Subdesenvolvimento e preconceito

Coluna Econômica – 29/12/2006

Um dos fenômenos mais lamentáveis surgidos nos últimos anos foi a volta do elitismo rastaquera, preconceituoso, no bojo da crise política. Houve outros exemplos históricos. No início do século, o afrancesamento da elite cafeeira era de um ridículo atroz, visto agora, e provavelmente visto na época por estrangeiros.

O próprio Rio de Janeiro criou um tipo elitista preconceituoso na fase do famoso “café society”. Esse elitismo de colunas sociais nada tinha a ver com os verdadeiros empreendedores, Augusto de Azevedo Antunes, Walther Moreira Salles, João Pedro Gouvêa Vieira, que a rigor o desprezam como fútil.

Essa identidade elite-povo é fundamental para qualquer projeto de país. Foi ao conseguir promover a aproximação nação-povo que Franklin Delano Roosevelt consolidou o maior país capitalista do século.

Por aqui, esse elitismo desagregador, irresponsável, retorna como um drácula permanentemente ressuscitado. Nos últimos anos ficou patente esse processo nas loas que a imprensa paulista tecia à Daslu, ao Edemar Cid Ferreira, do Banco Santos. Pergunte ao Márcio Fortes quem era Edemar. Um tremendo malandro, conhecido desde antes do governo Collor, que de repente foi incensado pelo “neo-elite” paulistana. Os convites para seus jantares eram disputados a tapa, mesmo sabendo-se quem ele era. Nem o primeiro dos sistemas de controle social – o meio repudiar práticas condenáveis de seus membros – foi armado para conter a esbórnia de Edemar.

No Rio, esse elitismo passou a se manifestar através de alguns colunistas que transformaram a necessária crítica política ao governo Lula em fonte de preconceito. Passaram a caçoar das festas juninas, da falta de modos da primeira dama, da falta de estudos do presidente, do nordeste “atrasado”, da falta de cultura das classes D e E, com uma prepotência absurda. A crítica não era apenas aos métodos políticos questionáveis do PT, mas a todo um conjunto de hábitos e tradições populares. Como se fosse possível construir uma nação sem povo.

E não se pense em um quadro melhor do lado do PT. Grande parte dos quadros que se infiltraram na máquina pública acalentava o sonho de poder entrar para essa “elite”.

A classe média, há doze anos esmagada por um modelo econômico espúrio -inaugurado por Fernando Henrique Cardoso, aprofundado por Lula—de repente foi desviada do foco central dos problemas graças ao ferramental do preconceito. O Ministro Antonio Palocci matou a chance de recuperação da economia em 2003 e 2004. Mas manteve juros escorchantes, tentou aumento de impostos e concentrou mais a renda. Mas sua imagem – passada pelos colunistas, principalmente através desse preconceito de classe—era a do sujeito moderno em meio a uma tribo de trogloditas.

Nesse meio tempo houve a ascensão das classes populares. De repente, passou-se a atribuir as intempéries da classe média às políticas sociais, ao salário mínimo, deixando de lado juros e câmbio, numa demonstração escandalosa de falta de pesos e medidas.

Como dizia Nelson Rodrigues, o subdesenvolvimento é um trabalho de séculos.

Para incluir na lista Coluna Econômica

Luis Nassif

52 Comentários

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  1. Nassif, este foi o melhor
    Nassif, este foi o melhor artigo que li neste blog! Sensacional a análise do pedantismo da elite, mas faço uma observação: Lula não tem nada de povo, é um demagogo (seu sonho sempre foi dar uma banana para o macacão e andar de terno). Sintoma deste elitismo e de nosso subdesenvolvimento cultural são as liquidações (agora, “off”) e a transposição integral de modelos culturais típicos dos americanos pela nossa sociedade (esta festa de halloween me irrita). Mas cara, fico desanimado porque este país não cresce, está travado – e acho que apenas um choque pode romper o marasmo. Grande artigo, expressou em palavras o que eu sentia

  2. Nassif, parabéns mais uma vez
    Nassif, parabéns mais uma vez pela análise.
    É de entristecer a posição da elite brasileira quanto ao “povinho”, vide coluna de ontem na folha da Danuza leão, Mais quatro anos não!, as críticas que consegue fazer é ao maiô da primeira dama, ao modo de ser do casal.
    Essa figurinha se arvora ao direito de ditar o modo de ser das pessoas, acha que quem não pertence ao seu mundinho podre existe apenas para ser serviçal.
    ao meu ver falta humanidade…sepulcros caíados
    Abraços e Feliz 2007 a vc e a todos os seus!

  3. Maravilha este tema
    Maravilha este tema Nassif!!

    A nossa socialite chinfrin é francesa por natureza. Como diz o pessoal do morro, “comédia”. O burro burguês e seus dourados vive dando espetáculo de mal gosto, no vestir, no falar e, principalmente, quando é interpelado num American pub sobre seus conceitos diante dos problemas sociais. Geralmente anda em bando, dois figurões bem-sucedidos, meio bicheiro, meio empresário, acompanhados a braços laçados com suas ilustres patroas, fazem a festa nas mesas redondas para os seus puxa-sacos. Em geral são muito grosseiros, não servem como parâmetro para nada. Já estão classificados, por uma parte da sociedade com um mínimo de critica, como caricatos.

    Tem também a segunda categoria: dos chics emprobrecidos. Este tipo é facilmente encontrado circulando em livrarias e cafés, desculpe, “bistrôs”, entre o centro da cidade do Rio de Janeiro e o Leblon. Frequenta até roda de choro. Sua principal especialidade é frequentar a Lapa e passar então a discutir o, classificado por eles, “samba de raiz”. O que é, na prática, samba de raiz? É uma espécie de samba extraído da raiz do pé de chuchu, uma coisa sem gosto que se distancia e muito da naturalidade do samba que nasce do coração, como dizia Noel. É um samba discutido que bate à porta ou aos ouvidos só dos chics, disso o Rio está cheio. Já viu né, como diz o ditado, este chuchu no Rio dá mais que na serra.

    Este sujeito pós-Brasília se sentiu abandonado, mas guarda com ele os requintes de outrora. Sonha com o estado da Guanabara e repudia, principalmente, o morador da Barra. É daí que sai o termo “emergente”. Na cabeça desse cara chic empobrecido, filho ou neto de algum bem-aventurado, o morador da Barra é um açougueiro grosso, sem cultura, que gosta de pagode de praia e sonha em ser amigo de algum jogador famoso, mesmo não estando mais em cena. Geralmente mora na Barra.

    A coisa não para por aí. Por mais fragmentado que tudo isso pareça, o grosseirão emergente sonha com Miami. E o chic falido que anda pelas bandas de Laranjeiras, Flamengo e Ipanema, sonha com Paris, inda mais quando vê Chico Buarque caminhando na cidade-luz em seu novo DVD. Aliás, este novo pobre remediado que já teve alguma posição, se acha um pouco parceiro de Chico, de Chico só não, de Vinícius, de Tom, diz aos outros que frequentava a casa de Nara e por aí vai.

    Em todos os sentidos, habita sim, uma empáfia social na cabeça de boa parte do mediano remediado ao rico herdeiro. O tal francesismo que você diz continua, é cômico? Sim, e como! Mas existe.

    Está vindo uma sociedade bonita, muito bonita, cheia de brios, acompanhando o couro de D. Ivone Lara, aquela coisa que vai chegando aos poucos, de brilho inigualável. Esses meninos e meninas empacotadores de supermercado, balconistas de pequenas lojas, essa gente que cruzamos a toda hora, está se reciclando, está estudando, está querendo muito entrar de cabeça na condição de cidadão.

    Você, que inúmeras vezes, fala dos butecos que servem deliciosos pães com pernil “manjar dos deuses” com um limãozinho, percebe nitidamente Nassif que há um mundo extremamente rico, cheio de histórias, original, alegre, de uma auto-crítica de extremo bom gosto neste universo que o preconceito não vai. Azar o deles. Não serão avisados dessa sociedade que está surgindo, serão atropelados como foram todos aqueles que acreditaram piamente na capacidade de manipular um resultado eleitoral através de clichês panfletáros como o exacerbamento dos escândalos e o linchamento público. Esta sociedade que é feito uma rocha, que não mexeu sequer uma palha, xinga a outra de preguiçosa e acomodada com o benefício do bolsa-família. Mas não se preocupe, esses peroás de fim de festa chic que entraram de penetra na festa, vão desaparecer com o tempo. O empresário brasileiro, digo, o empresário sério, já percebeu que sua relação em torno do seu universo e seu universo é a sua empresa, seus funcionários e sua sociedade é que vão lhe dar suporte para a prosperidade. O preconceito é só uma questão de dias. Virou garrafa de boliche, estão caindo de maduros.

  4. Luiz,pela superficialidade e
    Luiz,pela superficialidade e um certo rancor, essa é a sua pior coluna de 2006. Mesmo assim, sendo bobinho as vezes, vc ainda é o meu colunista favorito. Muita harmonia e paz na sua familia para que tenhamos o melhor de vc em 2007. Grata

  5. Nassif,

    Infelizmente, dá
    Nassif,

    Infelizmente, dá para contar nos dedos os povos (nações) que tem um alto índice de tolerância social – (será que existe um indicador deste tipo ?)
    Se o tema nos incomoda, o que resta a fazer, é estar A LEVANTAR O TAPETE e mostrar esta sujeira toda.
    Inclusive ridicularizar, usando de humor ferino, ácido, sarcástico.
    Quem sabe até, criar um contraponto aos colunistas sociais – assim como foi criada a DASPU.
    Ei ! Alguém aí se atreve ?

  6. Nassif,

    belo artigo,
    Nassif,

    belo artigo, parabéns. Expressa também a opinião de grande parte dos colaboradores “usuais” do seu blog, pelo que costumo ler das opiniões ai colocadas.
    Sobre o nosso subdesenvolvimento, ele é, antes de mais nada, um crônico sinal de decadência intelectual das chamadas elites. E, da nossa malfadada classe média, que sempre, mesmo inconscientemente, deu suporte à esse modelo. Afinal de contas, da onde vem estes jornalistas lacerdistas ? Da classe média. Da onde vem os professores universitários que sustentam o ideário da irracionalidade econômica ? Da classe média. Se o Buñuel voltasse da tumba e frequentasse qualquer “shopping” paulista ou carioca, perceberia o quão dantesca e primitiva é a nossa burguesia (grande e pequena).
    Para quem já andou pelos interiores do país, percebe que lá imperam o otimismo que vem na esteira do progresso. Na verdade, o que percebo é que as grandes cidades, oprimidas pelo caos e a violência, irritam e deprimem este público. Um fenômerno fácil de perceber é a corrida por cidadanias estrangeiras, algo tipicamente paulista. Os consulados Italianos, espanhois e portugueses se enchem de pedidos de reconhecimento de ascendência. Nem todos tem planos imediatos de emigrar. Mas pelo menos podem ostentar, orgulhosos, algo que os “desvincule” do país, mesmo que seja através de um passaporte guardado numa gaveta qualquer. Esta “desapego” à brasilidade é o sinal mais crasso da nossa baixa estima, da nossa submissão patusca, da nossa pequenez…

    Abs,

  7. Caro Nassif
    sem comentários –
    Caro Nassif
    sem comentários – mais uma vez, foi barba, cabelo e bigode.
    feliz 2007 para você e sua família e continue nessa trincheira – somos muitos ao seu lado!
    abraços

  8. Nassif,
    você fez uma análise
    Nassif,
    você fez uma análise simples, porém brilhante. Parabéns! É impressionante como o nível de preconceito social aumentou neste país nos últimos dois anos. Essa é, na minha opinião, a herança maldita que os ditos “formadores de opinião”, principalmente do Rio de Janeiro, principalmente do jornal O Globo, (sou carioca, de classe média-alta), deixam para o país. Levaremos alguns anos para limpar a mente e os corações dos brasileiros dessa porcaria.
    Aproveito este comentário para perguntar-lhe a quantas o projeto de escrever um livro analisando a atuação da mídia nos últimos meses?
    Bom, tenha um 2007 com muita saúde e paz!

  9. Sotho, o que você fez foi uma
    Sotho, o que você fez foi uma crítica política objetiva. É evidente que não é tipo de crítica que analisei na coluna.

  10. LEÃO veste DOURADO paga o
    LEÃO veste DOURADO paga o MICO e prova que ainda não está EXTINTO.

    Coitado do animal não merece sarcasmo,não é racional.
    í í í ……outra vez.

  11. Caro Nassif,

    Alguns trechos
    Caro Nassif,

    Alguns trechos do ASSIM FALOU ZARATUSTRA, de Friedrich Nietzsche, em homenagem a seu excelente post e à cultura de seus leitores:
    Do título: os discursos de Zaratustra, ‘Do novo ídolo’:
    – Ainda em algumas partes há povos e rebanhos; mas entre nós, irmãos, entre nós há Estados.
    Estados? Que é isso? Vamos! Abri os ouvidos, porque vos vou falar da morte dos povos. Estado chama-se o mais frio de todos os monstros. Mente também friamente, e eis que mentira rasteira sai da sua boca: ‘Eu, o Estado, sou o povo’. É uma mentira! Os que criaram os povos e suspenderam sobre eles uma fé e um amor, esses eram criadores: serviam a vida. Aos que armam ciladas ao maior número e chamam a isso um Estado são destruidores; suspendem sobre si uma espada e mil apetites.
    ….
    Nascem homens demais; para os supérfluos inventou-se o Estado! Vede como ele atrai os supérfluos! Como os engole, como os mastiga e remastiga!
    ….
    Vede, pois, esses supérfluos! Roubam as obras dos inventores e os tesouros dos sábios; chamam civilização ao seu latrocínio e tudo para ele são doenças e contratempo. Vede, pois, esses supérfluos! Estão sempre doentes; expelem a bilis, e a isso chamam periódicos. Devoram-se uns aos outros e nem sequer se podem digerir. Vede, pois, esses supérfluos! Eles adquirem riquezas, e fazem-se mais pobres. Querem o poder, esses incompetentes, e primeiro de tudo a alavanca do poder: muito dinheiro!
    ….
    Evitai o mal cheiro! Afastai-vos da idolatria dos supérfluos. Evitai o mal cheiro! Afastai-vos do fumo desses sacrifícios humanos!
    ….
    Ainda têm franca uma vida livre as almas grandes. Na verdade, quem pouco possui tanto menos é possuído. Bendita seja a pequena pobreza!
    Onde acaba o Estado, começa o homem que não é supérfluo; começa o canto dos que são necessários, a melodia única e insubstituível.
    ….
    Assim falou Zaratustra.

  12. Nassif,

    Perfeita sua
    Nassif,

    Perfeita sua análise. Nada mais anacrônica e fútil do que a elite(econômica) brasileira. Classe essa, na sua maioria apedeuta, e que tenta disfarçar sua ignorância e falta de valores na aquisição indiscriminada de bens materiais e na frequência de grandes eventos midiáticos. Vestir-se bem, andar de carro importado e frequentar grandes festas é um “verniz” para esse comportamento atrasado e preconceituoso. Que fique claro, ter dinheiro não é defeito. Grave é a ostentação ilimitada de riqueza em um país tão díspar socialmente. Grave é a falta de consciência cívica e social. Grave é querer manter os privilégios a qualquer preço, acima da lei ou às custas do trabalho honesto dos outros.

    Um exemplo da hipocrisia da elite. Quando alguém é morto por um traficante de drogas há uma balbúrdia em torno do fato. Não há quem não defenda a morte de tal criminoso. Agora pergunto: quem sustenta o tráfico no país? Quem mais “cheira” são os executivos,filhos de grandes empresário, filhos de juízes, enfim, o “jet set”.

    No Brasil há um descolamento entre elite econômica e elite intelectual. Esta, responsável por “pensar” o país, liderar o país no processo de desenvolvimento econômico e justiça social, está alijada dos centros de decisão. Aquela quer(há exceções) apenas manter seu status, seus privilégios.

    Comentário maldoso: o gorgota e “mauricinho” do João Dória Júnior não é a mais perfeita caricatura da suposta sofisticação da elite brasileira?…rs.

  13. Nassif, o texto abaixo
    Nassif, o texto abaixo escrevi em resposta a um colega de trabalho que me enviou um artigo falsamente atribuído ao Arnaldo Jabor. Obviamente, minha resposta foi alguns tons acima do que considero civilizado mas me revoltou, não o artigo que era obviamente falso, mas a repercussão que se deu a ele. Quanto ao elitismo dos articulistas ele só existe porque existe uma classe média que o consome e me entristece não poder discutir política ou economia sem cair no bate boca.

    “Já que te revolta ver que pessoas esclarecidas tem a ousadia de apoiar a pessoa mais retardada deste pais, me sinto à vontade para dizer que me revolta pessoas pseudo-esclarecidas que só enxergam o próprio umbigo e não conseguem ver as pessoas do nordeste como carentes de ajuda, de ver que o Brasil só tem futuro se distribuir renda, que é melhor crescer pouco distribuindo do que crescer muito concentrando. Eu não tinha a mínima esperança de que o lado humano destas pessoas falasse mais alto, só esperava que o senso prático ajudasse, que elas entendessem que é melhor ter um pais mais justo para diminuir a violência do que ter dinheiro e ter que gastar parte desse dinheiro com segurança pessoal, de viver com medo a cada semáforo, de não ter tranqüilidade para entrar na própria garagem de casa.

    Estúpida classe média que apoiou a ditadura militar, virou as costas para o serviço público de saúde e educação quando o milagre econômico lhes permitia pagar e agora, empobrecida, se queixa que estes serviços são ruins. Classe média que tenta de todas as maneiras sonegar impostos e, hipocritamente, diz que sonega porque não recebe contrapartida.

    Estúpida classe média que se maravilha com Arnaldo Jabor que escreve um texto completamente incoerente, cínico e preconceituoso. Incoerente porque chama de estúpidos os eleitores de Lula que recebem os benefícios do governo mas vota em Alckimin porque não recebe benefícios e espera recebe-los com o tucano. Cínico porque desmancha o discurso fariseu da corrupção porque diz votar em Alckmin, mesmo que seja ladrão se ele trouxer benefícios para si próprio. Preconceituoso porque chama os que votam em Lula de “a ignorante massa brasileira”.

    Estúpidos integrantes da classe média, que se considera europeus ou norte-americanos nascidos fora do lugar mas não conseguem viver sem uma empregada doméstica ao contrário dos seus parentes de além-mar. Estúpida classe média brasileira que não tem ou competência profissional ou coragem pra ousar emigrar para outro país e fica o tempo todo reclamando do próprio. Se você é tão melhor que o meio onde vive, vá embora, as pessoas que gostam daqui e querem construir um Brasil melhor para todos, pobres e não educados incluídos, continuarão e ficaram felizes com a sua ida.

    Estúpida classe média que só sabe aplaudir o Alckmin perguntar de onde vem o dinheiro, mas é incapaz de questionar como o PSDB não consegue impedir que celulares entrem nos presídios.”

  14. Jabor, Jô Soares, Nelson
    Jabor, Jô Soares, Nelson Motta caíram nessa. Inteligentes, experientes e criativos dão sinais de profunda falta de visão histórica abrangente e imparcial. O primeiro, inclusive, idolatrava Palocci, talvez por sua origem social.

  15. Sem dúvida no PT há muitos
    Sem dúvida no PT há muitos idiotas que se pretenderam elitizar, mas, no geral, o partido manteve-se fiel às classes populares, sua origem e sua razão de ser.

  16. João, tenho permanentemente
    João, tenho permanentemente atribuido a Lula a estganação da economia nos últimos quatro anos, os erros de juros e de câmbio.

  17. Nassif :

    Que coluna!
    Nassif :

    Que coluna! Fantástico sua análise da elite brasileira! Infelizmente muito do que estamos vivendo hoje se deve esse tipo de gente e fica nos detalhes e esquece do todo. Veja hoje as frases de alguns pessoas entrevistadas pela Folha sobre o que se espera do novo governo Lula. A de uma atriz global é fantástica e está no nivel da Danusa.

    Feliz 2007!

  18. São tantos assuntos que quase
    São tantos assuntos que quase não dá para acompanhar isto daqui…mas tinha razão quanto a que a discordância é fundamental…bobinho e tolo, é..? hum…O assunto é ótimo, e neste caso temos que ter cuidado para não sermos pegos na curva, pois parece que aqui todo mundo é ileso ao que é colocado. Autocrítica, pessoal! E tem aquela coisa citada por alguém referindo-se a rancor: quantos de nós(caso não esteja), estando em uma posição financeiramente superior, não agiria desta mesma forma, ou gostaria de estar onde estas pessoas estão..? Ou que achava natural a imagem passada do Palloci.., engolindo passivamente esta idéia..? E também tem o cara aí que falou do Zaratustra…como é que pode, ele conseguiu ler o livro inteiro, eu tentei pelo menos por 4 vezes e não passei da vigésima página. Taí um bom objetivo para 2007….ahhh..e se me permitir, vou passar seu comentário para alguns amigos e amigas por e-mail, referindo-se ao seu blog…porque é uma boa visão do que somos e não deveríamos ser. Feliz 2007, e desculpe o mau jeito as vezes.

  19. O falecido Mário Covas sempre
    O falecido Mário Covas sempre dizia, sutilmente, que o Edemar era um patife. e o sabia desde o tempo em que ambos residiam na cidade de Santos. Avisos não faltaram.
    Com seu relato das festas do Edemar, lembrei-me do falecido bicheiro Castor de Andrade que, no início dos anos 80, começou a ser citado nas colunas sociais cariocas. Castor sempre me pareceu um homem elegante e gentil, mas seu passado era a longa ficha policial de quem forjou um império de jogo ilegal em Bangu às custas de tiroteios com grupos rivais.
    Nas colunas sociais, lembro de Castor sendo citado como amigo de um filho do então presidente Figueiredo, depois como amigo do Boni, chefão da Rede Globo, amizade que se manteve explícita nos jornais até o seu falecimento. Foi nesta época que a Globo apresentou uma novela, a qual não assstii e da qual não lembro o nome, em que o personagem principal era um bicheiro “cara legal”.
    A sociedade chic carioca aceitou Castor como um dos seus, mesmo quando ele foi preso por formação de quadrilha com vários outros bicheiros, e recebeu na cadeia a visita do amigo Boni da Globo.
    Pensei então que uma socidade tão doente a ponto de “não repudiar as práticas condenáveis de seus membros” mais ilustres está a caminho de uma grande crise. Assim, nunca me espantou o narco-tráfico dominando as favelas cariocas, nem o surgimento atual das milícias de proteção, nem os atentados dos últimos dias.
    Hoje, em São Paulo, espanta-me os que acham que a nova loja da Daslu era um monumento à grandeza da cidade, e que sua proprietária foi apenas uma vítima do jogo sujo eleitoral

  20. Nassif, a nossa retrógrada
    Nassif, a nossa retrógrada elite é tão fora da realidade que chega a ser cafona. Teho dois bons exemplos. O novo condomínio Cidade Jardim, empreendimento mais luxuoso e ostentoso de São Paulo, fica ao lado de uma favela miserável que pode ser comparada a Uganda em termos de qualidade de vida. Nem se ve casas de alvenaria…E, em vez de ajudar os futuros vizinhos, tentaram remover a favela de lá. Lametável não? O outro exemplo é a Rua Oscar Freire. Estava passando na rua e vi a reforma que fizeram recentemente lá. Tudo muito bonito, postes sem fios, calçadas impecáveis e iluminação especial. Qual foi a minha surpresa quando percebi que somente metade da rua foi reformada!! A nossa elite só teve dinheiro pra fazer a metade da obra, srsrsrsr. Conseguiram segmentar a Oscar Freire!! Isso tudo é muito triste e ridiculamente cafona.

  21. O que me derruba mesmo é ver
    O que me derruba mesmo é ver o meu amado estado de São Paulo ocupando posição de tanto destaque na Vanguarda do Atraso.
    Graças, inclusive, aos “aspirantes ao privilégio”, na precisa definição de Mino Carta. Eles têm o “pé na senzala” e a cabeça na casa grande. São filhos e netos de italianos, espanhóis, portugueses, mineiros, baianos, mas não gostam de nordestinos.
    Muitos pagam aluguel e condomínio, mas defendem arduamente o latifúndio improdutivo e ignoram a função social da propriedade.
    Não gostam de política, mas [talvez por isso mesmo] votam no Maluf.
    A maioria não tem curso superior. Os que têm, nem de longe atuam na área em que se formaram. Mas demonizam o presidente “analfabeto”.
    São assalariados, mas odeiam greves.
    Queria que em 2007 eles se olhassem no espelho.

  22. “E não se pense em um quadro
    “E não se pense em um quadro melhor do lado do PT. Grande parte dos quadros que se infiltraram na máquina pública acalentava o sonho de poder entrar para essa “elite”.”

  23. Discussão que lava a alma!
    Discussão que lava a alma! Tão boa que fico em dúvida entre o post do Nassif e o comentário/carta inteligentíssimo do Adjutor Alvim. parabéns!

  24. Gostaria apenas de contribuir
    Gostaria apenas de contribuir com um contra ponto. Observando alguns comentários é possível observar exatamente o mesmo tipo de preconceito contra a tal da elite; ou seja, a generalização e esteriótipos comportamentais. É uma via de duas mãos, tem muito auto-intitulado humilde que tem como esporte preferido meter o pau em tudo que não faça parte de seu ambiente. É facil cumpar somente a Elite…

  25. Discussão que lava a alma!
    Discussão que lava a alma! Tão boa que fico em dúvida entre o post do Nassif e o comentário/carta inteligentíssimo do Adjutor Alvim. parabéns!

  26. VELHAS “ELITES”
    VELHAS “ELITES” PRECONCEITUOSAS
    E/OU
    PRECONCEITOS DAS NOVAS “ELITES” NÃO RECONHECIDAS.

    QUATRO ANOS DE LULA

    São Paulo, sexta-feira, 29 de dezembro de 2006

    Continuísmo superou o medo e a esperança

    http://www1.folha.uol.com.br/fsp/brasil/fc2912200614.htm
    MARCELO COELHO
    COLUNISTA DA FOLHA

    COMO SEMPRE acontece, as previsões não se confirmaram. Quando Lula tomou posse em 2003, era sensato imaginar que seu governo seria marcado por algum grau de experimentalismo e turbulência na economia, por ocasionais manifestações de teimosia doutrinária e, sobretudo, por elevados padrões de ética na condução dos negócios do Estado.
    Lula foi eleito com promessas de mais decência e mais desenvolvimento. Seu governo obteve duas coisas diferentes, e não menos importantes: moeda estável e aumento da inclusão social. Foi, em resumo, um aperfeiçoamento do governo Fernando Henrique Cardoso -daí, provavelmente, a raiva que despertou tanto entre alguns setores de esquerda quanto entre os próprios fernandohenriquistas. Estes não se conformaram em ver um sapo barbudo e despreparado conduzindo a economia do mesmo modo que seu príncipe de bela plumagem; as gafes de um competiram com os despautérios de outro, mas delicados carpaccios de salmão deram lugar a rudes churrascadas. Afora as diferenças de estilo e de gramática, a continuidade administrativa superou tanto o medo quanto a esperança. De todo modo, em matéria de domínio da norma culta, Fernando Henrique não é o melhor que as “elites brancas” são capazes de oferecer:
    Michel Temer e Ciro Gomes superam-no de longe neste quesito. Menos preconceituoso do que aqueles a quem beneficiou, Lula tratou ricos e pobres com igual carinho. Quem vivia de rendas no governo FHC não teve do que se queixar sob a Presidência petista; os lucros dos bancos e da indústria atingiram recordes históricos. Ao mesmo tempo, os índices de concentração de renda diminuíram, o salário real aumentou, e o emprego cresceu, não tanto quanto o prometido, mas ainda assim de forma significativa.

    Lulismo

    Desse “melhor dos mundos possíveis”, construído sobre os escombros da utopia, surgiu o lulismo: índices de popularidade inabaláveis, blindados contra qualquer escândalo, uma vitória eleitoral humilhante para a oposição e mesmo uma notícia histórica: pela primeira vez em 50 anos, Juscelino e Getúlio deixam de ser considerados pela maioria da população os maiores presidentes que o Brasil já teve.O triunfo existencial e pessoal suscitou em Lula compreensíveis, perigosos e às vezes ridículos surtos de megalomania. Mas, sob o mote do “nunca antes neste país” e sob a aparente revolução de se ter um operário na Presidência, o que se viu foi o agravamento do que há de mais regressivo na política brasileira. O aparelhamento do Estado pelos apaniguados, garantindo um exercício do poder que se caracteriza pela improvisação e pela barganha fisiológica, não são novidade no país. Tampouco o são as tentativas de controlar a imprensa, desqualificar a oposição, rasgar compromissos e programas, infantilizar o eleitorado, fazer-se de vítima quando apanhado em qualquer deslize e fazer-se de iluminado enquanto age nas sombras. Novidade é que isso tenha sido feito a partir de uma história partidária que privilegiava a crítica ao autoritarismo, a organização “de baixo para cima” e a autonomia da sociedade civil. O abandono de qualquer perspectiva radicalmente democrática, ou mesmo radicalmente republicana, conheceu duas fases distintas no governo Lula. Na primeira, conduzida de modo truculento e ineficaz por José Dirceu, o projeto consistia em dobrar a espinha dos partidos aliados, concentrando na alta burocracia petista o controle das benesses que seriam distribuídas a cada membro da arraia-miúda do Congresso. Roberto Jefferson só denunciou o mensalão porque o domínio das verbas e dos cargos por José Dirceu ameaçava o poder dele próprio sobre seus liderados. Desrespeitar o poder da cúpula dos partidos fisiológicos foi a fatal “quebra de hierarquia” que determinou a segunda cassação da vida de José Dirceu. Na crise resultante, esfacelou-se qualquer arremedo de organização partidária no país; a desmoralização cabal do PT, partido a que só restaram os recursos stalinistas do patrulhamento, do combate à liberdade de imprensa e do velho culto à personalidade do chefe, terminou repondo o sistema político brasileiro no lugar de que nunca saiu: tudo se resume a um presidente que faz e desfaz, mesmo quando não faz nada, no melhor estilo getulista. Com uma desvantagem histórica de imensas proporções. O antigo populismo se consolidava num período de arrancada econômica em que o Estado tinha papel decisivo no planejamento e na condução das obras de infra-estrutura. Os “gargalos” para o desenvolvimento brasileiro ressurgem numa situação de notória incapacidade do poder público para atender às demandas mais variadas, da segurança pública à energia elétrica, do financiamento agrícola ao tráfego aéreo. Presidência forte, num Estado próximo do colapso; crescimento econômico baixo, com demandas sociais atendidas precariamente; providencialismo sem programa, numa sociedade civil em pandarecos. Essa “herança maldita” não vem de agora, mas é a que Lula recebe agravada no segundo mandato; ele parece estar contente, todavia, com o conjunto da obra.

    29/12/2006
    http://www.claudiohumberto.com.br/
    Balanço do Procon-SP revela quem lucra com o governo do PT: a taxa Selic caiu 26% esse ano, chegando a 13,25%, mas os bancos diminuíram apenas 2,6% os juros para empréstimo pessoal. A média anual é de 86%.

  27. Caro Nassif,

    Suspeito estar
    Caro Nassif,

    Suspeito estar este preconceito muito mais disseminado do que imagina. Em muitos, beira o ódio.

    De outra feita, a análise está ótima, tocou nos pontos sensíveis, mas não devia estar em outra aba? Penso que não cabe na aba econômica.

    E que 2.007 se revele bom para todos, inclusive os cabeças de planilha e, mesmo, os planilhas sem cabeça; que o Brasil como um todo logo se transforme em um Brasil como dois todos.

  28. Nassif, fico agradecido pela
    Nassif, fico agradecido pela atenção que deu ao que postei. Espero poder continuar a debater aspectos comentados por você e comentaristas do blog. Só assim poderemos aquilatar quais caminhos abrem-se pela identificação dos desafios que todos teremos pela frente. E que tenhamos sucesso. Grato.

  29. Nassif, alguns dos seus
    Nassif, alguns dos seus textos, como este, honram a sua inteligência e caráter. A citação ao fim de Nelson Rodrigues é impagável. Só mesmo de um amante e músico da MPB. Mais saúde para o trabalho em 2007.

  30. Perfeito. Considerando, além
    Perfeito. Considerando, além disso, que este desdém de classes economicamente mais beneficiadas por toda e qualquer tradição popular, pelos falares, pelas roupas, pelos jeitos, pelos gostos, nunca foi embora das elites desse país.

    Apenas às vezes não encontra condições de ser vocalizado. É como se ficasse ali, em estado latente, pronto para aparecer na primeira oportunidade histórica.

    Também, não podemos esquecer que, embora seja ali gerado, não se pode dizer que esse preconceito não atravesse da elite – os sentidos não respeitam fronteiras físicas, nem institucionais, nem de classe – para o lado justamente de quem poderia ser mais crítico em relação a ele.

    É assim que ser nordestino pode parecer ser inferior mesmo a alguns nordestinos; ser negro pode parecer ser menor mesmo a alguns negros; ser mulher significaria ser menos capaz mesmo para algumas mulheres; da mesma forma que muitos brasileiros têm a certeza de que somos um país vira-latas.

    Ou seja, retomando este último exemplo, o preconceito que essa elite – e o que, não sendo elite ainda assim o ressoa – tem para com as manifestações populares é na verdade a internalização do preconceito das elites mundiais contra os primitivos, os selvagens, os “países do atraso”, que é o olhar dos grandes centros sobre “nós-outros”.

    O que fazer? Vocalizar sempre e insistentemente, sem tréguas, a crítica a essa postura. Como, a partir do seu texto, muitos estão fazendo agora.

    E isso dá certo: quando a tsunami de preconceito invadiu o país durante o período eleitoral, muitos de nós colocamos as mangas de fora – ou teclas de fora – para denunciá-lo.

    Depois de um certo tempo, quem ousava defender posições preconceituosas, já se antecipava com o “não que…” marca lingüística de um discurso envergonhado: “Não que os nordestinos..etc…, mas…” Para logo depois, parecer perdido na memória.

    Hoje, ninguém “lembra” mais que muitos concordaram com a reportagem do Estadão, que afirmava, baseado numa estranha pesquisa do Ibope, que nordestinos e negros seriam “menos éticos” que os outros.

    Mas como somos chatos, vamos lembrar: sim, houve quem concordasse com isso.

    E todos aqueles que concordaram devem ser chamados para a solenidade de entrega do prêmio Marchi de “pior reportagem do ano”,

    rssrsr

  31. Infelizmente é inegável o
    Infelizmente é inegável o “preconceito classista”. Não acho termo melhor.

    Classista pois alguns se consideram num nível, numa classe acima de outros – ou pela renda ou pelos “estudos”.

    No Brasil nos acostumamos a pensar o ‘povo’ sempre como o “outro” – é sempre “Ele, o povo” e nunca “Nós, o povo”.

    Sempre “O povo precisa… o povo isso… o povo aquilo” e nunca “nós precisamos … nós isso… nós aquilo”.

    E a imprensa foi dominada por esse sentimento de superioridade.

    Parece que a “opinião pública” (profissional) descolou-se do “povo”. Aliás, esta … opinião pública… tentava dirigir a opinião do povo.

    Tentava incutir-lhe seus preconceitos.

    Preconceito que considera sempre ser melhor o que de fora parece ser melhor.

    Preconceito que considera que apenas títulos (o nosso bom e velho “dotô”) garantem respeitabilidade de competência.

    Nas últimas eleições viu-se isso. E Lula foi atacado, e muito, em virtude de sua origem e formação. Fosse ele negro ou de cor mais escura, teria sido pior.

    A elite Venezuelana (idêntica à nossa nesse quesito) chama Chávez de ‘macaco’. Os bolivianos ricos de Santa Cruz não querem viver num país governado por “índios” e pregam o separatismo.

    A América Latina construíu-se sobre a segregação – escravocrata ou da servidão indígena – e ainda mantém o padrão.

    Sua elite se vê ou se pretende branca/européia (e mais modernamente ianque) e vê o povo como o ‘outro’ negro ou índio, ignorante ou atrasado, culpado pelo seu próprio destino e “sujeira” – e ao invés da integração que salvaria a todos, a elite e os remediados que sonham ser elite só querem “se afastar da sujeira”.

    Precisamos esquecer “Casa Grande e Senzala” e a “cordialidade”. É necessário definir o Brasil – terceiro-mundo, mestiço – para então, sabendo quem somos podermos pensar o caminho a seguir, pois quando não se sabe onde se está, não se pode ir a lugar algum.

  32. Quanto à Danuza, que por
    Quanto à Danuza, que por poucos dias trabalhou, o melhor é ignorá-la, inclusive por respeito à Nara. E também, em respeito à primeira, porque a comparação entre ambas deve ter sido sempre muito dolorosa para a socialite.

  33. Falando nisso, classe média
    Falando nisso, classe média imposto de renda, receber 3 salários mínimos e pagar imposto de renda é uma promoção social a se pensar.

  34. Concordo inteiramente com
    Concordo inteiramente com você, Nassif. Aliás, eu só parei de criticar o governo Lula (depois do primeiro ano e meio de seu governo passei a criticá-lo) porque o país estava sendo submetido a uma overdose de críticas irresponsáveis ao presidente, ao seu governo e ao seu partido, de uma forma que percebi que não passava de estratégia política da oposição para tentar recuperar o poder valendo-se da boa e velha mídia que sempre foi tão dócil com a direita tucana-pefelê. Quer dizer, continuar a questionar o governo Lula naquele momento era condenar a esquerda brasileira à morte e materializar o sonho bornhauseniano de 30 anos da direita no poder; quem não votaria em Lula? Agora, o fato é que o governo Lula foi uma boa surpresa, depois que passou a ser acossado. Permitiu democraticamente investigações que FHC abafou, transferiu renda (por pouco que seja), ampliou significativamente as fronteiras comerciais do país, pagou dívidas deixadas pelo populismo cambial do antecessor, criou políticas públicas polêmicas, como as cotas e o Prouni, mas que ninguém poderá negar que promovem, sim, forte inclusão social, enfim, o governo Lula mereceu a reeleição. Além do quê, a alternativa a ele seria um império talvez mesmo de décadas da direita concentradora de renda e elitista (brrr!)… Era isso.

  35. Não concordo com tudo que
    Não concordo com tudo que está na sua coluna, principalmente ao dizer que as políticas econômicas de FHC foram aprofundadas por Lula, há diferenças entre as duas fórmulas econômicas. Agora a parte do elitismo é visível inclusive na novela das 20:00h.
    Quem detestou esse elitismo quando esteve aqui foi Einstein lá na década de 20.

  36. Nassif, estamos ferrados,
    Nassif, estamos ferrados, mais quatro anos de Lula, mais quatro anos de arrocho da classe média, mais fábrica de diplomas (Prouni), mais reajuste aos parlamentares, mais merdas ditas pelo Lula, menos crescimento, nenhuma perspectica para desenvolver o país. E, o que é pior, falta de opções, tivemos que aceitar Lula porque Alckmin representa o engavetamento de CPIs, privatizações mal explicadas…

  37. Né. Mas eu há escrevia sobre
    Né. Mas eu há escrevia sobre isso em 1994, quando a Ruth Escobar dizia que era inadmissível que um torneiro mecânico fosse presidente, em vez de um professor da Sorbonne.

  38. se eu comentar esta coluna
    se eu comentar esta coluna como sendo uma manifestação de mau gosto,inconsistente e mau escrita ,estarei sendo elitista,certo!
    estou cansado de ler este tipo de pensamento,o que voce escrevia antes sr.nassif,jhá anos voce sobrevive como?,ao que me lembro sua grande tirada no mundo da informação política foi a TIRADA DE SUA BARBA.cale-se para sempre ,o gov.pífio de FHC não justifica o crime cometido lesa-pátria pelo PT e seu presidente,louvar a ignorância atrevida ,não revelar a terrivel situação que o Brasil foi jogado é uma omissão imperdoavel.voces é que estão nesta de comparar o cocô com a %!@$&@#tenha responsabilidade com as palavras ,o FHC deve ser execrado pelo que fez ao paíz ,ser o maior cabo eleitoral do lula ,na verdade o único responsavel por sua eleição.todos os que sabem juntar as letras deveriam repudiar veementemente este “elogio a estupidez”

  39. Caro Nassif,

    Só um adendo:
    Caro Nassif,

    Só um adendo: não esquecer que, no Nordeste, Dona Zelite pula fogueira de São João direitinho, sem problemas. É uma tradição comum a todas as classes sociais. O vestido de chita de Dona Zelite pode até ser mais bem-apanhado, mas figuraria muito bem num arraiá promovido por qualquer um de sua criadagem.

    Acredito que o possível desdém sudestino contra as tradições juninas, como você mencionou, deriva antes de outro tipo de preconceito, mas isso deixo para um Ali Kamel da vida, ou algum comentador hidrófobo aqui do blogue, explicar melhor.

  40. É isso que eu digo: o roberto
    É isso que eu digo: o roberto castralli critica a “ignorância atrevida”, mas o seu post não passaria num teste simples de regência e ortografia. Sinceramente: isso me cansa!

  41. Prezado Nassif: Espetacular o
    Prezado Nassif: Espetacular o texto. Você percebe algo muito interessante, o governo Lula é, sim, sensível às necessidades das classes média (ex.correção do IR) e pobre (ex.bolsa família). Por outro lado, o governo é, também, composto por candidatos a emergentes que comportam-se como que parecendo desejar agradar, de forma ultra arrivista, a classe dominante e,assim, ser aceito como parte dela (os “cases” são inúmeros). Felizmente, para nossa sorte, ela lhes torçeu o nariz, senão não sei o quê teria sido de nós. Quanto à mídia, o que se pode dizer nessa altura do campeonato, é que tendo entrado numa relação de perde-ganha, sem volta, com Lula (a quem em dado momento só restou o povo) ela mantém o foco pois acredita que perdeu apenas uma batalha. Um abraço.

