esses preços é a indústria automobilística. Baixem os preços e os juros aos mesmos níveis praticados em países de suas matrizes, que com certeza compraremos muito mais veículos.

  5. Sinal dos tempos, pensar que

    Sinal dos tempos, pensar que tivemos um Mario Garnero na Presidencia da ANFAVEA, personagem controvertido

    MAS que estava leguas acima da safra atual de presidentes anodinos e sem perfil marcante nas grandes associações empresariais. Começam como vendedor e sobem a diretor, depois vão para a ssociação mas falta o “algo mais” em

    cultura, visão de mundo, carisma, historia de vida interessante, a diferença entre um cozinheiro e um “chef de cuisine”.

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