Jornal GGN – A postura do presidente da Argentina, Alberto Fernández, como resposta à pandemia do novo coronavírus vem sendo bem recebida pelos argentinos, que hoje confiam mais no mandatário.
A opinião é de analistas consultados por reportagem da BBC News, que entendem que as medidas rigorosas de isolamento social e outras de proteção à economia do país latino-americano, que já enfrentava um contexto de recessão, fortaleceram a imagem do presidente argentino.
No dia 20 de março, Fernández anunciou uma estrita quarentena “obrigatória e preventiva”, que já foi prolongada duas vezes. Com forte fiscalização nas ruas, que envolve patrulhas nas estradas, rastreamento do movimento de celulares de motoristas, entre outras medidas, em seu último anúncio, o presidente estendeu o isolamento até o dia 26 de abril.
Juntamente com esse anúncio, Fernández apontava para um gráfico que sustentava sua nova decisão: caso a Argentina não tivesse feito a quarentena, o país estaria com 45 mil casos de coronavírus, 43.100 a mais do que existem hoje. “Não quero nem pensar sobre de quantos mortos estaríamos falando”, completava.
Em posição completamente oposta ao líder do país vizinho, Jair Bolsonaro, Fernández é certeiro ao dizer que é “falso” o dilema de ter que escolher entre saúde e economia, uma vez que o segundo se recupera e uma vida perdida não. “Prefiro ter 10% de pobres, mas não 100 mil mortes na Argentina.”
Juntamente com as medidas de distanciamento social, a postura de defender a maior presença do Estado em áreas como a saúde e renda estão sendo bem vistas pela população. Para o pesquisador Ricardo Rouvier, Fernández assumiu nesta pandemia um protagonismo positivo, inicialmente abafado pela vice Cristina Kirchner. “Com a pandemia, ele virou uma espécie de ‘comandante’ da campanha contra a doença e colocou seu foco na comunicação desta luta”, afirmou.
Para o investigador Analía del Franco, apesar de os argentinos estarem preocupados com a economia e o desemprego, principalmente os trabalhadores independentes e as pequenas empresas, isso hoje não afeta a popularidade do líder. “A conjuntura da pandemia superou tudo”, afirmou.
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Em tempos que exigem cuidados intensivos, é lógico que os de mentalidade cuidadora, servidora, serão melhor acolhidos, vide os exemplos (pena que atualmente são poucas) de “mães” à frente de nações. Se haverão os que a história lembrarão mais, destes tempos, são os que buscaram proteger e cuidar, mesmo com todas as dificuldades. Aos insensíveis, o futuro imediato já será implacável.