A geração digital não sabe pesquisar? – Parte I

Por Eliana Rezende

Um estudo recente, revelou uma realidade lamentável: os estudantes da era digital se contentam com informações rápidas, sem se importar com procedência e fidelidade. E o pior: este déficit não atinge apenas os mais jovens. Mesmo os mais velhos e adultos estão cometendo este erro.

De fato nossa sociedade vem se caracterizando por um déficit de atenção atroz em diferentes segmentos (digo aqui em aspectos pessoais, profissionais e muitas vezes acadêmicos). As pessoas definitivamente estão se condicionando a simples 140 caracteres e a urgência e leituras em diagonal fazem a vida de muitos. A verticalidade e profundidade deixa de ser vista como sinônimo de consistência para ser considerada redundante e repetitiva.

Há também um problema clássico, e este vem de anos: as pessoas em geral buscam fórmulas rápidas e soluções imediatas, sem o uso da crítica. A crítica neste sentido não tem que ver com gostar ou desgostar, tem que ver com questionar sobre procedência, veracidade e confiabilidade.

Nossa cultura social e educacional mudou e os novos discentes precisam como nunca ter uma educação digital. Precisam aprender a pensar sobre conteúdos, interrogar-se, fazer o que se fazia antigamente: fichar textos e buscar conexões para sua aplicabilidade ou pertinência ao que se estuda. Nossos alunos precisam ser instigados a pensar sobre, e não simplesmente, consumir sem critérios.

A sociedade de consumo se estende a tudo e não apenas a objetos materiais. E é em relação a tais temas que temos que pensar.

As dificuldades que encontramos com este novo momento de nossa história educacional coloca-nos o desafio de lidar com um novo conceito de atuação e relação a ser estabelecida com discentes; a produção de conhecimento e sua aplicação profissional. Além de lerem pouco e em diagonal, o território da aplicabilidade está sempre muito distante dos livros. Poucos e escassamente lidos. A mudança de nomes de disciplinas e conteúdos não é sinal de atualização.

Em verdade, há que se mudar paradigmas e modelos mentais!

Em alguns debates surgiu a proposição de que se devia ter profissionais de Biblioteconomia ministrando cursos de Metodologia Científica como forma de minimizar os problemas nas pesquisas.

Reconheço a contribuição que Bibliotecários possam oferecer concernente a dúvidas sobre como encontrar melhores filtros ou possibilidades de buscas. Estamos falando de um problema ainda maior! A consistência intelectual não é feita apenas sobre formas de buscas e usos de tecnologia para tanto.

Os alunos, em função da quantidade exposta de informação, assistem ao que vemos ser uma realidade que está diametralmente oposta à da qualidade. A solidez de um aluno deve, portanto, vir do aprofundamento que tem e que faz de suas áreas de concentração. A pesquisa se provará producente se souber elaborar as perguntas certas. E não creio que ter um bibliotecário na metodologia resolva. O aluno tem que se valer do acúmulo de discussões e desenvolvimentos de suas áreas para saber quais autores trazem um debate à cena de sua área de atuação e deste “diálogo” deverá ser capaz de construir suas reflexões.

Os alunos atualmente leem pouco e isso tira-lhes o potencial da comparação, quer por semelhança, quer por diferença. Não acredito em compartimentos. Sou historiadora e, muitas vezes ministrei Metodologia Científica, mas sempre da Pesquisa aplicada, nunca esta aplicabilidade de normas e procedimentos de ABNT ou consulta a bases de dados em geral, substitui o que vai além: o debate de fundo que existe em cada área e que, ele sim dará profundidade reflexiva necessária.

O que é fundamental que ocorra, e não nos anos de Metodologia Científica lá na graduação, é a educação digital desde os primeiros anos de escola. Os alunos devem ser instigados a pensar e desenvolver a crítica pelo lido, pelo escrito e falado. Precisam aprender a “ler” o mundo em que estão inseridos e que lhes chega por diferentes vias de informação e comunicação (internet, rádio, TVs).

A passividade ante ao dado é que deve ser combatida e ser amplamente discutida para causar a inquietação necessária para produzir perguntas que mereçam boas construções de soluções.

Esse caminho de educação cultural que integre ferramentas, hábitos e comportamentos sociais e culturais é que precisa ser trabalhado. Utilizar ferramentas será apenas uma conseqüência do “pensar, questionar e construir” respostas ao mundo. Portanto, não vejo como tarefa de um, ou de uma disciplina isolada, em um momento da vida do discente. Mas é tarefa multidisciplinar e que começa, se possível, já em casa!

Os pais e outros responsáveis devem contribuir de maneira a fornecer, desde crianças, elementos para crítica do que se lê e o que se busca. Mas a formação a que me refiro deve seguir especialmente na formação dos mesmos.

Sou também docente na área de Gestão Documental e Memória Institucional, mas por largos anos também orientei TCC e ministrava Metodologia Científica. Lembro uma oportunidade que o aluno no dia da banca ter-me dito: “sabe quantas versões vc me fez fazer em um único semestre? 17!” Não havia reprovação, havia perplexidade por eu tê-lo feito rever o trabalho tantas vezes e como disse-lhe no dia: “Ainda há espaço para mais!”.

Isto para dizer que o professor, independente de sua formação deve cobrar não apenas pelo conteúdo como pela forma. Este é o meio. Se segmentarmos em vez de somar estaremos restringindo. Não é a formação acadêmica do docente que garantirá melhor ou maior aproveitamento e sim sua argúcia em fazer o aluno ir sempre além e problematizar o que está desenvolvendo.

É do professor o trabalho de ler e reler as pesquisas e desenvolver as mesmas com as interrogações e fragilidades que o aluno e a pesquisa têm.

Só que isso representa tempo e dedicação do docente… e alguns não estão dispostos a tanto, da mesma maneira que muitos alunos não estão dispostos a corresponder a todo este empenho.

Problematização não se resolve ou se propõe com ferramentas de busca e pesquisa, faz-se isso com profundidade teórica. As pesquisas apenas subsidiarão na condução da exposição e desenvolvimento das ideias. De novo voltamos ao ponto de origem: o que move as articulações e grandes descobertas são as perguntas. Elas que movem o mundo!

Há aqui um entroncamento. Estamos vivendo um momento onde a tecnologia está escancarando o que há anos já vinha acontecendo. Creio que houve uma potencialização. Insisto um pouco sobre como nossas gerações precisam de aculturar-se em ambientes digitais e tirar deles o que tem de melhor.

Vejo que cada vez mais pessoas não percebem quanto de nossos hábitos e costumes se transformaram e o quanto às vezes é difícil lidar com a conexão constante, sem contudo aproveitar todas as nuances do que está ao em torno.

De uma sociedade sempre em conexão estamos assistindo ao crescimento de jovens cada vez mais autocentrados e “distantes” com verdadeiros fossos comunicacionais com aqueles que deveriam usufruir de suas presenças físicas.

Algumas culturas, e milenares, estão preocupadas com isso e já introduzem desde a pré-escola formas de se comportar em ambientes de ensino onde há a tecnologia. Na China por exemplo, as crianças aprendem musicas que as incentivam a se levantar de tempos em tempos, mexer os olhinhos e movimentar-se. Parece pouco pela ótica que estamos tratando, mas fundamental para que as mesmas aprendam uma nova forma de se relacionar que não gere dependência ou descontrole.

 

A introdução de tablets seria interessantíssimo, mas creio que é preciso mudar padrões e construções mentais que tentam fixar tais elementos ao mundo analógico. São coisas diferentes e precisam ser tratadas como diferentes. A “sacralidade” dada aos ambientes e recursos digitais precisa encontrar o seu lugar que é o de ferramenta para alguém que pensa! E não o contrário: alguém que quer uma ferramenta para pensar por si.

Volto aqui a um posicionamento que tenho: não há tecnologias que deem conta da autoconsciência de cada um em busca de seu aprimoramento.

A educação formal encontra-se farta por todo lado, mas a de qualidade precisa ser buscada, concorrida, suada. Muitos não querem todo este esforço. Optam em muitos casos pela lei do menor esforço… e correm atrás apenas de um diploma.

