Mercadante: MPF age como um organismo da Ditadura contra Universidade

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Por Aloizio Mercadante

O pedido do Ministério Público Federal em Goiás para suspender as atividades do curso de extensão “O golpe de 2016 e a universidade pública brasileira” da Universidade Federal de Goiás (UFG) é um inaceitável atentado contra o princípio secular da autonomia universitária. Fere, também, a liberdade de cátedra e configurar-se, ainda, como um ato contra a pluralidade do pensamento.

Com essa atitude, Ministério Público Federal em Goiás faz lembrar lembrar órgãos de controle responsáveis pela censura de narrativas históricas, em regimes autoritários da história do Brasil, como o SNI, o DOPS e o DOI-CODI. Felizmente, apesar de vivermos tempos sombrios em que se instalou, em nosso país, um estado de exceção seletivo, esses órgãos de repressão foram extintos pela luta de resistência democrática e pelo estado de direito.

Reafirmo que o ambiente da universidade deve respirar liberdade, respeitar a pluralidade de pensamentos e de ideias e permitir o contraditório. Tenho convicção que essa ação civil pública será contestada pela ampla maioria da sociedade académica e por todos aqueles que acreditam no estado democrático e de direito, neste país.

A narrativa da história do golpe jurídico, parlamentar e midiático, de 2016, contra uma presidenta legitimamente eleita, que foi afastada sem crime de responsabilidade, não será reescrita pelos golpistas. Da mesma forma, está, cada vez mais clara, a inaceitável prisão política da maior liderança popular da história do Brasil, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O autoritarismo não vai calar nossas universidades, nem a nossa luta pela liberdade de Lula!

Aloizio Mercadante, ex-ministro da Educação

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

9 Comentários

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  1. É o QI.

    É de lamentar o pensamento e atitude dos que desejam cancelar cursos sobre o golpe ou qualquer outro acontecimento histórico. A falta de conhecimento histórico é de lamentar. Existem livros, filmes/documentários, vídeos e cursos sobre os mais diversos acontecimentos da história. Há alguns acontecimentos que são estudados até hoje tamanha a importância dos mesmos. Será que essa turma de deficientes mentais acredita realmente que o golpe não será explicado nunca ou não deveria? Será que seus filhos e netos vão conseguir passar a vida toda sem saber o que aqui ocorreu? Pessoas possuírem QI de ameba podemos compreender, mas tentar impedir a evolução de QI dos demais é que é lamentável.

     

  2. Judiciário Fascista e Traidor do Brasil

    Um democrata no Poder Executivo e um Legislativo com maioria progressista, são requisitos necessários para enfrentar o Poder Judiciário com valores fascistas.

    1. Impeachment de Barroso

      Senadores que defendam a Constituição podem cassar o ministro Luis Roberto Barroso – advogado da Globo lotado no STF.

      Pra isso é preciso um Legislativo progressista, com parlamentares democratas.

  3. Mercadante foi, é e  sempre

    Mercadante foi, é e  sempre será um traíra.

    Justiça seja feita:

      Lula foi o primeiro a detectar.

  4. Como Lula incomoda essa gente!!!!

    Leiam esse pedacinho da Ação Civil Pública:

     

    “Outro evento que serve como diagnóstico do contexto institucional no qual está inserido a realização do curso de extensão objeto desta ação, é a proposta de concessão do título de doctor honoris causa ao ex-presidente da República Lula, o qual não tem nem curso superior, recentemente ventilado por membros da UFG. Tal proposta, no atual contexto em que se encontra o país, está a demonstrar a articulação de forças políticoideológicas no seio da UFG com a finalidade precípua de participar e influir diretamente nas atividades políticas que se desenrolarão neste ano eleitoral, o que também vem ocasionando o repúdio de expressiva parcela da sociedade brasileira, como se vê nos documentos anexos à presente ação.”
     

    Definitivamente, a prepotência não tem medo do ridículo.

     

    Para quem tiver paciência de ler a coisa toda, o link é este:

    http://www.mpf.mp.br/go/sala-de-imprensa/docs/not2233-ACP%20Golpe%20UFG.pdf

     

     

  5. Quando começarão a queimar livros?

    Quando começarão a queimar livros?  E na surdina corre por aí uma proposta para eliminar as humanidades das Universidades Públicas. Com várias assinaturas de deputados o projeto continua  em andamento.  Em manifestação recente um professor de Universidade Federal de fortes convicções fascistas anda defendendo a criação de um ministério da educação para as Humanas e outro para as ciências exatas.

    O problema deste golpe é que ao abrir a caixa de Pandora todos os monstros sairam e estão emponderados e sem controle.  Da escola sem Partido à Universidade sem Humanidades, querem formar cada vez mais Juízes que não sabem o significado de um premio Nobel da Paz.

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