Sala de visitas: Física ajuda a explicar desenvolvimento econômico

Nassif entrevista Paulo Gala sobre novo livro que trata de campo interdisciplinar que ajuda a entender o que determina pobreza ou riqueza das nações 

Paulo Gala lança livro que explica o que determina riqueza e pobreza das nações

 
Jornal GGN – Nesta edição especial do programa Na sala de visitas com Luis Nassif, você acompanha uma entrevista com Paulo Gala, economista da Fator Administração de Recursos FAR, e professor da Fundação Getúlio Vargas de São Paulo, que acaba de lançar o livro ‘Complexidade econômica: uma nova perspectiva para entender a antiga questão da riqueza das nações’, que traz uma visão mais atual para entender o que determina o desenvolvimento em um país.
 
O trabalho se baseia na ‘Econofísica’, campo interdisciplinar que reuni teorias da física e da economia. A proposta foi gerada no final dos anos 1980, dentro do Santa Fe Institute, por William Brian Arthur, estabelecendo os primeiros passos da ciência dos sistemas de complexos.
 
O que Paulo Gala traz de diferente no seu livro é um novo paradigma das discussões produzidas pelos clássicos, como Rosestein-Rodan e Celso Furtado, que defendiam que o desenvolvimento de uma nação estaria atrelado ao conceito de troca declinante, ou seja, por suas trocas comerciais que, quando baseadas em produtos valorizados no mercada, garantiriam uma posição de ascendência econômica. 
 
Porém, ao analisar as informações disponíveis pelo Atlas da Complexidade Econômica, gigantesco banco de dados sobre o comércio mundial, com lastro de décadas de transações comerciais entre os países, Gala verificou que o que realmente está por trás da formação de riqueza em uma nação é sua estrutura produtiva. Ou seja, não é somente a balança comercial, mas sim a complexidade maior dos produtos comercializados é que garantem o desenvolvimento de uma nação. 
 
Para acessar o Atlas da complexidade: http://atlas.cid.harvard.edu/
 
Para adquirir o livro de Paulo Gala clique aqui

https://www.youtube.com/watch?v=76ypSFkS1tw&feature=youtu.be width:700

 
Redação

5 Comentários

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  1. Disse o óbvio!

    Caro Nassif, me desculpe, isso tudo é bobagem, é comida requentada.

    Aliás, se é interdiciplinaridade da economia somada a física, é parafuso requentado.

    A priori, a partir de Hegel e das análises de Marx em O Capital e ainda os Grunidisse, é logico – em termos aristótelicos, ou seja, por necessidade -, que a estrutura produtiva precede a troca – seja ela declinante -, basta uma leitura atenta dessas duas obras, somada a leitura, que Marx também fez, de A Riqueza das Nações. 

    Rigosamente os objetos da economia e da física são disntintos, e passar de uma a outro é anabase – passar de um objeto de um genero a objeto de outro. A não ser que se considere os meios de objetos de produção como entes fisicos. 

    Me parece, a priori, que isso não passa da aplicação do estruturalismo modelal de Lévi-Straus, “Antropologial Estrutural I e II, a economia, é modelo que organiza os dados segundo a hipótese a ser confirmado, como fez Hespanha em “As Vésperas do Leviathan”. 

    Celso Furtado, a par dos acertos, errou na “Formação Econômica do Brasil”, quanto ao período colonial, por considar que as trocas se davam, dos engenhos de açúcar,, com os comerciantes portugueses estritamente em termos monetários. Não pesquisando o suficiente para observar que o açúcar em dados momentos era moeda. Ou seja, não pesquiso o bastante para compreender as especificadades da formação social escravista brasileira e a da sociedade mercantil de mêrces portuguesa.

    Em nossa tese, a ser concluida em breve na USP, demonstramos a especificades dos modos de produção e do exclusivo monetário-cambial do século XVIII nas províncias auriferas, atento mais a realidade, do que a modelos.

  2.  
     O livro do Paulo Gala é

     

     O livro do Paulo Gala é leitura imprescindível para quem quer entender, do ponto de vista puramente econômico, por que o projeto neoliberal deu errado e levou ao desastre econômico que estamos vivendo.(olhem o gráfico).

     

    Esse desastre levou a destruição do incipiente estado de bem-estar social brasileiro e colapso de nossa democracia.

     

    A era neoliberal começa com Collor e sua liberalização econômica improvisada.

     

    Mas é FHC que estabelece de facto o modelo, ao destruir o setor produtivo estatal e fixar a normas da política macroeconômica: superavit primário, câmbio real valorizado, altas taxas de juros reais, subordinação do BC ao mercado financeiro, etc.

     

    Lula I segue a política macroeconômica do seu antecessor. Compromisso firmado na Carta aos (banqueiros) Brasileiros (e, principalmente, estrangeiros). Meirelles é o garoto propaganda desse compromisso. Um nulo do ponto de vista intelectual; quem manda mesmo é a diretoria do BC indicada pelos sistema financeiro. Salvam-se as políticas sociais e a externa.

     

    Na crise de 2008, algo começa a mudar, embora de forma muito pouco consistente. O ciclo das commodities dá sobrevida ao modelo.

     

    Dilma I é uma tentativa incompetente de encontrar outro caminho. Desonerações fiscais e previdenciárias, tarifas públicas defasadas, etc. etc. Ao invés de reconstruir o setor produtivo estatal, deposita a sua confiança do empresariado… (isto é, no empresariado mais burro, golpista e incompetente de via láctea)

     

    Dilma II é um desastre. Volta à política macroeconômica neoliberal, Levy, Barbosa, etc. Estelionato eleitoral puro. Cria as condições para o golpe. Um golpe com três eixos, pleno de contradições (https://jornalggn.com.br/noticia/o-perfil-dos-grupos-que-fomentaram-o-golpe-no-brasil). Um golpe que implementa uma política econômica totalmente anacrônica, presa ao imaginário dos anos 90 de FHC.

     

    O que vivemos hoje é o momento decisivo dos conflitos dos três grupos. Vitoriosos? Por enquanto, mercado/grande mídia e corporações fascistas. Mas, no fim, também vão ser destruídos. Simplesmente, porque as suas ideias e projetos (se podemos chamá-las assim), são totalmente inviáveis.

     

  3. Keynes x Hayek

    Há algum tempo o André Araujo indicou neste blog o livro Keynes x Hayek de Nicholas Wapshott, livro que terminei de ler em março nas minhas férias. Quero agradecer o André pela excelente indicação. Não sou economista mas considero  Keynes x Hayek um livro fundamental para compreensão da economia moderna. O próprio conceito de macroeconomia, base para um mercado complexo em consumidores e produtos, é fruto da sofisticação do pensamento do lorde Keynes. Hayek , de outro lado, nunca produziu uma teoria economica consistente e é muito mais um ideologista e filósofo da economia, que aliás só adquiriu proeminencia através de sua disputa com Keynes. Um livro que demarca a pratica economica da ideologia economica. Recomendo o livro aos que querem avançar no tema.

  4. Ferramenta de análise brasileira: DataViva

    A ferramenta mencionada tem uma versão brasileira, desenvolvida pela Fapemig em parceria com o MIT Media Lab:

    O DataViva é uma ferramenta de pesquisa que disponibiliza dados oficiais sobre exportações, atividade econômica, localidade, educação e ocupações de todo o Brasil. São 11 aplicativos, que, juntos, formam mais de 1 bilhão de possibilidades de visualizações:  http://dataviva.info/pt/

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