Professores de História denunciam censura e ações por Escola sem Partido

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Foto: Reprodução
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Jornal GGN – Professores da Associação Nacional de História denunciaram a perseguição e coação sofridas por educadores de História ao longo dos últimos meses e atribui os fatos ao movimento Escola Sem Partido.
 
“Esse processo, certamente, é estimulado pelo movimento Escola Sem Partido que organiza eventos, produz conteúdo digital divulgado em seu sítio eletrônico etc. e patrocina ações legislativas que estimulam a coação, o constrangimento e a censura aos professores de História em todo o território nacional”, publicou a ANPUH em nota oficial.
 
Segundo a Associação, já houve registros de casos de professores e educadores que sofreram e ainda passam por constrangimentos, intimidações e censuras. Dos mais recentes, três casos preocupam mais profundamente a entidade.
 
No Colégio Pedro II, no Rio de Janeiro, os profissionais chegaram a se sentir intimidados, após interpelação do Ministério Público Federal (MPF), que abriu um processo administrativo contra os servidores públicos federais por supostos delitos.
 
A associação não explicou quais foram esses supostos crimes, mas apontou que a motivação seria a “crença do Escola sem Partido de que os docentes estariam fazendo ‘doutrinação esquerdista’ dos seus alunos”.
 
Outros dois processos foram verificados. Uma ação civil aberta em Santa Catarina, contra a professora Marlene de Faveri, “por suposta propaganda do feminismo em sua atividade docente” e outro, no Rio Grande do Sul, o professor José Mineiro, da rede pública estadual, foi afastado da escola “em função também do conteúdo de sua atividade docente”.
 
“A ANPUH registra sua indignação com a desvalorização e a criminalização do trabalho dos profissionais da História presentes nesse tipo de ação e chama a atenção para os resultados catastróficos para o futuro da democracia e do pensamento crítico e emancipador na sociedade brasileira”, afirmou em nota.
 
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Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

9 Comentários

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  1. O holiday Babaca também entrou nessa

    Mas acho que ele só quer distrair o pessoal para não investigarem de onde veio a grana dacampanha dele.

     

    http://www.diariodocentrodomundo.com.br/por-que-fernando-holiday-esta-invadindo-escolas-publicas-por-mauro-donato/

     

    Por que Fernando Holiday está invadindo escolas públicas. Por Mauro Donato

     

    O vereador Fernando Holiday tem feito visitas a escolas públicas de forma pouco usual. Elas são inesperadas e têm um caráter policialesco.

    “Hoje fiz duas visitas surpresas a escolas da rede pública municipal de ensino para conhecer melhor a realidade desses docentes, mas principalmente dos alunos e as condições de ensino que eles são submetidos todos os dias. Precisamos melhorar nossa educação de dentro pra fora e assim coibir qualquer tentativa de doutrinação que nossas crianças e adolescentes possam vir a sofrer. O trabalho só começou e em breve mais visitas são feitas e divulgadas”, postou ele nas redes sociais.

    Para que não haja dúvidas da intenção de Holiday, basta redobrar a atenção no trecho ‘coibir qualquer tentativa de doutrinação que nossas crianças e adolescentes possam vir a sofrer’ e atentar para o encerramento da postagem em que o vereador solicita que pais o ajudem:

    “Denunciem pelo email: [email protected]” Exatamente, o vereador está visitando escolas representando o movimento fascistóide Escola Sem Partido. A aberração criada pelo deputado Izalci Lucas (PSDB) que defende a ‘neutralidade política, ideológica e religiosa do Estado, como reconhecimento da vulnerabilidade do educando como parte mais fraca na relação de aprendizado’ quando na realidade tem o objetivo de implodir o pensamento crítico e a experiência da pluralidade. Um nefasto plano de criar analfabetos políticos.

    Professores estão inconformados. “Estranho. Totalmente sem agendamento com a direção da escola, nem com a supervisão de ensino. Ocorreu por volta das 13:00. O vereador foi atendido pelo diretor e pelo assistente de direção da EMEF e exigiu ver os planos de aulas dos professores para saber o que anda sendo ensinado, bem como rondou as dependências da escola com seus assessores, fotografando os trabalhos realizados pelos alunos. Todos os professores e a gestão da escola acharam extremamente estranho. Suspeitamos de patrulhamento ideológico visto que nossa unidade tem projetos voltados à discussão de gênero e direitos humanos, além de ser uma escola abertamente de luta contra as pautas político-trabalhistas dos governos federal, estadual e municipal”, disse um professor da EMEF Constelação do Índio, umas das escolas visitadas ontem por Fernando Holiday. Ele não quer ser identificado.

    “O que Fernando Holiday está fazendo nas escolas não é papel de vereador. Isso se chama assédio e coação aos profissionais de educação. Vamos tomar as medidas jurídicas e políticas necessárias”, disse a também vereadora Sâmia Bonfim (PSOL).

    Fernando Holiday construiu-se nas manifestações pró-impeachment com um discurso visceralmente conservador. É contra cotas raciais, desfilou ao lado de golpistas vociferando contra a corrupção e hoje é acusado de ter sua campanha financiada com recursos de caixa 2. Agora, coloca em prática a vigilância combinada com seus apoiadores e sai em blitz pela cidade com a finalidade de ‘analisar se há doutrinação no conteúdo que está sendo dado na sala de aula’.

    O que Holiday pretende com essa postura intimidatória? Colocar medo em professor? O vereador novato não pode interpretar à sua maneira o que está sendo lecionado. Não é autoridade para isso. E se quer saber um pouco mais sobre educação, deveria começar aprendendo que não se entra assim na casa dos outros, sem aviso.

     

  2. E dá-lhe assinatura oficial

    Doutrinação só a deles… A do Instituto Millenium.

    Revista VEJA, Folha e GloboNews pra todo mundo! Plim, plim!

  3. Esqueceram do fato que um

    Esqueceram do fato que um Professor, que é um cargo de nível SUPERIOR, tem salário bem menor que vários cargos de nível MÉDIO, do judiciário, MP e executivo.

    Este fato já demonstra qual a intenção do País, com relação à educação.

    Se já não bastasse isso há ainda a implicancia ideológica partidária, religiosa (por parte de ateus xaropes) e outras implicâncias.

    O que está em voga ? Estão tentando acabar com a educação pública Brasileira, a verdadeira ideia é esta.

  4. Devo dizer que a censura não

    Devo dizer que a censura não é apenas aos professores de História. Sou professora de Literatura e Redação e já fui interpelada sobre os comentários tecidos nas redações de alguns alunos. Os pais, aparentemente, não conseguem conviver com o contraditório. Tal qual Hitler. 

  5. É o fascismo penetrando em

    É o fascismo penetrando em todo o tecido social. Fica cada vez mais evidente que existe um comando central e um plano para eliminar o Brasil dos BRICS, torná-lo irrelevante no concerto das nações, reduzi-lo à condição de colônia. 

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