Depois vem o segundo momento, a busca por conhecimento é tarefa individual e intransferível. Não serão instituições que farão isso ao indivíduo. Ele é que terá que buscar, cavar e lapidar seu conhecimento usando ferramentas da educação formal… mas todo o esforço terá que ser ato seu!

Por isso, eu afirmo que não há tecnologias disponíveis que deem conta da indiferença e comodidade. Contra essas não há tecnologia!

Há apenas o desejo intrínseco de cada um e formas criativas de se apropriar do que está disponível.

(Cont…)

___________

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13 Comentários

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  1. Não adianta. Usar a tecnologia para mandar sinais de fumaça

    pedagogicamente não funciona.

    Os meninos e meninas já vêm noutra vibe. Há que se aprender com eles e, ao mesmo tempo, ensinar a eles o que já não se vinha ensinando havia muito tempo.

    No mais, afeto é bom também.

    1. Também sou professor aposentado, e realmente concordo contigo.

      Google não é a Enciclopédia Britânica, e a forma de sugerir e induzir as pessoas a pensar é outra.

      Detesto esta velhada (eu sou velho também) que ficam achando que no passado tudo era melhor. Eu era melhor porque era jovem e conseguia correr 10 quilômetros e depois ir trabalhar, porém não era o mundo que era maravilhoso.

  2. Tecnologia como ferramenta e não fim

    O maior problema para pessoas é entenderem que as novas ferramentas digitais não são mais apenas um meio de entretenimento, e sim a possibilidade de se abrir novas portas e alcançar informações não antes disponíves pelo limite geografico e preço de acesso. Mas, como em outros momentos da história, não acredito que os novos acessos a informacões superficiais concentrado na maioria da população seja diferente de outras épocas. Creio que sim, elas não somente replicam outras épocas como aprofundam a quantidade de informações com conteúdo ruim replicadas para os seus expectadores. Entretanto, olhando para a indústria de data análise e sua capacidade de se criar novos métodos de coleta de informações, ferramentas de acesso e interpretação de mega data serão uma resposta a muitas dúvidas hoje colocadas por aqueles que se preocupam com o uso de tecnologia na educação e a incapacidade de pesquisa dos estudantes. Pelo contrário, o que está posto no campo da pesquisa é a retirada da autoridade soberana no guardião do ensino, seja ele professor ou pesquisador, e na verdade a reorganização do ensino em gestão do conhecimento e ‘empowerment’ do aluno. O mundo só está sendo separado como no passado: havia aqueles que tinham o ‘jornal nacional’ como principal meio de informação, onde a maioria do tempo se perdia assistindo novelas e outros programas sensacionalistas, e aqueles que liam e se dedicava aos estudos; e hoje há aqueles que vivem de matérias e headlines de facebook, twitter, entre outros, e os que usam essas e outras ferramentas para acessar matérias com conteúdos ricos e elaborados não disponíveis antes devido a limitações geograficas, linguisticas e financeiras. Como sempre, mas MAIS do que NUNCA, caberá a cada um o que fazer com o seu tempo e capacidade de acesso. 

    1. Valores
      Pessoalmente sou daquelas pessoas que vêem o futuro sempre como ” o copo meio cheio ” , isto é , com otimismo.
      Mesmo assim vejo o mundo atual com uma tremenda crise de valores que afetam também a educação .
      A questão é se as novas gerações vão conseguir reconhecer mais rapidamente o universo virtual como apenas um instrumento a ser usado como fonte de conhecimento e desenvolvimento humano ou se irão utiliza-lo de uma forma vazia , sem uma percepção critica sobre sua utilização sem critérios , como temos muita vezes observado nos nossos dias.
      Eu sinto que vamos precisar provavelmente de um novo Renascimento , como disse um grande escritor árabe outro dia sobre a responsabilidade da cultura ocidental de realmente acolher e reconhecer as outras diferentes culturas de uma forma mais efetiva .
      Provavelmente este mundo utilitarista e hedonista (e que é exarcebado , sim , pelo ambiente virtual ) que estamos vivendo como nunca em nossa trajetória humana , terá que ser reavaliado.
      Talvez , como disse antes , a palavra chave se chame “acolhimento” . Provavelmente seja a senha para as questões complexas colocadas no post principal e a reavaliação tanto do mundo educacional quanto do digital e sua coexistência harmônica .

