Raízes da crise

Por Roberto São Paulo/SP

REVISTA DO BNDES, RIO DE JANEIRO, V. 15, N. 30, P. 129-159, DEZ. 2008

Analisando a Crise do Subprime/GILBERTO RODRIGUES BORÇA JUNIOR
ERNANI TEIXEIRA TORRES FILHO/Economistas do BNDES

………..3. O Papel das Instituições Privadas nos Empréstimos Subprime

A Figura 1 mostra, de forma estilizada, a engenharia financeira montada pelas instituições financeiras privadas para o repasse desses créditos securitizados a terceiros no mercado de capitais. Os segmentos em tom mais claro resumem a operação original, seja do financiamento imobiliário ou da venda direta de títulos aos investidores, enquanto os segmentos em tom mais escuro mostram os passos seguintes, nos quais são utilizados derivativos de crédito. Em outras palavras, isso significava que eram emitidos novos títulos de dívida cujos valores derivavam de outros títulos, baseados nas hipotecas subprime…..

………..Na posição final, estava a tranche senior do tipo AAA. Seus detentores só teriam prejuízos caso todos os demais cotistas tivessem sofrido perdas integrais. Trata-se, portanto, de uma classe de investimento extremamente segura, mas que, por isso mesmo, proporcionava um ganho pequeno em relação ao que era pago aos demais investidores…………….

………O caso das tranches de risco médio está retratado na Figura 1 pelos retângulos de tom intermediário. Essas cotas eram transferidas a um fundo CDO, junto com outros títulos de dívida, como recebíveis de cartões de créditos, recebíveis de financiamentos a automóveis, empréstimos estudantis (students loans) e, até mesmo, outros investimentos imobiliários…………..

………….Resolvido o custo de captação dos créditos classificáveis pelas agências, restava ainda o que fazer com a tranche de pior risco – o toxic waste………..

……..A saída encontrada foi a criação de empresas de investimentos estruturados – as SIVs – cujo único propósito era emitir títulos de curto prazo lastreados nas hipotecas – asset backed commercial papers –, usados, nos EUA, para remunerar aplicações de caixa de empresas,

A maior dificuldade nesse tipo de estruturação era que os commercial papers possuíam maturidade curta, de três ou seis meses, enquanto os ativos que as SIVs mantinham em carteira, lastreados nos fluxos de pagamentos futuros dos financiamentos imobiliários, eram de até trinta anos……………

Luis Nassif

11 Comentários

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  1. Aqui do Alto Xingu, os índios
    Aqui do Alto Xingu, os índios lembram que, em novembro de 2007, Gary Crittenden, o “Chief Financial Officer” do Citigroup, disse a analistas em Nova Iorque que ele não sabia como precificar os novos e complexos instrumentos financeiros que estavam no âmago da crise do próprio Citigroup. Ele poderia não saber. Mas os financistas, os matemáticos e os programadores do Citigroup, em conjunto, sim. Na verdade, Gary tentava evitar que o Citigroup fizesse vultosas baixas nos ativos, decorrentes do fato de que a sopa de derivativos em que o Citi boiava tinha somente valor simbólico. Algo como, para cada dólar de ativo nessa sopa valer apenas 10 ou 15 centavos, o que implicava que teria de fazer baixa de 90 a 85 centavos, impactando terrivelmente seus recursos de capital. Mas, a crise foi deflagrada no mercado imobiliário, mas não foi causada só por ele, como já se sabe e os índios já informaram antes.

  2. Do El Mercurio do
    Do El Mercurio do Chile
    http://diario.elmercurio.com/2009/02/13/economia_y_negocios/economia_y_negocios/noticias/C2CC05DB-58D2-4A4D-8021-38B6F2D8E4F8.htm?id={C2CC05DB-58D2-4A4D-8021-38B6F2D8E4F8}

    El consejo del organismo monetario prevé que los escenarios más negativos son ahora más probables:
    BC baja a 4,75% la tasa y expertos lo ven como un intento para evitar una recesión prolongada

    Un cambio drástico del escenario económico estampó ayer el Banco Central al recortar en 250 puntos base (2,5 puntos porcentuales) la Tasa de Política Monetaria (TPM), en su reducción más profunda en la historia monetaria. Con esto, la tasa de interés de referencia del mercado bajó desde 7,25% a 4,75% nominal anual, el menor nivel desde hace tres años……….

