Sobre o dinheiro público e o BNDESPar

Por Leandro C. 

Muita especulação e pouca informação.

Não existe empréstimo do BNDES, é participação do BNDESPar, ou melhor BNDES Participações S/A, com Debêntures negociados na bolsa, não dinheiro publico, responsável por aproximadamente 50% do lucro do BNDES que foi de R$ 9 bilhões no ultimo exercício.

O BNDESPar posiciona-se em mercados e empresas estratégicas, como Vale, Petro, JBS, (maior fornecedor de proteína animal do mundo), Empresas de Energia (Produção e Transmissão), Usinas Alcooleiras, enfim, empresas onde a participação e influencia do governo pode ser fundamental para regular mercados e garantir segurança energética e alimentar.

ObraO Brasil é a menina dos olhos de todos grandes varejistas do mundo, ou os brasileiros se posicionam no mercado ou os estrangeiros virão, e não terá um brasileiro no conselho dessas empresas. Com essa operação o BNDESPar terá participação societária de 18% no conglomerado Brasileiro e 9% de participação nas operações globais, ou seja, lugar no conselho e influencia estratégica nas operações globais de um dos maiores distribuidores de alimentos do mundo.

Essa não é apenas uma jogada comercial, isso é Realpolitik, enquanto a China está buscando investir e controlar áreas energéticas e alimentares, nos aqui olhando apenas para nosso território, achando que é dinheiro da viúva para supermercados, esse negócio trata de um posicionamento na distribuição global de alimentos, e governo brasileiro ter essa influencia é uma jogada de mestre. 

Do G1

Não há dinheiro público na fusão do Pão de Açúcar e Carrefour , diz Gleisi

Abílio Diniz participou de reunião com ministra sobre Câmara de Gestão. Oposição critica BNDES na fusão entre as redes atacadistas. 

Iara Lemos e Robson Bonin
Do G1, em Brasília 

A ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, negou nesta quarta-feira (29) que existam recursos públicos envolvidosna fusão do grupo Pão de Açúcar e a rede Carrefour no Brasil. Segundo a ministra, esta não será uma operação de crédito do Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES).

“Essa é uma operação enquadrada pelo BNDES não é operação de crédito do BNDES. Não tem recurso público, envolvido, nem FGTS nem Tesouro. É o BNDESPar que vai fazer isso. É ação de mercado, portanto, não tem nada a ver com decisão de governo”, disse a ministra. 

O BNDESPar é um braço de participações do banco em empresas privadas. A ação, portanto, não passa pelo crivo do governo.

No Congresso, líderes da oposição criticaram a participação do BNDES na operação da possível fusão entre as redes atacadistas.

Gleisi participou na tarde desta quarta-feira (29) da primeira reunião da Câmara de Política de Gestão, Desempenho e Competitividade do governo federal, que tem entre seus coordenadores o empresário Abílio Diniz, do Grupo Pão de açúcar. Segundo Gleisi, o encontro da Câmara de Gestão não tratou da fusão das empresas.

“Foi uma enorme coincidência”, disse Gleisi sobre a presença de Abílio Diniz.

Coordenador da Cãmara de Gestão, o empresário Jorge Gerdau reafirmou que a fusão entre as duas empresas não envolve recursos públicos. “É uma operação de mercado e não de financiamento público. É uma operação de mercados de capitais”, disse.

Na análise de Gerdau, a fusão das duas empresas, caso venha a ocorrer, não deve resultar em uma redução de empregos.

“O mercado da área de distribuição está crescendo de tal forma que não deve ter desemprego. A área comercial é a que mais gera emprego. Se fecha aqui abre outra. O comercio como todo a que mais cresce”, disse.

Críticas da oposição
O líder do DEM, Demóstenes Torres (GO), afirmou nesta tarde que não haveria interesse público na participação do BNDES na transação e que o país estaria deixando de incentivar pequenas e médias empresas para favorecer grandes conglomerados.

“A maior parte dos recursos é canalizada para um seleto grupo de grandes empresas ao passo que as pequenas e médias empresas, principais responsáveis pela geração de trabalho e renda no Brasil, permanecem esquecidas”, afirmou Demóstenes na tribuna do Senado.

O líder do PSDB, Álvaro Dias (PR), afirmou que o BNDES está privilegiando “megaempresários” com dinheiro público, fugindo de sua função de “banco social”.

“Achamos um absurdo [a participação na fusão]. É preciso que pelo menos retirem o ‘S’ do BNDES. Essa aplicação dos recursos exclui a hipótese de banco social. O que há é um banco privilegiando megaempresários no país com recursos públicos.”

Já o líder do PSOL, Randolfe Rodrigues (PA), seguiu o mesmo tom dos colegas: “Quem gera trabalho e renda no Brasil são as pequenas e médias empresas.”

Cautela
Diferentemente dos integrantes da oposição, o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), foi cauteloso ao analisar a fusão, apontando “vantagens” e “desvantagens” do negócio.

“O CADE [Conselho Administrativo de Defesa Econômica] tem que avaliar todas as questões [da fusão], mas o que estamos vendo é uma empresa se organizar para ocupar o cenário internacional. A vantagem é que é uma empresa que tem mais condição de se inserir no mercado, baixar preços, ter competitividade a nível nacional e internacional. A desvantagem é que é preciso fazer fiscalização para que não haja monitoramento de preços, para que não haja prejuízo para o consumidor”, analisou. 

Luis Nassif

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