Ocupação da reitoria da USP sobrevive à primeira noite

Estudantes reivindicam reformas nas eleições administrativas da USP 

A campanha pela reforma do sistema de votação para reitor da Universidade de São Paulo (USP) resultou, nesta terça-feira, 1º de Outubro, na ocupação da reitoria por cerca de 400 estudantes. A ação ocorreu em resposta à reforma nas eleições decididas a portas fechadas pelo Conselho Universitário da instituição, presidido pelo reitor da instituição, João Grandino Rodas, e composto por 120 membros, dos quais apenas 2% representam os estudantes. 

As greves da USP Leste, em protesto contra a contaminação do solo do campus, e da Faculdade de Direito do Largo São Francisco, por falta de professores na composição da grade curricular, também motivaram a decisão a ocupação da reitoria. 

Durante assembleia geral organizada pelos estudantes de todos os campos da USP na noite de terça-feira, os manifestantes decidiram pela permanência da ocupação e greve geral, que começa a ser articulada a partir desta quarta-feira entre representantes das unidades da universidade. 

Em nota, a Associação dos Docentes da USP (Adusp) e a Associação dos Trabalhadores da USP (Sintusp) declararam apoio à paralisação. 

O fator chave para a invasão da reitoria se deu horas antes da reunião do Conselho Universitário, realizado às 14 horas de terça-feira, quando representantes de diretórios estudantis de diversos campos e unidades da USP protocolaram um pedido junto a administração para que a reunião do Conselho fosse aberta a professores, funcionários e alunos. 

A decisão não foi acatada e a reunião do Conselho Universitário resultou em mudanças tidas como limitadas por representantes da comunidade acadêmica, como a alteração de dois para um o turno de escolha para os cargos de vice-reitor e reitor, e escolha de instituições que poderão participar das votações, ou seja Conselho Universitário, Conselhos Centrais, Congregações das Unidades e pelos Conselhos Deliberativos dos Museus e dos Institutos Especializados, com um total de membros que corresponderão a 2 mil representantes da comunidade universitária. 

No início do ano, o reitor João Grandino aceitou abrir uma discussão para mudanças no modelo de eleições na USP. Segundo Letícia Alcântara, estudante de letras e membro do Diretório Central dos Estudantes, cinco propostas foram protocoladas, dentre elas a apoiada pelo DCE e conselho dos estudantes da pós-graduação, Adusp e Sintusp que exige que as eleições para os cargos de reitor e vice-reitor sejam diretas. Hoje os três primeiros colocados são submetidos a análise do governador do Estado de São Paulo. João Grandino, por exemplo, ficou em segundo lugar nas eleições feitas junto aos representantes universitários, mas ganhou o cargo por decisão do então governador do Estado José Serra. 

“Queremos agora uma nova reunião do conselho, que seja aberta a participação de todos e que tenhamos eleições diretas, ou seja, para que todos os estudantes, funcionários e professores da USP possam participar da escolha do reitor de forma paritária, com o mesmo peso”, completou Letícia. Os manifestantes também exige o mesmo peso de decisão entre professores, funcionários e alunos. 

Pelo sistema atual, o voto de um professor tem o peso do voto de seis funcionários e de 16 alunos. 

Segundo a última informação recebida pela equipe Brasilianas.org, a diretoria da USP Leste foi ocupada também no início da tarde desta quarta-feira. 


Foto: DCE Live USP/Facebook

Redação

15 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. Ridículos

    Mais um instituição que a esquerdalha pretende destruir… a função do aluno é estudar e não tumultuar com demagogias politiqueiras! Como os temporários, no máximo 4 ou 5 anos, podem querer decidir quem será ou não o reitor?

    CHOQUE JÁ!

     

     

    1. Em primeiro lugar, lamento
      Em primeiro lugar, lamento sua posição truculenta, com essa história de “choque já”, pelo amor de Deus, será que nem na maior universidade do país, lugar por excelência da discussão e do diálogo, vamos conseguir resolver as coisas na base da conversa?