    …….Para Chile, el Central observa que la actividad y la demanda del cuarto trimestre de 2008 y el primero de 2009 exhiben una ampliación de holguras mayor a la prevista en el Informe de Política Monetaria (IPoM) de enero. Eso significa que el espacio entre lo que se produce y lo que se consume se agranda.

    Los analistas distinguen dos mensajes económicos. Uno, que el Central hace un reconocimiento implícito de que se equivocó en diciembre cuando mantuvo la tasa sin cambios en 8,25%. “El Banco Central se pone al día y ahora el recorte es consecuente con el menor gasto e inflación efectiva”, dice Aldo Lema, jefe de Estudios de Inversiones Security……………

  3. Parece que a “redução” dos
    Parece que a “redução” dos spreads de bancos particulares virou instrumento de marketing e competição no setor. Da semana passa pra cá já recebi uns seis telefonemas de bancos privados diferentes informando sobre as chances “maravilhosas” de empréstimos a juros menores do que as exorbitâncias anteriores. Não sou cliente de nenhum banco privado, exceto um cartão de crédito Itaú do qual me livrarei nos próximos dois ou três meses. Então não entendo isso.

  4. Nassif:
    vou tentar
    Nassif:
    vou tentar novamente…Mas não consegui hoje fazer um comentário..
    Ou melhor, faço, mas eles não aparecem…
    E se insisto o sistema diz que o comentário está duplicado..
    o que pode estar rolando?
    quem sabe?

  5. Prezado Nassif e
    Prezado Nassif e blogistas
    Existe extrema similaridade entre os processos que desencadearam a crise das sub-primes americanas para a compra da casa própria e a catastrófica política de isenção de impostos e financiamento irresponsável para a compra de carros no Brasil!. É inaceitável que no início de um processo cataclísmico ao País, constate-se notícias de que é preciso esperar até 40 dias para comprar-se um carro um carro novo.

  6. Creio que este trabalho dos
    Creio que este trabalho dos economistas do BNDES é um bom trabalhos feito sobre a a atual crise financeira americana, mas o problema é que no Brasil é uma raridade.

    Estes trabalhos deviam também ser realizados pelo IPEA e principalmente pelo Banco Central do Brasil,e serem divulgados.

    Entender o que está aconteccendo é peça fundamental para poder conduzir a política monetária e evitar que o se repita o mesmo no sistema financeiro no Brasil, afinal muitas empresas que operavam estes mecanismos fianceiros também operam no Brasil.

  7. Do Department of Commerce
    Do Department of Commerce United States of America
    P[agina traduzida pela ferramentas de idioma do Google

    http://translate.google.com.br/translate?u=http%3A%2F%2Fwww.census.gov%2Fconst%2Fwww%2Fnewressalesindex_excel.html&sl=en&tl=pt&hl=pt-BR&ie=UTF-8

    Residencial Vendas Novas
    Casas Novas Vendido por tipo de financiamento 1988-2008

    http://translate.google.com.br/translate?u=http%3A%2F%2Fwww.census.gov%2Fconst%2Fwww%2Fnewressalesindex_excel.html&sl=en&tl=pt&hl=pt-BR&ie=UTF-8

  8. Creio que o novo fundo de
    Creio que o novo fundo de resgate de títulos do tesouro americano irá resolver o atual problema de liquidez do sistema financeiro americano.

    Este fundo irá permitir uma troca de ativo dos bancos por títulos do tesouro americano por um prazo maior que as atuais linhas de troca oferecidas pelo FED de 28 dias, o que dará mais segurança aos investidores dos bancos americanos no investimentos de mais longo prazo.

    No início o tesouro deve entrar com a totalidade dos recusos, mas na medida em que se for renegociando os contratos da hipotecas e reduzindo o nível da inadimplência, aumentando a rentabilidade dos títulos atrelados as hipotexas subprime deve começar a atrair o interesse dos investidores privados, e o títulos do tesouro passariam a funcionar como âncora para períodos de baxa liquidez no mercado internacional.

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