Bolsas de mestrado e doutorado da Fapesp têm corte de R$ 23 milhões

Jornal GGN – As bolsas de mestrado e doutorado da Fapesp tiveram um corte de R$ 23 milhões entre janeiro e novembro deste ano, na comparação com o mesmo período do ano passado.

Ao todo, os investimentos ficaram em R$ 167,1 milhões, contra R$ 189,8 milhões em 2014. No geral, a queda nos repasses aos bolsistas foi de 12%. No mestrado, chegou a 22%. No doutorado, 9%.

A Fapesp disse que o motivo da diminuição dos repasses aos bolsistas foi queda na arrecadação de tributos no Brasil e no Estado de São Paulo. “A FAPESP é mantida pela transferência de 1% das receitas tributárias do Estado de São Paulo e, por isso, o total desembolsado em 2015 para bolsas de mestrado e doutorado será menor do que o desembolsado em 2014”, disse a agência em nota.

A Fapesp é ligada à Secretaria do Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado de São Paulo. A nomeação de seus presidentes é feita pelo governador do Estado por meio de decreto.

Do UOL Educação

Fapesp corta R$ 23 milhões em bolsas de mestrado e doutorado

Por Leo Arcoverde

O valor repassado pela Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) a pesquisadores, por meio de bolsas de mestrado e doutorado, recuou de R$ 189,8 milhões para R$ 167,1 milhões entre janeiro e novembro de 2014 e o mesmo período deste ano.

Isso quer dizer que R$ 22,7 milhões deixaram de ser investidos no Estado em pesquisa científica e tecnológica neste ano na comparação com 2014. Em números percentuais, a queda nos repasses aos bolsistas foi de 12%.

É o que aponta levantamento inédito feito pelo Fiquem Sabendo com base em dados da agência de fomento obtidos por meio da Lei Federal nº 12.527/2011 (Lei de Acesso à Informação).

De acordo com os dados disponibilizados pela Fapesp, a queda nos repasses aos mestrandos foi de 22% (de R$ 40,7 milhões para R$ 31,8 milhões) na comparação entre os acumulados de janeiro a novembro de 2014 e deste ano.

Já os doutorandos foram menos afetados pelo recuo nos repasses: a queda foi de 9% (de R$ 149 milhões para R$ 135,3 milhões), no mesmo comparativo.

Queda na arrecadação

A Fapesp disse por meio de nota enviada por sua assessoria de imprensa que a queda nos repasses aos bolsistas se deve à queda na arrecadação de tributos no Brasil e no Estado de São Paulo.

Leia a íntegra do comunicado enviado pelo órgão à reportagem: “A redução nos desembolsos se deve à queda de arrecadação no Brasil e no Estado de São Paulo. A FAPESP é mantida pela transferência de 1% das receitas tributárias do Estado de São Paulo e, por isso, o total desembolsado em 2015 para bolsas de mestrado e doutorado será menor do que o desembolsado em 2014. Já o total desembolsado em 2015 para bolsas no exterior tem aumentado em todas as modalidades (iniciação científica, mestrado, doutorado, doutorado direto e pós-doutorado), e por ser pago em moeda estrangeira, será maior do que o total desembolsado em 2014”.

Agência é ligada à gestão Alckmin

Com autonomia garantida por lei, a Fapesp é ligada à Secretaria do Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado de São Paulo.

A nomeação de seus presidentes é feita pelo governador do Estado por meio de decreto.

Em agosto deste ano, o físico e ex-reitor da USP José Goldemberg assumiu a presidência da agência de fomento após ser nomeado por Geraldo Alckmin (PSDB).

Goldemberg foi ministro do Meio Ambiente e da Saúde da gestão Fernando Collor de Mello (1990/1992) e secretário de Meio Ambiente de gestões anteriores de Geraldo Alckmin (2002/2006).

Ele substituiu Celso Lafer, que ocupava o cargo desde 2007. Professor emérito da USP, Lafer foi ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio e de Relações Exteriores durante a gestão Fernando Henrique Cardoso (PSDB).

Redação

11 Comentários

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  1. Áreas que deriam ter cada vez

    Áreas que deriam ter cada vez mais investimentos, pois são responsáveis pela descobertas mais importantes da humanidade. Realmente, o BRasil está sendo concebido para servir de renda para investidores estrangeiros. Estas notícias não saem na Folha ou no Uol. Bom, pelo menos essa espero que saia. Pois daí veremos porque o brasileiro que sempre aparece em grandes congressos e até coordena grupos na Nasa, não encontram novas soluções para os problemas humanos; contribuindo para o desenvolvimento da humanidade. Como sempre o dinheiro e lucros de poucos, prevalecem. Daqui alguns anos voltaremos ao carvão para que bilionários possam lucrar com suas extrações.

    1. e o PT, quanta diferença!

      E no governo Federal houver corte nas verbas da educação, foi o ministério que mais cortes sofreu no primeiro ajuste em termos absolutos. A CAPES cortou 70% das verbas de manutenção de pós-graduação; o financiamento para participação de pesquisadores em congressos desapareceu. Os salários dos terceirizados nas Universidades federais foram constantemente atrasados, alguns estão até hoje sem o 13º do ano passado. Não há verba para manutenção em várias Universidades federais. A destruição do ensino público é uma politica de Estado, comprado pelos ricaços, e não de partidos.

  2. “A FAPESP é mantida pela

    “A FAPESP é mantida pela transferência de 1% das receitas tributárias do Estado de São Paulo e, por isso, o total desembolsado em 2015 para bolsas de mestrado e doutorado será menor do que o desembolsado em 2014”, disse a agência em nota.

    —————————————————————————————————————————————————————————-Já a polícia militar meus amigos “nobres” das áreas “nobres” paulistanas; está com investimento chegando com força total para a nossa querida PM “Nobre” que está encarcerando e matando a níveis recordes. “São Paulo e você! Nada a ver!”

  3. Fapesp

    Fapesp tem autonomia administrativa e financeira, como as universidades. Repasse do governo é feito sobre percentagem do icms fixa determinada por lei. Medida dura em tempos difíceis.

  4. Estavam querendo entender o

    Estavam querendo entender o problema da educação. Contrataram “especialistas” e todos os tipos de frescuras para destruir a população e poupar os gastos na área. Mas é só compararmos uma escola particular com uma pública que encontraremos todas as soluções: o dinheiro.

  5. É isso aí!!!!
    Governadores

    É isso aí!!!!

    Governadores estão parcelando o 13o. para o ano que vem e a malta preocupada com o governador de São Paulo fazendo “ajustes”…

    A propósito… e a bandeira VERMELHA da eletricidade???

  6. Medida correta.
    Estamos em

    Medida correta.

    Estamos em crise, tem que haver mesmo cortes.

    Sem contar o fato de que hoje em dia, muitos fazem mestrado e doutorado apenas para si, viram estudantes profissionais, sem nenhuma contrapartida ao Pais que os financiou.

     

    1. Garanto que o salario dos

      Garanto que o salario dos deputados da Assembléia de São Paulo e dos secretários de Alckmin rendem muitas bolsas. Poderia cortar esses salários afinal estamos em tempos de crise e eles não fazem nada para o Brasil, só para seus bolsos.

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