Referendo britânico derruba bolsas pelo mundo; Ibovespa cai 2,82%

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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No câmbio, cotação do dólar subiu 1,05%, a R$ 3,38 na venda

Jornal GGN – O mercado brasileiro fechou as operações do dia em forte queda, puxada pela decisão do Reino Unido de sair da União Europeia, o que surpreendeu os mercados que aguardavam pela manutenção do país no bloco. O Ibovespa (índice da Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros de São Paulo) encerrou as operações em baixa de 2,82%, aos 50.105 pontos e com um volume negociado de R$ 7,010 bilhões. Apesar da queda registrada apurada no dia, a Bolsa encerra a semana com alta de 1,15%. A valorização acumulada é de 3,37% no mês e de 15,58% no ano.

O destaque do dia ficou com a decisão dos britânicos de deixar a União Europeia (UE) nesta sexta-feira – o Brexit venceu no referendo por 51,89% contra 48,11% dos defensores da permanência -, o que acabou por provocar um dos dias mais frenéticos no sistema financeiro global desde a crise financeira de 2008.

“O que se viu durante a madrugada e no início do dia nos principais mercados pode ser resumido como pânico, gerando demanda por ativos considerados mais seguros e derrubando com força as bolsas mundo afora”, diz a corretora BB Investimentos, em relatório assinado pelo analista Fabio Cesar Cardoso. Na Ásia, o índice Nikkei (Tóquio) caiu 7,92%, aos 14.952 pontos. Em Hong Kong, o índice HANG SENG caiu 2,92%, aos 20.259 pontos. Na Europa, o índice FTSE100 (Londres) recuou 3,15%. Em Frankfurt, o índice DAX perdeu 6,82% e o CAC-40 (Paris) caiu 8,04%. A libra registrou perda recorde e chegou a cair mais de 11% em relação ao dólar. O índice do dólar sobre uma cesta de moedas (que inclui a libra esterlina) subiu 2,15%.

Na esteira da valorização do dólar, a commodities também caíram. O petróleo tipo Brent em Londres recuou 4,91%, a 48,41 dólares por barril. Nos Estados Unidos, os principais índices de ações chegaram a recuar mais de 2% na abertura. “Apesar da abertura em queda livre, os mercados foram aos poucos se estabilizando com a perspectiva de novos estímulos de bancos centrais estrangeiros e até mesmo a possibilidade do Federal Reserve (FED) postergar o aumento de juros, já em dúvida em função da inflação ainda abaixo da meta do banco”, diz Cardoso.

No Brasil, o Ibovespa abriu em queda de mais de 3,5%, pressionada principalmente pelas ações ligadas a commodities (Petrobras ON; R$ 11,43; -5,15%), Vale (Vale PN; R$ 12,20; -8,96%) e siderúrgicas (Cia Siderurgica Nacional; R$ 7,37; -8,79%). Apenas dois dos 61 papéis que compõem o índice não caíram.

No câmbio, a cotação do dólar comercial quebrou uma sequência de duas quedas e fechou em alta de 1,05%, cotado a R$ 3,38 na venda. A desvalorização acumulada é de 6,44% no mês e de 14,39% no ano.

Assim como ocorreu na bolsa, os investidores foram pegos de surpresa com a decisão do plebiscito britânico, que decidiu pela saída do Reino Unido da União Europeia. Operadores acreditam que a decisão vai ter impacto em toda a economia global, o que explica o clima de aversão de risco e a fuga para investimentos considerados de menor risco. “O dólar reduziu bastante a alta perante o real, depois de chegar a subir 3,15%, na abertura. Em nota, o Banco Central informou que vai monitorar os mercados financeiros e que,

caso necessário, “adotará as medidas adequadas para manter o funcionamento normal dos mercados financeiro e cambial”, o que reduziu a alta”, explicam os analistas do BB Investimentos. Além disso, houve algum otimismo em relação às medidas anunciadas pelo governo interino de Michel Temer, como a negociação das dívidas dos Estados com a União e a limitação de gastos.

A agenda de indicadores será movimentada na segunda-feira. No Brasil, os analistas aguardam a publicação do boletim Focus, dos dados de política monetária do Banco Central, do relatório mensal da dívida pública federal pelo Tesouro Nacional e os números relacionados à construção (sondagem e índice de custo da construção) pela Fundação Getúlio Vargas. No exterior, destaque para o índice PMI (índice dos gerentes de compras, na sigla em inglês) composto e o índice de atividade do Federal Reserve de Dallas, nos Estados Unidos.

 

(Com Reuters)

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

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