Queda do PIB em relação a 2015 chega a 5,4%

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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Componentes do indicador apresentaram queda generalizada no período

Jornal GGN – O PIB (Produto Interno Bruto) registrou contração de 5,4% no primeiro trimestre do ano em relação ao visto em 2015, segundo dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Este é o oitavo resultado negativo consecutivo nesta base de comparação. O valor adicionado a preços básicos caiu 4,6% e os impostos sobre produtos líquidos de subsídios recuaram em 10,4%.

Dentre as atividades que contribuem para a geração do valor adicionado, a agropecuária teve queda de 3,7% em relação a igual período do ano anterior. Este resultado pode ser explicado, principalmente, pelo desempenho de alguns produtos com safra relevante no primeiro trimestre e pela produtividade. Segundo os dados de prognóstico agrícola elaborados pelo IBGE em maio, algumas culturas apresentaram retração na estimativa de produção anual, como fumo em folha (-20,9%), arroz em casca (-7,6%) e milho em grão (-5,0%). Por outro lado, a cultura de soja apontou variação positiva de 1,3% na produção anual. A maior parte das culturas importantes no trimestre apontou queda de produtividade.

A indústria recuou 7,3%. Nesse contexto, a indústria de transformação caiu 10,5%, influenciada pelo recuo da produção de máquinas e equipamentos; da indústria automotiva e outros equipamentos de transporte; produtos metalúrgicos; produtos de metal; produtos de borracha e material plástico; eletroeletrônicos e equipamentos de informática; e móveis. A construção também apresentou redução no volume do valor adicionado (-6,2%). Já a extrativa mineral caiu 9,6% em relação ao primeiro trimestre de 2015, puxada pela queda da extração de minérios ferrosos e de petróleo e gás. A atividade de eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana registrou expansão de 4,2%, influenciada pelo desligamento de termelétricas no 3º trimestre de 2015 e no 1º trimestre de 2016.

O valor adicionado de serviços caiu 3,7% na comparação com o mesmo período do ano anterior, com destaque para a contração de 10,7% do comércio e de 7,4% de transporte, armazenagem e correio, puxado pela queda do transporte e armazenamento de carga. Outros componentes que perderam força foram serviços de informação (-5%), outros serviços (-3,4%), intermediação financeira e seguros (-1,8%) e a administração, saúde e educação pública (-0,8%). As atividades imobiliárias apresentaram variação nula.

Pelo quinto trimestre seguido, todos os componentes da demanda interna apresentaram resultado negativo. No primeiro trimestre de 2016, a despesa de consumo das famílias caiu 6,3%, resultado explicado pela deterioração dos indicadores de inflação, juros, crédito, emprego e renda ao longo do período. Já a formação bruta de capital fixo caiu 17,5%, a oitava queda consecutiva. Este recuo é justificado, principalmente, pela queda das importações e da produção interna de bens de capital.

No setor externo, as exportações de bens e serviços cresceram 13%, enquanto que as importações de bens e serviços caíram em 21,7%, ambas influenciadas pela desvalorização cambial de 37% e pelo desempenho da atividade econômica registrados no período.

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

1 Comentário

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  1. Fora a queda dos investimentos, o PIB passado é pouco relevante

     

    Jornal GGN,

    Felizmente ninguém deu importância para a notícia. Na verdade, trata-se de notícia atrasada. Junto ao post “PIB brasileiro encerra primeiro trimestre com queda de 0,3%” de quarta-feira, 01/06/2016 às 11:16, aqui no blog de Luis Nassif eu enviei quarta-feira, 01/06/2016 às 19:12, um comentário para junto do comentário de Pedro86 enviado quarta-feira, 01/06/2016 às 11:24, em que eu relativizo a informação da queda do PIB de 0,3% no trimestre. O endereço do post “PIB brasileiro encerra primeiro trimestre com queda de 0,3%” é:

    https://jornalggn.com.br/noticia/pib-brasileiro-encerra-primeiro-trimestre-com-queda-de-03

    Para montar o quadro eu utilizei basicamente os dados constantes na página 5 do livreto Contas Nacionais Trimestrais Indicadores de Volume e Valores Correntes Janeiro / Março 2016 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística e que pode ser visto no seguinte endereço:

    ftp://ftp.ibge.gov.br/Contas_Nacionais/Contas_Nacionais_Trimestrais/Fasciculo_Indicadores_IBGE/pib-vol-val_201601caderno.zip

    Monto a partir do quadro que elaborei lá no meu comentário para Pedro86 lá no post “PIB brasileiro encerra primeiro trimestre com queda de 0,3%” outro quadro semelhante que com um pequeno acréscimo poderia mais bem explicar a situação da economia brasileira no atual momento. O quadro apresentava os dados abaixo com os acréscimos da informação para o quarto trimestre de 2014 em que houve uma queda de – 0,1% do PIB, mas eu a desconsiderei, entrando com uma linha de PIB com base igual a 100 no quarto trimestre de 2014 que deveria ser considerada em 31/12/2014 e da informação para 31/12/2015. No quadro abaixo o ano de 2014 não foi levado em conta porque houve praticamente uma estagnação no período. Então se supôs que o PIB do início do ano de 2014 foi o mesmo do final do ano de 2014. E assim eu elaborei o quadro abaixo:

    4º trim   1º trim   2º Trim   3º Trim   4º Trim   31/12/2015

       2014    2015        2015        2015       2015        2016

           –      – 1,2        – 2,0        – 1,6       – 1,3        – 0,5

         100     98,8         96,8         95,3         94,0         93,6

    A observar que  – 0,5% corresponderia ao que aconteceu com o PIB quando este é dimensionado em 31/12/2015 e representa o tanto que havia de queda do PIB entre o ponto médio do quarto trimestre de 2015 e o final do ano. Disso se conclui que durante o ano de 2015, o PIB caiu 6,4%, ou seja, se houve uma queda do PIB de 3,8% em 2015 e se a economia se estagnasse em 2016, ainda assim haveria uma queda do PIB de 2,6% em 2016.

    Então a queda do PIB a ser informada em 2016 dirá respeito à queda que aconteceu em 2015. Enfim, em 2016 vamos ser informados da novidade do ano anterior. Não foi surpresa quando vi na Bloomberg uma chamada que dizia algo como “Brazil’s recession deepens as the economy shrank 5,4%”. Shrank é o passado de “to shrink” que significa afundar, mas “deepens” é presente que significa aprofunda, mas como eu digo para Pedro86 lá no post “PIB brasileira encerra o primeiro trimestre com queda de 0,3%” não se trata de uma informação bem que expressa bem a realidade.

    É verdade que a economia brasileira vai ficar muito subserviente aos humores do FED, mas os dados do PIB que vão ser fornecidos durante o ano de 2016 vão estar voltados para o passado e, portanto, vão guardar pouca relação com o que acontece e vai acontecer com a economia brasileira.

    Clever Mendes de Oliveira

    BH, 01/06/2016

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