      Em segundo lugar, embora isso me deixe um pouco preocupado, devo admitir que concordo com a tese do meu xará de que estudantes não devem ter direito a voto. Realmente, a importância da eleição para reitor não é a mesma para professores, funcionários e alunos. Um aluno de último ano que escolha um mau reitor só terá que sofrer com a situação por mais alguns meses. Um aluno de primeiro ano pode ter que aturar o cara por quatro anos, mas logo se livrará do problema quando se formar. Para funcionários e professores, a coisa é completamente diferente. Se um reitor fizer algum descalabro e esculhambar completamente a universidade, eles podem ter que sofrer com a situação pelo resto de suas vidas, ou pelo menos até o fim de suas carreiras. A importância da eleição para essas categorias é muito maior. Não dá para equiparar as coisas.

      O preenchimento de qualquer cargo administrativo deveria se dar sempre por critérios objetivos, sem qualquer interferência política. Critérios objetivos incluem concurso, eleição e plano de carreira. O grande absurdo na eleição para reitor é a formação da lista tríplice e possibilidade do governador influir na decisão baseado exclusivamente em seus critérios pessoais. A forma que defendo para escolha do ocupante do cargo é a votação direta por parte dos funcionários e professores. Governador não tem nada que interferir na escolha do reitor, é um cargo administrativo, não político. Aliás, é um absurdo a quantidade de cargos no Brasil que os políticos preenchem pelos critérios que bem entendem, na esmagadora maioria dos casos sem nem lista tríplice: diretorias de estatais, montanhas de assessores, cargos em comissão, todos pagos com nosso dinheiro.

      Acho importante que a gente lute para gradativamente reduzir o poder que os políticos têm sobre a administração pública, que via de regra eles usam muito mal, e aumentar o poder que a sociedade tem sobre aquilo que é feito com seu próprio esforço.

      1. “…..lugar por excelência da

        “…..lugar por excelência da discussão e do diálogo…..”.

        Dialogo com essa gente meu amigo? CHOQUE E BORRACHA NO LOMBO JA’!!!!

          1. Poxa Alesandro, o que a

            Poxa Alesandro, o que a imagem poderia te provar mais do que a truculencia dessa gente? 

            Essa imagem e’ da Folhapress (oficial) foi feita durante a ocupacao da Reitoria. 

            Tirar a cabeca de fora da areia e ver e, pelo menos tentar ver a realidade, seria bom pra ti Alejandro.

            Ja estive na taa situaacao em nao pensar e me curei sozinho sem ajuda de psiquiatras, posso te dar umas dicas de como nao ser idiota perante o mundo

             

        1. Seu comentário é Crime.

          Independentemente do que tenham ou da maior barbaridade que tivessem por ventura feito; ao reduzir os manifestantes a “lombo” (parte do corpo de animais de abate, como bois e porcos) e o senhor está enquadrado no artigo 139 do Código Penal tendo cometido o crime de difamação. Gostaria de ressaltar que não há excessão à verdade no crime de difamação, uma vez que o dano se dá ao indivíduo independentemente. (Mesmo que não seja o caso, pois todos somos humanos, e não possuimos lombo).

          Seu comentário foi um Crime. Se houvesse alguém de chamar a polícia, seria primeiramente para rastrear seu IP.

          O segundo e terceiro crimes que seu comentário comete estão nos Artigos 286 e 287 do Código Penal, ao incitar a violência no presente e fazer apologia ao crime de uso indevido de violência por meio do abuso de autoridade, uma vez que o choque não possui (ainda, ao menos que seja chamado) o direito de intervir na situação.

          Antes de expôr suas críticas e argumentos de maneira criminosa, formate-os ao convívio legal em sociedade, mas não cometa um crime por crer que Fulano ou Beltrano o cometeu…

      2. “lugar por excelência da

        “lugar por excelência da discussão e do diálogo”

         

        É com marreta na mão que se faz a “discussão e o diálogo”?

