Supremo manda recado a Bolsonaro sobre liberdade em escolas e universidades

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
[email protected]

Foto: Agência Brasil
 
Jornal GGN – O Supremo Tribunal Federal tem dado sinais mais palpáveis de que a doutrina Bolsonaro de censura prévia em escolas e instituições de ensino superior, todas públicas, não será admitida facilmente. Ontem, julgando a atuação de tribunais eleitorais contra universidades que fizeram protestos em defesa da democracia e denunciando a iminência do fascismo, a maioria dos ministros da Corte discursaram pela liberdade de expressão.
 
“Se um professor, o expositor quer falar sobre o fascismo, o comunismo, o nazismo, ele tem o direito de falar. E os alunos, as pessoas têm direito de escutar e realizar um juízo crítico e eventualmente repudiar aquilo que está sendo dito. Não é a autoridade pública que vai fazer um filtro paternalista e antidemocrático”, disse Alexandre de Moraes.
 
“Dificultar a manifestação plural de pensamento é amordaçar professores e alunos. A única força que deve ingressar nas universidades é a força das ideias”, acrescentou Cármen Lúcia, lembrando que a censura, neste caso, é inconstitucional.
 
Gilmar Mendes concordou e disse que “estes episódios ligados à presença da polícia nas universidades trazem memórias tristes na história do mundo”, como “a queima de livros realizada em várias cidades da Alemanha em maio de 1933, de autores que não se alinhavam com os ideias do regime nazista.”
 
Luís Roberto Barroso sustentou que a invasão de policiais em “salas de aula ou retirando faixas que refletem as opiniões dos alunos” são atos que “remetem a um passado que não queremos que volte”. “Em nome da religião, da segurança pública, do anticomunismo, da moral, da família, dos bons costumes ou outros pretextos, a história brasileira na matéria tem sido assinalada pela intolerância, pela perseguição e pelo cerceamento da liberdade”, concluiu  Barroso. 
Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

4 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. o resto é mimimi

    O único recado efetivo que o STF pode mandar deve ser endereçado à carcereira juiza Lebbos, com a seguinte redação:

    “Ponha o Lula no olho da rua, imediatamente!”

  2.  “remetem a um passado que

     “remetem a um passado que não queremos que volte”

    Brada Barroso, agora o protetor da democracia, da liberdade e dos frascos e comprimidos. 

    A pergunta incômoda que nós aqui em baixo fazemos é a seguinte: Não seria possível pela constituição impedir a candidatura de alguém que faz apologia de genocídio, extermínio de adversários ideológicos e fomenta o ódio contra minorias, expressando sua homofobia, misoginia e rascismo em todos os cantos? 

    Se a resposta é sim, porque não previnir invés de remediar? Agora teremos que confiar na capacidade real dos supremos corajosos em defender a civilização. Complicado

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador