Mendonça Filho não faz representação contra curso do golpe, mas não revê posição

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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Foto: Filipe Jordão/JC Imagem

Jornal GGN – E o ministro Mendonça Filho (DEM), da Educação, disse que não mais levará adiante ‘representação’ contra a disciplina criada por Luis Felipe Miguel, para a UnB, sobre o golpe de 2016. Mendoncinha disse que sua reação estava ganhando ‘conotação de censura e de intervenção na universidade’. Sem representação, mas ele continua afirmando que universidade não pode ter ‘grupamento político-partidário que se sinta proprietário dela’. 

Disse também que nem consulta fez aos órgãos de controle. Foi bravata do momento. Mas afirma que encaminhou uma análise às universidades via Conjuca, consultoria de assuntos jurídicos do MEC.

Leia a matéria postada no Blog do Jamildo.

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‘Preferi não levar adiante’, diz Mendonça sobre ‘curso golpe de 2016’

por Douglas Fernandes

Em participação no Debate da Super Manhã da Rádio Jornal nesta segunda-feira (26), o ministro da Educação, Mendonça Filho (DEM) afirmou que resolveu não “levar adiante” uma representação contra a disciplina intitulada “Tópicos Especiais em Ciência Política 4: O golpe de 2016 e o futuro da democracia no Brasil”, da Universidade de Brasília (UnB).

O ministro afirmou que a sua reação à disciplina estava ganhando uma “conotação” de “censura” e de “intervenção” na universidade, apesar de ressaltar que, segundo ele, todos que o conhecem sabem que sempre respeitou a autonomia universitária. Na sua avaliação, porém, o debate em torno do curso “suscitou uma discussão muito interessante e importante” para o país de que a “universidade não pode ter dono, não pode ter agrupamento político-partidário que se sinta proprietário dela”. 

“Eu disse que faria uma consulta aos órgãos de controle. Terminei não fazendo. Encaminhei uma análise da Conjuca, consultoria de assuntos jurídicos do MEC, que é composta por advogados da União, e a Secretaria de Ensino Superior, que supervisiona e interage diretamente com as universidades. E preferi não levar adiante porque a conotação estava se levando para um debate muito mais de censura, intervenção na universidade”, disse.

Ao comentar a sua decisão, Mendonça Filho relembrou o episódio de violência ocorrido na exibição do documentário “O Jardim das aflições”, no Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFCH) da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).

“Eu vejo até às vezes situações que você na exibição de um filme porque você discorda daquela ideologia, daquela tese, você vai a troca de tapas como se viu aqui na Universidade Federal de Pernambuco. Isso para mim é retrato de um momento de intolerância. A intolerância é algo que deve ser rechaçado de todos os lados. Não pode ser algo de uma lado só”, disse.

Perguntado sobre as experiências durante as visitas às universidades pelo país, o ministro relatou ter sido recebido com “corredor polonês” em uma das instituições e atribuiu a ação a movimentos organizados de militantes do PT, PCdoB e PSOL.

“Eu visitei pelo menos umas 30 ou 20 universidades no Brasil e muitas vezes grupos organizados de militantes do PSOL, PT e PCdo B faziam verdadeiros corredores poloneses. Eu fui recebido com corredor polonês na Universidade Federal de Sergipe. Eu acho isso um retrato daquilo que eu não acredito. Porque a livre manifestação política tem que se dar de forma democrática, respeitando o direito de ir e vir e o direito à opinião. Eu acho que esse retrato da intolerância é abominável qualquer seja a tendência política”, criticou.

 

 

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

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