    2. Caro Vitor, o conservadorismo na Academia é um dos

      Caro Vitor, o conservadorismo na Academia é um dos maiores males que devemos combater. O empoderamento dos alunos pode significar para outros a perda do poder, e a aceitação da diversidade pode parecer a desorganização do pensamento.

      Até os dias atuais ainda não vi e não li algo sobre a incorporação e uso proveitoso de toda esta multiplicidade de informações. Não se pode continuar de forma relutante negar a multiplicidade de informações, mas os professores e instituições não estão aparelhados para isto, logo a negação.

  3. Sugestão Google

    Um reflexo sobre não saber pesquisar está no próprio Google. Seu algorítmo detecta as pesquisas mais usadas com a palavra chave que o pesquisador usou e fornece sugestões de pesquisas correlacionadas. Pois a barbárie é tanta que o sistema já está sugerindo pesquisas erradas.

  4. Sobre Google e Pesquisa

    Ol@s todos…

    Obrigd@ pelos comentários….

    Espero que entendam todo o conjunto do meu pensamento. Em primeiro lugar o texto não esta publicado em sua inteireza. Falta a Parte II.

    Mas como forma de subsdiar o que penso e escrevo sobre o tema disponibilizo os posts relacionados que alargam e tocam em outras esferas o que trato aqui.

    O post não saiu do vácuo, mas faz parte de um processo de pesnamento e debate em vários canais.

    E quero reforçar que o problema não é a ferramenta, mas de novo: o seu uso!

    Fiquem de olho neste pressuposto e em todas as outras pistas que deixo nos outros textos.

    Abs a todos e divirtam-se!

    : )

    Eliana

    1. A geração digital sabe pesquisar, nós é que não sabemos ensinar.

      Cara Professora, infelizmente eu não concordo muito com seu texto, mas colocar assim seria simplesmente um desrespeito à colega, logo vou indicar os motivos disto.

      Primeiro e o mais importante de tudo é que até os nossos dias em poucos lugares as facilidades informáticas pouco penetraram no ambiente de estudo. Temos o hábito de quando possível criar em instituições de todos os níveis os famigerados “Laboratórios de Informática”, ou seja, não nos demos conta ainda que a informática é uma ferramenta que deve ser utilizada assim como o lápis ou papel. Nunca vi qualquer estrutura de ensino que tivesse um ambiente reservado para as pessoas utilizarem seus livros, cadernos ou qualquer instrumento tradicional de ensino, por outro lado o computador é distanciado do ensino não o integrando ao ambiente escolar.

      Há mais de quinze anos, depois de ter lecionado mais de vinte anos de forma convencional, tomei de assalto o chamado laboratório de informática da minha unidade de ensino e parti a dar as aulas trabalhos e provas integralmente no que denominei sala de aula informatizada.

      Como trabalhava com alunos adultos que utilizavam computador, mas nunca dentro de uma sala de aula, houve resistência dos mesmos no início. Também é importante notar que a existência de um equipamento especial como o computador induz a mudança não só na forma de dar aula, mas como também no conteúdo das mesmas, na velocidade, nos tipos de provas e trabalhos e como na postura do professor perante o aluno.  Vejo de sua parte uma grande resistência à adequação a uma nova realidade, escreves: “A mudança de nomes de disciplinas e conteúdos não é sinal de atualização.” Sinto muito, mas este é um dos ranços que falei no breve comentário anterior, é uma negação ao universo expandido que se abre com o uso da informática na educação. Conteúdos deverão ser modificados, não no sentido da redução, mas sim no sentido da expansão.

