Setor público tem déficit primário de R$ 7,3 bi em setembro

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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Jornal GGN – O setor público consolidado registrou déficit primário de R$ 7,3 bilhões em setembro, de acordo com dados divulgados pelo Banco Central. Ao longo do período, o Governo Central (Tesouro Nacional, a Previdência Social e o Banco Central) e as empresas estatais apresentaram déficits respectivos de R$ 6,8 bilhões e R$ 894 milhões, enquanto os governos regionais apresentaram superávit de R$415 milhões.

O resultado primário acumulado no ano é deficitário em R$ 8,4 bilhões, o que representa uma melhora ante o saldo negativo de R$ 15,3 bilhões registrado no mesmo período de 2014. No acumulado em doze meses, registrou-se déficit primário de R$ 25,7 bilhões (equivalente a 0,45% do PIB – Produto Interno Bruto), comparativamente a deficit de R$ 43,8 bilhões (0,77% do PIB) em agosto.

Quando apropriados por competência, os juros nominais chegaram a R$ 70 bilhões em setembro, comparativamente a R$ 49,7 bilhões em agosto. De acordo com a autoridade monetária, os números foram afetados pelo volume maior de perdas nas operações de swap cambial no mês. No acumulado no ano, os juros nominais totalizaram R$ 408,3 bilhões, comparativamente a R$ 209,1 bilhões no mesmo período do ano anterior. Em doze meses, os juros nominais atingiram R$ 510,6 bilhões (8,89% do PIB), elevando-se 0,42 ponto percentual (p.p.) do PIB em relação ao observado em agosto.

O resultado nominal, que inclui o resultado primário e os juros nominais apropriados, foi deficitário em R$ 77,3 bilhões em setembro. No ano, o deficit nominal chegou a R$ 416,7 bilhões, comparativamente ao déficit de R$ 224,4 bilhões registrado no mesmo período de 2014. Em doze meses, o resultado nominal ficou negativo em R$536,2 bilhões (9,34% do PIB), elevando-se 0,10 p.p. do PIB em relação ao deficit registrado no mês anterior.

O déficit nominal de agosto foi financiado mediante expansão de R$ 59,2 bilhões na dívida bancária líquida e de R$ 20,2 bilhões na dívida mobiliária, que foram parcialmente contrabalançadas pelas reduções de R$1,6 bilhão nas demais fontes de financiamento interno, que incluem a base monetária, e de R$ 392 milhões no financiamento externo líquido.

Já a dívida mobiliária federal interna, fora do Banco Central, avaliada pela posição de carteira, totalizou R$ 2,589 trilhões (45,1% do PIB), registrando acréscimo de R$ 36,7 bilhões em relação ao mês anterior. O resultado refletiu emissões líquidas de R$13,4 bilhões, acréscimo de R$1,5 bilhão em razão da depreciação cambial e incorporação de juros de R$ 21,8 bilhões.

Os destaques ficaram com as emissões líquidas de R$ 8 bilhões em LFT (Letras Financeiras do Tesouro), de R$ 5,4 bilhões em LTN (Letras do Tesouro Nacional) e de R$ 2,1 bilhões em NTN-B (Notas do Tesouro Nacional – Série B); e os resgates líquidos de R$ 1,8 bilhão em NTN-F (Notas do Tesouro Nacional – Série F) e de R$ 200 milhões em CFT-E (Certificados Financeiros do Tesouro, Série E).

A dívida líquida do setor público (DLSP) alcançou R$ 1,906 bilhões em setembro (33,2% do PIB), reduzindo-se 0,5 ponto percentual do PIB em relação ao mês anterior. A desvalorização cambial de 8,94% registrada no mês respondeu por redução de R$101,7 bilhões no estoque da DLSP. No ano, a relação DLSP/PIB caiu 0,9 p.p., influenciada pelo impacto da desvalorização cambial acumulada de 49,6% no período (-7,1 p.p.), pelo efeito do crescimento do PIB nominal (-1,3 p.p.), pela incorporação de juros (+7,1 p.p.), pelo déficit primário (+0,1 p.p.) e pelo ajuste de paridade da cesta de moedas da dívida externa líquida (+0,2 p.p.).

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

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