Creche em estação do Metrô prometida por Doria é “inviável”, diz educadora

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Jornal GGN – A proposta do prefeito eleito João Doria (PSDB) de criar creches nas estações do Metrô de São Paulo para ajudar mães que trabalham e enfrentam as filas de espera no município foi classificada como “inviável” pela mestre em educação Sylvie Klaen, coordenadora pedagógica na rede municipal de ensino.

Em entrevista à Rede Brasil Atual, Klaen questionou a falta de detalhes sobre a ideia, projetando que as essas novas creches correm o risco de serem inapropriadas para as crianças.

Em São Paulo, Fernando Haddad conseguiu, em quatro anos, abrir 100 mil vagas em creches municipais. Mas ainda há uma fila de espera por outras 100 mil vagas.

‘Creches em terminais de ônibus e metrô de SP serão ‘depósitos de crianças”, diz educadora

Da RBA

A proposta do prefeito eleito em São Paulo, João Doria, de abrir creches dentro de estações de metrô e terminais de ônibus é avaliada como “inviável e sem qualidade” pela mestre em educação Sylvie Klaen, coordenadora pedagógica na rede municipal de ensino. Em entrevista à repórter Anelize Moreira, da Rádio Brasil Atual, na manhã de hoje (13), ela afirma que o projeto do tucano transformará as creches que vierem a ser instaladas em “depósitos de crianças”.

“Quem anda de metrô e conhece as estações fica imaginando o que seriam essas creches. Seria fechar um quadradinho e colocar as crianças lá? Isso é inviável e rompe com a qualidade para a educação da infância. Particularmente, não conseguiria deixar meu filho em um puxadinho no metrô. É solução sem proposta pedagógica, ausência de área externa, falta de área verde e local para as crianças brincarem”, afirma a especialista.

Doria também defende parcerias com a iniciativa privada como forma de ampliar o atendimento da rede conveniada. De acordo com Sylvie, a medida serviria para ampliar as estatísticas, mas também seria prejudicial às crianças. “A ideia dele é intensificar a lógica da terceirização da gestão e desresponsabilizar a prefeitura.”

Atualmente, de acordo com dados da Secretaria Municipal de Educação, a capital paulista possui uma lista de espera de 100 mil crianças que aguardam vagas nas creches e outras 3 mil na pré-escola. Porém, a situação já foi pior – a gestão Fernando Haddad criou quase 100 mil vagas.

Para Cisele Ortiz, da Rede Nossa São Paulo, a iniciativa da prefeitura ampliou a inclusão de crianças na educação infantil na cidade. “Houve gestão que não construíram nenhuma creche. A gestão do Haddad fez um grande investimento para resolver o problema. Não foi da maneira que gostaríamos, mas conseguiu incluir muitas crianças.”

Cisele faz parte do grupo de trabalho em educação da Rede Nossa São Paulo, que monitora a situação do déficit de creches na cidade. Ela lembra que na gestão Kassab houve um crescimento da judicialização para conseguir uma vaga. “O Judiciário recebia muitas ações de cumprimento do direito à educação infantil. Cada defensor público abria cerca de 50 ações por dia. Desde 2013 foram criadas 105 mil vagas, foi um esforço grande, mas não suficiente. É preciso investir mais.”

A expectativa da gestão Haddad é que, até o final do ano, quando se encerra seu mandato, ainda sejam criadas 13 mil vagas em creches da administração direta e conveniadas.

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

3 Comentários

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  1. EU NUNCA OUVI FALAR

    EU NUNCA OUVI FALAR DISSO!!!

    Creche em metro!

    Era so o que faltava mesmo!

    Porque nao em palafitas?  Os carros passariam embaixo, o metro passaria debaixo dos carros, e as criancas seguras-seguras la em cima?

    Porque nao?

  2. Criança de pobre é para ficar

    Criança de pobre é para ficar em depósito mesmo. E é bom todos começarem a se acostumar. Será assim em todas as áreas. O deputado que votou a PEC 241 já disse que “pobre não tem que estudar”. Isso é o que receberam por tratarem política como brincadeira. Tentamos avisar.

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