      A questão da pesquisa e da atenção ao que se passa dentro de uma sala de aula também tem que mudar, o aluno deve ser estimulado a utilizar tanto o computador como a Internet para ao longo da aula utilizar este recurso, não só como um instrumento de pesquisa e escrita como um novo meio de desenvolver o seu trabalho. Ao longo de 15 anos senti mudanças extremas no comportamento dos alunos, por exemplo, no fim deste período quando falava de um fenômeno físico qualquer os alunos procuravam imagens, textos e vídeos durante a própria aula. Assuntos que precisava no mínimo uma hora ou mais para explicar e quantificar o fenômeno em dez a quinze minutos todos os alunos estavam claramente cientes de todo o conteúdo. Nestes casos o que ocorre é diametralmente oposto à frase em que contrapões quantidade com qualidade, Schopenhauer, no seu texto “Pensar por si mesmo” louva uma biblioteca modesta, mas bem organizada, em relação a uma grande e desorganizada, porém mais adiante ele deixa claro que uma biblioteca grande e bem organizada seria o ideal para todos. Segundo ele não está na quantidade à capacidade de criar o pensamento próprio mas sim no desenvolvimento da capacidade de reflexão, que poderá ser obtida de meia dúzia de informações bem organizadas ou de dezenas de leituras também bem digeridas e refletidas.

      A postura do professor tendo uma sala de aula informatizada deve ser também mais aberta, pois a partir do momento em que se aceita a introdução de outras visões do que é apresentado tem-se que aceitar novas interpretações.

      A frase que colocas, “ A “sacralidade” dada aos ambientes e recursos digitais precisa encontrar o seu lugar que é o de ferramenta para alguém que pensa! E não o contrário: alguém que quer uma ferramenta para pensar por si.” mostra uma espécie de desprezo a capacidade de um computador ligado em rede a ser mais do que um mero livro instantâneo, este equipamento tem a sua dinâmica própria que induz a novas formas de pensamento. Os alunos a se basearem num texto, numa imagem ou mesmo num vídeo de um computador, não estão assumindo que este esteja pensando por eles, mas que ele está dando uma nova leitura do que eles estão recebendo do professor.

      Nós professores somos extremamente orgulhosos e invejosos do que contraria a nossa visão do mundo, tudo que poderia agregar é muitas vezes tomado como algo que é impingido pela máquina. Esquecemos que estamos também numa sala de aula “impingindo” uma visão pessoal que não aceitamos ser contestada. Olha, estou falando de uma experiência de alguém que trabalha com a chamada área dura da ciência, e me parece que sou mais aberto ao contraditório do que pessoas que trabalham com áreas das ciências humanas!

      Se há superficialidade nos textos obtidos durante pesquisas de alunos, não é o computador ou a rede que é culpada disto, mas sim a direção e a orientação da pesquisa que deve ser proposta aos alunos. Não é possível, nem é conveniente, reproduzir o mesmo tipo de questão que se põe num trabalho feito da forma convencional, onde o universo de escolha era restrito a um número ínfimo de informações, a um trabalho em que a diversidade de informações atinge a valores astronômicos.

      A informação via livros, beatificada e consagrada durante cinco séculos, deve ser substituída pela diversidade e pela capacidade dos alunos em trabalhar comparativamente com as informações disponíveis.

      Concluindo parcialmente a minha crítica ao texto, digo que talvez o mais importante não seja modificar o aluno, pois ele já está modificado, mas sim modificar a forma com que o professor organize o seu tempo, o seu conteúdo, a sua forma de questionamento, adaptando-as a uma nova realidade que devemos, não de forma Ludista, execra-las, mas sim utiliza-las em benefício do conhecimento e da aprendizagem.

      1. A geração digital sabe pesquisar, nós é que não sabemos ensinar

        Ol@…

        Acho que vv se pouparia tanto se tivesse lido os outros textos!

        Como disse eles dão contexto ao que escrevi…

        Abs

        1. Serão todos lidos. Mas quando se escreve um texto …

          Serão todos lidos. Mas quando se escreve um texto se julga o que está escrito e não todo o Currículo Lattes do autor.

          Não acho procedente a crítica e inclusive acho uma reação típica de um acadêmico (sou também professor do ensino superior), pois se ampara não naquilo que está escrito, mas sim em toda a bibliografia.

        2. Serão todos lidos. Mas quando se escreve um texto …

          Serão todos lidos. Mas quando se escreve um texto se julga o que está escrito e não todo o Currículo Lattes do autor.

          Não acho procedente a crítica e inclusive acho uma reação típica de um acadêmico (sou também professor do ensino superior), pois se ampara não naquilo que está escrito, mas sim em toda a bibliografia.

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