As escolas do campo que estão na mira do governo Bolsonaro

Acompanhe a série de quatro reportagens sobre experiências de escolas no campo em assentamentos do MST e que se tornaram exemplares no ensino público

Brasil de Fato

Especial Saberes da Terra – Escolas públicas em assentamentos do MST estão transformando a vida de milhares de jovens no campo

A série de quatro reportagens apresenta três experiências de escolas do campo em assentamentos do MST que são exemplares no ensino: Piauí, Pará e Paraná. Essas escolas estão entre as duas mil que resistem às dificuldades enfrentadas no meio rural, como longas distâncias, formação, falta de infraestrutura e preconceito, e rompem com imaginário de que as escolas do campo são atrasadas. O Brasil de Fato conversou com educadores, alunos, famílias assentadas e o MST sobre educação, e traz perspectivas sobre os desafios dessas escolas no governo Bolsonaro.

CAPÍTULO 1: COMO FUNCIONAM AS ESCOLAS DO CAMPO QUE ESTÃO NA MIRA DO GOVERNO BOLSONARO

https://soundcloud.com/radioagenciabdf/capitulo-2-protagonismo-das-escolas-em-assentamentos-quebram-preconceitos-sobre-ensino-no-campo

O lugar onde você mora fica a muitos quilômetros da cidade e você e outros meninos e meninas querem estudar, mas lá não existe escola. Você e as famílias da sua comunidade se juntam e coletivamente constroem uma, conseguem apoio e autorização do poder público e educadores da própria comunidade fazem parte do dia a dia escolar. É assim que nascem as escolas que atendem crianças e adolescentes sem-terra na zona rural brasileira. Ao ocupar uma terra improdutiva, uma das principais preocupações do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) é assegurar o direito à educação das famílias camponesas.

Foi assim, por exemplo, com a Escola Bernardo Sabino, no Assentamento Palmares, em Luzilândia, norte do Piauí. A alfabetização das crianças começou a acontecer pelos próprios assentados em um barracão de palha e hoje mais de 20 anos depois, se tornou uma referência na região pela qualidade de ensino.

“Em 1997, quando se estabeleceu o acampamento, buscamos quem tinha maior nível de escolaridade entre os acampados. Eu só tinha ensino médio. Começamos a alfabetizar as crianças e depois de três anos legalizamos a escola. Porém, professores da rede municipal se recusavam a dar aula no assentamento. Nós tivemos que nos organizar e fazer curso superior em outro estado. Voltamos pra escolinha com a proposta de ensinar voltado mais para a educação do campo”, lembra Ildener Pereira de Carvalho, assentada e educadora da escola que fica a 240 quilômetros da capital Teresina.

Clique aqui para continuar lendo e assistir os outros três capítulos.

Redação

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