Na contramão da Lei, Sadia realiza ação publicitária em escolas

Ana Gabriela Sales
Repórter do GGN há 8 anos. Graduada em Jornalismo pela Universidade de Santo Amaro. Especializada em produção de conteúdo para as redes sociais.
[email protected]

Fotos: Reprodução / Sadia

Jornal GGN – A empresa subsidiária Sadia, pertencente ao grupo Brasil Foods S. A, foi notificada pelo projeto Criança e Consumo, do Instituto Alana, sobre a comunicação de marketing abusiva do projeto “Saber Alimenta”, que tem a parceria do chef de cozinha britânico Jamie Oliver. A ação comercial, caracterizado pela Sadia como uma ‘iniciativa educativa’, é direcionada ao público infantil, com foco em alunos entre seis e dez anos de dentro das escolas.

A Sadia em seu projeto-piloto, que contou com a presença de Oliver, realizou a atividade em uma escola privada de São Paulo. A programação, até o fim do ano, chegará em escolas da rede pública catarinense, por meio de um convênio acordado com a Secretaria de Estado da Educação de Santa Catarina. Ainda, segundo o site do “Saber Alimenta”, o projeto pretende atingir cerca de 100 mil crianças, entre escolas públicas e privadas, nos próximos três anos.

Estas ações publicitárias em escolas vão contra a legislação brasileira em vigência, prevista no artigo 227 da Constituição Federal, no Código de Defesa do Consumidor, no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e na Resolução 163 do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda). Em 2014, a ONU (Organização das Nações Unidas) publicou um relatório orientando o fim de qualquer forma de publicidade dirigida a crianças no ambiente escolar.

“Não é justo, não é ético, nem, tampouco, lícito, utilizar o ambiente escolar como local de promoção de produtos. A escola deve ser compreendida como um espaço privilegiado para a formação de valores. A entrada de empresas comerciais externas ao cotidiano dos pequenos, prejudica a autonomia político-pedagógica dos estabelecimentos de ensino e impede que as crianças sejam capazes de diferenciar o momento de aprendizagem da comunicação mercadológica realizada.”, explicou Ekaterine Karageorgiadis, advogada do Instituto Alana.

O projeto Criança e Consumo, desde 2006, atua na divulgação e no debate sobre questões relacionadas à publicidade dirigida ao público infantil, indicando caminhos para minimizar e prevenir os malefícios da comunicação mercadológica.

Ana Gabriela Sales

Repórter do GGN há 8 anos. Graduada em Jornalismo pela Universidade de Santo Amaro. Especializada em produção de conteúdo para as redes sociais.

1 Comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador