Receita para desvalorizar o câmbio

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Receita para desvalorizar o Real:

1. controle de fluxo de capitais (cfe. “Câmbio e Controle de Capitais”, Sicsú e Ferrari Filho);

2. queda dos juros até patamar correspondende a classificação de risco internacional do Brasil (cfe. “Macroeconomia Pós-Plano Real: as relações básicas”, Bresser-Pereira);

3. reforma monetária para terminar com a indexação dos títulos federais pela Selic, ou seja, sua indexação pela própria taxa de juros que o Banco Central estabelece sobre as reservas bancárias para realizar sua política de juros ( cfe. Conceição Tavares, J. Carlos de Assis, Bresser-Pereira);

4. desindexação dos preços dos serviços públicos, e, mais amplamente, a proibição terminante de o governo brasileiro aceitar qualquer indexação em seus contratos e preços administrados;

5. BC assumir como missão, além do controle da inflação, a manutenção do nível do emprego e do crescimento econômico.

Luis Nassif

13 Comentários

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  1. Essas idéias só seriam
    Essas idéias só seriam aplicadas com uma revolução.

    Mas a classe média que ainda tem emprego ganha com juros. E o povo, nunca se moveu.

  2. Creio que a questão
    Creio que a questão fundamental não seja abre aspas desvalorizar o câmbio fecha aspas,creio que seja é ao ajustar o cambio ter condições para uma longa estabilidade cambial.

    O controle do fluxo de Capital só e necessário quando o país não tem condições de dar uma estabilidade a sua moeda, e o Brasil já possui estas condições que são Saldos positivos na Balança Comercial, Reservas Cambias considerável, contas externas equilibradas, e inflaçãocontrolada o que precisamos é de juros menores que espantam o capital especulativo.

    Em função de uma relação dívida pública/PIB alta e falta de controle da inflação os títulos públicos perdem a liquidez obrigando o tesouro a aceitar colocação de títulos públicos de curto prazo(menores que 5 anos) e mesmo assim resgatáveis a qualquer tempo e hora para rolar a dívida pública.
    Na medida que o governo possa garantir os resgates dos títulos com uma relaçãodívida pública/PIB menor, superávit primário suficiente para pagar os serviços da dívida pública e controlar a inflação o próprio mercado acabará migrando para os títulos de mais longo prazo na busca de maior rentabilidade na medida que a a questão da garantia estará resolvida.

    Já não há mais necessidade indexação nos preços dos serviços públicos ou administrados o que precisamos e métodos de revisão dos contratos e dos preços administrados tanto para cima quanto para baixo em função da evolução da condições de custeios destes serviços. Agora é contraditório pedir para abre aspas desvalorizar o cambio fecha aspas alternando a relação dos preços e acabar com a indexação do serviços e preços administrados,isso só pode ser feito em um ambiente de longa estabilidade dos preços e do cambio.

    Creio que devemos limitar as funções do Banco Central a questão da moeda que por sinal já muita coisa, outras questões da economia como crescimento e desevolvimento fica para o Ministério da Economia, este sim deve trabalhar para dar condições para o Banco Central não precisar nem elevar ou abaixar os juros ou intervir no cambio.

  3. Diálogos nada inocentes : no
    Diálogos nada inocentes : no mesmo programa CBN do meio-dia de hoje no bate bola Sardenberg x Miriam : as reuniões do mercado financeiro com a direção do BC não tem nada demais, é tudo muito aberto, não tem nada de secreto, é assim mesmo, diz Miriam. Não é não.
    É da essência do Fed americano, modelo putativo do nosso, surpreender o mercado, mantendo o máximo sigilo de suas intenções para impedir que esse mesmo mercado adote posições defensivas. Não só do Fed, de qualquer BC importante do planeta.
    A Miriam disse que nessa ultima reunião do BC com o mercado (essa que a Carta Capital reportou) foi informada a politica de acumulação de reservas do BC para os proximos meses.
    Não há na história dos bancos centrais algo semelhante. A politica de reservas é o segredo mais bem guardado de uma Autoridade Monetária, exatamente para impedir a especulação com a moeda nacional. Não se sabe se é parar rir ou chorar.
    De qualquer modo, nessa cartilha o BC nunca pode errar, tudo o que ele fizer estará sempre certo, como diz o Zé Marcio.
    Diz tambem a Miriam que a logistica do País é muito mis importante do que o câmbio, os empresários deveriam se preocupar mais com a logistica do que com o câmbio.
    Mas não disse que a logistica está realmente ruim porque desde 1994 não se investe em infra-estrutura, porque o dinheiro para esse investimento precisa ser reservado para pagar os juros dos amigos do BC, que ela tanto defende.

  4. Li ontem, acho que foi na
    Li ontem, acho que foi na FSP, um dos colunistas falando sobre a questão do aumento do Pib melhorar a condição de solvência do país, e que logo teremos as mesmas condições de financiamento que a maioria dos países em desenvolvimento: Ligando isso ao post, chegamos a seguinte conclusão: Tudo está conspirando para que o BC diminua os juros, mas eles vão ficar firmes até o último minuto, esperando dar uma terceira guerra mundial ou algo parecido, para que o dinheiro suma novamente e eles tenham argumentos para aumentá-los novamente. Vemos que eles até chegam ao cúmulo de “ensinar” o mercado a como prever os ditos índices da economia. O Meireles deve ter dito: Ô pessoal, assim não dá! Como é que nós vamos continuar mantendo os juros deste jeito..? Precisamos falar a mesma língua! Bom final de semana.