      3. “Um aluno de último ano que

        “Um aluno de último ano que escolha um mau reitor só terá que sofrer com a situação por mais alguns meses. Um aluno de primeiro ano pode ter que aturar o cara por quatro anos, mas logo se livrará do problema quando se formar. Para funcionários e professores, a coisa é completamente diferente. Se um reitor fizer algum descalabro e esculhambar completamente a universidade, eles podem ter que sofrer com a situação pelo resto de suas vidas, ou pelo menos até o fim de suas carreiras. A importância da eleição para essas categorias é muito maior. Não dá para equiparar as coisas.”

         

        Interessante. É com argumento muito semelhante a esse que alguns defendem o não-voto daqueles que ganham bolsa família. As classes médias A e B que são ungidas para decidir pelo melhor caminho do país, assim como professores e funcionários (no caso da universidade).

         

        Enfim, não me convence e não concordo, embora eu seja minoria

        1. Não defendo, de forma alguma,
          Não defendo, de forma alguma, que quem recebe bolsa-família não deve votar, muito pelo contrário. Acho que são coisas bem diferentes… Observo que a esmagadora maioria dos alunos da USP são justamente oriundos das classes A e B. Ou seja, defender que eles não devem votar para reitor não tem nada a ver com exclusão social.

          1. Bem, acho que você não

            Bem, acho que você não captou a semelhança na argumentação, mas deixa para lá.

  2. Houve um avanço

    Houve uma alteração importante, que foi diminuida com a notícia da invasão: 

    O número de votantes passou de 360 para 2000.

     

    Do Facebook de 

    Renato Janine Ribeiro

     

    18 hours ago Contente com uma mensagem de Luiz Nunes, que me sucedeu como representante dos professores titulares no Conselho da USP, e que fala de meu papel, em 2009-11, cobrando sempre do Reitor que pusesse em debate a mudança na forma de escolha para o seu cargo.
    Cumprimento Hernan Chaimovich, que talvez tenha sido quem primeiro defendeu a fórmula finalmente vitoriosa.
    O importante, para quem não entendeu, é o seguinte: com 360 eleitores, todos membros dos conselhos centrais, o reitor e os pró-reitores controlam tudo. Por isso nenhum reitor em exercício deixou a “oposição” ganhar, ao longo de longos 25 anos…
    Com 2 mil eleitores, acaba esse controle.
    E no ano que vem, está previsto continuar a discussão.
    Muito tem que ser mudado. Antes de mais nada, penso eu, acabar com a lista tríplice para a escolha de diretores das faculdades e institutos, proposta de Flavio Ulhoa, do IME.

     

  3. Invasão deste modo procede?

    Coloco a questão por alguns motivos. Sou a favor da ocupação, mas existem alguns problemas.

    A Reitoria está dividida em três partes: uma parte na “Nova Reitoria” ocupada pelos estudantes; outra parte, na “Antiga Reitoria” reformada, onde está, inclusive, a sala do Reitor; a terceira parte, em um prédio particular em Santo Amaro.

    Esse desmembramento foi estratégico. Por exemplo, a área de contratos e licitações está em Santo Amaro. Claro, para chegar lá, a USP manda ônibus pela Escola Politécnica e van que tem partida e chegada em horários determinados.

    Acho que, se há algo mais a ser feito em termos de ocupação, que se faça, também, no prédio reformado. A propósito, só para constar: o dinheiro gasto para manter os DOIS espaços da USP em Santo Amaro foram dados da seguinte maneira: cada setor da Reitoria deve mandar, no mínimo, um funcionário para justificar o gasto.

    Por fim, o correto seria ocupar a área onde existem os servidores, o CCE. Com VPN e Cloud Computing, qualquer pessoa em qualquer lugar pode acessar os dados para trabalhar (quando não se precisa do material físico).

  4. espero que o Choque seja

    espero que o Choque seja mandado o mais breve possivel para lá

    Afinal lugar de estudante e na sala de aula 

    esses sao do tipo totalitario que gosta de usar o conceito de democracia para extravassar seus totalitarismos …

  5. Uma anti-campanha: usam a força bruta Quê pena!
    Pagiando o PaPa quê bela campanha pelas diretas heim Estudantes brucutús!!!
    Usandompaus marretas uma grande
    ANTI-C AMPANHA!!!!

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador