TV GGN 20h: Na estratégia de sobrevivência de Bolsonaro, não cabe Guedes

Confira o comentário diário de Luis Nassif sobre os últimos acontecimentos na política e na economia do Brasil nesta sexta-feira, 02 de outubro

Na edição desta sexta-feira (02/10) da TV GGN 20 horas, o tema é a estratégia de sobrevivência de Jair Bolsonaro – e ela não inclui o ministro da Economia, Paulo Guedes. Confira este e outros destaques abaixo:

Os dados de covid-19 não foram divulgados devido a problemas com o Ministério da Saúde, que começaram a mudar o formato das planilhas encaminhadas – e com isso, elas chegam incompletas. “O país inteiro esperando as informações e os técnicos fazem isso”.

Em termos globais, destaque para os problemas na Argentina – 308 mil casos e 8647 óbitos. O país também registrou o triplo de mortes em relação à Índia. Os dados também destacam o nível agudo da segunda onda da covid-19 na Europa.

“Sempre achei que essa pandemia foi mandada por Deus para ensinar os crentes e os milionários que a terra tem limites. De repente, Bolsonaro fica livre disso. Mas o que é isso? Agora, o Trump pega covid-19 e não adianta dizer quais são as implicações sobre as eleições norte-americanas”.

“Mostra que ele vai sobreviver, e ele minimizou a pandemia (…) E 1 em 3 americanos acreditam que o coronavírus foi criado pela China. Ou seja, a ignorância é universal”

“O Bolsonaro não tem superego, é impressionante. Ele abre o jogo com o pacto fechado com o Supremo Tribunal Federal, e ele apresenta como uma contrapartida o Supremo ter liberado a venda de subsidiárias estatais. Não! O governo Bolsonaro entrou apenas como um instrumento”

“Ele (o Supremo) fez esse agrado porque o filho Flávio Bolsonaro pode ser preso. Na hora de negociar, ele foi negociar com quem tem coragem na decisão (o Gilmar), e com o Supremo ele acerta ‘não faz tanta besteira, indica um ministro mais palatável e pare de fazer ameaças'”

“Então, quais são as prioridades? Primeiro, o Supremo decide o destino do Flávio Bolsonaro. Segundo, ele precisa do Centrão para decidir o seu destino e, agora, encontrou um álibi para as Forças Armadas”

“Nesse jogo hoje, o Paulo Guedes não cabe mais. Esse é que é o ponto”.

“Quem é a favor da Lei do Teto é quem quer usar o poder público como escada para ir ao setor financeiro”

“Você tem crianças com deficiência voltando para o esquema com cercadinho, que são discriminadas para não conviver com crianças da sua idade. Nenhuma delas melhora por não ter interatividade, e você desmonta todos os avanços civilizatórios que o Brasil teve.

“E os manguezais vão para o vinagre. TRF-2 autorizou Salles a abrir a porteira para os manguezais, interferências nas universidades…”

“Sobre as palestras do Lula, a juíza Gabriela Hardt reconheceu que elas eram legítimas – depois de cinco anos de bloqueio de recursos, criminalização (…) Esse é o tal do lawfare”

“O Doria (João Doria, governador de São Paulo) quer se colocar como mediador, defensor da democracia, mas o que ele está fazendo com os críticos dele é algo indecente”

“Ele (Doria) é um sujeito vingativo, não tem dúvida disso. Com a covid-19, ele passa a ser visto como alguém ponderado e que vai contra o arbítrio. E para ir contra o arbítrio não pode ser arbitrário”.

Nassif entrevista o deputado Waldeck Carneiro (PT-RJ), relator do pedido de impeachment contra o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel. “Por três vezes, ele teve um placar em que ele perdeu de zero”, explica Carneiro. “Provavelmente é algo inédito”

“Eu acho que tem duas coisas: entendo que, do ponto de vista dos indícios – não cabia à Alerj analisar os materiais probatórios -, são robustos”, explica Carneiro. E desde janeiro de 2019, Witzel mostrou uma certa dificuldade de relacionamento com o Legislativo (…) Eu acho que ele construiu uma relação tão tensionada que aconteceu algo que não tem paralelo: ele ficou uma temporada grande sem líder no Parlamento Estadual”.

“Ou o Rio de Janeiro consegue sair desse ciclo vicioso rumo a um ciclo virtuoso, ou o Rio de Janeiro vai sucumbir à desesperança”, diz Carneiro. “Espero que essa crise profunda em que a gente se encontra possa levar ao caminho da nossa transformação”

“O Rio de Janeiro foi o único Estado que aderiu ao regime de Recuperação Fiscal em condições draconianas”

“Parece que tem uma cabeça de burro encravada no Rio, e a gente tem que desenterrar essa cabeça de burro”, diz Carneiro

Sobre a justiça do Rio, Carneiro cita que o novo secretário de Defesa Civil demitiu todos os comandos dos Batalhões do Corpo de Bombeiros. “Com tudo o que aconteceu no Rio, é de se estranhar o silêncio do Ministério Público Estadual”

“O Witzel se elegeu na esteira do bolsonarismo, todos sabemos disso. E passou o primeiro semestre alinhado com todas as teses do bolsonarismo, desprezando por completo a pauta dos direitos humanos”.

“De repente, ele começa a se colocar como potencial candidato à Presidência. Isso me chamou a atenção: as pessoas podem ter suas pretensões, mas para quem era um neófito na política, foi eleito em circunstâncias estranhas, e inicia ao final do primeiro semestre a sua intenção de resolver o Rio e o Brasil

Naturalmente, isso criou uma zona de atrito com o presidente Jair Bolsonaro, que se aprofundou a tal ponto que em curto espaço de tempo viraram desafetos”.

Acho que isso evidencia uma certa superficialidade, uma certa inexperiência e ao mesmo tempo uma certa prepotência. Tudo isso formou um quadro bem estranho.

A bancada bolsonarista se viu em ‘palcos de aranha’, pois estavam na base do governo, participavam da distribuição de recursos, perceberam a ruptura, se dividiram (…)”

Após a entrevista, Nassif mostra a queda da indústria brasileira, segundo os dados divulgados pelo IBGE – só um setor teve queda, e todos os outros em alta, inclusive consideráveis ante junho. “Na comparação com julho do ano passado, são quedas terríveis”

“Um ponto importante: a indústria que conta é a de transformação, ela é quem garante emprego. A indústria extrativa é de um país pobre. Em relação a janeiro, a indústria de transformação está 6,19% abaixo”

“Quando você pega indústria extrativa, ela mostra crescimento em todos os comparativos. E você tem a indústria em geral, com alta de 8,34% ante julho e de 4,81% ante janeiro”. Amazonas, Ceará, Espírito Santo e São Paulo registraram as maiores altas, e Goiás foi o único que registrou alta no período.

Redação

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