  5. As desculpas dadas pelo BC
    As desculpas dadas pelo BC afirmando que as reuniões são “coisa corriqueira”, sem importância, é de uma primariedade assustadora.

    Se o câmbio é flutuante, não se deve fazer reuniões para dizer a alguns privilegiados qual vai ser a sua política de compras de moeda nos próximos dias, semanas ou meses.

    Se é para “captar tendências” do mercado, o relatório semanal Focus serve para que?

    As atas do Copom são um verdadeiro martírio para quem as leva a sério. Partindo do princípio que elas sejam sérias, para que fazer reuniões com o mercado, se a sua simples leitura seria suficiente para equalizar o entendimento dos agentes do mercado?

    Estas reuniões parecem mais é com briefing de técnico no vestiário antes dos jogos.

  6. Nassif,
    Sábias as regras.
    Nassif,
    Sábias as regras.
    Mas há ainda a ajuda jurídica da Constituição Federal, que no Capítulo da ORDEM ECONÔMICA e FINANCEIRA, dita no art. 170 que :
    ” A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa , tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios: ………….VIII. busca do pleno emprego….”
    Tanto a cabeça do artigo como inciso VIII são de clareza meridiana: A Constituição Federal não aceita as políticas recessivas, que privilegiam o desemprego e a contração da economia. É norma de eficácia plena e aplicabilidade imediata, eis que o Estado (leia-se B.Central e Governo) tem todos os elementos para a sua execução( a política desenvolvimentista que fala a C.Federal).
    O que estamos vendo há muitos anos é o contrário é privilégio do juro alto e cambio supervalorizado que tem resultado no desemprego crônico e crescimento medíocre.
    Portanto, aqui também estão as bases jurídicas para uma ação judicial em face da Diretoria do Banco Central fazendo-os recuar nas suas políticas recessivas e lesivas à população e ao desenvolvimento econômico da indústria e agricultura, etc, o país como um todo.
    Abs.

  7. Bate bola entre Carlos
    Bate bola entre Carlos Alberto Sardenberg e Miriam Leitão na CBN do meio-dia de hoje : Pois é, o dolar não para de cair e ai? Diz a Miriam : É o circulo virtuoso, quanto mais o BC compra dolar melhor ficam as reservas, mais seguro fica o Pais e mais dolar vem. Isso tudo é muito bom, só ajuda o Brasil. Se aumentam as reservas a moeda nacional só pode valorizar.
    Diz o outro : Mas e a China? Já chegou a US$1 trilhão de reservas e nem porisso a moeda deles valoriza. Responde a outra: Ah, mas ai é diferente. Eles usam a moeda para uma estratégia nacional, o câmbio é parte da politica.
    economica, eles veem o mudo de outro jeito. Pano rápido.
    As palavras não são exatamentes essas, mas o sentido é claro: o dolar está caindo, está ótimo, é um novo patamar da economia, o Brasil precisa se acostumar.
    A ESCOLA IPANEMA DE ECONOMIA está aceitando matriculas. Condição : apoiar a presente politica monetária, a valorização do real e tudo o mais que vai acontecer.
    Os empregos, a indústria? Ninguem tocou no assunto.

  8. nassif,o oráculo do banco
    nassif,o oráculo do banco central sempre renderá homenagens a moeda e ao mercado financeiro , quem tem que intervir nesta equação só poderá ser uma pessoa, lula.

  9. Nassif,as ilustres pessoas
    Nassif,as ilustres pessoas citadas no seu comentário,como sábios e talvez eficientes no contrôle do cambio,e na arrumação da condução do BC,já tiveram chance de opinar,normatizar e um destes citados, até foi ministro de Estado,com influencia na área economica,e nada fizeram,então administrados que estamos por estes ortodoxos da atual diretoria do BC,podemos até reclamar da sua extrema austeridade,porem não de não estarem fazendo nada.

  10. Nassif,
    Depois dos relatos do
    Nassif,
    Depois dos relatos do André Araújo referindo-se aos “patriotas” Miryam Leitão e Sardenberg, apoiando a política safada do Banco Central.
    A coisa já acontece às escâncaras. Essa promiscuidade ilegal e permissiva dos Diretores do B.C., que à luz do dia reunem-se com os bancos para comunicar a política dos próximos meses (sic) flagrada pela jornalista Marcia Pinheiro, que visa tão somente manter e JUSTIFICAR os JUROS ALTAS, ou seja promover a recessão e o desemprego e ainda, ajudar a sufocar setores importantes da indústria nacional. É repito passível de processo judicial para a responsabilização civil e criminal dos referidos diretores. Verdadeiro crime de lesa pátria, pois perpetua o crescimento medíocre de toda a economia brasileira.!
    Até quando o país vai aguentar tantos moedeiros falsos como Meirelles, Mesquita, et caterva.
    Abs.

  11. Oi Nassif
    As idéias são bem
    Oi Nassif
    As idéias são bem embasadas.
    Mas esperar ve-las em prática?
    Melhor esperar o coelho da páscoa domingo que vem…
    ( )s Paulo

  12. Concordo com os ítens 3 e 5.
    Concordo com os ítens 3 e 5. Acho uma temeridade o controle de fluxo de capitais, veja o que ocorreu recentemente com quem tentou.
    Falar em juros no patamar do correspondente internacional mais spread de risco vai totalmente contra a política de metas inflação (não que o nível atual seja o correto, mas o foco não seria o correto).
    Por fim, a desindexação de preços administrados é complicada. Será que temos maturidade para aguentarmos uma eventual disparada de preços de energia elétrica se ao invés de indexação tivermos correção em função de oferta x demanda? Não creio.

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