Jornal GGN – Hoje é um dia que marcará a luta das Federais contra as intervenções do Ministério da Educação e Cultura (MEC) na nomeação de reitores menos votados pela comunidade acadêmica. Aconteceu em várias universidades e institutos desde o advento do governo Bolsonaro. No entanto, a Universidade Federal de Pelotas (UFPel) nomeou o reitor indicado, que assume legalmente, e o nome mais votado assume extraoficialmente.
Na prática, a partir desta sexta, dia 8, terá dois reitores. Isabela Andrade, atual diretora do Centro de Engenharia, assumirá legalmente a Reitoria, em função da nomeação pela presidência da República. E Paulo Ferreira Júnior, nome mais votado na eleição feita dentro do Conselho Universitário e na consulta informal realizada na comunidade, assume extraoficialmente, em cogestão.
Os dois estavam na lista tríplice vencedora da eleição.
A opção em não promover uma renúncia à nomeação da professora Isabela, explicou o reitor Pedro Hallal, ocorre em função do fato de que, se isso fosse feito, o MEC nomearia um interventor por seis meses, que depois deste período chamaria nova eleição.
Hallal disse, na live realizada no começo da tarde desta quinta-feira (7), que a UFPel lutará intensa e incessantemente pelo direito democrático de Paulo Ferreira assumir a Reitoria. Entre as ações neste sentido, estão recurso administrativo no MEC, ação junto à Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e medidas jurídicas e políticas.
Em sua manifestação na live transmitida pelo facebook e youtube, Hallal lembrou que em mais de 20 universidades ocorreu o mesmo que na UFPel. “Mas aqui manteremos o programa de Gestão eleito”, asseverou. Ele considerou que a atitude do governo federal é para instabilizar o ambiente nas universidades federais.
Dizendo que a UFPel foi alvo de um golpe, o reitor eleito, Paulo Ferreira Júnior, disse que faz parte de um grupo, de um projeto, e que trabalhou sempre ao lado de Isabela e de Eraldo na campanha. “O programa é que foi eleito pela comunidade”, declarou. Pediu apoio pelo direito de exercer o cargo e que, até a reversão da situação, haverá uma gestão compartilhada com Isabela. ”Amanhã serei reitor”,afirmou.
A professora Isabela, na live, revelou que o dia de sua nomeação foi um dos piores de sua vida, pelas agressões e provações sofridas. “Mas também recebi carinho e apoio”, contrabalançou.
Afirmou que a equipe de gestão construída será mantida e que manterá as 136 ações previstas no programa de gestão, oriundas das demandas das unidades, especialmente em seus PDUs,
A nova vice-reitora, Ursula Silva, lembrou a força do grupo e do coletivo que assume a UFPel e elogiou o programa de gestão. “Isabela faz parte deste grupo e atuará junto do Paulo e de todo o grupo”, frisou.
Com informações da UFPel
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