Temer fará com que universidades públicas vivam de doações e sem ajuda do governo

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Foto: Lula Marques
 
 
Jornal GGN – A reportagem “Governo quer dar mais autonomia a instituições”, que o Valor divulgou nesta segunda (13), deveria ter outro título: “Governo quer reduzir gastos com universidades”. Isso porque o texto expõe quais os planos da gestão Temer para a suposta sobrevivência das instituiçoes de ensino público que serão inevitavelmente afetadas pela PEC do teto nos próximos anos.
 
Segundo a matéria, o governo quer passar a ideia de que está criando uma maneira de “dar mais autonomia financeira às instituições públicas, como universidades e agências, na captação e gestão de recursos”, já que está ciente de a verba do Tesouro será contingenciada. Na prática, o que Temer traça é um plano de “privatização e fechamento de empresas que não fazem mais sentido como públicas”. 
 
Inclusive, um dos caminhos discutidos é transofrmar as universidades em Organização Social (OS) ou alguma outra estrutura que permita ter uma arrecadação provada que sustente seus gastos de custeio, como pessoal e outros. Enquandram-se nessa perspectiva centro como o ITA (Instituto Tecnológico da Aeronátuca) ou a Universidade e Brasília, além de museus e parques. O exemplo-modelo é o Instituto de Matemática Pura e Aplicada (Impa), uma “OS vista como bem sucedidade”, diz o jornal.
 
O grupo de Temer sustentou que ter instituição totalmente vinculada ao governo só atrapalha as próprias universidades, que não podem voar “mais alto e em melhores condições”. 
 
O impacto sobre os funcionários é garantido. Se o modelo adotado for o de OS, eles podem ser transferidos e perdem o status de funcionários públicos. 
 
A área técnica já estuda encampar um projeto de lei da deputada tucana Bruna Furlan, que autoriza a criação de “fundos patrimoniais”, com o objetivo de fazer com que as universidade federais vivam de doações de pessoas físicas e jurídicas.
 
O projeto, que já foi aprovado na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara, permite ainda que as doações tenham propósitos bem definido por seus doadores, como o fomento de uma determinada pesquisa científica. A fala da deputada sobre sse fundo é ainda mais clara: será “uma fonte vitalícia de recursos, imune às interveniências políticas na definição do orçamento da instituição federal de ensino superior”. O mesmo fundo pode ajudar na estrutua física e quem sabe nas bolsas.
 
No caso de agências reguladoras, como a CVM (Comissão de Valores Imobiliários) e a Aneel (Agência Nacional de Energia Eletrica) a situação é mais complicada porque exige mudança na Constituição.
Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

13 Comentários

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  1. Curiosamente, este velho

    Curiosamente, este velho mafioso filho-da-puta não teria chegado onde chegou se não tivesse estudado numa UNIVERSIDADE PÚBLICA. 

  2. Quando a USP, neste ano,

    Quando a USP, neste ano, tocou a fanfarra a respeito das vagas de entrada para a Universidade via ENEM, acho que foi o Zago (cito de memória o fato, mas o autor da declaração é que não lembro bem) declarou que precisaria de ajuda federal.

    Bom, independente de ser ele ou não o autor da declaração, uma coisa é fato: mesmo sendo estadual, parece que, aos poucos, seus desejos serão realizados.

  3. Doações? do pão-durismo 

    Doações? do pão-durismo  pungente de magnatas brasileiros como o Silvio Santos? dos irmãos Marinho? afinal, doações exatamente de quem, ô cara pálida?

  4. LEILÃO DAS UNIVERSIDADES PÚBLICAS
    É impossível compreender as atitudes de um governo tão ordinário e corrúpto como esse que temos no momento. Como essa corja política recebe salários altíssimos, além de outras vantagens absurdas, como auxílio educação para os seus filhos, que deveriam estudar em escolas públicas, entre outras, além de não recolherem INSS e outros impostos, com direito a aposentadoria, agora querem privatizar o ensino público superior. Se devolvessem tudo o que roubaram nessas últimas décadas, teríamos um superávit tremendo, mas o que importa à essa corja, essa vara de poucos imundos, é encher os seus bolsos com os impostos pagos pelos trabalhadores mais humildes, e que são aqueles que fazem esse país crescer.
    Infelizmente, com esses acéfalos no governo, o ditado “Brasil, país do futuro”, está muito longe de acontecer.
    Enquanto um pobre infeliz rouba uma lara de salsichas e é preso na hora, ficando anos à espera do julgamento em meio a marginais de alta periculosidade, essa cambada de vagabundos fica solta e continua a roubar, até por que, nem dinheiro para tornozeleiras eletrônicas o governo tem a cara de pau de dizer que não tem, mas tem para almoços e jantares milhonário, para bancar as campanhas políticas com dinheiro público e passear de avião para cima e para baixo com a família. É por um desses motivos que essa cambada nojenta não se importa com a infraestrutura do país, pois, ou passeiam em carros de luxo e blindados pir Brasília ou só enxergam o país visto das alturas. Democracia zero, pois quanto menos informado o cidadão, melhor para essa manada de jumentos que ocupam o luxuoso hotel 7 estrelas chamado Congresso Nacional, seus ministérios e palácio.
    Que se lixe o povo brasileiro. Mas tenham a certeza de que daremos o troco e não ficaremos calados, pois as eleições estão próximas e precisamos reciclar o que chamam ironicamente de A casa do povo”, onde esses são proibidos de frequentar.
    Queremos gente honesta no governo, e não um monte de inúteis, ladrões e corrúptos a nos governar. O BRASIL Ê DOS BRASILEIROS!

  5. universidades federais

    As universidades federais são um patrimônio do Brasil. Olhe para qualquer lado e veja quantos amigos e conhecidos, assim como filhos e filhas de amigos e amigas mudaram de vida por terem estudado em universidades públicas. Vejam as milhares de pessoas que estudaram e hoje trabalham e sustentam suas famílias. Não tem cabimento essa possibilidade que esse governo atual imagina fazer. No Governo Lula, quando definiram a obrigatoriedade de usar 18% do orçamento da União para a Educação, era justamente para evitar a possibilidade de saqueadores quererem usar o orçamento para outra coisa. 

     

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