Saques da poupança superam depósitos em R$ 57 bilhões

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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Jornal GGN – Os brasileiros retiraram R$ 3,264 bilhões a mais do que depositaram na poupança em outubro, segundo levantamento elaborado pelo Banco Central. Este foi o pior resultado para o mês desde o início da série histórica do BC, em 1995. De janeiro a outubro, a caderneta acumula captação negativa de R$ 57 bilhões.

O saldo negativo em dez meses já supera o pior resultado anual da série histórica, registrado em 2003, quando a poupança encerrou o ano negativa em R$ 10,424 bilhões. Em todo o ano passado, a poupança conseguiu atrair mais recursos do que foi sacado, fechando com um saldo positivo de R$ 24,034 bilhões – considerado o menor resultado desde 2011.

Em outubro, os saques na poupança somaram R$ 154,5 bilhões, superando os depósitos, que ficaram em R$ 151,3 bilhões. O valor total nas contas ficou em R$ 644,8 bilhões. O volume dos rendimentos creditados nas cadernetas dos investidores alcançou R$ 4,061 bilhões.

De acordo com a Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade), uma série de fatores acabou por comprometer o volume de recursos da poupança em 2015. Em primeiro lugar, as elevações da Selic (taxa básica de juros da economia), atualmente em 14,25% ao ano, tornaram a poupança menos atraente que outras aplicações. Em outubro de 2015 os Fundos de Renda Fixa apresentaram uma rentabilidade bruta de 1,11% contra uma rentabilidade de 0,68% da caderneta de poupança. Em doze meses, os Fundos de Renda Fixa tiveram uma rentabilidade bruta de 12,77% contra uma rentabilidade de 7,86% da caderneta de poupança.

A entidade diz ainda que a retração de economia com inflação e juros elevados, além do aumento de encargos e impostos, acaba por reduzir a renda das famílias, dificultando seu orçamento. Isso acaba acarretando em menos recursos sobram mensalmente das famílias para pouparem, e as famílias se veem obrigadas a resgatar seus investimentos de forma a complementarem sua renda e conseguirem pagar seus compromissos.

Como a perspectiva para o resto de 2015 não deve apresentar muitas mudanças (inflação e juros elevados, queda de renda, desemprego, além da Selic elevada que reduz a rentabilidade da poupança frente aos fundos de investimento, etc), a Anefac diz que “a tendência para os próximos meses é de que este movimento de redução no volume dos depósitos da poupança se acentue, agravado ainda mais em um ambiente econômico mais recessivo com a elevação nos índices de desemprego e de inadimplência”.

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

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