  42. Este comentário não é apenas
    Este comentário não é apenas para rechear com números a discussão. Abaixo a dimensão exata da grande hipocrisia brasileira:

    ÉPOCA – O Bolsa-Família é um bom programa ou já tem apelo eleitoreiro?
    Pochman – Em que medida transferir renda para pobre é programa eleitoral e praticar juros altos não é? Neste ano, o Brasil vai gastar algo em torno de R$ 150 bilhões, 7% do PIB brasileiro, que deverá ser transferido para 20 mil clãs de famílias no Brasil. De outro lado, o Bolsa-Família vai atingir 8,5 milhões de famílias. A quantidade de recursos transferidos corresponde a 0,2% do PIB. Esse é um dos maiores programas de distribuição de renda do país, mas é insignificante em comparação ao gasto com juros.

    Como é possível acreditar que o Brasil precisa manter a maior taxa de juros do planeta?
    A questão é entre os interesses pecuniários dos rentistas e o futuro do Brasil.

  43. Sr. Fábio Passos.

    Como não
    Sr. Fábio Passos.

    Como não pode opinar por si mesmo procura a opinião de um PETISTA de carteirinha.
    Pois eu respondo a VOCÊ E AO SEU GURU PETISTA.
    O bolsa familia não seria um programa eleitoreiro se viesse aconpanhado do resto: CAPACITAÇÃO PARA ESSE POVE QUE RECEBE O BOLSA FAMILIA.
    Capacitação, possibilidade de real desenvolvimento dessa pessoas.
    Dar dinheiro não resolve o problema, apena deixa o eleitor AMARRADO COM O GOVERNANTE DE PLANTÃO.
    Não seja hipócrita: O grande eleitorado do Lula veio do Bolsa Familia.
    O terrorismo qque os petistas fizeram com o pobres coitados, principalmente do Nordeste é que resultou isso.
    O PT, Lula e seus pcompanheiros, armaram uma arapuca para o Brasil.
    Agora os pobres ficam refém do bolsa familia.
    Acontece que os juros podem cair, como está caindo, e a população de miseráveis vai subir, como sempre.
    E de onde virá o dinheiro para essas massa crescente de paupérrimos? DO IMPOSTO QUE NÓS PAGAMOS ORAS…
    ENTENDEU AGORA?????????
    Onde está a capacitação dessa massa que recebe o BOLSA FAMILIA, para que eles não dependam do Governante de Plantão??????
    Então digo com todas as letras: O BOLSA FAMILIA ,DO JEITO QUE FOI PLANEJADO PELO SEU PT, É ASSISTENCIALISTA E ELEITOREIRO SIM SENHOR.

  44. Parabéns Fábio. Dados em
    Parabéns Fábio. Dados em lugar de clichês, falsas oposições , e besteirol .

    Depois que li no Blog um cara dizendo de um suposto preconceito sudestino” contra festa junina tava pirando. No Brasil existe uma cultura a cuiltura que convive com a infâmia e a mentira , desde que cometidas com delicadeza e cordialidade. É a cultura que leva parlamentares nas CPIs de chamar de Vossa Excelencia a bandido.

    Esta mesma cultura não tolera a indignação se colocada de forma mais intensa.

    Lembro da piada dita por um mineiro violeiro sobre a discussão entre mineiros:

    Tão os três de cócoras fumando seus cigarrinhos de palha , quando passa um carro , ao longe, deixando um rastro de poeira

    Depois de passados 15 minutos o primeiro diz: é chevrolet.

    Daí 15 minutos o segundo diz: é fordi.

    Dali meia hora o terceiro diz: vou embora que não aguento essa discussão.

  45. ” Desdém sudestino contra
    ” Desdém sudestino contra as tradições juninas” ?

    Que imaginação!!!!

    A festas juninas são curtidas em todo Brasil , com foqueira, dança, balões e tudo. Vamos parar de tentar jogar preto contra branco ou moreninho, nordeste contra sudeste, suposta elite contra povão etc etc

    Não será objetivo de alguns desviar a atenção do processo especulativo , remunerando o grande capital internacional, e tentando criar inimizades e tensões internas?

  46. Agora uma boa do Bresser (do
    Agora uma boa do Bresser (do “meu” PSDB) defendendo as idéias do Nakano (também do “meu” PSDB):

    “…Não é razoável gastar mais de 3% do PIB com juros. Para baixar a taxa de juros, é preciso uma estratégia como a usada para acabar com a alta inflação. Envolve todo o governo e implica reformas no setor financeiro, especialmente desvincular os títulos do tesouro brasileiro da própria Selic. O Banco Central estabelece sua taxa de juros de curto prazo. E a taxa que se aplica aos títulos públicos, a de longo prazo, fica semelhante ao risco-Brasil. É coisa de 5% reais. Estamos pagando 12%, quando deveríamos pagar 3%, 4%, no máximo 5%.”

    Hilário vincular a elevada carga tributária com os 0,2% do PIB no bolsa família.
    Erro grosseiro negar que a elevada carga tributária é função dos 8,5% (segundo o Bresser) do PIB em juros com o serviços da dívida.

    Estou com o “meu” PSDB de Bresser-Nakano contra a Casa das Garças… E contra todos os ardorosos defensores da irresponsabilidade do PT de Palocci…

  47. Mas eu não resisto Nassif…
    Mas eu não resisto Nassif… posso ir de Pochman de novo? É que o “MALDITO PETISTA” simplesmente pegou na veia!

    ÉPOCA – O Bolsa-Família é um bom programa ou já tem apelo eleitoreiro?
    Pochman – Em que medida transferir renda para pobre é programa eleitoral e praticar juros altos não é? Neste ano, o Brasil vai gastar algo em torno de R$ 150 bilhões, 7% do PIB brasileiro, que deverá ser transferido para 20 mil clãs de famílias no Brasil. De outro lado, o Bolsa-Família vai atingir 8,5 milhões de famílias. A quantidade de recursos transferidos corresponde a 0,2% do PIB. Esse é um dos maiores programas de distribuição de renda do país, mas é insignificante em comparação ao gasto com juros.

    E chega de Malan, Franco, Meirelles e Palocci… O Brasil já sofreu demais!

  48. Discussão que lava a alma!
    Discussão que lava a alma! Tão boa que fico em dúvida entre o post do Nassif e o comentário/carta inteligentíssimo do Adjutor Alvim. parabéns!

  49. Muito legal este seu artigo,
    Muito legal este seu artigo, creio que o Ibraim Sued assinaria uma coluna dizendo com esta atual “elite” jacare nada de costas.Feliz 2007.

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